terça-feira, 2 de fevereiro de 2021

35ª Terça-feira Depois de Pentecostes

02 de Fevereiro de 2020 (CC) 20 de Janeiro (CE)
Santo Eutímio, o grande
Tom 1



Santo Eutímio, o Grande (Melitene, 377 - Neguev, 20 de janeiro de 473) foi um asceta, abade e um dos Pais do monasticismo ortodoxo oriental, estabelecendo diversos centros religiosos ao longo da Palestina. Devido a sua vida ascética e sua confissão firme na fé ortodoxa, Eutímio adquiriu o epítome "o Grande". 
Quando o Concílio de Calcedónia (451) condenou Eutiques, foi graças a autoridade de Eutímio que os líderes eclesiásticos orientais aceitaram seus decretos. A Imperatriz Élia Eudócia converteu-se ao cristianismo através de Eutímio. 
Filho de Paulo e Dionísia, Eutímio logo na infância perde seu pai e sua mãe, que havia prometido guiá-lo a vida religiosa, entrega-o a seu irmão Eudóxio. Eudóxio leva a criança ao bispo Otreio de Melitene que aceita cuidar dele. Percebendo a aptidão de Eutímio, Otreio o nomeia Leitor e o torna um monge. Em pouco tempo Eutímio foi ordenado para o sacerdócio e a ele foi concebida a responsabilidade de gerir todos os mosteiros da cidade de Melitene. 
Em 406 partiu secretamente em peregrinação para Jerusalém onde filiou-se ao mosteiro de Parã, nas proximidades na cidade. Em sua viagem Eutímio visitou os Padres do Deserto. Em Parã, ganhando a vida tecendo cestos, Eutímio conheceu Teoctisto, monge de um mosteiro vizinho, que também compartilhava com ele o ascetismo. Todos os anos, após a Epifania do Senhor, ambos retiravam-se para o deserto de Coutila (próximo de Jericó). Em 411 Eutímio, junto de Teoctisto, partiu definitivamente para o deserto onde ambos habitaram uma caverna. Quando os habitantes locais tomaram conhecimento da presença destes ascetas, periodicamente eles recebiam visitas. Com o tempo uma comunidade monástica começou a ganhar forma estando entre os discípulos muitos monges de Parã. A Teoctisto foi concebido o dever de gerir o mosteiro. Durante este período Eutímio atuou no batismo de muitos árabes, entre eles Aspabeto (recebeu o nome de Pedro) e seu filho Terebão, ambos curados por Eutímio de uma moléstia. Aspebeto tornou-se bispo entre os árabes e recebeu o direito de participar do Concílio do Éfeso em 431. 
Rapidamente as notícias dos milagres de Eutímio se espalharam e multidões começaram a visitar o mosteiro a procura de cura para diversas enfermidades, Não suportando mais viver em meio a tanta fama, Eutímio abandona o mosteiro e parte junto com seu discípulo Domiciano para o deserto de Ruba, perto do mar Morto, onde habitaram a montanha onde situa-se as ruínas de Massada. No deserto de Zipho, nas cercanias da caverna onde, segundo relatos bíblicos, Davi escondeu-se de Saul, Eutímio fundou um mosteiro e construiu uma igreja, além de ter trabalhado na conversão de monges maniqueístas, na cura de enfermos e com exorcismo. Mais tarde Eutímio retorna para as proximidades do mosteiro de Teoctisto onde, em 420, funda um mosteiro semelhante ao de Parã. Em 428 a igreja próxima ao mosteiro é dedicada a ele por Juvenal, Patriarca de Jerusalém.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Hebreus 12:25-26; 13:22-25

13:25 Vede que não rejeiteis ao que fala; porque, se aqueles que rejeitaram o que na terra lhes falava não escaparam, muito menos nós escaparemos, se nos desviarmos daquele que nos fala lá de cima, nos céus; 26 a voz do qual moveu a terra, mas agora prometeu, dizendo: Ainda uma vez sacudirei, não apenas a terra, mas também o céu. 13:22 Rogo-vos irmãos, que suporteis a palavra da exortação; porque vos escrevi uma carta em poucas palavras. 23 Sabei que nosso irmão Timóteo foi posto em liberdade, com o qual, se ele não tardar, irei ver-vos. 24 Saudai a todos os que vos lideram e a todos os santos. Os da Itália vos saúdam. 25 A graça seja com todos vós. Amém.

Marcos 10:2-12

2 E os fariseus vindo até ele, perguntaram-lhe, tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher? 3 E ele, respondendo, disse-lhes: O que Moisés vos ordenou? 4 E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio e repudiá-la. 5 E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações ele vos escreveu esse mandamento. 6 Mas desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. 7 Por isso deixará o homem pai e mãe, e se unirá à sua esposa; 8 e eles dois serão uma só carne; e assim não são mais dois, mas uma só carne. 9 Portanto, o que Deus uniu, nenhum homem o separe. 10 E, em casa, os seus discípulos o perguntaram novamente acerca do mesmo assunto. 11 E ele lhes disse: Qualquer que despedir a sua esposa e casar com outra, comete adultério contra ela. 12 E, se a mulher despedir a seu marido, e casar com outro, ela comete adultério.

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DIVÓRCIO E NOVO CASAMENTO


Bispo Kalistos Ware

A Igreja Ortodoxa permite o divórcio e o re-casamento, baseando sua autoridade para isso no texto de Mateus 19:9 onde Nosso Senhor diz: ."..qualquer que repudiar sua mulher, não sendo por causa de prostituição, e casar com outra, comete adultério..." Como Cristo permitiu uma exceção para sua regra geral acerca da indissolubilidade do casamento, a Igreja Ortodoxa também quer autorizar uma exceção. Seguramente a Ortodoxia encara o casamento como em princípio para toda a vida, e indissolúvel, e ela condena a quebra do casamento como um pecado e algo maligno. Mas enquanto condenando o pecado, a Igreja ainda deseja ajudar os pecadores e conceder-lhes uma segunda chance. Quando, portanto, um casamento cessa inteiramente de ser uma realidade, a Igreja Ortodoxa não insiste na preservação de uma ficção legal. Divórcio é visto como uma excepcional mas necessária concessão ao pecado humano; é um ato de oikonomia ("economia" ou dispensa) e de philanthropia ("gentileza amorosa"). No entanto, apesar de dar assistência a homens e mulheres a levantarem-se de novo depois de um queda, a Igreja Ortodoxa sabe que uma segunda aliança nunca pode ser igual à primeira; e então no ofício para o segundo casamento varias partes das alegres cerimônias são omitidas, e substituídas por orações penitenciais.

A Lei Canônica Ortodoxa, que permite o segundo e mesmo o terceiro casamento, proíbe terminantemente o quarto. Na teoria os Cânones só permitem divórcio em caso de adultério, mas na prática é as vezes concedido também por outras razões.

Um ponto deve ser entendido claramente: do ponto de vista da Teologia Ortodoxa um divórcio concedido pelo Estado nas cortes civis não é suficiente. Re-casamento na Igreja só é possível se as autoridades da Igreja tiverem elas próprias concedido o divórcio.

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