sexta-feira, 18 de março de 2022

2ª Sexta-feira da Grande Quaresma

18 de Março de 2022 (CC) / 05 de Março (CE)
São Conon de Isáuria, Mártir (II Séc.)
Tom 5



São Conon era natural de Nazaré e viveu na época do imperador Décio. Ainda jovem, se retirou para Panfília, onde passou a cultivar um pequeno pomar. Depois do martírio de Papias, Diodoro e Claudiano, ocorrido durante as perseguições aos cristãos, o prefeito Públio foi a região e, chegando às portas da cidade, comunicou aos habitantes que faria uma reunião com todos. Todos responderam positivamente ao chamado. Naodoro, auxiliado por alguns cidadãos, foi em busca de pessoas que podiam estar escondidas. Organizou-se um grupo ao qual se juntou um tal de Orígenes que foi quem encontrou o sitio onde Conon cultivava suas plantas.
Depois de saudá-lo, disse-lhe Orígenes:
 
«O prefeito te chama». Conon indagou: «Que quer de mim o prefeito? Sou um estrangeiro nestas terras e, acima de tudo, sou um cristão. Que o prefeito vá em busca de seus concidadãos e daqueles que estão ao seu nível. Sou apenas um pobre homem que trabalha na terra».
 
Imediatamente Naodoro ordenou que amarrassem Conon a seu cavalo e o levaram à força, sem que ele pudesse ao menos impor qualquer resistência. Ainda no caminho disse Naodoro a Orígenes:
 
«Nossas buscas não foram em vão, pois conseguimos uma boa captura. Este terá que se justificar mais do que qualquer outro cristão».
 
E, ao chegar diante o prefeito, Naodoro mostrou seu prisioneiro dizendo em tom de ironia.
 
«Por vontade dos deuses e segundo a ordem do todo poderoso Imperador, e graças a sorte, descobrimos este homem, amado pelos deuses, submisso às leis e às ordens dos reis».
 
Conon, então, levantou-se e gritou com força:
 
«Errado! Eu obedeço somente ao Grande Rei, o Cristo».
 
Orígenes interveio e explicou ao prefeito que estava espantado:
 
«Excelência, depois de procurar em toda a cidade, encontramos somente este pobre homem em um bosque».
 
O prefeito dirigiu-se a Conon e lhe perguntou quem era, de onde vinha e quem era sua família. Conon respondeu:
 
«Sou de Nazaré, da Galileia. Minha família é a família de Cristo que, desde pequeno, eu o reconheço como Supremo Deus.
 
O prefeito indagou:
 
«Se reconheces Cristo como Deus, reconheces também nossos deuses e a eles rendes homenagens?»
 
Conon deixou escapar um suspiro e, elevando os olhos ao céu, disse:
 
«Ímpio! Como podes blasfemar assim contra o Deus Supremo? Podes estar certo que não farei o que me dizes!»
 
Então o Prefeito ordenou que colocassem cravos sob seus pés e que o forçassem a correr diante de seu carro. O santo atleta de Cristo assim o fez e começou a correr ao mesmo tempo em que entoava o salmo 38:
 
Ouve, SENHOR, a minha oração, e inclina os teus ouvidos ao meu clamor; não te cales perante as minhas lágrimas, porque {sou} para contigo como um estranho, {e} peregrino como todos os meus pais. Poupa-me, até que tome alento, antes que me vá e não seja {mais.}”
Este santo é comemorado no dia 02 de junho. Depois que o imperador Constantino IV e a imperatriz Irene restabeleceram a veneração das santas imagens, o jovem Nicéforo lhes foi apresentado e, de pronto, por suas grandes qualidades, conquistou-lhes a simpatia. Na corte, distinguiu-se por sua oposição aos iconoclastas, tendo sido secretário no Segundo Concílio de Nicéia e comissário imperial. Mesmo sendo em brilhante orador, filósofo, músico, com todas as qualidades de um estadista, sempre teve uma forte inclinação para a vida religiosa, isolada, e mesmo estando envolvido nos assuntos públicos, construiu um monastério num lugar isolado próximo ao Mar Negro. 
Após a morte de Tarasios, patriarca de Constantinopla, não foi encontrado ninguém mais apto a sucedê-lo que Nicéforo. Sendo leigo, houve algumas objeções à sua eleição, qualificando-a como contrária aos cânones, e só a pedido expresso do imperador, pode ser persuadido a ser ordenado sacerdote e a aceitar o cargo. Durante a sua consagração, realizada em 12 de Abril, no ano 802, manteve em mãos o tratado que ele havia escrito em defesa do veneração aos ícones e, no final da cerimônia, depositou-o ao lado do altar, como uma promessa de que seria sempre defensor da tradição da Igreja. Não demorou muito tempo até que o novo patriarca tivesse de enfrentar-se novamente com os que lhe eram hostis. 
Suas principais obras foram uma Apologia para o ensino ortodoxo em relação com os santos ícones e outro extenso tratado em duas partes: a primeira, uma defesa da Igreja contra a acusação de idolatria; e a segunda, conhecida como «Antiherética», uma refutação aos escritos de Constantino V sobre as imagens sagradas. Além de vários outros tratados, a maioria sobre a iconoclastia, deixou duas obras históricas conhecidas como Breviarium e Cronografia;  a primeira é uma breve história do reinado, de Mauricio à Constantino IV e Irene; a outra, uma crônica com os principais acontecimentos, desde o início do mundo. Na compilação dos concílios é possível ainda encontrar-se os dezessete cânones de Nicéforo, sendo que no segundo declara ilícito viajar aos domingo sem necessidade. 
Em 2 de junho do ano 828 o santo morreu, e em 13 de Março do  ano 846, por ordem da Imperatriz Teodora e do Patriarca São Metódio, os restos mortais de São Nicéforo foram transferidos da Ilha de Prokenesis para Constantinopla, tendo sido depositado Igreja dos Santos Apóstolos.  

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!


HORA SEXTA
(Meio-dia 12h)

Isaías 7:1-15

1 E sucedeu, nos dias de Acaz, filho de Jotão, filho de Uzias, rei de Judá, que subiram Rezim, rei de Arã, e Peca, filho de Remalias, rei de Israel, contra Jerusalém, para pelejar contra ela; todavia, não puderam tomá-la.
2 E uma mensagem foi enviada para a casa de Davi, dizendo: Arã conspirou com Efraim. Então, a sua alma ficou perturbada, assim como a alma de seu povo, tal como na floresta uma árvore é sacudida pelo vento.
3 E disse o Senhor a Isaías: Sai para encontrar Acaz, tu e o teu filho Jezube, que foi deixado, para o tanque do caminho elevado do campo do Lavandeiro;
4 e lhe dirás: Tem cuidado para ficares tranquilo; não temas nem deixes que a tua alma desanime por causa destes dois tições fumegantes. Pois, quando a minha ira cessar, eu irei curar novamente.
5 E quanto ao filho de Arã e ao filho de Remalias, porquanto eles formaram um mau conselho, dizendo:
6 Subiremos contra Judá e, tendo acertado com eles, faremos com que se voltem para o nosso lado, e com que o filho de Tabeel reine ali;
7 assim diz o Senhor dos Exércitos: Esse conselho não subsistirá, nem irá suceder.
8 Contudo, a cabeça da Síria é Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim; e, ainda, dentro de sessenta e cinco anos, o reino de Efraim cessará de ser um povo.
9 Entretanto, a cabeça de Efraim é Samaria, e o cabeça de Samaria o filho de Remalias. Todavia, se não o acreditardes, tampouco o haveis de entender.
10 E, novamente, o Senhor falou com Acaz, dizendo:
11 Pede para ti um sinal do Senhor, teu Deus, nas profundezas ou nas alturas.
12 Porém Acaz disse: Não pedirei, nem tampouco tentarei ao Senhor.
13 Então, ele disse: Ouvi agora, ó casa de Davi: é uma coisa pequena para vós o competirdes com os homens? Como, pois, contendereis contra o Senhor?
14 Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal. Eis que uma virgem conceberá no seu útero, dando à luz a um filho, e por-lhe-eis o nome de Emanuel.
15 Manteiga e mel ele comerá antes que saiba ou preferir o mal ou escolher o bem.

Comentário

A leitura de certas narrativas proféticas se tornam difíceis, muitas vezes por causa do gênero literário que nos é estranho, de certas expressões que desconhecemos e de fatos históricos que ignoramos.

O Profeta Isaías viveu no tempo em que a nação de Israel se encontrava politicamente dividida em dois reinos: O do Norte (Efraim) e o do Sul (Judá). As expressões "a cabeça da Síria é Damasco, e o cabeça de Damasco, Rezim", e "a cabeça de Efraim é Samaria, e o cabeça de Samaria o filho de Remalias", significam que a cidade de Damasco era o centro político da Síria e que o seu rei chamava-se Rezim; o mesmo se aplica ao reino do Norte, cujo centro de poder era a região da Samaria, e que o filho de Remalias, o rei Peca, era o seu governante.

A profecia que hoje lemos se dá por ocasião em que os reinos Arã (Síria) e de Efraim (Reino do Norte) entram em aliança para invadir Judá (Reino do Sul). O rei de Judá (Acaz) se enche de medo porque entende que todas as ameaças que Deus fizera de destruir Judá por causa dos seus pecados, iriam agora se cumprir. Deus manda o Profeta Isaías confortar o coração de Acaz, dizendo que tal intento não iria vingar, e que o reino do Norte seria destruído primeiro. 

Todavia, a destruição de Judá também viria, mas, não, nos dias de Acaz. Pois, Deus por Sua Graça, prometera que a destruição de Judá não seria total, mas, que lhe restaria um remanescente. Assim, o filho de Isaías é uma confirmação simbólica ao rei Acaz da promessa do Senhor de curar e salvar um remanescente. Os tições são uma expressão de desprezo pelos reis de Israel e da Síria.

Este remanescente é a Igreja, pois os ramos da Videira Verdadeira (Cristo) que não deram fruto (os judeus que o rejeitaram) foram cortados, e os que deram frutos (o Israel que acolheu o Messias, representado em suas 12 tribos pelos Doze Apóstolos de Cristo), foram purificados para darem mais frutos ainda, ou seja, a igreja se estabeleceria entre todos os povos da terra, cumprindo, assim, a promessa feita a Abraão: "E no teu descendente (Cristo) serão abençoados todos os povos da terra". 

7: 13-16 São João Crisóstomo diz que "O sinal não foi dado a Acaz, que havia duvidado da profecia anterior, mas a todo o povo hebreu. Esta profecia messiânica se cumpre quando a virgem Maria dá à luz a Cristo". 
São Jerônimo, em sua Vulgata (tradução do hebraico para o latim), ressalta que "a palavra hebraica almah, (mulher solteira), designa uma virgem oculta, isolada da vista ocasional de homens”. 
A palavra grega usada na Septuaginta (versão grega da Bíblia Hebraica, usada pelos Apóstolos e até os dias de hoje por todas as Igrejas do Oriente) é "parthenos", que significa “virgem”. O Nome "Emanuel", que significa “Deus conosco”, refere-se à natureza divina de Cristo. O Messias vindo como uma criança (v. 16) refere-se à Sua natureza humana.

VÉSPERAS 

Gênesis 5:32-6:8

32 Era Noé de quinhentos anos de idade, e gerou três filhos: Sem, Cam e Jafé.
1 E veio a acontecer, quando os homens começaram a ser numerosos sobre a terra e lhes nasceram filhas,
2 havendo os filhos de Deus visto que as filhas dos homens eram belas, que eles tomaram para si mulheres, de todas as que escolheram.
3 E o Senhor Deus disse: Meu espírito não permanecerá nestes homens para sempre, porque são carne; os seus dias, entretanto, serão cento e vinte anos.
4 Os gigantes estavam na terra, naqueles dias, e também depois, quando os filhos de Deus iam ao encontro das filhas dos homens, as quais lhes geravam filhos. Aqueles eram os gigantes da antiguidade, homens de renome.
5 O Senhor Deus viu que as ações perversas dos homens se multiplicavam sobre a terra, e que cada um deles meditava em seu coração intentando o mal, todos os dias.
6 Então, Deus se entristeceu em seu coração, porquanto havia feito o homem sobre a terra. E ele ponderou sobre isso, profundamente;
7 e disse Deus: Exterminarei o homem, a quem fiz, de sobre a face da Terra, tanto o homem como o animal doméstico, e os répteis, e as criaturas voadoras do céu. Porque estou entristecido de havê-los feito.
8 Porém, Noé achou graça diante do Senhor Deus.

Provérbios 6:20-7:1

20 Filho meu, guarda as leis de teu pai e não rejeites as ordenanças de tua mãe,
21 mas prende-os a tua alma, continuamente; pendura-os, como uma cadeia, no teu pescoço.
22 Onde quer que andares leva essa mensagem, e que ela esteja junto de ti, para que fale contigo quando acordares.
23 Porque o mandamento da lei é uma lâmpada com a sua luz, e um caminho de vida; reprovação também, e correção,
24 a fim de te guardarem continuamente da mulher casada e da calúnia de uma língua estranha.
25 Não deixes que o desejo da beleza se aposse de ti, não sejas pego por teus próprios olhos nem cativado pelos seus olhares.
26 Porque o valor de uma prostituta é tanto quanto o de um pão, mas há uma mulher que caça as almas preciosas dos homens.
27 Acaso levará alguém fogo no seu seio e não arderão as suas roupas?
28 Ou caminhará alguém sobre brasas de fogo sem queimar os seus pés?
29 Assim é com aquele que vai ao encontro de uma mulher casada. Não será considerado inocente qualquer um que a tocar.
30 Não é de se admirar quando alguém é apanhado a roubar, porque rouba quando está com fome, para que possa satisfazer a sua alma.
31 Todavia, se for apanhado, ele deverá pagar sete vezes, e livrar-se-á dando todos os seus bens.
32 Mas o adúltero, por falta de senso, adquire destruição para a sua alma.
33 Ele encontra a dor e a desgraça, e o seu opróbrio nunca será apagado,
34 pois a alma do marido está cheia de ciúmes; não o poupará no dia da vingança.
35 Não irá ele abrir mão de sua inimizade por qualquer resgate, nem se reconciliará por causa de muitos presentes.
1 Filho meu, guarda as minhas palavras e esconde contigo os meus mandamentos. Honra ao Senhor, filho meu, e serás forte; não temas a ninguém, senão a ele.

† † †

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