sexta-feira, 25 de março de 2022

3ª Sexta-feira da Grande Quaresm

25 de Março de 2022 (CC) / 12 de Março (CE)
São Teófanes, o Confessor de Sigriana, monge († 817); 
São Gregório “Dialogador” , Patriarca de Roma (604 dC); 
Venerável Simeão, o Novo Teólogo (1022 dC)
Jejum (Pães, vegetais e frutas)
Tom 6



São Teófanes cresceu na corte do imperador Constantino V. Seu pai morreu quando ele ainda era muito jovem deixando-lhe por herança uma grande propriedade e à nomeação do imperador como seu tutor. Mais tarde, foi obrigado a se casar, mas por consentimento mútuo, o casal manteve a castidade, separando-se e retirando-se para a solidão. 
Consta que Teófanes tenha construído dois monastérios, um em Monte Sigriana, próximo de Cyzicus, e outro na Ilha de Kalonymos, que era parte de sua herança. Lá estabeleceu a sua residência, permanecendo por seis anos. Mais tarde,  retornou para o Monte Sigriana, onde exerceu o ofício de abade. No ano 787, Teófanes participou no Concílio de Nicéia que sancionou o restabelecimento do uso e  da veneração das imagens sagradas. Mais tarde, em 814, Leão, o armênio, tentou anular a decisão de seus predecessores e pediu para suprimir novamente o culto às imagens. Reconhecendo, no entanto, a reputação e  autoridade de São Teófanes, tentou conquistá-lo mediante cordiais e astutas cartas, mas o santo estava bem armado contra todas as artimanhas que pudessem ser utilizadas para ludibriá-lo. Aos 50 anos, começou a sofrer de graves  doenças, mas quando o imperador o chamou para Constantinopla, mesmo estando muito enfermo, obedeceu. Às ameaçadoras mensagens de Leão, o armênio, o santo respondeu desta maneira: 
«A minha avançada idade, a debilitação de minha saúde e a fraqueza de meu corpo já não me deixam inclinar-me para estas coisas que eu desprezei, pela graça de Deus, na minha juventude. Se pensas assustar-me ou seduzir-me para conseguir minha complacência, como acontece com uma criança a quem é mostrado o relho, perdes teu tempo». 
O imperador enviou ao seu encontro  vários emissários para tentar persuadi-lo, mas ele se  manteve inflexível. Foi condenado a receber 300 chicotadas e enviado depois, por dois anos, para um calabouço fedorento e solitário, onde recebia apenas o necessário para manter-se vivo. Sua doença se agravou e, quando ele finalmente foi libertado e deportado para a ilha de Samotrácia, morreu em 12 de março de 817, dezessete dias após sua chegada. Deixou uma Cronografia, ou seja, uma breve história do mundo até o ano 813, a partir de 284 dC, data em que terminava uma história escrita por seu amigo George Syncellus, auxiliar do Patriarca São Xarasius. 
São Gregório “Dialogador”, Papa de Roma 
São Gregório foi papa entre 3 de setembro de 590 e sua morte, em 12 de março de 604. Ele é conhecido principalmente por suas obras, mais numerosas que as de seus predecessores. Gregório é também conhecido  na Ortodoxia como Gregório, o Dialogador, por causa de seus "Diálogos" e é por isso que seu nome aparece em algumas obras listado como "Gregório Diálogo". 

Foi o primeiro papa a ter sido monge antes do pontificado. Gregório é reconhecido como um Doutor da Igreja e um dos Padres latinos. Foi canonizado assim que morreu por aclamação popular, como era o costume. Credita-se a Gregório a compilação da Divina Liturgia dos Dons Pré-santificados.
São Simeão, o Novo Teólogo

O Monge Simeão, o Novo Teólogo, nasceu no ano 946 na cidade de Galata (Paphlagonia), e recebeu a educação secular básica em Constantinopla. Seu pai o preparou para uma carreira na corte e, durante certo tempo, o jovem ocupou uma posição elevada na corte imperial. Mas aos 25 anos sentiu atraído pela vida monástica, e, então, fugiu de sua casa e retirou-se para o mosteiro Studita, onde se submeteu à orientação do conhecido Simeão, o Reverente. A ação ascética básica do monge foi a incessante Oração de Jesus em sua forma curta: "Senhor, tem piedade!" Para uma maior concentração da oração, ele constantemente buscava a solidão, e mesmo na liturgia, ficava separado dos irmãos, e geralmente permanecia sozinho à noite na igreja. A fim de se acostumar a atenção sobre a morte, passava noites no cemitério. O fruto de seu fervor era uma condição especial de êxtase: nesses momentos, o Espírito Santo, sob a forma de uma nuvem luminosa, descia sobre ele e o tornava inconsciente de sua visão ao redor. Com o tempo, ele alcançou uma constante consciência espiritual elevada, o que ficou especialmente evidente quando celebrava a Liturgia. Por volta do ano de 980, o Monge Simeão foi constituído higúmeno do mosteiro de São Mamant e nesta dignidade permaneceu por 25 anos. Ele corrigiu a gestão negligente que havia no mosteiro e restaurou a ordem na igreja.

O Monge Simeão combinava a bondade com o rigor e a firme observância das exigências do Evangelho.

Assim, por exemplo, quando seu discípulo favorito Arsênio matou corvos que estavam picando pão úmido, o Igumeno o fez amarrar os pássaros mortos a uma corda e usá-la como "colar" no pescoço. Também, um dia, ele foi procurado por certo bispo de Roma, que estava perturbado por não conseguir se arrepender de ter assassinado seu jovem sobrinho, e o Monge Simeão, paciente e exitosamente o ajudou.

A rigorosa disciplina monástica praticada por Simeão, provocou uma forte insatisfação entre os seus irmãos monges. Uma vez após a liturgia, alguns deles estavam tão irritados, que se precipitaram sobre ele e quase o mataram. Quando o Patriarca de Constantinopla os expulsou do mosteiro e quis entregá-los às autoridades da cidade, Simeão conseguiu que eles fossem perdoados e os ajudou a encontrarem trabalho na vida secular.

Cerca do ano 1005, o Monge Simeão entregou seu cargo de higumeno a Arsenios, e foi morar próximo ao mosteiro. Lá compôs suas obras teológicas, cujos fragmentos constam no 5º volume da "Filokalia" ("Dobrotoliubie"). O principal tema de suas obras é a atividade oculta de um aperfeiçoamento espiritual na luta contra as paixões e os pensamentos pecaminosos.

Ele também deixou alguns tratados direcionados aos monges: "Capítulos Teológicos Práticos", "Um Trato Sobre Três Formas de Orações" e "Um trato na fé". Além disso, o Monge Simeão era um excelente poeta da Igreja. A ele pertencem os "Hinos do Amor Divino”, no qual constam cerca de 70 poemas, cheios de profundas reflexões sobre a oração.

Os ensinamentos do Monge Simeão sobre o novo homem e sobre a "divinização da carne", com os quais ele queria substituir os ensinamentos sobre a "mortificação da carne" (pelo que também o chamaram de "Novo Teólogo"), eram de difícil assimilação para os seus contemporâneos. Muitos de seus ensinamentos pareciam inaceitáveis ​​e estranhos. Isso levou a conflitos com as autoridades da igreja de Constantinopla, e o Monge Simeão foi submetido ao exílio. Ele se retirou para as costas do Bósforo e fundou lá o mosteiro de Santa Marina.

O santo repousou pacificamente em Deus no ano 1021. Ainda em vida, ele foi agraciado com o dom de operar prodígios. Numerosos milagres ocorreram também após a sua morte. Um deles foi a descoberta milagrosa desceu ícone. Sua Vida foi escrita por seu secretário e discípulo, o Monge Nikita Stethatos.



Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!


HORA SEXTA

Isaías 13:2-13

Levantai um estandarte na montanha da planície, erguei a voz para eles, acenai com a mão; abri os portões, vós governadores! Dei um comando, e os trouxe. Gigantes estão vindo para cumprir a minha ira, regozijando-se, e, ao mesmo tempo, insultando. Há uma voz de muitas nações sobre as montanhas, como aquela de inumerável multidão; uma voz de reis e de nações reunidas. O Senhor dos exércitos tem enviado o seu comando à uma nação guerreira, a fim de virem de uma terra distante, desde a extremidade  do céu. O Senhor e os seus guerreiros estão vindo para destruir o mundo inteiro. Uivai, porque o dia do Senhor está perto, e a destruição de Deus deverá chegar. Por causa disso, todas as mãos se tornarão impotentes, e a alma de todo homem ficará consternada. Os anciãos estarão perturbados, dores apoderar-se-ão deles como as de uma mulher em trabalho de parto, e irão lamentar-se um para o outro; espantar-se-ão e mudarão o seu semblante, como uma chama. Pois eis que o dia do Senhor vem, do qual não se pode escapar; um dia de ira e furor, para fazer o mundo desolado e destruir nele os pecadores. Porque as estrelas dos céus, o Órion e todo o exército dos céus, não darão a sua luz; estará escuro ao nascer do sol, e a lua não fará resplandecer a sua luz. Eu enviarei males para o mundo inteiro e visitarei os pecados dos ímpios sobre eles; destruirei o orgulho dos transgressores e abaterei a soberba do altivo. Então os que forem deixados serão mais preciosos do que o ouro refinado pelo fogo; um homem será mais precioso do que a pedra que existe em Ofir. Porquanto o céu estará enfurecido e a terra será sacudida em seus fundamentos, por causa do ardor da ira do Senhor dos Exércitos, no dia em que vier.

VÉSPERAS

Gênesis 8:4-21

E a arca repousou, no sétimo mês, no vigésimo sétimo dia do mês, nas montanhas de Ararate.  A água continuou a diminuir até o décimo mês. E no décimo mês, no primeiro dia do mês, os cumes dos montes tornaram-se visíveis.  Sucedeu que, depois de quarenta dias, Noé abriu a janela da arca que havia feito, soltando um corvo. Esse saiu e não voltou mais até que a água se secou de sobre a terra. E enviou uma pomba, depois disso, para ver se a água tinha deixado a terra. Contudo, a pomba, por não haver encontrado descanso para os seus pés, voltou para ele na arca; porquanto havia água sobre toda a face da terra. Estendeu ele a mão e a apanhou, recolhendo-a consigo na arca. E esperou ainda outros sete dias, voltando a soltar a pomba da arca. A pomba voltou a ele, à tardinha, e trazia uma folha de oliveira, em um raminho, na sua boca. Então Noé entendeu que a água tinha diminuído na terra. Esperou ele ainda outros sete dias e voltou a soltar a pomba, mas ela não retornou a ele novamente. E aconteceu que no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro mês, no primeiro dia do mês, a água se afastou da terra. Noé abriu a cobertura da arca que tinha feito e viu que a água havia sumido da face da terra. No segundo mês a terra secou-se, no vigésimo sétimo dia do mês. E o Senhor Deus falou com Noé, dizendo: Sai da arca, tu, tua esposa e teus filhos, e as esposas de teus filhos, contigo; e a todos os animais selvagens que estão contigo, e a toda a carne, tanto de aves quanto de animais domésticos, e a todo réptil que se desloca sobre a terra, traze contigo. Crescei e multiplicai-vos sobre a terra. Noé saiu, e sua esposa, seus filhos e as esposas de seus filhos saíram com ele. Todos os animais selvagens, todos os animais domésticos, todas as aves e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, segundo a sua espécie, saíram da arca. Noé construiu um altar ao Senhor, e tendo tomado de todos os animais limpos e de toda a ave limpa ofereceu um holocausto sobre o altar. E o Senhor Deus aspirou um aroma agradável. Então o Senhor Deus considerou, e disse: Não irei amaldiçoar mais a terra por causa das obras dos homens, porque a imaginação do homem está intencionalmente posta nas coisas malignas, desde a sua juventude. Não irei mais ferir todos os seres vivos, como já fiz. 

Provérbios 10:31-11:12

A boca do justo goteja sabedoria; no entanto, a língua dos injustos será arrancada. Os lábios dos justos derramam graça; a boca dos ímpios, todavia, é perversa.1 Balanças fraudadas são uma abominação diante do Senhor, mas o peso justo é aceitável a ele. Onde quer que o orgulho entre, haverá também desgraça; todavia a boca do que é humilde medita na sabedoria. Quando um homem justo morre, deixa pesar; contudo a destruição dos ímpios é rápida e causa alegria. A justiça traça caminhos irrepreensíveis; a impiedade, entretanto, busca negociação injusta. A justiça dos homens retos os livra, mas os traiçoeiros são apanhados em sua própria destruição. Com a morte de um homem justo a sua esperança não morre, porém o gabar-se dos ímpios perece. O justo escapa do laço, e o ímpio é entregue em seu lugar. Na boca dos ímpios há uma armadilha para os cidadãos, mas a compreensão dos homens justos é bem-sucedida. Na prosperidade dos justos uma cidade também prospera; entretanto, pela boca dos ímpios é derrubada. O homem falto de entendimento zomba de seus concidadãos, mas o sensato é tranquilo.

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