sexta-feira, 9 de dezembro de 2022

26ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

09 de Dezembro de 2022 (CC) / 26 de Novembro (CE)
Venerável Alypios, o Estilita de Adrianópolis, (640);
São Níkon, o Metanoíta, monge († séc. X)
Jejum da Natividade (Peixe é permitido)
Tom 8



O Monge Alypios, o Morador do Pilar, nasceu na cidade de Adrianópolis, na Paphlagonia. Sua mãe, uma cristã, logo ficou viúva, e entregou seu filho para a educação ao bispo Teodoro, enquanto ela mesma, tendo distribuído seus bens aos pobres, começou a viver uma vida ascética perto da igreja e se dignou à vocação de diaconisa.

Santo Alypios desde os seus primeiros anos quis dedicar a sua vida a Deus e ansiava pela vida solitária, embora o bispo Teodoro não lhe tivesse dado permissão para o fazer. Certa vez, quando Santo Alypios estava acompanhando seu Vladyka a Constantinopla, a sagrada Mártir Eutimia apareceu para ele em uma visão, convocando Santo Alypios para retornar a Adrianópolis e fundar uma igreja em seu nome. Com os meios oferecidos pelos crentes em Adrianópolis, Santo Alypios construiu uma igreja em nome da santa Mártir Eutimia, no local de um templo pagão dilapidado, infestado por legiões de demônios. Ao lado da igreja, e a céu aberto, sobre uma tumba pagã, o santo ergueu um pilar. 
Por cinquenta e três anos, o Monge Alypios levou uma vida ascética sobre o pilar, orando a Deus e ensinando muitos que iam até ele. Os demônios, que infestavam o cemitério pagão, caíram sobre o asceta à noite e lhe atiraram pedras. Santo Alypios, contudo, nada fazia para impedir os ataques dos espíritos das trevas. Eles, então, destruiram o alpendre de luz que o protegia da chuva e do vento. Diante da firmeza triunfante do santo, os demônios abandonaram para sempre este lugar, que havia sido santificado por seu ato de martírio voluntário. 
Catorze anos antes de sua morte, Santo Alypios já não conseguia mais ficar de pé e foi compelido pela fraqueza de suas pernas a se deitar de lado, suportando  dolorosos sofrimentos com humilde gratidão. Em torno da coluna do monge gradualmente surgiram dois mosteiros: de um lado - um mosteiro de homens, e do outro - um mosteiro de mulheres. O monge Alypios introduziu para ambos os mosteiros ustavs estritos (regras monásticas) e até sua morte dirigiu os dois mosteiros. O monge morreu no ano 640, aos 118 anos. O corpo do venerável morador da coluna foi sepultado na igreja por ele fundada em homenagem à santa Mártir Eutimia. As relíquias do santo de Deus curaram muitos que, pela fé, o procuravam. 
Comemoração de São Nikon, o Pregador do Arrependimento, na Armênia
São Nikon nasceu por volta de 930 em uma família piedosa e rica perto de Trebizonda. Certa vez, ao fazer uma inspeção nas propriedades da família, ficou tão chocado pelas péssimas condições dos pobres trabalhadores do campo, que desprezou a felicidade neste mundo e decidiu viver uma vida monástica. Depois de passar anos num mosteiro, onde brilhou na obediência, oração e abnegação, o Santo foi autorizado a viajar a serviço da pregação do Evangelho de Cristo. 
Por três anos Nikon vagou pelo Oriente, sem casa ou posses, clamando a todos que encontrava: "Arrependei-vos!" e proclamava com lágrimas a mensagem da salvação em Cristo. Ele, depois de passar sete anos em Creta, foi para a Grécia, andando descalço de um lugar para outro, pregando o arrependimento e se tornando tão conhecido que adquiriu o apelido de "Metanoita", que significa "Arrependei-vos". 
Após expulsar uma grande praga de Esparta por meio de suas orações, São Nikon se estabeleceu perto dessa cidade, construindo uma grande igreja dedicada a Cristo, o Salvador, e vivendo na igreja pelo resto de sua vida. Com o tempo, um mosteiro foi anexado à igreja por seus discípulos. Seu último conselho aos discípulos foi: 
"Fujam do orgulho, apeguem-se à humildade; não desprezem os pobres; mantenham-se afastados de todo o mau, de toda inveja e da lembrança dos erros; perdoe seus irmãos. Vão regularmente à igreja e confessem seus pecados muitas vezes para os padres e pais espirituais. Se você seguirem esses conselhos, eu nunca irei abandoná-lo." Então, devolveu sua alma a Deus. 
São Nikon foi imediatamente venerado como santo pelo povo de Esparta, e é considerado o protetor da cidade, onde suas relíquias são veneradas até hoje.

 

Oração Antes de Ler as Escrituras 
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Timóteo 4:1-8,16

1 Mas o Espírito expressamente diz que nos últimos tempos apostatarão alguns da fé, dando ouvidos a espíritos enganadores, e a doutrinas de demônios; pela hipocrisia de homens que falam mentiras, tendo cauterizada a sua própria consciência; proibindo o casamento, e ordenando a abstinência dos alimentos que Deus criou para os fiéis, e para os que conhecem a verdade, a fim de usarem deles com ações de graças; porque toda a criatura de Deus é boa, e não há nada que rejeitar, sendo recebido com ações de graças. 5 Porque pela palavra de Deus e pela oração é santificada. 6 Propondo estas coisas aos irmãos, serás bom ministro de Jesus Cristo, criado com as palavras da fé e da boa doutrina que tens seguido. Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas, e exercita-te a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir. 16 Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Persevera nestas coisas; porque, fazendo isto, te salvarás, tanto a ti mesmo como aos que te ouvem.

Lucas 19:12-28

Disse pois: Certo homem nobre partiu para uma terra remota, a fim de tomar para si um reino e voltar depois. E, chamando dez servos seus, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai até que eu venha. Mas os seus concidadãos odiavam-no, e mandaram após ele embaixadores, dizendo: Não queremos que este reine sobre nós. E aconteceu que, voltando ele, depois de ter tomado o reino, disse que lhe chamassem aqueles servos, a quem tinha dado o dinheiro, para saber o que cada um tinha ganhado, negociando. E veio o primeiro, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. E ele lhe disse: Bem está, servo bom, porque no mínimo foste fiel, sobre dez cidades terás autoridade. E veio o segundo, dizendo: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. E a este disse também: Sê tu também sobre cinco cidades. E veio outro, dizendo: Senhor, aqui está a tua mina, que guardei num lenço; porque tive medo de ti, que és homem rigoroso, que tomas o que não puseste, e segas o que não semeaste. Porém, ele lhe disse: Mau servo, pela tua boca te julgarei. Sabias que eu sou homem rigoroso, que tomo o que não pus, e sego o que não semeei; por que não puseste, pois, o meu dinheiro no banco, para que eu, vindo, o exigisse com os juros? E disse aos que estavam com ele: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez minas. (E disseram-lhe eles: Senhor, ele tem dez minas). Pois eu vos digo que a qualquer que tiver ser-lhe-á dado, mas ao que não tiver, até o que tem lhe será tirado. E quanto àqueles meus inimigos que não quiseram que eu reinasse sobre eles, trazei-os aqui, e matai-os diante de mim. E, dito isto, ia caminhando adiante, subindo para Jerusalém.

ENSINO DOS SANTOS PADRES


Mas deve-se saber que não existe nenhum ocioso que esteja seguro de não ter recebido algum talento, porque não existe ninguém que diga com verdade: “Eu não recebi nenhum talento, portanto não estou obrigado a prestar contas”; pois com o nome de talento se deve entender aquilo que qualquer pobre recebeu, por menor que isso seja.

Um, pois, recebeu o entendimento da pregação, e este deve o ministério como talento; outro recebeu bens terrenos e deve distribuir ou administrar o talento destas coisas; outro ainda não recebeu a compreensão das coisas interiores nem abundância de bens, mas aprendeu uma arte, com a qual se sustenta, e essa arte se considera como o talento que recebeu; o seguinte não alcançou nada destas coisas, mas talvez mereceu a amizade íntima com algum rico: recebeu, portanto, o talento da amizade. Portanto, se não fala ao rico em favor dos miseráveis, é condenado por retenção do talento.

Então, quem tem entendimento, esforce-se para não estar sempre calado; quem tiver bens abundantes, vigie para não se descuidar de exercitar a misericórdia; quem possui uma arte pela qual se sustenta, procure com grande diligência que o próximo participe de seu uso e utilidade; quem tem oportunidade de falar ao rico, tema ser castigado por retenção do talento, se, podendo, não intercede junto dele em favor dos pobres, porque o Juiz que virá exige de cada um de nós o talento, ou seja, aquilo que nos concedeu.

Consequentemente, para que, quando volte o Senhor, alguém se encontre seguro da conta de seu talento, pense cada dia com temor no que recebeu. Cuidem que já está próximo o retorno daquele que foi para longe; porque, mesmo que pareça ter-se distanciado aquele que foi para longe desta terra em que nasceu, porém volta em breve para pedir prestação de contas dos talentos; e se formos preguiçosos, nos julgará com mais rigor sobre os dons concedidos.

Consideremos, pois, o que é que temos recebido, e estejamos atentos para empregá-lo bem. Que não exista algum cuidado terreno que nos impeça a vida espiritual, para que não venha a acontecer que, escondendo o talento na terra, provoque-se a ira do Senhor do talento.

O servo preguiçoso, quando o juiz já pede contas das culpas, desenterra o talento; existe, portanto, muitos que se afastam dos desejos e obras terrenas, por aviso do juiz, quando já são entregues ao suplício eterno. Vigiemos, portanto, antes que nos seja solicitada a conta de nosso talento, para que, quando o juiz já estiver ameaçando com o castigo, sejamos libertos dele pelo lucro que tivermos alcançado.

São Gregório, o Grande, Papa de Roma (Séc. VI)

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