30 de Março de 2023 (CC) / 17 de Março (CE)
Santo Alexis, homem de Deus († séc. IV ou V)
Jejum
Tom 8
No século IV viviam em Roma Eufêmio e Aglaya, um rico casal conhecido por sua compaixão e caridade. Alimentavam todos os dias os pobres, órfãos, viúvas e peregrinos. Quando havia poucas pessoas para alimentar, Eufêmio dizia com tristeza que era indigno de caminhar sobre a terra. Todos amavam Eufêmio e sua esposa, um casal que ainda não havia sido agraciado com filhos. Sofriam por isso, e rogavam a Deus que lhes concedesse um filho para que lhes alegrasse em sua velhice. Deus ouviu suas preces dando-lhes um filho a quem batizaram com o nome de Alexis. Seus pais tudo fizeram para lhe dar uma boa educação e para que crescesse bondoso e piedoso. E, tendo como guia seus devotos pais, desde muito cedo Alexis amava o Senhor, orava constantemente, jejuava e se vestia com modéstia. Chegando a maioridade, seus pais lhe encontraram uma noiva com quem se casou. Após o casamento, ainda nas núpcias, quando estavam sós, Alexis aproximou-se de sua esposa virgem, lhe deu um anel de ouro, um cinturão de muito valor, dizendo-lhe: «Guarda isto, e que Deus esteja entre nós até que sua bondade nos faça novos». Em seguida, deixou-a sós. Despiu suas ricas vestes nupciais, vestiu-se como um simples aldeão e se foi da casa de seus pais. Fez isto inspirado nas palavras de Cristo: «E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna» (Mt 19,29). Presume-se que tenha consentido se casar antes de sair da casa de seus pais, para assegurar a sua noiva um futuro melhor.
Vagando por vários países, Alexis chegou finalmente à cidade de Edessa. Ali estava guardado o antigo ícone do Salvador, não feito por mãos humanas. Em Edessa, Alexis deu aos pobres suas últimas moedas e começou a viver como mendigo, próximo à Igreja da Santíssima Virgem, vivendo da generosidade dos que passavam por ali. Rezava dia e noite e comungava sempre aos domingos. Assim, viveu durante 17 anos na miséria, fazendo exercícios espirituais.
Pouco a pouco, muitos habitantes de Edessa ficaram conhecendo e apreciavam a profunda espiritualidade do mendigo que vivia sentado à porta da igreja. Um dos servidores da igreja viu em sonho a Santíssima Virgem que lhe pediu que deixasse entrar na sua igreja um homem de Deus, pois as suas orações chegavam a Deus e, assim como repousa sobre a cabeça do o rei a coroa, sobre ele repousa o Espírito Santo. O servidor da igreja ficou confuso, pois não sabia quem era o tal «o homem de Deus». A visão, porém, se repetiu, e a Mãe de Deus indicou que era o mendigo que vivia sentado à porta da Igreja.
Depois disso, o apreço e a admiração por Alexis aumentou, e era comum se referiam a ele como um exemplo. Então, para afastar-se das futilidades e da vangloria, ele se foi de Edessa. Chegou ao Mar Mediterrâneo e embarcou para algum outro país. Durante a travessia, a embarcação foi surpreendida por uma grande tormenta e, depois de alguns dias, o maltratado barco chegou à Itália, próximo de Roma, onde anos atrás vivia Alexis.
Em terra, dirigiu-se a casa de seus pais e, no caminho, encontrou seu pai que retornava da Igreja. Inclinando-se diante do pai, Alexis disse: «tem piedade deste mendigo e dá-me um lugar em tua casa, e o Senhor te abençoará e te concederá o Reino dos Céus; e se tens alguém de tua família viajando, Deus te devolverá». Aquelas palavras recordaram Eufêmio de que seu filho havia desaparecido, e caiu em lágrimas. Disse ao mendigo que lhe daria uma pequena casa em sua estância.
Assim, Alexis começou a viver nas imediações da casa paterna sem ser reconhecido, pois tendo vivido tantos anos nas privações, tornou-se irreconhecível. Na pequena casa, Alexis continuava a viver da mesma forma como vivera em Edessa: orava constantemente a Deus, comungava a cada domingo, suportava a mendicância e se conformava com muito pouco. No entanto, era difícil ver em seu pai, mãe e esposa, a dor pela perda de seu filho e esposo. Assim se passaram mais 17 anos.
Quando Alexis pressentiu que chegava a hora de sua morte, escreveu sobre um papel sua vida, iniciando pelo dia em que se afastou da casa de seus pais. Ao terminar de escrever, esperava pela morte.
No domingo seguinte, o bispo da cidade de Roma, Inocêncio, na presença do imperador Honório oficiava a Divina Liturgia. Havia muitos fiéis presentes. Durante a Liturgia, escutou-se uma voz que dizia: «Busquem o homem de Deus na casa de Eufêmio». O imperador perguntou a Eufêmio: «Por que não nos disseste que em tua casa vive um homem de Deus?». Eufêmio respondeu: «Não sei do que estão falando!»
Então o imperador Honório e o Papa Inocêncio decidiram ir à casa de Eufêmio para conhecer quem era aquele homem de Deus. Quando chegaram à estância, souberam pelos criados que na pequena casa vivia um homem que rezava e jejuava. Entraram na pequena casa e viram um homem morto caído ao chão. Seu rosto resplandecia e de seu corpo exalava um aroma.
O imperador viu o papel na mão de Alexis, tomou e começou a ler. Finalmente Eufêmio e todos os presentes souberam que aquele mendigo que há tanto tempo vivera ali era o seu filho perdido. Os pais sofreram muito por saber tão tardiamente que aquele era seu filho. Mas lhes consolava saber que ele tinha alcançado a santidade.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
HORA SEXTA
Isaías 42:5-16
5 Assim diz o Senhor Deus, aquele que fez o céu e o firmou, fixando a terra e as coisas que há nela, que dá a respiração as pessoas que sobre ela estão e o espírito aos que andam nela: 6 Eu, o Senhor Deus, chamei-te em justiça. Tomar-te-ei pela mão, e sustentar-te-ei. Eis que eu te tenho dado como mediador da aliança com o povo, e luz para os gentios, 7 a fim de abrir os olhos dos cegos, e para tirar o cativo e os que jazem em trevas das suas cadeias e da casa da servidão. 8 Eu sou o Senhor Deus, este é o meu nome. Não darei a minha glória a outrem nem o meu louvor às imagens de escultura. 9 Eis que as coisas antigas vieram a passar, e assim também sucederá com as coisas novas que vos anuncio. Sim, antes que eu as realize vos são dadas a conhecer. 10 Cantai um hino novo ao Senhor, vós que sois o seu domínio; glorificai o seu nome desde a extremidade da terra, vós que desceis ao mar para nele navegar, as ilhas e os que nelas habitam. 11 Alegrai-vos, ó deserto e as suas aldeias, os vilarejos e os moradores de Quedar. Os habitantes da rocha se alegrarão e gritarão do topo das montanhas, 12 darão glória a Deus e proclamarão os seus louvores nas ilhas. 13 O Senhor Deus dos exércitos sairá e exterminará a guerra. Ele suscitará o seu zelo e gritará fortemente contra os seus inimigos. 14 Tenho estado quieto. Deverei estar para sempre em silêncio e refrear-me? Pois tenho suportado como uma mulher de parto. Agora irei causar espanto e esvaziar-me, de uma vez. 15 Tornarei desoladas as montanhas e as colinas, e toda a sua relva secará; transformarei os rios em ilhas e farei com que sequem as lagoas;16 guiarei os cegos por um caminho desconhecido para eles, levá-los-ei a trilhar sendas que não conheceram. Transformarei a escuridão em luz diante deles, e endireitarei o que é torto. Essas coisas eu irei fazer, e não os desampararei.
VÉSPERAS
Gênesis 18:20-33
20 E disse o Senhor: O clamor de Sodoma e Gomorra tem crescido para mim, e seus pecados são mui grandes. 21 Irei, pois, descer e ver se, de fato, eles correspondem plenamente ao clamor que chega até mim; e, se não for assim, que eu o saiba. 22 Então, os homens, tendo partido dali, vieram à Sodoma. Todavia Abraão ainda permanecia de pé diante do Senhor. 23 E Abraão aproximou-se, dizendo: Destruirás o justo com o ímpio? e deverá ser o justo igual ao ímpio? 24 Caso haja cinquenta justos na cidade, tu os destruirás? Não pouparias o lugar todo por causa dos cinquenta justos, se eles lá se encontrassem? 25 De maneira alguma farias tal coisa, de modo a destruir o justo com o ímpio, para que o justo devesse ser como o ímpio; de maneira alguma. Tu, que julgas o mundo inteiro, não farias justiça? 26 E o Senhor disse: Se houver na cidade de Sodoma cinquenta justos, eu pouparei a cidade inteira e todo o lugar, por causa deles. 27 Então, Abraão respondeu, dizendo: Agora, eis que eu tenho começado a falar ao meu Senhor, eu que sou terra e cinza. 28 Contudo, se os cinquenta justos devessem ser reduzidos a quarenta e cinco, destruirias toda a cidade por causa dos cinco a menos? E ele disse: Eu não irei destruí-los, se achar ali quarenta e cinco justos. 29 Todavia, ele continuou ainda a falar-lhe, dizendo: Mas, e se não forem encontrados ali senão quarenta? E ele respondeu: Eu não irei destruí-los, por causa dos quarenta. 30 Então, Abraão disse: Acontecerá alguma coisa, Senhor, se eu dever falar ainda? e se não forem encontrados ali senão trinta? E ele respondeu: Eu não irei destruí-los, por causa dos trinta. 31 Então, ele disse: Uma vez que me foi permitido falar com o Senhor: e se não forem encontrados ali senão vinte? E ele respondeu: Eu não irei destruí-los, se encontrar lá os vinte. 32 E ele disse: Haverá alguma coisa, Senhor, se eu ainda falar uma vez? Entretanto, e se forem encontrados ali somente dez? E ele disse: Eu não irei destruí-los, por amor dos dez. 33 Então, o Senhor partiu, tendo acabado de falar com Abraão. E Abraão voltou para o seu lugar.
Provérbios 16:17-17:17
17 As veredas da vida desviam-se do mal, e os caminhos da justiça são a duração da vida. Aquele que recebe instrução terá prosperidade, e o que respeita as repreensões será sábio. O que guarda os seus caminhos preserva a sua alma, e aquele que ama a vida fechará a sua boca. 18 A soberba precede a destruição, e a loucura vem antes da queda. 19 Melhor é o homem manso de espírito com humildade, do que aquele que divide os despojos com os orgulhosos. 20 O que é hábil nos seus negócios encontra o bem, porém aquele que confia em Deus é mais abençoado. 21 Os homens chamam de mal aos sábios e ao entendimento, mas os que são agradáveis na conversação aprenderão mais. 22 O entendimento é fonte de vida para os seus possuidores, contudo a instrução dos tolos é maligna. 23 O coração do sábio discerne as coisas que procedem da sua própria boca, e com os seus lábios ele usará de conhecimento. 24 Boas palavras são favos de mel, e a doçura dos mesmos é uma cura para a alma. 25 Existem caminhos que parecem estar certos ao homem, mas o fim deles olha para a profundidade do inferno. 26 Um homem que trabalha o faz para si mesmo, e afasta de si a sua ruína; 27 o maligno, entretanto, carrega a destruição na sua boca. O homem insensato cava o mal para si mesmo e entesoura fogo em seus próprios lábios. 28 O homem perverso espalha o mal, e com a sua maldade acenderá uma tocha de engano, separando os amigos. 29 O transgressor tenta envolver em armadilhas os seus amigos, conduzindo-os por caminhos que não são bons. 30 O homem que fixa os seus olhos inventa coisas perversas, e com os seus lábios entesoura todo o mal. É ele uma fornalha de maldades. 31 A velhice é uma coroa de honra, a qual se encontra nos caminhos da justiça. 32 Um homem lento para a cólera é melhor do que um homem forte, e aquele que governa o seu temperamento é melhor do que o conquistador de uma cidade. 33 Todos os males vêm sobre os ímpios, para os seus seios; entretanto, as coisas justas vêm do Senhor. 1 Melhor é um bocado apreciado em paz do que uma casa cheia de coisas boas e sacrifícios injustos, com rixas. 2 O servo sábio dominará sobre mestres loucos, e repartirá porções entre os irmãos. 3 Como a prata e o ouro são provados em uma fornalha, assim são os corações escolhidos pelo Senhor. 4 Um homem mau dá ouvidos à língua dos transgressores, mas o homem que é justo não atende aos lábios falsos. 5 Aquele que ri do pobre provoca ao que o fez, e o que se alegra com a destruição do outro não deverá ser tido por inocente; o que se compadece, entretanto, alcançará misericórdia. 6 Os filhos do filhos são a coroa dos anciãos, e os pais são a glória dos filhos. Os fiéis tem todo o mundo cheio de riquezas, mas os incrédulos nem mesmo um centavo. 7 Lábios fiéis não convirão a um tolo, nem lábios mentirosos a um homem justo. 8 A instrução traz, para aqueles que a usam, uma recompensa graciosa, e para onde quer se volte prosperará.9 Aquele que esconde as ofensas favorece o amor, mas o que despreza escondê-las separa amigos e parentes. 10 A ameaça quebra o coração do homem sábio; o tolo, contudo, embora açoitado não entende. 11 Todo homem maligno atiça contendas, mas o Senhor enviará contra ele um mensageiro impiedoso. 12 Preocupações podem ocorrer a um homem de entendimento; os insensatos, porém, irão encontrar males. 13 Aquele que recompensa o mal pelo bem, o mal não será removido de sua casa. 14 A regra justa dá poder às palavras; sedição e contenda, entretanto, precedem a pobreza. 15 Aquele que pronuncia o injusto justo e o justo injusto é imundo e abominável a Deus. 16 Por que tem riquezas o tolo? Pois um homem insensato não será capaz de adquirir sabedoria. Aquele que exalta a sua própria casa procura a ruína, e o que se desvia da instrução cairá na maldade. 17 Tenhas tu um amigo para todo o tempo, e que os irmãos sejam úteis nas adversidades; para esse motivo é que eles nascem.
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