17 de Março de 2023 (CC) / 04 de Março (CE)
São Gerásimo do Jordão, monge († 475)
Jejum
Tom 6
São Gerásimo nasceu em Lycia, Ásia Menor, onde abraçou a vida de eremita. Logo mudou-se para a Palestina e, por algum tempo, caiu nas heresias eutiquianas, mas Santo Eutímio o devolveu à verdadeira fé. Mais tarde, parece ter estado em várias comunidades da Tebaida, retornando, finalmente para a Palestina onde se tornou um amigo próximo de São João, o silencioso, de São Savas, de São Teoctisto e de Santo Atanásio de Jerusalém. Eram tantos os que o seguiam que o santo fundou um monastério com sessenta células, próximo da Jordânia e um convento para os iniciantes. Seus monges observavam rigorosamente o silêncio, dormiam em camas de junco e nunca acendiam fogo no interior das células, mesmo que as portas tivessem de ser mantidas sempre abertas. Alimentavam-se normalmente de pão, tâmaras e água, e dividiam o tempo entre a oração e o trabalho manual. A cada monge era atribuída uma tarefa específica que deveria estar pronto no sábado seguinte. Embora a regra já fosse muito severa, São Gerásimo a fazia ainda mais rigorosa para si próprio, e nunca deixou de fazer penitência em reparação por sua queda na heresia eutiquiana. Conta-se que, durante a Quaresma, o seu único alimento era a Eucaristia. Santo Eutímio lhe dedicava tal estima que lhe enviava, através dos seus discípulos, aqueles de seus seguidores que se sentiam chamados à mais alta perfeição. A fama de São Gerasimo só não era maior que a de São Savas. O ano de 451, durante o Concílio de Calcedônia, o seu nome ressoou por todo o Oriente. O monastério que havia fundado ainda florescia um século depois de sua morte.
No "Prado Espiritual" João Mosco deixou-nos uma história encantadora. Num certo dia em que o santo se encontrava às margens do Jordão, aproximou-se dele, mancando dolorosamente, um leão. Gerásimo examinou sua pata ferida, extraiu dela um pontiagudo espinho, lavou e fechou a pata da fera. Desde então, o leão saiu mais de perto do santo, e era tão dócil como qualquer outro animal de estimação. No monastério havia um burro que os monges se valiam dele para buscar água, e o leão era posto então para protegê-lo enquanto pastava. Num certo dia, alguns comerciantes árabes roubaram o pobre asno, e o leão teria voltado só para o monastério com os olhos muito tristes. O abade lhe disse, então: "Tu comeste o asno? Bendito seja Deus por isso! Mas, a partir de agora, farás o seu trabalho". O leão tinha de transportar água para a comunidade. Pouco tempo depois os mercadores árabes retornaram com o burro e três camelos; o leão lhes pôs em fuga e, segurando entre suas presas o cabresto do asno, o conduziu triunfalmente ao monastério junto com os camelos. São Gerásimo reconheceu seu erro e deu ao leão o nome de Jordânia. Quando o velho abade morreu, o leão estava inconsolável. O novo abade disse: «Jordânia, nosso amigo deixou-nos órfãos para ir se ao encontro do Senhor a quem ele servia, mas tu precisas continuar comendo». Mas o leão continuou rugindo tristemente. Finalmente o abade, chamado Savácio conduziu o leão até a tumba Gerásimo e, ajoelhando-se ao seu lado, disse: "Aqui está sepultado o teu mestre". O leão deitou-se no túmulo e começou a bater a cabeça contra o chão, ninguém conseguiu tirá-lo de lá e, alguns dias depois, foi encontrado morto. Segundo alguns autores, o leão que se tornou o símbolo de São Jerônimo, era na verdade de São Gerásimo. A confusão deriva provavelmente da grafia «Geronimus» de certos documentos.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
HORA SEXTA
Isaías 13:2-13
Levantai um estandarte na montanha da planície, erguei a voz para eles, acenai com a mão; abri os portões, vós governadores! Dei um comando, e os trouxe. Gigantes estão vindo para cumprir a minha ira, regozijando-se, e, ao mesmo tempo, insultando. Há uma voz de muitas nações sobre as montanhas, como aquela de inumerável multidão; uma voz de reis e de nações reunidas. O Senhor dos exércitos tem enviado o seu comando à uma nação guerreira, a fim de virem de uma terra distante, desde a extremidade do céu. O Senhor e os seus guerreiros estão vindo para destruir o mundo inteiro. Uivai, porque o dia do Senhor está perto, e a destruição de Deus deverá chegar. Por causa disso, todas as mãos se tornarão impotentes, e a alma de todo homem ficará consternada. Os anciãos estarão perturbados, dores apoderar-se-ão deles como as de uma mulher em trabalho de parto, e irão lamentar-se um para o outro; espantar-se-ão e mudarão o seu semblante, como uma chama. Pois eis que o dia do Senhor vem, do qual não se pode escapar; um dia de ira e furor, para fazer o mundo desolado e destruir nele os pecadores. Porque as estrelas dos céus, o Órion e todo o exército dos céus, não darão a sua luz; estará escuro ao nascer do sol, e a lua não fará resplandecer a sua luz. Eu enviarei males para o mundo inteiro e visitarei os pecados dos ímpios sobre eles; destruirei o orgulho dos transgressores e abaterei a soberba do altivo. Então os que forem deixados serão mais preciosos do que o ouro refinado pelo fogo; um homem será mais precioso do que a pedra que existe em Ofir. Porquanto o céu estará enfurecido e a terra será sacudida em seus fundamentos, por causa do ardor da ira do Senhor dos Exércitos, no dia em que vier.
VÉSPERAS
Gênesis 8:4-21
E a arca repousou, no sétimo mês, no vigésimo sétimo dia do mês, nas montanhas de Ararate. A água continuou a diminuir até o décimo mês. E no décimo mês, no primeiro dia do mês, os cumes dos montes tornaram-se visíveis. Sucedeu que, depois de quarenta dias, Noé abriu a janela da arca que havia feito, soltando um corvo. Esse saiu e não voltou mais até que a água se secou de sobre a terra. E enviou uma pomba, depois disso, para ver se a água tinha deixado a terra. Contudo, a pomba, por não haver encontrado descanso para os seus pés, voltou para ele na arca; porquanto havia água sobre toda a face da terra. Estendeu ele a mão e a apanhou, recolhendo-a consigo na arca. E esperou ainda outros sete dias, voltando a soltar a pomba da arca. A pomba voltou a ele, à tardinha, e trazia uma folha de oliveira, em um raminho, na sua boca. Então Noé entendeu que a água tinha diminuído na terra. Esperou ele ainda outros sete dias e voltou a soltar a pomba, mas ela não retornou a ele novamente. E aconteceu que no ano seiscentos e um da vida de Noé, no primeiro mês, no primeiro dia do mês, a água se afastou da terra. Noé abriu a cobertura da arca que tinha feito e viu que a água havia sumido da face da terra. No segundo mês a terra secou-se, no vigésimo sétimo dia do mês. E o Senhor Deus falou com Noé, dizendo: Sai da arca, tu, tua esposa e teus filhos, e as esposas de teus filhos, contigo; e a todos os animais selvagens que estão contigo, e a toda a carne, tanto de aves quanto de animais domésticos, e a todo réptil que se desloca sobre a terra, traze contigo. Crescei e multiplicai-vos sobre a terra. Noé saiu, e sua esposa, seus filhos e as esposas de seus filhos saíram com ele. Todos os animais selvagens, todos os animais domésticos, todas as aves e todos os répteis que se arrastam sobre a terra, segundo a sua espécie, saíram da arca. Noé construiu um altar ao Senhor, e tendo tomado de todos os animais limpos e de toda a ave limpa ofereceu um holocausto sobre o altar. E o Senhor Deus aspirou um aroma agradável. Então o Senhor Deus considerou, e disse: Não irei amaldiçoar mais a terra por causa das obras dos homens, porque a imaginação do homem está intencionalmente posta nas coisas malignas, desde a sua juventude. Não irei mais ferir todos os seres vivos, como já fiz.
Provérbios 10:31-11:12
A boca do justo goteja sabedoria; no entanto, a língua dos injustos será arrancada. Os lábios dos justos derramam graça; a boca dos ímpios, todavia, é perversa.1 Balanças fraudadas são uma abominação diante do Senhor, mas o peso justo é aceitável a ele. Onde quer que o orgulho entre, haverá também desgraça; todavia a boca do que é humilde medita na sabedoria. Quando um homem justo morre, deixa pesar; contudo a destruição dos ímpios é rápida e causa alegria. A justiça traça caminhos irrepreensíveis; a impiedade, entretanto, busca negociação injusta. A justiça dos homens retos os livra, mas os traiçoeiros são apanhados em sua própria destruição. Com a morte de um homem justo a sua esperança não morre, porém o gabar-se dos ímpios perece. O justo escapa do laço, e o ímpio é entregue em seu lugar. Na boca dos ímpios há uma armadilha para os cidadãos, mas a compreensão dos homens justos é bem-sucedida. Na prosperidade dos justos uma cidade também prospera; entretanto, pela boca dos ímpios é derrubada. O homem falto de entendimento zomba de seus concidadãos, mas o sensato é tranquilo.
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