terça-feira, 26 de setembro de 2023

17ª Terça-feira Depois de Pentecostes

PRÉ-FESTA DA EXALTAÇÃO DA SANTA E VIVIFICANTE CRUZ
26 de Setembro de 2023 (CC) / 13 de Setembro (CE)
Dedicação da Basílica da Ressurreição em Jerusalém († 335)
S. Cornélio Centurião, mártir († séc. I).
Tom 7



Quando a santa Imperatriz Helena encontrou a cruz de nosso Senhor em Jerusalém, permaneceu por algum tempo na Cidade Santa, e construiu igrejas no Getsêmani e Belém, e no Monte das Oliveiras, assim como nos outros lugares de destaque na vida e na obra do Senhor Jesus Cristo. No Gólgota, onde encontrou a Cruz Honrosa, Helena começou a construção de uma igreja enorme. A igreja foi concebida para abranger o Lugar da Caveira, onde o Senhor foi crucificado, bem como o local onde ele foi sepultado. A Imperatriz queria incluir o lugar de seu sofrimento e do local de sua glória sob o mesmo teto. No entanto, Helena repousou no Senhor antes desta majestosa igreja ser concluída.

A conclusão da obra coincidiu com a celebração do trigésimo ano do reinado de Constantino. Assim, a consagração da igreja e o jubileu do Imperador foram comemorados no mesmo dia, 13 de setembro, 335. Um concílio local de bispos estava sendo realizado em Tiro nesse momento. Estes bispos, e muitos outros, vieram a Jerusalém para a solene consagração da Igreja da Ressurreição do Senhor. Foi então estabelecido que este dia um dia de vitória e triunfo para a Igreja de Cristo, seria solenemente comemorada todos os anos. 
Comemoração de São Cornélio, o Centurião
As referências a este santo encontram-se nas Sagradas Escrituras onde afirmam: 
«E havia em Cesaréia um homem de nome Cornélio, centurião da corte chamada italiana, piedoso e temente a Deus, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo, e de contínuo orava a Deus». (At 10,1-2). 
A tradição nos informa também que Cornélio pregava a palavra de Deus e ensinava nas cidades de Faniqui, Chipre, Antioquia e Éfeso. Finalmente, foi eleito e ordenado bispo de Misias e, sua atitude de oposição firme aos idólatras resultou em muitos e bons frutos. Mais tarde, Cornélio foi denunciado e levado à presença de Demétrio, prefeito da cidade, que o conduziu a um templo pagão lotado de pessoas, ordenando-lhe que fizesse ali uma oferenda aos deuses pagãos. Cornélio, no entanto, não só se manteve firme em sua fé, mas também aproveitou daquela ocasião para pregar o Evangelho de Jesus Cristo a toda aquela gente que enchia o templo pagão. No meio da multidão encontrava-se a esposa e o filho do prefeito Demétrio. Cornélio, voltando-se de repente para Demétrio, comentou: 
«Nada de mal acontecerá a sua família!» 
Estas palavras deixaram o prefeito perplexo e curioso. De fato, quando o santo deixou o templo, houve um grande terremoto que colocou abaixo suas colunas e paredes, soterrando muitas pessoas sob seus escombros. A mulher e o filho do prefeito, milagrosamente, saíram ilesos. Depois disso, Demétrio e toda a sua família se fizeram batizar.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Efésios 2:19-3:7

Fragmento 222 - Irmãos, vós não sois mais estrangeiros, nem forasteiros, antes sois concidadãos dos santos e membros da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o Próprio Cristo Jesus a principal pedra da esquina; no Qual todo o edifício bem ajustado cresce para templo santo no Senhor, no Qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito. Por esta razão eu, Paulo, tornei-me prisioneiro de Cristo Jesus por amor de vós gentios, se é que tendes ouvido a dispensação da graça de Deus, que para convosco me foi dada; como pela revelação me foi manifestado o mistério, conforme acima em poucas palavras vos escrevi, pelo que, quando ledes, podeis perceber a minha compreensão do mistério de Cristo, o qual em outras gerações não foi manifestado aos filhos dos homens, como se revelou agora no Espírito aos Seus santos apóstolos e profetas, a saber, que os gentios são coerdeiros e membros do mesmo corpo e coparticipantes da promessa em Cristo Jesus por meio do Evangelho; do qual fui feito ministro, segundo o dom da graça de Deus, que me foi dada conforme a operação do Seu poder.

Marcos 11:11-23

Fragmento 50 - Naquela ocasião, Jesus entrou em Jerusalém, no templo, e, tendo visto tudo em redor, como fosse já tarde, saiu para Betânia com os doze. E, no dia seguinte, quando saíram de Betânia, teve fome. E, vendo de longe uma figueira que tinha folhas, foi ver se nela acharia alguma coisa; e, chegando a ela, não achou senão folhas, porque não era tempo de figos. E Jesus, falando, disse à figueira: Nunca mais coma alguém fruto de ti. E os Seus discípulos ouviram isto. E vieram a Jerusalém; e Jesus, entrando no templo, começou a expulsar os que vendiam e compravam no templo; e derrubou as mesas dos cambiadores e as cadeiras dos que vendiam pombas. E não consentia que alguém levasse algum vaso pelo templo. E os ensinava, dizendo: 

Não está escrito: “A Minha casa será chamada, por todas as nações, casa de oração?” Mas vós a tendes feito covil de ladrões.

E os escribas e príncipes dos sacerdotes, tendo ouvido isto, buscavam ocasião para O matar; pois eles O temiam, porque toda a multidão estava admirada acerca da Sua doutrina. E, sendo já tarde, saiu para fora da cidade. E eles, passando pela manhã, viram que a figueira se tinha secado desde as raízes. E Pedro, lembrando-se, disse-lhe: Mestre, eis que a figueira, que Tu amaldiçoaste, se secou. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Tende fé em Deus; porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.

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COMENTÁRIO

A narrativa de São Marcos visa transmitir o ensino de Cristo sobre o poder da fé, mediada por um coração puro e justo. Os verdadeiros milagres não têm por finalidade o exibicionismo, alimentar a vaidade e orgulho daquele que ora, fazendo-o santo e poderoso aos olhos dos homens. Para lançar os montes no mar, é preciso antes fazer naufragar a fortaleza do ego no mar da justiça e da misericórdia. O demônio tem levantado muitos falsos profetas que operam abundantemente sinais e prodígios da mentira com o intuito de fazer tropeçar os homens (mas ainda não vimos nenhum deles transportar sequer uma duna, quanto mais uma montanha).

A oração de um coração justo para consigo (posto que reconhece seus pecados) e para com o próximo (pois transmite para o semelhante a mesma misericórdia com que Deus lhe trata), eleva aquele que ora à plena comunhão com Deus, o Qual jamais recusará suas petições.

Os santos dão testemunho desta realidade e demonstraram tal dimensão justa da alma. Abraão não levou em conta a avareza de Ló, provendo-lhe socorro quando dele precisara em sua escravidão. José não guardou ressentimento dos seus irmãos assassinos e mercadores. Moisés não levou em consideração a afronta dos seus contemporâneos, preferindo ser anátema com eles do que se salvar sem eles. Paulo também demonstra essa mesma predisposição. Estêvão, o primeiro mártir da Igreja, suplica a Deus o perdão para seus algozes e João se recusa usar o seu poder apostólico para destruir os que se lhe opõem. Assim, São Tiago mostra em sua epístola a causa da oração inoperante: uma alma dobre.

Temos, pois, a nos rodear uma tão grande nuvem de testemunhas que nos atestam do poder de Deus operando em suas almas justas.

Pe. Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

SENHOR, o meu coração não é soberbo e nem altivos os meus olhos; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas  para mim. Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada. Senhor, quem há que possa discernir os seus pecados? Perdoa a minha ignorância. Também da soberba guarda o teu servo, para que ela não domine sobre mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!

Salmo 130:1,2; 18:12-14 (131;1,2; 19:12-14)

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