14 de Setembro 2023 (CC) / 01 de Setembro (CE)
Ano Novo Eclesiástico
São Simeão, o Estilita (459 dC), e sua irmã Santa Marta (428 d.C)
São Simeão, o Estilita (459 dC), e sua irmã Santa Marta (428 d.C)
Tom 5
O Primeiro Concílio Ecumênico (Nicéia, 325) decretou que o ano eclesial começasse em 1º. de setembro. Para os antigos hebreus, o mês de setembro era o início do ano civil (Êxodo 23:16), mês de realizar-se a colheita e de ofertar ações de graças a Deus. Foi na ocasião desta festa em que o Senhor Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré (Lucas 4: 16-21), abriu o livro do Profeta Isaías e leu as palavras:
"O Espírito do Senhor repousa sobre Mim para pregar boas-novas aos humildes; enviou-me para reerguer o angustiado, proclamar a liberdade aos cativos, abrir a prisão aos aprisionados e proclamar um ano da graça do Senhor, o dia da vingança de nosso Deus e confortar todos os aflitos" (Isaías 61: 1-2).
O mês de setembro também é de suma importância para a história do Cristianismo, porque o Imperador Constantino, o Grande, derrotou Maxêncio, inimigo da fé cristã, em setembro. Após a vitória, Constantino conferiu liberdade de confissão à Fé Cristã em todo o Império Romano. Por muito tempo, o ano civil do mundo cristão seguia o ano eclesial com o início em 1º de setembro. Mais tarde, o ano civil foi modificado, transferindo seu começo para 1º de janeiro. Primeiramente, a mudança ocorreu na Europa Ocidental e, tempos mais tarde, na Rússia, sob Pedro, o Grande.
Em comemoração a este dia, a Santa Igreja reza:
"Ó Criador e Artífice de todas as coisas visíveis e invisíveis", abençoe esta coroação do ano, conceda estações frutíferas e chuvas do céu para os que estão na terra; abençoe nossas idas e vindas, dirija as obras das nossas mãos e concede-nos o perdão das ofensas; outorgue a paz às Tuas Igrejas, derrube as heresias, preserve invictas as nossas cidades; alegre os nossos Soberanos fiéis pelo Teu poder, dando-lhes vitórias contra os inimigos".
Leituras Comemorativas1 Timóteo 2:1-7Lucas 4:16-22
São Simeão, o EstilitaSimeão, de santa e famosa memória, deu origem ao costume de ficar em pé no topo de uma coluna, ocupando um lugar pequeno de apenas dois cúbitos de circunferência. Domnus, que era Bispo de Antioquia, ao visitar Simeão, ficou estupefato com a singularidade de sua posição e de seu modo de vida, ficando desejo em possuir em sua vida uma maior interação mística. Eles combinaram de se encontrarem para juntos celebrarem os Divinos Mistérios, e tendo consagrado os santos dons, ministraram um ao outro a comunhão vivificante.
Este homem, querendo viver na carne a natureza das hostes celestes, elevou-se acima das preocupações mundanas, e, sobrepujando a tendência da natureza humana para a decadência, dirigiu sua intenção para as coisas do alto; colocado entre a terra e os Céus, entrou em comunhão com Deus, e se uniu com os anjos na adoração a Ele. Da terra, oferecia suas intercessões por toda a humanidade, e dos Céus, se derramava sobre eles o favor Divino.
Um relato de seus milagres foi escrito por um daqueles que os testemunharam, e um registro eloquente por Teodoreto, Bispo de Chipre, apesar de ambos terem omitido um episódio particular, cuja lembrança é ainda viva nos habitantes do santo deserto, dos quais aprendi o que se segue:
"Quando Simeão, esse anjo sobre a terra, esse cidadão da Jerusalém Celeste ainda em carne, inventou esse estranho e até então desconhecido caminho, os habitantes do santo deserto enviaram uma pessoa até ele, levando com um pedido para que desse uma razão para hábito tão singular, a saber, o porquê, abandonando o caminho trilhado pelos santos, ele perseguia outro ignorado pela humanidade; e, mais ainda, para que ele descesse [do pilar] e percorresse o caminho dos Padres. Eles, ao mesmo tempo, deram ordens para que se ele manifestasse prontidão em descer, que ficasse livre para percorrer o caminho que escolhesse, já que sua obediência seria prova suficiente que perseverou guiado por Deus: mas que ele fosse retirado pela força caso manifestasse repúdio ou, se seduzido por sua própria vontade, recusasse ser guiado implicitamente pelo pedido.
Quando a pessoa delegada chegou e anunciou o pedido dos Padres, Simeão, seguindo a injunção, deu imediatamente um passo para a frente. Então o delegado o declarou livre par seguir seu próprio caminho, dizendo, 'seja corajoso e continue; o lugar que você escolheu é de Deus'.
Esta circunstância, que é omitida por aqueles que escreveram sobre ele, é, segundo penso, digna de ser lembrada. Em tão grande medida ele foi tomado pela graça divina, que, quando Teodósio proclamou uma lei de que as sinagogas que foram tomadas pelos cristãos fossem restauradas aos judeus de Antioquia, ele escreveu ao Imperador com censura tão veemente e livre, como se não se subordinasse a ninguém senão a seu soberano imediato, que Teodósio reviu sua ordem, e favoreceu aos cristãos em todos os aspectos, depondo, inclusive, o prefeito que havia sugerido a medida.
[...] Simeão prosseguiu nesse modo de vida por cinquenta e seis anos, nove dos quais ele passou no primeiro mosteiro, onde foi instruído no conhecimento divino, e quarenta e sete em Mandra[...].''
Cf. Evagrius Scholasticus, História EclesiásticaLivro I, Capítulo XIII: Simeão, o estilita.5
Leituras ComemorativasColossenses 3:12-16Mateus 11:27-30
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Gálatas 3:23-4:5
Fragmento 208B - Irmãos, antes de vir a Fé, estávamos sob a tutela da Lei, até o tempo em que a Fé seria revelada. Assim, a Lei foi nossa tutora para nos levar a Cristo, para que fôssemos justificados pela fé; após o advento da Fé, não estamos mais sob tutelagem, pois todos vós sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Todos vós que fostes batizados em Cristo vos revestistes de Cristo. Não há mais judeu, nem gentio; não há escravo nem livre; não há macho nem fêmea: Porque todos vós sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo, sois descendência de Abraão e herdeiros segundo a promessa. Direi também: O herdeiro, enquanto na infância, não é diferente do escravo, pois, embora seja o senhor de tudo, está sujeito a curadores e mordomos até o tempo determinado pelo pai. Assim, quando crianças, éramos escravos dos rudimentos do mundo; mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.
Marcos 6:30-45
Fragmento 25 - Naquela época, reuniram-se os apóstolos com Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Ao que Ele lhes disse: Vinde vós, à parte, para um lugar deserto, e descansai um pouco. Porque eram muitos os que vinham e iam, e não tinham tempo nem para comer. Retiraram-se, pois, no barco para um lugar deserto, à parte. Muitos, porém, os viram partir, e os reconheceram; e para lá correram a pé de todas as cidades, e ali chegaram primeiro do que eles. E Jesus, ao desembarcar, viu uma grande multidão e compadeceu-Se deles, porque eram como ovelhas que não têm pastor; e começou a ensinar-lhes muitas coisas. Estando a hora já muito adiantada, aproximaram-se d’Ele Seus discípulos e disseram: O lugar é deserto, e a hora já está muito adiantada; despede-os, para que vão aos sítios e às aldeias, em redor, e comprem para si o que comer. Ele, porém, lhes respondeu: Dai-lhes vós de comer. Então eles Lhe perguntaram: Havemos de ir comprar duzentos denários de pão e dar-lhes de comer? Ao que Ele lhes disse: Quantos pães tendes? Ide ver. E, tendo-se informado, responderam: Cinco pães e dois peixes. Então lhes ordenou que a todos fizessem reclinar-se, em grupos, sobre a relva verde. E reclinaram-se em grupos de cem e de cinquenta. E tomando os cinco pães e os dois peixes, e erguendo os olhos ao céu, os abençoou; partiu os pães e os entregava a seus discípulos para lhe servirem; também repartiu os dois peixes por todos. E todos comeram e se fartaram. Em seguida, recolheram doze cestos cheios dos pedaços de pão e de peixe. Ora, os que comeram os pães eram cinco mil homens. Logo em seguida obrigou os seus discípulos a entrar no barco e passar adiante, para o outro lado, a Betsaida, enquanto ele despedia a multidão.
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