31ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

02 de janeiro de 2013 (CC) 20 de Dezembro de 2012 (CE)

Pré festa do Natal de N.S. Jesus Cristo

S. Inácio Teóforo, bispo de Antioquia, hieromártir († 107).

Tiago 1:1-18

     1 Tiago, servo de Deus e do Senhor Jesus Cristo, às doze tribos da Dispersão, saúde.    2 Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por várias provações,    3 sabendo que a aprovação da vossa fé produz a perseverança;    4 e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma.    5 Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente e não censura, e ser-lhe-á dada.    6 Peça-a, porém, com fé, não duvidando; pois aquele que duvida é semelhante à onda do mar, que é sublevada e agitada pelo vento.    7 Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa,    8 homem vacilante que é, e inconstante em todos os seus caminhos.    9 Mas o irmão de condição humilde glorie-se na sua exaltação,    10 e o rico no seu abatimento; porque ele passará como a flor da erva.    11 Pois o sol se levanta em seu ardor e faz secar a erva; a sua flor cai e a beleza do seu aspecto perece; assim murchará também o rico em seus caminhos.    12 Bem-aventurado o homem que suporta a provação; porque, depois de aprovado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu aos que o amam.    13 Ninguém, sendo tentado, diga: Sou tentado por Deus; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e ele a ninguém tenta.    14 Cada um, porém, é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência;    15 então a concupiscência, havendo concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, sendo consumado, gera a morte.    16 Não vos enganeis, meus amados irmãos.    17 Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.    18 Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas.   

Marcos 10:11-16

     11 Ao que lhes respondeu: Qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério contra ela;    12 e se ela repudiar seu marido e casar com outro, comete adultério.    13 Então lhe traziam algumas crianças para que as tocasse; mas os discípulos o repreenderam.    14 Jesus, porém, vendo isto, indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim as crianças, e não as impeçais, porque de tais é o reino de Deus.    15 Em verdade vos digo que qualquer que não receber o reino de Deus como criança, de maneira nenhuma entrará nele.    16 E, tomando-as nos seus braços, as abençoou, pondo as mãos sobre elas. 

COMENTÁRIO

Ao comentar os textos de hoje optei por publicar as duas versões que eu preparara, ao invés de editá-las em uma, achei por bem apresentar as duas versões, que são basicamente as mesmas, mas com algumas pequenas nuanças que as distinguem.

Hieromártir Inácio, Teóforo

Este homem santo é chamado de “Teóforo” (portador de Deus), porque ele sempre tinha o nome do Deus vivo em seu coração e em seus lábios. Segundo a tradição, Inácio foi chamado assim porque ele estava nos braços do Deus encarnado, Jesus Cristo. Num dia em que o Senhor estava ensinando Sua humildade aos discípulos, Ele tomou um menino, colocou-o entre eles, dizendo: “Portanto, aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no Reino dos céus” (Mateus 18:4). Esta criança foi Inácio.

Mais tarde, Inácio tornou-se um discípulo de São João, o Teólogo, juntamente com Policarpo, bispo de Esmirna. Como Bispo de Antioquia, Inácio governou a Igreja de Deus, como um bom pastor e foi o primeiro a introduzir o antifonal cantado na Igreja, em que dois coros cantam alternativamente. Esta maneira de cantar foi revelada a Santo Inácio pelos anjos no céu.

Quando o Imperador Trajano estava passando por Antioquia em seu caminho para fazer a batalha com os persas, tendo ouvido falar de Inácio, convocou-o e aconselhou-o a oferecer sacrifício aos ídolos. Se ele fizesse isso, Trajano iria conceder-lhe o posto de senador. Como os conselhos e ameaças do imperador foram em vão, Santo Inácio foi algemado em ferros e enviado a Roma na companhia de 10 soldados impiedosos, para ser jogado às feras. Inácio se alegrou em seu sofrimento para o seu Senhor, orando a Deus para que somente as feras se tornassem o túmulo para o seu corpo e que ninguém pudesse impedi-lo de sua morte.

Depois de um longo e difícil caminho pela Ásia passando pela Trácia, Macedônia e Épiro, Inácio chegou a Roma, onde foi jogado aos leões no circo. Os leões o dilaceraram, deixando apenas alguns dos ossos maiores e seu coração.

Este amante da glória do Senhor Jesus Cristo padeceu no ano 106, em Roma, no tempo do Imperador Trajano. Inácio tem aparecido muitas vezes do outro mundo e feito milagres, e até hoje tem ajudado a todos os que o invocam pedindo ajuda.

Tropário – Modo 4

Imitador dos Apóstolos na sua vida, seu sucessor nos seus tronos,

encontraste na prática das virtudes, ó inspirado de Deus,

o caminho que conduz à contemplação.

E também pregando fielmente a Palavra da Verdade,

lutaste pela Fé até ao martírio, ó Pontífice e Mártir Inácio.

Roga a Cristo, nosso Deus, que salve as nossas almas.

A FESTA DO NATAL NA IGREJA ORTODOXA (CALENDÁRIO E COSTUMES) – Parte I

A Festa Ortodoxa da Natividade tem início hoje e termina com a Festa da Epifania. A Natividade é precedida de 40 dias de jejum, que começam a 15 de Novembro. Este é um tempo de reflexão, contenção pessoal e cura pelo Sacramento da Reconciliação.

Na realidade a Igreja Ortodoxa também celebra o Natal no dia 25 de dezembro, mas em conformidade com o Calendário Juliano e não com o Calendário Gregoriano (seguido por Católicos-Romanos e Protestantes). Existe atualmente uma diferença de treze dias entre ambos os Calendários, o que faz na comemoração do Natal, o dia 25 de Dezembro do Calendário Juliano corresponder ao dia 7 de Janeiro do Calendário Gregoriano. Logo, quem segue este último calendário antecede sempre em treze dias o Natal e todas as outras comemorações fixas ao longo do ano, relativamente àqueles que mantêm o Calendário Juliano.

A partir do ano de 1924 o Patriarcado de Constantinopla, por razões de Estado e de conduta ecumênica, procedeu uma “revisão” do Calendário Juliano na qual se mantêm a data da Páscoa Juliana e adapta as demais datas ao Calendário Gregoriano, que ficou conhecida como “Novo Calendário” ou “Calendário Juliano Revisado”. Esta atitude unilateral do Patriarcado de Constantinopla resultou em grandes tensões internas que perduram até os dias hoje, pois fere a unidade litúrgica e a eclesiologia Ortodoxa, na qual decisões como esta devem ser tomadas em Concílio Geral, e não isoladamente, em particular.

O Calendário Gregoriano foi criado a partir de uma revisão do Calendário Juliano empreendida no séc. XVI pela Igreja Católica Romana e tornado oficial e obrigatório para os católicos romanos do mundo inteiro em 1582, através de bula papal assinada pelo Papa Gregório XIII (daí o nome “Calendário Gregoriano”).

A mudança para o calendário gregoriano, mesmo civilmente, não foi tão rapidamente assimilada, deu-se ao longo de mais de três séculos. Primeiramente foi adotado por Portugal, Espanha, Itália e Polônia; e de modo sucessivo, pela maioria dos países católicos europeus. Os países onde predominava o luteranismo e o anglicanismo tardariam a adotá-lo, caso da Alemanha (Baviera, Prússia e demais províncias) (1700) e Reino da Grã-Bretanha (Inglaterra, País de Gales e Escócia) (1752). A adoção deste calendário pela Suécia foi tão problemática que até gerou o dia 30 de fevereiro. A China aprova-o em 1912, a Bulgária em 1916, a Rússia Soviética (e não a Igreja) em 1918, a Romênia em 1919, a Grécia em 1923 e a Turquia em 1926.