14 de Janeiro de
2013 (CC) 01 de Janeiro (CE)
Circuncisão de Nosso Senhor Jesus Cristo; S. Basílio, o Grande,
arcebispo de Cesaréia;
Luzia, virgem e mártir (séc. IV).
DIVINA LITURGIA DE SÃO BASÍLIO,
O GRANDE
Colossenses 2:8-12
8 Tendo cuidado para que
ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a
tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo
Cristo; 9 porque nele habita corporalmente toda a plenitude da
divindade, 10 e tendes a vossa plenitude nele, que é a cabeça de
todo principado e potestade, 11 no qual também fostes
circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da
carne, a saber, a circuncisão de Cristo; 12 tendo sido sepultados
com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus,
que o ressuscitou dentre os mortos;
Lucas 2:20-21,
40-52
20 E voltaram os pastores, glorificando e
louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora
dito. 21 Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado
o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de
ser concebido. 40 E o menino ia crescendo e fortalecendo-se,
ficando cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele. 41
Ora, seus pais iam todos os anos a Jerusalém, à festa da páscoa.
42 Quando Jesus completou doze anos, subiram eles segundo o costume da
festa; 43 e, terminados aqueles dias, ao regressarem, ficou o
menino Jesus em Jerusalém sem o saberem seus pais; 44 julgando,
porém, que estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um
dia, e o procuravam entre os parentes e conhecidos; 45 e não o
achando, voltaram a Jerusalém em busca dele. 46 E aconteceu que,
passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores,
ouvindo-os, e interrogando-os. 47 E todos os que o ouviam se
admiravam da sua inteligência e das suas respostas. 48 Quando o
viram, ficaram maravilhados, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que procedeste
assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.
49 Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar
na casa de meu Pai? 50 Eles, porém, não entenderam as palavras que
lhes dissera. 51 Então, descendo com eles, foi para Nazaré, e
era-lhes sujeito. E sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.
52 E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e
dos homens.
A Festa da Circuncisão do Nosso Senhor Jesus Cristo
A Santa Tradição
observa a Festa da Circuncisão de nosso Senhor, oito dias depois da Natividade
. Esta Festa é comemorada em 01 de janeiro e não tem nem uma “Pré-Festa” e nem uma “Pós-Festa”.
No oitavo dia
após seu nascimento, nosso Senhor Jesus Cristo foi circuncidado de acordo com a
Lei do Antigo Testamento. Todos os bebês do sexo masculino foram submetidos a
circuncisão como um sinal da aliança de Deus com o santo Antepassado Abraão e
seus descendentes (Gênesis 17:10-14, Lev. 12:3).
Após este ritual
do Divino Infante foi dado o nome de Jesus, como o Arcanjo Gabriel declarou no
dia da Anunciação para a Santíssima Theotokos (Lucas 1:31-33, 2:21). Os Padres
da Igreja explicam que o Senhor, o Criador da Lei, passou pela circuncisão a
fim de dar às pessoas um exemplo de como fielmente os preceitos Divinos devem
ser cumpridos. O Senhor foi circuncidado para que mais tarde ninguém tivesse
dúvida de que Ele realmente havia assumido a carne humana, e que a Sua
encarnação não foi meramente uma ilusão, como certos hereges (Docetistas) ensinavam.
No Novo
Testamento, o ritual da circuncisão deu lugar ao mistério do batismo, do qual
era prefiguração (Colossenses 2:11-12). Ao cumprir a Lei da circuncisão, Nosso
Senhor queria significar que Ele é a plenitude e a conclusão da Antiga Aliança.
São Paulo diz, na epístola Lição lida na festa:
“Pois [Jesus] toda a plenitude da divindade habita
corporalmente, e você veio para a plenitude da vida nele, que é a cabeça de
todo poder e autoridade. Nele também fostes circuncidados com a circuncisão não
feita por mãos, colocando fora do corpo de carne na circuncisão de Cristo” (Cl 2:9-11).
Os primeiros
relatos da Festa da Circuncisão do Senhor se dão a partir dos meados do século
IV. Um Canon da Festa foi escrito por Santo Estêvão do Mosteiro de São Sava (28
de outubro e 13 de Julho).
Além da
circuncisão, que o Senhor aceitou como um sinal da aliança de Deus com a
humanidade, Ele também recebeu o Nome de Jesus (Salvador), no oitavo dia após
seu nascimento como uma indicação de seu serviço e obra da salvação do mundo (
Mt.1: 21, Marcos 9:38-39, 16:17, Lucas 10:17, Atos 3:06, 16; Phil 2:9-10).
Estes dois eventos, a circuncisão do Senhor e Sua Nomeação, recordam aos
cristãos que eles têm entrado em uma nova aliança com Deus e "são circuncidados com a circuncisão
não feita por mãos, no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de
Cristo" (Colossenses 2:11). O próprio nome "cristão" é um sinal de entrada da humanidade para uma
Nova Aliança com Deus.
Do Tratado Sobre o Espírito Santo, de São Basílio Magno,
O Senhor
vivifica seu corpo no Espírito
Dá-se o nome
de espiritual a quem já não vive segundo a carne mas sob a moção do Espírito de
Deus, é chamado filho de Deus e tornou-se conforme à imagem do Filho de Deus. E
assim como a capacidade de ver só se encontra em olhos sãos, também a ação do
Espírito só se exerce na alma purificada.
Do mesmo modo
que a palavra está em nosso íntimo, seja como simples pensamento do coração, ou
proferida pelos nossos lábios, assim também o Espírito Santo, quando dá
testemunho a nosso espírito e clama em nosso coração Abba, Pai (Gl 4,6), ou
quando fala por meio de nós, conforme foi dito: Não sois vós que falais, mas sim
o Espírito de vosso Pai é que fala através de vós (cf. Mt 10,20).
Por outro
lado, compreendemos o Espírito como um todo que se encontra em cada uma das
partes, ao distribuir os seus dons. Somos todos membros uns dos outros, mas
possuímos dons diferentes, conforme a graça de Deus que nos é dada. Por isso, o
olho não pode dizer à mão: “Não preciso de ti”. Nem a cabeça pode dizer aos
pés: “Não preciso de vós” (1Cor 12,21). Pelo contrário, todos os membros
reunidos constituem o corpo de Cristo na unidade do Espírito e são solidários
uns para com os outros, conforme os seus dons.
Foi Deus quem
dispôs os membros no corpo, cada qual como ele quis. Por sua vez, os membros
têm solicitude uns para com os outros, pela mútua afeição nascida de sua
comunhão no mesmo espírito. E, assim, se um membro sofre, todos os membros
sofrem com ele; se é honrado, todos os membros se regozijam com ele (1Cor
12,26). Do mesmo modo como as partes estão no todo, também cada um de nós está
no Espírito, pois todos nós que formamos um só corpo, fomos batizados num só
Espírito.
E tal como no
Filho se vê o Pai, no Espírito se vê o Filho. Por isso, adorar no Espírito
significa que a atividade de nossa mente se realiza na luz, como se pode
deduzir do que foi dito à Samaritana. Ela julgava que se devia adorar a Deus
num lugar determinado, segundo o modo errado de pensar do seu povo. O Senhor,
porém, esclareceu-a, dizendo que se devia adorar em Espírito e em Verdade (cf.
Jo 4,23), designando-se a si próprio como a Verdade. Da mesma forma que falamos
de uma adoração no Filho, como na imagem de Deus Pai, também podemos
referir-nos a uma adoração no Espírito, uma vez que mostra em si mesmo a
divindade do Senhor.
Portanto,
para falar com exatidão e coerência, devemos dizer que na iluminação do
Espírito Santo contemplamos o esplendor da glória de Deus. E por meio do sinal
do Espírito somos conduzidos àquele de quem o Espírito é sinal e selo
autêntico.
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