segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

33ª Segunda-feira Depois de Pentecostes



14 de Janeiro de 2013 (CC) 01 de Janeiro (CE)
Circuncisão de Nosso Senhor Jesus Cristo; S. Basílio, o Grande, arcebispo de Cesaréia; 
Luzia, virgem e mártir (séc. IV).



DIVINA LITURGIA DE SÃO BASÍLIO, O GRANDE


Colossenses 2:8-12

     8 Tendo cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;    9 porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade,    10 e tendes a vossa plenitude nele, que é a cabeça de todo principado e potestade,    11 no qual também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos no despojar do corpo da carne, a saber, a circuncisão de Cristo;    12 tendo sido sepultados com ele no batismo, no qual também fostes ressuscitados pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dentre os mortos;   

Lucas 2:20-21, 40-52

     20 E voltaram os pastores, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes fora dito.    21 Quando se completaram os oito dias para ser circuncidado o menino, foi-lhe dado o nome de Jesus, que pelo anjo lhe fora posto antes de ser concebido.    40 E o menino ia crescendo e fortalecendo-se, ficando cheio de sabedoria; e a graça de Deus estava sobre ele.    41 Ora, seus pais iam todos os anos a Jerusalém, à festa da páscoa.    42 Quando Jesus completou doze anos, subiram eles segundo o costume da festa;    43 e, terminados aqueles dias, ao regressarem, ficou o menino Jesus em Jerusalém sem o saberem seus pais;    44 julgando, porém, que estivesse entre os companheiros de viagem, andaram caminho de um dia, e o procuravam entre os parentes e conhecidos;    45 e não o achando, voltaram a Jerusalém em busca dele.    46 E aconteceu que, passados três dias, o acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os, e interrogando-os.    47 E todos os que o ouviam se admiravam da sua inteligência e das suas respostas.    48 Quando o viram, ficaram maravilhados, e disse-lhe sua mãe: Filho, por que procedeste assim para conosco? Eis que teu pai e eu ansiosos te procurávamos.    49 Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?    50 Eles, porém, não entenderam as palavras que lhes dissera.    51 Então, descendo com eles, foi para Nazaré, e era-lhes sujeito. E sua mãe guardava todas estas coisas em seu coração.    52 E crescia Jesus em sabedoria, em estatura e em graça diante de Deus e dos homens. 



A Festa da Circuncisão do Nosso Senhor Jesus Cristo

A Santa Tradição observa a Festa da Circuncisão de nosso Senhor, oito dias depois da Natividade . Esta Festa é comemorada em 01 de janeiro e não tem nem uma “Pré-Festa” e nem uma “Pós-Festa”.

No oitavo dia após seu nascimento, nosso Senhor Jesus Cristo foi circuncidado de acordo com a Lei do Antigo Testamento. Todos os bebês do sexo masculino foram submetidos a circuncisão como um sinal da aliança de Deus com o santo Antepassado Abraão e seus descendentes (Gênesis 17:10-14, Lev. 12:3).

Após este ritual do Divino Infante foi dado o nome de Jesus, como o Arcanjo Gabriel declarou no dia da Anunciação para a Santíssima Theotokos (Lucas 1:31-33, 2:21). Os Padres da Igreja explicam que o Senhor, o Criador da Lei, passou pela circuncisão a fim de dar às pessoas um exemplo de como fielmente os preceitos Divinos devem ser cumpridos. O Senhor foi circuncidado para que mais tarde ninguém tivesse dúvida de que Ele realmente havia assumido a carne humana, e que a Sua encarnação não foi meramente uma ilusão, como certos hereges (Docetistas) ensinavam.

No Novo Testamento, o ritual da circuncisão deu lugar ao mistério do batismo, do qual era prefiguração (Colossenses 2:11-12). Ao cumprir a Lei da circuncisão, Nosso Senhor queria significar que Ele é a plenitude e a conclusão da Antiga Aliança. São Paulo diz, na epístola Lição lida na festa:

“Pois [Jesus] toda a plenitude da divindade habita corporalmente, e você veio para a plenitude da vida nele, que é a cabeça de todo poder e autoridade. Nele também fostes circuncidados com a circuncisão não feita por mãos, colocando fora do corpo de carne na circuncisão de Cristo” (Cl 2:9-11).

Os primeiros relatos da Festa da Circuncisão do Senhor se dão a partir dos meados do século IV. Um Canon da Festa foi escrito por Santo Estêvão do Mosteiro de São Sava (28 de outubro e 13 de Julho).

Além da circuncisão, que o Senhor aceitou como um sinal da aliança de Deus com a humanidade, Ele também recebeu o Nome de Jesus (Salvador), no oitavo dia após seu nascimento como uma indicação de seu serviço e obra da salvação do mundo ( Mt.1: 21, Marcos 9:38-39, 16:17, Lucas 10:17, Atos 3:06, 16; Phil 2:9-10). Estes dois eventos, a circuncisão do Senhor e Sua Nomeação, recordam aos cristãos que eles têm entrado em uma nova aliança com Deus e "são circuncidados com a circuncisão não feita por mãos, no despojo do corpo dos pecados da carne, a circuncisão de Cristo" (Colossenses 2:11). O próprio nome "cristão" é um sinal de entrada da humanidade para uma Nova Aliança com Deus.


Do Tratado Sobre o Espírito Santo, de São Basílio Magno,


O Senhor vivifica seu corpo no Espírito

Dá-se o nome de espiritual a quem já não vive segundo a carne mas sob a moção do Espírito de Deus, é chamado filho de Deus e tornou-se conforme à imagem do Filho de Deus. E assim como a capacidade de ver só se encontra em olhos sãos, também a ação do Espírito só se exerce na alma purificada.

Do mesmo modo que a palavra está em nosso íntimo, seja como simples pensamento do coração, ou proferida pelos nossos lábios, assim também o Espírito Santo, quando dá testemunho a nosso espírito e clama em nosso coração Abba, Pai (Gl 4,6), ou quando fala por meio de nós, conforme foi dito: Não sois vós que falais, mas sim o Espírito de vosso Pai é que fala através de vós (cf. Mt 10,20).

Por outro lado, compreendemos o Espírito como um todo que se encontra em cada uma das partes, ao distribuir os seus dons. Somos todos membros uns dos outros, mas possuímos dons diferentes, conforme a graça de Deus que nos é dada. Por isso, o olho não pode dizer à mão: “Não preciso de ti”. Nem a cabeça pode dizer aos pés: “Não preciso de vós” (1Cor 12,21). Pelo contrário, todos os membros reunidos constituem o corpo de Cristo na unidade do Espírito e são solidários uns para com os outros, conforme os seus dons.

Foi Deus quem dispôs os membros no corpo, cada qual como ele quis. Por sua vez, os membros têm solicitude uns para com os outros, pela mútua afeição nascida de sua comunhão no mesmo espírito. E, assim, se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se é honrado, todos os membros se regozijam com ele (1Cor 12,26). Do mesmo modo como as partes estão no todo, também cada um de nós está no Espírito, pois todos nós que formamos um só corpo, fomos batizados num só Espírito.

E tal como no Filho se vê o Pai, no Espírito se vê o Filho. Por isso, adorar no Espírito significa que a atividade de nossa mente se realiza na luz, como se pode deduzir do que foi dito à Samaritana. Ela julgava que se devia adorar a Deus num lugar determinado, segundo o modo errado de pensar do seu povo. O Senhor, porém, esclareceu-a, dizendo que se devia adorar em Espírito e em Verdade (cf. Jo 4,23), designando-se a si próprio como a Verdade. Da mesma forma que falamos de uma adoração no Filho, como na imagem de Deus Pai, também podemos referir-nos a uma adoração no Espírito, uma vez que mostra em si mesmo a divindade do Senhor.

Portanto, para falar com exatidão e coerência, devemos dizer que na iluminação do Espírito Santo contemplamos o esplendor da glória de Deus. E por meio do sinal do Espírito somos conduzidos àquele de quem o Espírito é sinal e selo autêntico.



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