01 de Setembro de 2014 (CC) / 19 de Agosto (CE)
Ss. André, o general e seus 2593 companheiros
soldados, mártires (fim do séc. III)
Santo André foi um dos comandantes do
exército de Galerius, enviado por Diocleciano contra os persas. Durante uma
batalha, André invocou o nome de Cristo, pois tinha ouvido dizer que era um poderoso
protetor, exortando também a seus homens para que fizessem mesmo. O pelotão de
André triunfou e a vitória foi atribuída à invocação do nome de Cristo.
Depois disso, o capitão e alguns dos seus homens tomaram a decisão de se
tornarem cristãos, pelo que foram denunciados a Antíoco, seu chefe imediato.
Não sabendo que medida tomar, nesse caso, Antíoco escreveu a Galerius que,
relutante em desmoralizar os seus homens com a execução de vários de seus
valentes soldados um dia após a vitória, ordenou a Antíoco que dispensasse os
cristãos e aguardasse por uma oportunidade melhor para castigá-los. André e
seus companheiros foram então para Cesaréia, na Capadócia, onde foram batizados
pelo bispo Pedro. Seleuco, o governador militar da Cilícia, determinou que os
neófitos fossem levado para a prisão. Sabendo que estavam sendo procurados
pelos soldados, eles fugiram então para as montanhas de Taurus, mas foram
encontrados e executados ali mesmo.
2 Coríntios 8:7-15
7 Ora, assim
como abundais em tudo: em fé, em palavra, em ciência, em todo o zelo, no vosso
amor para conosco, vede que também nesta graça abundeis. 8 Não
digo isto como quem manda, mas para provar, mediante o zelo de outros, a
sinceridade de vosso amor; 9 pois conheceis a graça de nosso
Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que
pela sua pobreza fôsseis enriquecidos. 10 E nisto dou o meu
parecer; pois isto vos convém a vós que primeiro começastes, desde o ano
passado, não só a participar mas também a querer; 11 agora, pois,
levai a termo a obra, para que, assim como houve a prontidão no querer, haja
também o cumprir segundo o que tendes. 12 Porque, se há prontidão
de vontade, é aceitável segundo o que alguém tem, e não segundo o que não
tem. 13 Pois digo isto não para que haja alívio para outros e
aperto para vós, 14 mas para que haja igualdade, suprindo, neste
tempo presente, na vossa abundância a falta dos outros, para que também a
abundância deles venha a suprir a vossa falta, e assim haja igualdade;
15 como está escrito: Ao que muito colheu, não sobrou; e ao que pouco
colheu, não faltou.
Marcos 3:6-12
6 E os
fariseus, saindo dali, entraram logo em conselho com os herodianos contra ele,
para o matarem. 7 Jesus, porém, se retirou com os seus discípulos
para a beira do mar; e uma grande multidão dos da Galileia o seguiu; também da
Judéia, 8 e de Jerusalém, da Iduméia e de além do Jordão, e das
regiões de Tiro e de Sidom, grandes multidões, ouvindo falar de tudo quanto
fazia, vieram ter com ele. 9 Recomendou, pois, a seus discípulos que
se lhe preparasse um barquinho, por causa da multidão, para que não o
apertasse; 10 porque tinha curado a muitos, de modo que todos
quantos tinham algum mal arrojavam-se a ele para lhe tocarem. 11 E
os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam,
dizendo: Tu és o Filho de Deus. 12 E ele lhes advertia com
insistência que não o dessem a conhecer.
COMENTÁRIO
A caridade é a mais preciosa das
virtudes cristãs: “Se eu não tiver amor, nada disso me aproveitaria” (1
Cor 13). Caridade não é esmola, é doação de si. É a palavra portuguesa que mais
se aproxima da ideia do termo grego “ágape” (amor). Ela não é apenas um
sentimento, é uma ação. Paulo estimula a Igreja de Corinto à prática da
caridade, que deverá ser abundante naquela Igreja tanto quanto estava sendo
abundante a fé e a ciência deles. Cristo é o maior exemplo de caridade: sendo
rico se fez pobre por amor de nós.
Assim, São Marcos nesta passagem nos
mostra o quanto ele se doou para os portadores de todos os tipos de
necessidades. O Reino de Deus não é um mistério restrito à interioridade do
ser, encerrado na oração e na adoração interior. Se o coração ímpio exterioriza
seu interior (maledicências, impurezas, avarezas, cobiças e etc), também o coração
justo exterioriza sua justiça, pois cada árvore produz fruto de acordo com sua
natureza. Os santos Padres do deserto para lá se retiraram em busca da cura de
suas almas, e por isto menos, não negligenciavam os pobres e desvalidos. Sendo
pobres, enriqueciam a muitos com seus conhecimentos, e com seus trabalhos
manuais ajudavam os famintos e doentes.
Devemos vigiar o nosso coração para que
a fé que alimentamos e desenvolvemos não se transforme numa ação egoísta,
espiritualmente confortável e socialmente agradável.
Com o frenesi da vida hodierna, onde o
stress parece carcomer nossa existência, estas palavras podem soar como um
sobrepeso, como mais uma responsabilidade que se acrescenta às demais para
aumentar as pressões que vivemos. A caridade não se apresenta como um peso,
pois o santo Apóstolo sabiamente observa que as ações caritativas devem ser “segundo
o que alguém tem, e não segundo o que não tem" (v.12). Não
devemos entender a caridade como messianismo de nossa parte, uma vocação para
heróis. Esta é uma dimensão egóica, fruto de vaidade e do desejo de
reconhecimento e de se destacar dos demais.
Quando a Fé nos estimula à solidariedade,
não está falando do distante, do que temos acesso somente de maneira virtual,
do pobre idealizado, das vítimas distantes de catástrofes, de aldeias
longínquas ou de culturas inóspitas, pois isto faria da caridade um ato
circunstancial e dissociado. Há pessoas com todos os tipos de
necessidades bem próximas de nós e que muitas vezes não demanda tantos esforços
para lhes sermos propícios. A caridade nada mais é do que solidariedade, se por
no lugar do outro que está diante de nós. Para que a caridade de Cristo seja
manifesta em nós, basta pormos toda a diligência em cumprir seu ensinamento que
nos diz: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles.
Esta é a lei e os profetas.” (Mt 7:12).
Padre Mateus (Antonio Eça)
ORAÇÃO
Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem
que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer! A sua
descendência será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada. Bens e
riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para sempre. Aos retos nasce
luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo. Ditoso é o homem que
se compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça; pois ele
nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna. Ele não teme más
notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor. O seu coração está bem
firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus
adversários. Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para
sempre; o seu poder será exaltado em honra. O ímpio vê isto e se enraivece;
range os dentes e se consome; o desejo dos ímpios perecerá.
Salmo 111(112)
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