segunda-feira, 1 de setembro de 2014

13ª Segunda-feira Depois de Pentecostes


01 de Setembro de 2014 (CC) / 19 de Agosto (CE)
Ss. André, o general e seus 2593 companheiros soldados, mártires (fim do séc. III)

Santo André foi um dos comandantes do exército de Galerius, enviado por Diocleciano contra os persas. Durante uma batalha, André invocou o nome de Cristo, pois tinha ouvido dizer que era um poderoso protetor, exortando também a seus homens para que fizessem mesmo. O pelotão de André triunfou e a vitória foi atribuída à invocação do nome de Cristo.  Depois disso, o capitão e alguns dos seus homens tomaram a decisão de se tornarem cristãos, pelo que foram denunciados a Antíoco, seu chefe imediato. Não sabendo que medida tomar, nesse caso, Antíoco escreveu a Galerius que, relutante em desmoralizar os seus homens com a execução de vários de seus valentes soldados um dia após a vitória, ordenou a Antíoco que dispensasse os cristãos e aguardasse por uma oportunidade melhor para castigá-los. André e seus companheiros foram então para Cesaréia, na Capadócia, onde foram batizados pelo bispo Pedro. Seleuco, o governador militar da Cilícia, determinou que os neófitos fossem levado para a prisão. Sabendo que estavam sendo procurados pelos soldados, eles fugiram então para as montanhas de Taurus, mas foram encontrados e executados ali mesmo.



2 Coríntios 8:7-15

     7 Ora, assim como abundais em tudo: em fé, em palavra, em ciência, em todo o zelo, no vosso amor para conosco, vede que também nesta graça abundeis.    8 Não digo isto como quem manda, mas para provar, mediante o zelo de outros, a sinceridade de vosso amor;    9 pois conheceis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de vós se fez pobre, para que pela sua pobreza fôsseis enriquecidos.    10 E nisto dou o meu parecer; pois isto vos convém a vós que primeiro começastes, desde o ano passado, não só a participar mas também a querer;    11 agora, pois, levai a termo a obra, para que, assim como houve a prontidão no querer, haja também o cumprir segundo o que tendes.    12 Porque, se há prontidão de vontade, é aceitável segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem.    13 Pois digo isto não para que haja alívio para outros e aperto para vós,    14 mas para que haja igualdade, suprindo, neste tempo presente, na vossa abundância a falta dos outros, para que também a abundância deles venha a suprir a vossa falta, e assim haja igualdade;    15 como está escrito: Ao que muito colheu, não sobrou; e ao que pouco colheu, não faltou.   

Marcos 3:6-12

     6 E os fariseus, saindo dali, entraram logo em conselho com os herodianos contra ele, para o matarem.    7 Jesus, porém, se retirou com os seus discípulos para a beira do mar; e uma grande multidão dos da Galileia o seguiu; também da Judéia,    8 e de Jerusalém, da Iduméia e de além do Jordão, e das regiões de Tiro e de Sidom, grandes multidões, ouvindo falar de tudo quanto fazia, vieram ter com ele.    9 Recomendou, pois, a seus discípulos que se lhe preparasse um barquinho, por causa da multidão, para que não o apertasse;    10 porque tinha curado a muitos, de modo que todos quantos tinham algum mal arrojavam-se a ele para lhe tocarem.    11 E os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus.    12 E ele lhes advertia com insistência que não o dessem a conhecer. 




COMENTÁRIO

A caridade é a mais preciosa das virtudes cristãs: “Se eu não tiver amor, nada disso me aproveitaria” (1 Cor 13). Caridade não é esmola, é doação de si. É a palavra portuguesa que mais se aproxima da ideia do termo grego “ágape” (amor). Ela não é apenas um sentimento, é uma ação. Paulo estimula a Igreja de Corinto à prática da caridade, que deverá ser abundante naquela Igreja tanto quanto estava sendo abundante a fé e a ciência deles. Cristo é o maior exemplo de caridade: sendo rico se fez pobre por amor de nós.

Assim, São Marcos nesta passagem nos mostra o quanto ele se doou para os portadores de todos os tipos de necessidades. O Reino de Deus não é um mistério restrito à interioridade do ser, encerrado na oração e na adoração interior. Se o coração ímpio exterioriza seu interior (maledicências, impurezas, avarezas, cobiças e etc), também o coração justo exterioriza sua justiça, pois cada árvore produz fruto de acordo com sua natureza. Os santos Padres do deserto para lá se retiraram em busca da cura de suas almas, e por isto menos, não negligenciavam os pobres e desvalidos. Sendo pobres, enriqueciam a muitos com seus conhecimentos, e com seus trabalhos manuais ajudavam os famintos e doentes.

Devemos vigiar o nosso coração para que a fé que alimentamos e desenvolvemos não se transforme numa ação egoísta, espiritualmente confortável e socialmente agradável.

Com o frenesi da vida hodierna, onde o stress parece carcomer nossa existência, estas palavras podem soar como um sobrepeso, como mais uma responsabilidade que se acrescenta às demais para aumentar as pressões que vivemos. A caridade não se apresenta como um peso, pois o santo Apóstolo sabiamente observa que as ações caritativas devem ser “segundo o que alguém tem, e não segundo o que não tem" (v.12). Não devemos entender a caridade como messianismo de nossa parte, uma vocação para heróis. Esta é uma dimensão egóica, fruto de vaidade e do desejo de reconhecimento e de se destacar dos demais.

Quando a Fé nos estimula à solidariedade, não está falando do distante, do que temos acesso somente de maneira virtual, do pobre idealizado, das vítimas distantes de catástrofes, de aldeias longínquas ou de culturas inóspitas, pois isto faria da caridade um ato circunstancial e dissociado.  Há pessoas com todos os tipos de necessidades bem próximas de nós e que muitas vezes não demanda tantos esforços para lhes sermos propícios. A caridade nada mais é do que solidariedade, se por no lugar do outro que está diante de nós. Para que a caridade de Cristo seja manifesta em nós, basta pormos toda a diligência em cumprir seu ensinamento que nos diz: “Tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a lei e os profetas.” (Mt 7:12).

Padre Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO

Louvai ao Senhor. Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer! A sua descendência será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada. Bens e riquezas há na sua casa; e a sua justiça permanece para sempre. Aos retos nasce luz nas trevas; ele é compassivo, misericordioso e justo. Ditoso é o homem que se compadece, e empresta, que conduz os seus negócios com justiça; pois ele nunca será abalado; o justo ficará em memória eterna. Ele não teme más notícias; o seu coração está firme, confiando no Senhor. O seu coração está bem firmado, ele não terá medo, até que veja cumprido o seu desejo sobre os seus adversários. Espalhou, deu aos necessitados; a sua justiça subsiste para sempre; o seu poder será exaltado em honra. O ímpio vê isto e se enraivece; range os dentes e se consome; o desejo dos ímpios perecerá.
Salmo 111(112)




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