24 de Setembro de 2014 (CC) / 11 de Setembro (CE)
Pós-festa da Natividade da Santíssima Mãe de
Deus
Santa Teodora de Alexandria, monja († 480)
Santa Teodora era de
Alexandria e viveu no tempo do rei Zinonos (474-490). Era casada com um piedoso homem de nome Pafnutio.
Viveu uma vida marcada pela honestidade, mas vítima de sua própria fraqueza,
cometeu adultério. Ninguém sabia nada a respeito e, tão pouco, tinham visto
qualquer coisa, e Teodora poderia ter mantido este segredo e continuar a viver
em harmonia com seu marido. Entretanto, ao se deparar com as palavras do santo
Evangelho que diz: «nada há encoberto que não haja de ser descoberto; nem
oculto, que não haja de ser sabido», refletiu profundamente sobre os seus
pecados e os chorou amargamente. Depois, vestindo-se com roupas masculinas, foi
para um monastério apresentando-se com o nome de Teodoro. Ali, dia e noite,
examinava seus pecados e, arrependida, os chorava. Dois anos depois foi
falsamente acusada de manter relações com uma mulher que havia deixado seu
filho recém nascido na porta do monastério. A Santa acolheu este menino e o
criou como seu próprio filho durante sete anos, ficando neste tempo fora do
monastério, sofrendo toda espécie de maltratos. Mais tarde pode voltar ao
monastério, mas com seu corpo já muito maltratado, morreu depois de alguns
dias. Os monges, ao preparar o corpo
para as exéquias, foram surpreendidos com sua verdadeira identidade feminina.
Logo depois de sua morte, Teodora teve sua santidade reconhecida.
Gálatas
6:2-10
Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a
lei de Cristo. Porque, se alguém cuida ser alguma coisa, não sendo nada,
engana-se a si mesmo. Mas prove cada um a sua própria obra, e terá glória só em
si mesmo, e não noutro. Porque cada qual levará a sua própria carga. E o que é
instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o instrui.
Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear,
isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a
corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna. E
não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos
desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mas
principalmente aos domésticos da fé.
Marcos
7:14-24
14 E chamando a si outra vez a multidão, disse-lhes:
Ouvi-me vós todos, e entendei. 15 Nada
há fora do homem que, entrando nele, possa contaminá-lo; mas o que sai do
homem, isso é que o contamina. 16 [Se
alguém tem ouvidos para ouvir, ouça.]
17 Depois, quando deixou a multidão e entrou em casa, os seus discípulos
o interrogaram acerca da parábola. 18
Respondeu-lhes ele: Assim também vós estais sem entender? Não compreendeis que
tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, 19 porque não lhe entra no coração, mas no
ventre, e é lançado fora? Assim declarou puros todos os alimentos. 20 E prosseguiu: O que sai do homem , isso
é que o contamina. 21 Pois é do
interior, do coração dos homens, que procedem os maus pensamentos, as
prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, 22 a cobiça, as maldades, o dolo, a
libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez; 23 todas estas más coisas procedem de
dentro e contaminam o homem. 24 Levantando-se
dali, foi para as regiões de Tiro e Sidom. E entrando numa casa, não queria que
ninguém o soubesse, mas não pode ocultar-se...
COMENTÁRIO
Toda maldade e perversão que existem em nós não têm
origem em realidades exteriores, mas em realidades interiores. Não é a
sociedade, o vizinho, a família, Deus e nem mesmo o Diabo os responsáveis pelos
nossos descaminhos e realidades sombrias. A transferência de responsabilidades
é uma característica adquirida pelos seres humanos desde Adão e Eva. Adão, se “defende”
perante Deus responsabilizando a mulher e o próprio Deus que a criou; Eva por
sua vez, se “defende” acusando a Serpente.
Cristo diz que a origem das nossas trevas está em
nosso coração. Não diz que estão em nossos órgãos genitais, no ventre ou em
qualquer outra parte do corpo, nem mesmo no cérebro, mas no coração. Não
pensemos que aqui se trata de uma metáfora ou de uma ignorância da fisiologia
humana, tampouco que Jesus “erra” propositadamente neste conceito porque se
utiliza do conhecimento dos seus contemporâneos para poder se fazer entendido.
Sobre as funções místicas do coração - tal como é compreendida e ensinada na
Sagrada Tradição guiada pelo Santo Espírito – não nos é possível falar em
virtude do espaço disponível.
Contudo, podemos dizer que, tal como o cérebro não
cria as imagens dos objetos existentes, mas processa as ondas das imagens
captadas pelos olhos, assim como não cria os sons, mas processa as ondas de
áudio captadas pelos ouvidos e, como também não cria as sensações cinestésicas,
antes processa as que são captadas pelo olfato, paladar, a pele e o sistema
nervoso; assim também se dá com os pensamentos, os quais nascem no coração e
não no cérebro, este “apenas” processa e transforma em neurolinguagem (fala
interior) os impulsos vindos do coração.
Assim, a purificação do coração é a grande meta do
esforço ascético, dos exercícios espirituais, pois, somente os puros de coração
é que verão a Deus. E isto é muito mais do que um rigor moral ou ético. É a
mais profunda revolução do ser.
ORAÇÃO
SENHOR,
quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que
anda sinceramente, e pratica a justiça, e fala a verdade no seu coração. Aquele
que não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum
opróbrio contra o seu próximo; A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra
os que temem ao SENHOR; aquele que jura com dano seu, e contudo não muda.
Aquele que não dá o seu dinheiro com usura, nem recebe peitas contra o
inocente. Quem faz isto nunca será abalado.
Salmo 14(15)
Nenhum comentário:
Postar um comentário