segunda-feira, 15 de setembro de 2014

14º Domingo Depois de Pentecostes

COMEÇO DA INDICÇÃO – NOVO ANO ECLESIÁSTICO - 01/14 setembro
O Primeiro Concílio Ecumênico (Nicéia, 325) decretou que o ano eclesial começasse em 1º. de setembro. Para os antigos hebreus, o mês de setembro era o início do ano civil (Êxodo 23:16), mês de realizar-se a colheita e de ofertar ações de graças a Deus. Foi na ocasião desta festa em que o Senhor Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré (Lucas 4: 16-21), abriu o livro do Profeta Isaías e leu as palavras: O Espírito do Senhor repousa sobre Mim para pregar boas-novas aos humildes; enviou-me para reerguer o angustiado, proclamar a liberdade aos cativos, abrir a prisão aos aprisionados e proclamar um ano da graça do Senhor, o dia da vingança de nosso Deus e confortar todos os aflitos (Isaías 61: 1-2).

O mês de setembro também é de suma importância para a história do Cristianismo, porque o Imperador Constantino, o Grande, derrotou Maxêncio, inimigo da fé cristã, em setembro. Após a vitória, Constantino conferiu liberdade de confissão à Fé Cristã em todo o Império Romano. Por muito tempo, o ano civil do mundo cristão seguia o ano eclesial com o início em 1º de setembro. Mais tarde, o ano civil foi modificado, transferindo seu começo para 1º de janeiro. Primeiramente, a mudança ocorreu na Europa Ocidental e, tempos mais tarde, na Rússia, sob Pedro, o Grande.

SÃO SIMEÃO, O ESTILITA

Simeão, de santa e famosa memória, que deu origem ao costume de ficar de pé no topo de uma coluna, ocupando um lugar pequeno de apenas dois cúbitos de circunferência. Domnus, que era Bispo de Antioquia, ao visitar Simeão, ficou estupefato com a singularidade de sua posição e de seu modo de vida, desejou uma maior interação mística. Eles se encontram de comum acordo, e tendo consagrado os santos dons, ministraram um ao outro a comunhão vivificante. Este homem, querendo realizar na carne a existência das hostes celestes, elevou-se acima das preocupações mundanas, e, sobrepujando a tendência descendente da natureza humana, dirigiu sua intenção para as coisas do alto: colocado entre a terra e os Céus, entrou em comunhão com Deus, e se uniu com os anjos na adoração a Ele; da terra, oferecia suas intercessões por toda a humanidade, e dos Céus, derramava sobre eles o favor divino. Um relato de seus milagres foi escrito por um daqueles que os testemunharam, e um registro eloquente por Theodoreto, Bispo de Chipre: apesar de ambos terem omitido um episódio particular, cuja lembrança é ainda viva nos habitantes do santo deserto de quem aprendi o que se segue. Quando Simeão, esse anjo sobre a terra, esse cidadão da Jerusalém Celeste ainda em carne, inventou esse estranho e até então desconhecido caminho, os habitantes do santo deserto enviaram uma pessoa até ele, levando com um pedido para que desse uma razão para hábito tão singular, a saber, o porquê, abandonando o caminho trilhado pelos santos, ele perseguia outro ignorado pela humanidade; e, mais ainda, para que ele descesse [do pilar] e percorresse o caminho dos Padres. Eles, ao mesmo tempo, deram ordens para que se ele manifestasse prontidão a descer, que ficasse livre para percorrer o caminho que escolhesse, já que sua obediência seria prova suficiente que perseverou guiado por Deus: mas que ele fosse retirado pela força caso manifestasse repúdio ou, se seduzido por sua própria vontade, recusasse ser guiado implicitamente pelo pedido. Quando a pessoa delegada chegou e anunciou o comando dos Padres, Simeão, seguindo a injunção, deu imediatamente um passo para a frente. Então o delegado o declarou livre par seguir seu próprio caminho, dizendo, ''seja corajoso e continue: o lugar que você escolheu é de Deus''. Esta circunstância, que é omitida por aqueles que escreveram sobre ele, é, segundo penso, digna de ser lembrada. Em tão grande medida ele foi tomado pela graça divina, que, quando Theodósio proclamou uma lei de que as sinagogas que foram tomadas pelos cristãos fossem restauradas aos judeus de Antioquia, ele escreveu ao Imperador com censura tão veemente e livre, como se não se subordinasse a ninguém senão a seu soberano imediato, que Theodósio reviu sua ordem, e favoreceu aos cristãos em todos os aspectos, pondo inclusive de lado o prefeito que havia sugerido a medida.. [...] Simeão prosseguiu nesse modo de vida por cinquenta e seis anos, nove dos quais ele passou no primeiro mosteiro, onde foi instruído no conhecimento divino, e quarenta e sete em Mandra[...].''


Cf. Evagrius Scholasticus, História Eclesiástica -- Livro I, Capítulo XIII: Simeão o estilita.5

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