COMEÇO DA INDICÇÃO – NOVO ANO ECLESIÁSTICO - 01/14 setembro
O Primeiro Concílio Ecumênico (Nicéia, 325) decretou que o ano
eclesial começasse em 1º. de setembro. Para os antigos hebreus, o mês de
setembro era o início do ano civil (Êxodo 23:16), mês de realizar-se a colheita
e de ofertar ações de graças a Deus. Foi na ocasião desta festa em que o Senhor
Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré (Lucas 4: 16-21), abriu o livro do Profeta
Isaías e leu as palavras: O Espírito do Senhor repousa sobre Mim para pregar
boas-novas aos humildes; enviou-me para reerguer o angustiado, proclamar a
liberdade aos cativos, abrir a prisão aos aprisionados e proclamar um ano da
graça do Senhor, o dia da vingança de nosso Deus e confortar todos os aflitos
(Isaías 61: 1-2).
O mês de setembro também é de suma importância para a história
do Cristianismo, porque o Imperador Constantino, o Grande, derrotou Maxêncio,
inimigo da fé cristã, em setembro. Após a vitória, Constantino conferiu
liberdade de confissão à Fé Cristã em todo o Império Romano. Por muito tempo, o
ano civil do mundo cristão seguia o ano eclesial com o início em 1º de
setembro. Mais tarde, o ano civil foi modificado, transferindo seu começo para
1º de janeiro. Primeiramente, a mudança ocorreu na Europa Ocidental e, tempos
mais tarde, na Rússia, sob Pedro, o Grande.
SÃO
SIMEÃO, O ESTILITA
Simeão, de santa e famosa memória, que deu origem ao costume de
ficar de pé no topo de uma coluna, ocupando um lugar pequeno de apenas dois
cúbitos de circunferência. Domnus, que era Bispo de Antioquia, ao visitar
Simeão, ficou estupefato com a singularidade de sua posição e de seu modo de
vida, desejou uma maior interação mística. Eles se encontram de comum acordo, e
tendo consagrado os santos dons, ministraram um ao outro a comunhão
vivificante. Este homem, querendo realizar na carne a existência das hostes
celestes, elevou-se acima das preocupações mundanas, e, sobrepujando a
tendência descendente da natureza humana, dirigiu sua intenção para as coisas
do alto: colocado entre a terra e os Céus, entrou em comunhão com Deus, e se
uniu com os anjos na adoração a Ele; da terra, oferecia suas intercessões por
toda a humanidade, e dos Céus, derramava sobre eles o favor divino. Um relato de
seus milagres foi escrito por um daqueles que os testemunharam, e um registro
eloquente por Theodoreto, Bispo de Chipre: apesar de ambos terem omitido um
episódio particular, cuja lembrança é ainda viva nos habitantes do santo
deserto de quem aprendi o que se segue. Quando Simeão, esse anjo sobre a terra,
esse cidadão da Jerusalém Celeste ainda em carne, inventou esse estranho e até
então desconhecido caminho, os habitantes do santo deserto enviaram uma pessoa
até ele, levando com um pedido para que desse uma razão para hábito tão
singular, a saber, o porquê, abandonando o caminho trilhado pelos santos, ele
perseguia outro ignorado pela humanidade; e, mais ainda, para que ele descesse
[do pilar] e percorresse o caminho dos Padres. Eles, ao mesmo tempo, deram
ordens para que se ele manifestasse prontidão a descer, que ficasse livre para
percorrer o caminho que escolhesse, já que sua obediência seria prova
suficiente que perseverou guiado por Deus: mas que ele fosse retirado pela
força caso manifestasse repúdio ou, se seduzido por sua própria vontade,
recusasse ser guiado implicitamente pelo pedido. Quando a pessoa delegada
chegou e anunciou o comando dos Padres, Simeão, seguindo a injunção, deu
imediatamente um passo para a frente. Então o delegado o declarou livre par
seguir seu próprio caminho, dizendo, ''seja corajoso e continue: o lugar que
você escolheu é de Deus''. Esta circunstância, que é omitida por aqueles que
escreveram sobre ele, é, segundo penso, digna de ser lembrada. Em tão grande
medida ele foi tomado pela graça divina, que, quando Theodósio proclamou uma
lei de que as sinagogas que foram tomadas pelos cristãos fossem restauradas aos
judeus de Antioquia, ele escreveu ao Imperador com censura tão veemente e
livre, como se não se subordinasse a ninguém senão a seu soberano imediato, que
Theodósio reviu sua ordem, e favoreceu aos cristãos em todos os aspectos, pondo
inclusive de lado o prefeito que havia sugerido a medida.. [...] Simeão
prosseguiu nesse modo de vida por cinquenta e seis anos, nove dos quais ele
passou no primeiro mosteiro, onde foi instruído no conhecimento divino, e
quarenta e sete em Mandra[...].''
Cf. Evagrius Scholasticus, História Eclesiástica -- Livro I,
Capítulo XIII: Simeão o estilita.5
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