28 de Setembro de 2014 (CC) / 15 de Setembro (CE)
São Nicetas, o Grande
Mártir († c. 372)
São Nicetas foi um dos mártires mais
célebres entre os visigodos. Nicetas era um visigodo nascido às margens do
Danúbio e convertido à fé já na sua juventude por Ulfilas, um brilhante
missionário que viveu entre aquele povo e traduziu a Bíblia para a língua
gótica. Foi ainda Ulfilas quem ordenou Nicetas sacerdote. Por volta do ano 372,
várias centenas de visigodos, fugindo dos invasores hunos, refugiaram-se na
Moldávia e tiveram uma recepção nada acolhedora de parte das autoridades
romanas, sendo alvos, ao contrário, de insultos e ofensas. Imediatamente, em
represália, o rei Atanarico, senhor dos visigodos do Oriente, cujo território
fazia fronteira com o Império Romano na região da Trácia, começou uma violenta
perseguição contra os cristãos. Por ordem do rei, um ídolo foi colocado sobre
uma carreta e levado por todas as cidades e aldeias onde se suspeitava da
presença de cristãos, e qualquer pessoa que se recusasse a adorar o tal ídolo,
estava, consequentemente, condenado à morte. E para que fossem mortos em massa,
os perseguidores usavam o método de trancar os cristãos capturados em casas ou
igrejas, queimando-as em seguida. No exército de mártires que glorificaram a
Deus nessa ocasião, figura São Nicetas, que selou sua fé e obediência com seu
sangue, purificando-se de toda a culpa pela morte no fogo, e entrando
triunfante na vida eterna. Suas relíquias foram levadas para Mopsuecia na
Cilicia, depositadas num santuário erguido em sua honra pelo qual o mártir
visigodo foi venerado nas igrejas bizantinas e sírias.
MATINAS
Lucas 24:12-35
Pedro, porém, levantando-se, correu ao
sepulcro e, abaixando-se, viu só os lençóis ali postos; e retirou-se, admirando
consigo aquele caso. E eis que no mesmo dia iam dois deles para uma aldeia, que
distava de Jerusalém sessenta estádios, cujo nome era Emaús. E iam falando
entre si de tudo aquilo que havia sucedido. E aconteceu que, indo eles falando
entre si, e fazendo perguntas um ao outro, o mesmo Jesus se aproximou, e ia com
eles. Mas os olhos deles estavam como que fechados, para que o não conhecessem.
E ele lhes disse: Que palavras são essas que, caminhando, trocais entre vós, e
por que estais tristes? E, respondendo um, cujo nome era Cléopas, disse-lhe: És
tu só peregrino em Jerusalém, e não sabes as coisas que nela têm sucedido
nestes dias? E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem
respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras
diante de Deus e de todo o povo; E como os principais dos sacerdotes e os
nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram. E nós
esperávamos que fosse ele o que remisse Israel; mas agora, sobre tudo isso, é
já hoje o terceiro dia desde que essas coisas aconteceram. É verdade que também
algumas mulheres dentre nós nos maravilharam, as quais de madrugada foram ao
sepulcro; E, não achando o seu corpo, voltaram, dizendo que também tinham visto
uma visão de anjos, que dizem que ele vive. E alguns dos que estavam conosco
foram ao sepulcro, e acharam ser assim como as mulheres haviam dito; porém, a
ele não o viram. E ele lhes disse: Ó néscios, e tardos de coração para crer tudo
o que os profetas disseram! Porventura não convinha que o Cristo padecesse
estas coisas e entrasse na sua glória? E, começando por Moisés, e por todos os
profetas, explicava-lhes o que dele se achava em todas as Escrituras. E
chegaram à aldeia para onde iam, e ele fez como quem ia para mais longe. E eles
o constrangeram, dizendo: Fica conosco, porque já é tarde, e já declinou o dia.
E entrou para ficar com eles. E aconteceu que, estando com eles à mesa, tomando
o pão, o abençoou e partiu-o, e lho deu. Abriram-se-lhes então os olhos, e o
conheceram, e ele desapareceu-lhes. E disseram um para o outro: Porventura não
ardia em nós o nosso coração quando, pelo caminho, nos falava, e quando nos
abria as Escrituras? E na mesma hora, levantando-se, tornaram para Jerusalém, e
acharam congregados os onze, e os que estavam com eles, Os quais diziam:
Ressuscitou verdadeiramente o Senhor, e já apareceu a Simão. E eles lhes
contaram o que lhes acontecera no caminho, e como deles fora conhecido no
partir do pão.
LITURGIA
Gálatas 2:16-20
16 sabendo, contudo, que o homem não é
justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus, temos também
crido em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não por
obras da lei; pois por obras da lei nenhuma carne será justificada. 17 Mas se,
procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados
pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De modo nenhum. 18 Porque,
se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. 19
Pois eu pela lei morri para a lei, a fim de viver para Deus. 20 Já estou
crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida
que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se
entregou a si mesmo por mim.
Marcos 8:34-9:1
34 E chamando a si a multidão com os
discípulos, disse-lhes: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome
a sua cruz, e siga-me. 35 Pois quem quiser salvar a sua vida, perdê-la-á; mas
quem perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, salvá-la-á. 36 Pois que
aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? 37 Ou que diria
o homem em troca da sua vida? 38 Porquanto, qualquer que, entre esta geração
adúltera e pecadora, se envergonhar de mim e das minhas palavras, também dele
se envergonhará o Filho do homem quando vier na glória de seu Pai com os santos
anjos. 1 Disse-lhes mais: Em verdade vos digo que, dos que aqui estão, alguns
há que de modo nenhum provarão a morte até que vejam o reino de Deus já chegando
com poder.
COMENTÁRIO
Hoje, nosso Senhor Jesus Cristo está pregado na Cruz e nós estamos em
festa, para que saibais que a Cruz é uma festa e uma celebração espiritual.
Outrora, a Cruz designava um castigo; agora tornou-se objeto de honra. Outrora
símbolo de condenação, ei-la hoje princípio de salvação. Porque ela é para nós
causa de bens sem conta: livrou-nos do erro, iluminou-nos as trevas,
reconciliou-nos com Deus; tínhamo-nos tornado, para com Ele, inimigos e
estrangeiros longínquos. Para nós, ela é hoje a destruição da inimizade, o
penhor da paz, o tesouro de mil bens.
Graças a ela, já não erramos nos desertos, porque conhecemos o caminho
verdadeiro. Não ficamos fora do palácio real, porque encontramos a porta. Não
tememos as armas inflamadas do diabo, porque descobrimos a fonte. Graças a ela,
já não estamos na viuvez, pois encontramos o Esposo. Não temos medo do lobo,
pois encontramos o bom pastor. Graças à Cruz, não tememos o usurpador, pois nos
sentamos ao lado do Rei.
Eis porque estamos em festa ao celebrarmos a memória do Cruz. O próprio
São Paulo nos convida para a festa em honra da Cruz: "Celebremos esta
festa", diz ele, "não com fermento velho, nem com o fermento da
malícia e da perversidade, mas com os ázimos da pureza e da verdade" (1 Co
5,8). E ele explica-nos a razão dizendo: "Porque Cristo, nossa Páscoa, foi
imolado por nós". (1 Co 5,7).
S. João Crisóstomo,
Homilia 1 «Sobre a Cruz e sobre o Ladrão»
ORAÇÃO
Pelo teu precioso sangue resgataste-nos da maldição da lei; tendo sido
pregado à cruz e traspassado pela lança, tornaste-te para nós fonte de
imortalidade; Ó Salvador nosso, glória a Ti!
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