09 de Setembro de 2014 (CC) / 27 de Agosto (CE)
São Fanúrio, Mártir
A biografia do glorioso Santo e Grande Mártir Fanúrio
é relativamente recente. Nada pode ser dito sobre a sua origem, seus pais, o
período em que viveu, onde pregou a palavra de Deus e, por último, em que
reinado, ou sob que imperador ele testemunhou sua fé entregando-se ao martírio.
Nenhum testemunho de sua vida foi conservado, escrito ou oral, e nada
saberíamos sobre sua existência, seu nome, não fosse este acontecimento:
Quando a linda ilha de Rodes (Grécia) foi conquistada
pelos turcos, um de seus governadores quis reconstruir as muralhas da cidade
destruídas pela guerra. Para isso, algumas cabanas em ruínas que se encontravam
do lado de fora das muralhas precisavam ser demolidas. Assim, quando aconteceu
a demolição e a área em torno foi escavada, descobriu-se soterrada entre os
escombros uma linda igreja que tinha apenas uma de suas laterais destruída. Nas
ruínas desta igreja esquecida até então, foram encontradas muitos ícones (imagens)
de santos, todos já muito estragados pelo tempo, a ponto de não ser possível
distinguir nem as letras nem as figuras humanas que representavam. Entretanto,
entre todas estas imagens destruídas, uma estava ainda em tão bom estado de
conservação que parecia ter sido pintada naquele dia em que havia sido
descoberta no interior da igreja soterrada. Esta maravilhosa imagem que não
havia sofrido os efeitos corrosivos do tempo e das condições em que se
encontrava sob o solo, era a imagem de São Fanúrio.
As
doze representações da imagem
Logo que foi descoberta aquela igreja, um muito
respeitado bispo da região chamado Nilo, homem fervoroso na fé e de vida muita
santa, foi até o local e, com facilidade, leu as inscrições sobre aquele ícone:
«São Fanúrio». Esta imagem estava
rodeada por doze outras pequenas imagens que revelavam diferentes
circunstâncias da vida do santo. No centro, estava Fanúrio ainda jovem, vestido
com uniforme militar. Em sua mão esquerda tinha uma cruz e na direita uma vela
acesa. As doze pequenas imagens em torno da imagem principal do santo mostravam
as seguintes situações de sua vida, destacando as torturas e suplícios sofridos
por causa de sua fé em Cristo e seu martírio final:
A primeira mostrava o santo diante de um juiz que o
interrogava. Fanúrio é mostrado entre os guardas, em pé diante do juiz, e
parece fazer sua apologia com coragem, defendendo sua fé cristã. A segunda
representa o santo entre os soldados que o conduzem para as torturas, sendo
atingido com pedras na boca e cabeça. A terceira mostra o santo já caído por
terra e os soldados que o golpeiam com pedaços de pau. Na quarta cena, uma
tortura ainda mais terrível: o santo se encontra desnudo na cela do cárcere
enquanto seus torturadores rasgam seu corpo com instrumentos de ferro. Pela
postura, São Fanúrio parece suportar com serenidade este terrível tormento. Tem
suas mãos cruzadas, o olhar dirigido ao céu e, com semblante de devoção parece
rezar ao Senhor no qual depositou suas esperanças. A quinta imagem o mostra
sozinho, trancado na cela e rezando com devoção a Deus, suplicando força para
suportar as torturas a que logo seria submetido pelos brutais e impiedosos
carrascos. Na sexta representação aparece novamente diante do tirano fazendo
corajosamente sua apologia e, apesar das novas ameaças de torturas ainda
piores, ele se recusa a negar a sua fé em Cristo. Na sétima imagem ele aparece
novamente na prisão em outra cela fechada e seus torturadores queimam seu corpo
com tochas acesas. A oitava imagem mostra o santo sofrendo uma tortura ainda
mais terrível. Os carrascos, duros de coração, impiedosos e enfurecidos por sua
persistente negação a oferecer culto aos seus ídolos, o colocam numa prensa e
trituram seus ossos enquanto ele, tranquilo diante deste terrível tormento,
sofre todas as dores com paciência e coragem, e seu lindo rosto mostra que foi
derramado sobre ele uma alegria divina, porque o Senhor o fez digno de ser um
dos seletos testemunhos da fé cristã. Na figura nona ele aparece jogado numa
grande fossa entre animais selvagens para que o devorem enquanto, acima, seus
carrascos o espreitam. Os animais, porém, não lhe fazem nenhum mal, ao
contrário, com aspecto de mansidão o rodeiam enquanto o santo, com as mãos
cruzadas sobre o peito, reza agradecido a Deus por ter livrado de mais este
tormento. A décima imagem mostra um novo, mas não menos terrível, tormento. O
santo está posto no chão com uma pesada laje de mármore posta sobre seu peito
que lhe fratura o tórax impedindo a respiração. A figura décima – primeira
mostra o santo diante dos ídolos dos infiéis. Seguras nas mãos brasas acesas e
está sendo vigiado por seus carrascos armados. No ar, acima do altar dos
ídolos, sobrevoa um demônio com aspecto de dragão alado, que parece chorar e
flagelar-se pelos exorcismos do santo. Finalmente, a décima segunda e última
imagem mostra São Fanúrio em pé, dentro de um grande forno sobre troncos em
chamas e, enquanto as chamas e a fumaça o envolvem, ora serenamente com as mãos
elevadas para o céu, dirigindo ao Senhor os seus últimos pensamentos
neste seu martírio final.
Um milagre do ícone do santo
Observando as doze cenas tão descritivas da vida de
São Fanúrio neste ícone, o piedoso bispo Nilo compreendeu imediatamente que São
Fanúrio tinha sido um dos mártires mais importantes da fé cristã. Logo enviou
pessoas de sua confiança ao governador do lugar para pedir-lhe que cedesse
aquele lugar para que aquela igreja pudesse ser reconstruída. Mas ele se
recusou a conceder esse favor. Sem perder tempo, o piedoso bispo foi
pessoalmente à capital e lá conseguiu a autorização. Voltou logo a Rodes e
reconstruiu a igreja de São Fanúrio, fora da muralha da cidade, no local mesmo
onde havia sido feita a descoberta. Esta nova igreja, que ainda existe
atualmente, tornou-se um lugar de muitos milagres e uma multidão acorria de
toda a parte para adorar a Deus e honrar a memória de São Fanúrio.
2 Coríntios 8:16-9:5
16 Bendito seja Deus, por ter
posto no coração de Tito a mesma solicitude por vós. 17 Não só recebeu bem o
meu pedido, mas, no ardor do seu zelo, espontaneamente partiu para vos visitar.
18 Juntamente com ele enviamos o irmão, cujo renome na pregação do Evangelho se
espalha em todas as igrejas. 19 Não só isto, mas foi destinado também pelos
sufrágios das igrejas para nosso companheiro de viagem, nesta obra de caridade,
que por nós é administrada para a glória do Senhor, em testemunho da nossa boa
vontade. 20 Queremos evitar assim que alguém nos censure por motivo desta
importante coleta que empreendemos, 21 porque procuramos fazer o bem, não só
diante do Senhor, senão também diante dos homens. 22 Com eles enviamos ainda
outro nosso irmão, cujo zelo pudemos comprovar várias vezes e em diversas
ocasiões. Desta vez se mostrará ainda mais zeloso, em razão da grande confiança
que tem em vós. 23 Quanto a Tito, é o meu companheiro e o meu colaborador junto
de vós; quanto aos nossos irmãos, são legados das igrejas, que são a glória de
Cristo. 24 Portanto, em presença das igrejas, demonstrai-lhes vossa caridade e
o verdadeiro motivo da ufania que sentimos por vós. 1 Com respeito ao auxílio a
prestar aos irmãos, acho quase supérfluo continuar a escrever-vos. 2 Porquanto
estou ciente de vossa boa vontade, que enalteço, para glória vossa, ante os
macedônios, dizendo-lhes que a Acaia também está pronta desde o ano passado. O
exemplo de vosso zelo tem estimulado a muitos. 3 Eu, porém, vos enviei os
nossos irmãos para que o louvor que dissemos a vosso respeito, neste
particular, não se tornasse vão e para que, como tenho dito, estejais
prevenidos. 4 Eu temia que, se os macedônios fossem comigo e vós não
estivésseis preparados, esta certeza redundasse para confusão nossa, para não
dizer vossa. 5 Por este motivo, julguei necessário rogar aos irmãos que nos
precedessem junto de vós e preparassem em tempo a generosidade prometida.
Assim, será verdadeiramente uma liberalidade, e não uma mesquinhez.
13 Depois subiu ao monte, e
chamou a si os que ele mesmo queria; e vieram a ele. 14 Então designou doze
para que estivessem com ele, e os mandasse a pregar; 15 e para que tivessem
autoridade de expulsar os demônios. 16 Designou, pois, os doze, a saber: Simão,
a quem pôs o nome de Pedro; 17 Tiago, filho de Zebedeu, e João, irmão de Tiago,
aos quais pôs o nome de Boanerges, que significa: Filhos do trovão; 18 André,
Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé, Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o
cananeu, 19 e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.
COMENTÁRIO
“E chamou a si os que ele mesmo queria...” O sacerdócio cristão não é nem deve
ser uma projeção da vontade do homem. O verdadeiro sacerdote não é o que decide
ser por escolha própria (mesmo que seja uma pessoa de virtudes e de serviços
prestados a Igreja), mas aquele que obedece à Voz Daquele que lhe chama: este é
o sentido do termo “vocação” (voz em
movimento).
Estranho e misterioso é que
entre os que Cristo escolhera estava Judas Iscariotes: Incompreensão para os
homens, sabedoria de Deus. Judas representa o clérigo que tocado pela luz
deixa-se possuir pelas trevas. Convidado a participar da Ceia Mística, e dela
participando, não desiste dos seus propósitos ímpios. Judas nos chama a atenção
para a nossa capacidade de desprezar a Luz e se deixar possuir pelas trevas.
Ciente deste risco é que a Igreja decidiu estabelecer um jejum todas as
quartas-feiras (pois este foi o dia em
que Judas traiu Cristo) com o propósito de avaliarmos quais os reais
intentos que impulsionam as nossas ações, a fim de que não sejamos enganados
como o foi o infeliz Apóstolo.
Interessante é também perceber
que Marcos faz destaque ao apelido que Cristo coloca nos irmãos Tiago e João:
ele os chama de “Boanerges”, que quer
dizer “Filhos do Trovão”, numa clara
indicação ao temperamento explosivo e belicoso dos dois. Assim, Tiago e João se
tornam o modelo daqueles que dominados por forças obscuras se deixam invadir
pela Luz, transfigurando as paixões predominantes de suas naturezas decaídas em
virtudes Divinas: Tiago mostra sua valentia
não violenta ao enfrentar Herodes, ao suportar impassivelmente o martírio
que lhe impôs o Tirano. João se torna o modelo do amor de Cristo presente nos
homens e, assim como Tiago - sem esmorecer e nem perder o ímpeto - suporta
dores e privações terríveis que lhes foram impostas pela grande perseguição do
Imperador Décio. Eis, portanto, que diante de cada um de nós se apresentam a
vida e a morte, a Luz e as trevas. Quais escolheremos?
Padre Mateus
(Antonio Eça)
ORAÇÃO
Clamo a Ti, Senhor; vem depressa! Escuta a minha voz
quando clamo a Ti. Seja a minha oração como incenso diante de Ti, e o levantar
das minhas mãos, como a oferta da tarde. Coloca, Senhor, uma guarda à minha
boca; vigia a porta de meus lábios. Não permitas que o meu coração se volte
para o mau, nem que eu me envolva em práticas perversas com os malfeitores. Que
eu nunca participe dos seus banquetes! Fira-me o justo com amor leal e me
repreenda, mas não perfume a minha cabeça o óleo do ímpio, pois a minha oração
é contra as práticas dos malfeitores... Os meus olhos estão fixos em Ti, ó
Soberano Senhor; em Ti me refugio; não me entregues à morte. Guarda-me das
armadilhas que prepararam contra mim, das ciladas dos que praticam o mal.
Salmo 140(141): 1-5,8,9
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