domingo, 21 de dezembro de 2014

28º Domingo Depois de Pentecostes

21 de Dezembro de 2014 (CC) 08 de Dezembro (CE)
Préfesta da Concepção da Mãe de Deus (Doxología) 
Ss. Patápio de Tebas, o Justo Ermitão (séc. VII); 
Apóstolos dos 70 Sóstenes, Sofrônio, Apolo, Cefas, 
Tíquico, Epafrondites, Cesário e Onesíforo.
Modo 3 
Jejum da Natividade
(Peixe, vinho e azeite são permitidos)



São Patápio  era natural do Egito. Desde a sua infância  já manifestava um «espírito de amor  e temperança» ( IITm 1,7) que foi se evidenciando na medida em que crescia. Depois de compartilhar toda a sua herança com os pobres, retirou-se para o deserto  despreendendo-se de todas as coisas. Lá ocupava todo o seu tempo orando e estudando. A cada peregrino que cansado da viagem, passava por por sua casa, oferecia-lhe hospedagem e descanso para que passava por sua casa, oferecia-lhe hospitalidade para que, recuperando suas forças,  pudesse prosseguir seu caminho. Nestas ocasiões aproveitava para aconselhar espiritualmente as almas em vista da salvação. Assim, a fama de São Patápio se espalhou rapidamente por muito longe, e muitos iam a sua procura para ouvir de sua boca os ensinamentos do Evangelho. Pouco tempo depois, São Patápio, querendo passar despercebido, mudou-se para Constantinopla. Encontrou em Blajernes um lugar muito tranqüilo onde se estabeleceu. Mas não tardou muito, e sua fama de santidade e humildade fêz com que se tornasse conhecido também naquela região. Este grande monge ermitão entregou sua alma a Deus rezando a curando os doentes.


LITURGIA

Troparion
Rejubilem-se os céus e alegre-se a terra, 
pois o Senhor manifestou a força de Seu braço; 
com sua morte venceu a morte, 
tornou-Se o primogênito dos mortos; 
libertou-nos das entranhas dos infernos 
revelando ao mundo a grande misericórdia! 

Kondakion
Hoje Te levantaste da tumba, ó Compassivo, 
e nos conduziste para fora das portas da morte, 
Hoje Adão dança e Eva se regozija 
e com eles os Profetas e os Patriarcas 
louvam sem cessar o divino poder de Tua autoridade. 


Troparion de São Patapius de Tebas,  Modo VIII
Em ti, ó pai, que foste criado segundo a imagem de Deus
se manifestou a salvação, 
pois, ao aceitares a tua cruz, te fizeste seguidor de Cristo; 
e pela oração aprendeste a desprezar a carne, 
pois te elevaste para cuidar da tua alma imortal.
Pelo que, com os anjos a tua alma se alegra, ó venerável Patapius.

Glória ao Pai †, ao Filho e ao Espírito Santo.

Kondakion Modo III
Em ti, ó Santo, o povo achou um templo 
um lugar que sana as doenças espirituais,
e onde podiam com ardente empenho, 
pedir  a cura de suas enfermidades 
e o perdão das transgressões que cometeram em suas vidas; 
pois tu tens sido um intercessor 
para todos os que estão em necessidade, 
Ó venerável Patapius.

Theotokion
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém

Tu, que te preocupavas com a salvação do gênero humano 
a ti cantamos, Virgem Mãe de Deus!
Teu Filho e nosso Deus, com o puríssimo corpo recebido de ti, 
padecendo os sofrimentos da cruz livrou-nos da iniquidade, 
Ele, o amigo dos seres humanos.

Prokímenon

Cantai salmos ao nosso Deus, cantai!
Cantai salmos ao nosso Rei, cantai! 

Nações, aplaudi todas com as mãos,
aclamai a Deus com vozes alegres! 


Colossenses 1:12-18

Dando graças ao Pai que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz; O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele. E ele é a cabeça do corpo, da igreja; é o princípio e o primogênito dentre os mortos, para que em tudo tenha a preeminência.

Aleluia

Aleluia, aleluia, aleluia!
Junto de Ti, Senhor, me refugiei; 

não seja eu confundido para sempre,
por tua justiça, livra-me!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Sê para mim um Deus protetor 

e uma casa de refúgio que me abrigue. 



Aleluia, aleluia, aleluia!

Lucas 17:12-19 

E, entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; e levantaram a voz, dizendo: Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós. E ele, vendo-os, disse-lhes: Ide, e mostrai-vos aos sacerdotes. E aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz; e caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano. E, respondendo Jesus, disse: Não foram dez os limpos? E onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro? E disse-lhe: Levanta-te, e vai; a tua fé te salvou.



HOMILÍA




São João Cassiano (séc. V)


O primeiro movimento de boa vontade (no homem) Deus mesmo nos concede por sua inspiração. Esta nos atrai ao caminho da salvação, já seja por impulso imediato dele, ou pelas exortações de um homem, ou pela força das circunstâncias. E também é um dom de sua mão a perfeição das virtudes. O que de nós depende é corresponder com frieza ou com entusiasmo a esse impulso da graça. Segundo isto, merecemos o prêmio ou o tormento, na medida em que tenhamos cooperado ou não, com nossa fidelidade ou infidelidade, a esse plano divino que sua condescendência e paternal providência havia concebido sobre nós...

Idêntica linha de conduta observamos na cura dos dois cegos do Evangelho: Que Jesus passe por onde eles estavam é graça de sua condescendência e providência; conceder que os cegos falem e digam: Tem piedade de nós, Senhor, Filho de Davi!, é obra de sua fé e confiança nele. E o fato de que a luz volte aos seus olhos e vejam, é dom exclusivo da misericórdia divina.

Cabe observar que mesmo depois de haver recebido algum benefício de Deus, subsiste a força da graça divina e a liberdade humana. O manifesta o episódio dos dez leprosos que foram curados pelo Senhor ao mesmo tempo. Somente um deles, por obra de seu livre-arbítrio – secundando, é claro, a moção divina –, retorna para dar graças. O Senhor elogia a iniciativa.

Porém, ao mesmo tempo reclama e pergunta pelos outros nove. Com isto manifesta que sua solicitude continua agindo a favor dos homens, apesar de sua ingratidão que esquece os seus benefícios. Ambas as coisas são igualmente um dom de sua visita: acolher e respeitar ao agradecido, e buscar repreender aos ingratos.

Ademais, convém que creiamos com uma fé incondicional que nada acontece no mundo sem a intervenção de Deus. Devemos realmente reconhecer que tudo acontece ou por sua vontade ou por sua permissão. O bem, mediante a sua vontade e o seu auxílio; o mal, por sua permissão, quando, para punir nossos crimes ou a dureza de nosso coração, nos abandona à tirania do demônio ou as vergonhosas paixões da carne.

O apóstolo nos ensina isto com evidência nestas palavras: Por isto Deus os abandonou as suas paixões ignominiosas, e também: Porque não se preocuparam de conhecer a Deus, os entregou aos sentimentos depravados, e daí o seu procedimento indigno. E o próprio Senhor diz pela boca do profeta: E o meu povo não ouviu a minha voz, e Israel não obedeceu aos meus mandatos. Por isto lhes abandonei – diz – aos pensamentos de seu coração e andaram segundo os seus próprios caprichos.

Devemos considerar que se a liberdade se destaca na desobediência do povo, não é menos evidente, por outro lado, a contínua providência que Deus tem sobre os seus. De fato, não deixa de encaminhar-lhes diariamente seus avisos, clamando, por assim dizer, a Israel. Quando afirma: Se meu povo me escutasse, mostra claramente que ele falou a Israel, o primeiro. E não somente pela lei escrita lhes fala assim Deus, mas também por contínuas e diárias admoestações, segundo aquela que diz Isaías: O dia inteiro estendi as minhas mãos ao povo que não cria em mim e me contradizia.







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