quarta-feira, 14 de setembro de 2016

13ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

14 de Setembro de 2016 (CC) / 01 de Setembro (CE)
Ano Novo Eclesiástico - Início da Indicção
São Simeão, o Estilita (459 dC), e sua irmã Santa Marta (428 d.C)
40 Virgens Ascetas e seu Mestro Ammon, Diácono. 
Justo Jesús, Filho de Navi; 
Santo ïcone Milagros da Mãe de Deus Chernigov
Jejum (Vinho e Azeite Permitidos)
Modo 3





O Primeiro Concílio Ecumênico (Nicéia, 325) decretou que o ano eclesial começasse em 1º. de setembro. Para os antigos hebreus, o mês de setembro era o início do ano civil (Êxodo 23:16), mês de realizar-se a colheita e de ofertar ações de graças a Deus. Foi na ocasião desta festa em que o Senhor Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré (Lucas 4: 16-21), abriu o livro do Profeta Isaías e leu as palavras: O Espírito do Senhor repousa sobre Mim para pregar boas-novas aos humildes; enviou-me para reerguer o angustiado, proclamar a liberdade aos cativos, abrir a prisão aos aprisionados e proclamar um ano da graça do Senhor, o dia da vingança de nosso Deus e confortar todos os aflitos (Isaías 61: 1-2).

O mês de setembro também é de suma importância para a história do Cristianismo, porque o Imperador Constantino, o Grande, derrotou Maxêncio, inimigo da fé cristã, em setembro. Após a vitória, Constantino conferiu liberdade de confissão à Fé Cristã em todo o Império Romano. Por muito tempo, o ano civil do mundo cristão seguia o ano eclesial com o início em 1º de setembro. Mais tarde, o ano civil foi modificado, transferindo seu começo para 1º de janeiro. Primeiramente, a mudança ocorreu na Europa Ocidental e, tempos mais tarde, na Rússia, sob Pedro, o Grande.

São Simeão, o Estilita

Simeão, de santa e famosa memória, deu origem ao costume de ficar em pé no topo de uma coluna, ocupando um lugar pequeno de apenas dois cúbitos de circunferência. Domnus, que era Bispo de Antioquia, ao visitar Simeão, ficou estupefato com a singularidade de sua posição e de seu modo de vida, ficando desejo em possuir em sua vida uma maior interação mística. Eles combinaram de se encontrarem para juntos celebrarem os Divinos Mistérios, e tendo consagrado os santos dons, ministraram um ao outro a comunhão vivificante. 
Este homem, querendo viver na carne a natureza das hostes celestes, elevou-se acima das preocupações mundanas, e, sobrepujando a tendência da natureza humana para a decadência, dirigiu sua intenção para as coisas do alto: colocado entre a terra e os Céus, entrou em comunhão com Deus, e se uniu com os anjos na adoração a Ele; da terra, oferecia suas intercessões por toda a humanidade, e dos Céus, se derramava sobre eles o favor Divino. 
Um relato de seus milagres foi escrito por um daqueles que os testemunharam, e um registro eloquente por Theodoreto, Bispo de Chipre: apesar de ambos terem omitido um episódio particular, cuja lembrança é ainda viva nos habitantes do santo deserto de quem aprendi o que se segue.  
Quando Simeão, esse anjo sobre a terra, esse cidadão da Jerusalém Celeste ainda em carne, inventou esse estranho e até então desconhecido caminho, os habitantes do santo deserto enviaram uma pessoa até ele, levando com um pedido para que desse uma razão para hábito tão singular, a saber, o porquê, abandonando o caminho trilhado pelos santos, ele perseguia outro ignorado pela humanidade; e, mais ainda, para que ele descesse [do pilar] e percorresse o caminho dos Padres. Eles, ao mesmo tempo, deram ordens para que se ele manifestasse prontidão em descer, que ficasse livre para percorrer o caminho que escolhesse, já que sua obediência seria prova suficiente que perseverou guiado por Deus: mas que ele fosse retirado pela força caso manifestasse repúdio ou, se seduzido por sua própria vontade, recusasse ser guiado implicitamente pelo pedido.  
Quando a pessoa delegada chegou e anunciou o pedido dos Padres, Simeão, seguindo a injunção, deu imediatamente um passo para a frente. Então o delegado o declarou livre par seguir seu próprio caminho, dizendo, ''seja corajoso e continue: o lugar que você escolheu é de Deus''.  
Esta circunstância, que é omitida por aqueles que escreveram sobre ele, é, segundo penso, digna de ser lembrada. Em tão grande medida ele foi tomado pela graça divina, que, quando Theodósio proclamou uma lei de que as sinagogas que foram tomadas pelos cristãos fossem restauradas aos judeus de Antioquia, ele escreveu ao Imperador com censura tão veemente e livre, como se não se subordinasse a ninguém senão a seu soberano imediato, que Theodósio reviu sua ordem, e favoreceu aos cristãos em todos os aspectos, depondo, inclusive, o prefeito que havia sugerido a medida.  
[...] Simeão prosseguiu nesse modo de vida por cinquenta e seis anos, nove dos quais ele passou no primeiro mosteiro, onde foi instruído no conhecimento divino, e quarenta e sete em Mandra[...].'' 
Cf. Evagrius Scholasticus, História Eclesiástica 
Livro I, Capítulo XIII: Simeão o estilita.5


2 Coríntios 9:12-10:7

12 Porque a ministração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também transborda em muitas ações de graças a Deus; 13 visto como, na prova desta ministração, eles glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade da vossa contribuição para eles, e para todos; 14 enquanto eles, pela oração por vós, demonstram o ardente afeto que vos têm, por causa da superabundante graça de Deus que há em vós. 15 Graças a Deus pelo seu dom inefável. 1 Ora eu mesmo, Paulo, vos rogo pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde, mas quando ausente, ousado para convosco; 2 sim, eu vos rogo que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar, com confiança, da ousadia que espero ter para com alguns que nos julgam como se andássemos segundo a carne. 3 Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne, 4 pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; 5 derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo; 6 e estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência. 7 Olhais para as coisas segundo a aparência. Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo, que, assim como ele é de Cristo, também nós o somos.

Marcos 3:20-27

20 Depois entrou numa casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal modo que nem podiam comer. 21 Quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Ele está fora de si. 22 E os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: Ele está possesso de Belzebu; e: É pelo príncipe dos demônios que expulsa os demônios. 23 Então Jesus os chamou e lhes disse por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás? 24 Pois, se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; 25 ou, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não poderá subsistir; 26 e se Satanás se tem levantado contra si mesmo, e está dividido, tampouco pode ele subsistir; antes tem fim. 27 Pois ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente; e então lhe saqueará a casa.  


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COMENTÁRIO

O Evangelho do Reino de Deus apesar de anunciar a paz provoca conflitos, pois seu conteúdo em muito excede a compreensão humana, e tudo que está para além da nossa compreensão, classificamos como “louco”, lhe damos a dimensão do absurdo. Este foi o olhar dos parentes e dos escribas para com Cristo. Dedicar-se de tal maneira para as pessoas como Cristo fazia, estava além do que os familiares de Cristo entendiam por doação, pois, em geral, para nós, a doação tem limites, ela não pode sacrificar necessidades pessoais: alimento, descanso...  Os Escribas, acostumados a ver o místico pelos olhos da razão e da lógica predominante, diziam que era Belzebu, o maioral dos demônios que Lhe possuía. Podemos, assim, neste raciocínio, também perceber como os sentimentos direcionam o olhar. Embora os dois grupos – familiares e Escribas – estranhassem o comportamento de Jesus, cada um os classifica de acordo com os seus sentimentos: para os parentes, era um distúrbio psicológico, com um pouco de descanso ele se recuperaria; já para os Escribas – que o invejavam – Ele só poderia ser um endemoninhado, o que lhe descredenciaria definitivamente. Aos primeiros, Cristo nada objeta, pois a incompreensão num coração puro não perdura por muito tempo; todavia, a perversão sempre construirá esquemas de raciocínio que visam destruir, e não compreender, muito mais ainda quando são impulsionados por sentimentos inconfessáveis. E quando a estes senhores do saber lhes falta a força do argumento, geralmente apelam para o argumento da força, e foi por isto que tramaram a morte de Jesus.

A Igreja em sua missão, assim como seu Senhor, enfrenta e sempre enfrentará incompreensões e o conflito com os dominadores deste mundo, que necessariamente não são os que detêm o poder político, mas, inexoravelmente, os que idealizam os esquemas mentais que moldam a sociedade de nós. Estes se voltam contra nós, como enxame de abelhas para defender a colmeia; rugem como leão, procurando nos aterrorizar com suas presas, escancarando suas goelas para nos devorar. Todavia, não os devemos temer, pois, como diz são Paulo: “as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”.

Padre Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO

A Ti, Senhor, elevo a minha alma. Em Ti confio, ó meu Deus. Não deixes que eu seja humilhado, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim! Nenhum dos que esperam em Ti ficará decepcionado; decepcionados ficarão aqueles que, sem motivo, agem traiçoeiramente. Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança está em Ti o tempo todo. Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua misericórdia, que tens mostrado desde a antiguidade. Não te lembres dos pecados e transgressões da minha juventude; conforme a tua misericórdia, lembra-te de mim, pois tu, Senhor, és bom. Bom e justo é o Senhor; por isso mostra o caminho aos pecadores. Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho. Todos os caminhos do Senhor são amor e fidelidade para com os que cumprem os preceitos da sua aliança. Por amor do teu nome, Senhor, perdoa o meu pecado, que é tão grande! Quem é o homem que teme o Senhor? Ele o instruirá no caminho que deve seguir. Viverá em prosperidade, e os seus descendentes herdarão a terra. O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança. Os meus olhos estão sempre voltados para o Senhor, pois só ele tira os meus pés da armadilha. Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito. As angústias do meu coração se multiplicaram; liberta-me da minha aflição. Olha para a minha tribulação e o meu sofrimento, e perdoa todos os meus pecados. Vê como aumentaram os meus inimigos e com que fúria me odeiam! Guarda a minha vida e livra-me! Não me deixes decepcionado, pois eu me refugio em Ti. Que a integridade e a retidão me protejam, porque a minha esperança está em Ti. Ó Deus, liberta Israel de todas as suas aflições!

Salmo 24(25)


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