segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

31ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

PRÉ-FESTA DA TEOFANIA
16 de Janeiro de 2017 (CC) 03 de Janeiro (CE)
Ss. Profeta Malaquias e Górdios de Cesárea na Capadócia, mártir
Encontro das santas relíquias de São Efraim, Neo Makri
Modo 5




O Santo Profeta Malaquias viveu 400 anos antes do nascimento de Cristo, na época da volta dos judeus do cativeiro babilônico, Malaquias foi o último dos profetas do Antigo Testamento, por isso, os Santos Padres o chamam de "o selo dos profetas", Manifestando-se com uma imagem de bondade espiritual e piedade, ele surpreendeu a nação e foi chamado Malaquias, ou seja, um anjo, Seu livro profético está incluído no Cânone do Antigo Testamento, Nele, ele repreende os judeus, predizendo a vinda de Jesus Cristo e de seu precursor João Batista, e também o Juízo Final (Malaquias 3: 1-5; 4: 1-6).

Santo Mártir Górdios 
Górdios nasceu em Cesárea da Capadócia. Entrou para o serviço militar do império romano e chegou ao grau de centurião. Estava em sua vila natal quando o perverso Diocleciano voltou a ascender o fogo da perseguição aos cristãos. Indignado, ao ver os cruéis tratamentos infligidos aos cristãos, abandonou voluntariamente o serviço militar retirando-se ao deserto. Iniciou-se nos divinos mistérios do cristianismo sob a influência da graça e o exercício da contemplação, compreendendo a inutilidade dos bens da vida presente, entregando-se à prática do jejum e da oração. Numa certa ocasião, em que os pagãos haviam organizado jogos para honrar o deus pagão Marte, Górdios apresentou-se novamente na cidade e, mostrando-se entre os espectadores proclamou em voz alta as palavras do profeta: «Fui achado pelos que não me buscavam, fui manifestado aos que por mim não perguntavam» (Is 65,2 e Rm 10,20). Quis fazer compreender a todos, com estas palavras que, por si mesmo, declarava-se cristão. Então, tomaram-no e levaram-no diante do governador. 
Górdios deu a conhecer seu nome, seu país, sua categoria de centurião, o motivo de seu afastamento e de seu retorno à cidade. «Não me preocupo com vossos editos, pois creio em Jesus Cristo, minha esperança e meu apoio; sei que superais em crueldade aos demais representantes imperiais, mas achei por bem aproveitar esta ocasião para obter o que é objeto de meus desejos». O governador o fez compreender que estava assim se expondo aos mais horríveis tormentos, se insistisse nessa atitude. Górdios, porém, elevando seus olhos aos céus, cantou os versículos do salmo: «O Senhor é meu apoio e não temo o que os homens possam me fazer; Senhor, nenhum mal temerei, porque Tu estás comigo!» (Sl 117 e 22). E repetia estas expressões de confiança muito a propósito para fortalecer sua alma. Então, abateram-se sobre ele os tormentos. Seus parentes e amigos se aproximaram dele, compadecidos por sua sorte. «Guardai vossas lágrimas e vossos lamentos para os inimigos do verdadeiro Deus» – lhes disse – «pois que estou preparado para dar mil vezes a minha vida, se isso fosse possível, para glorificar o nome do Senhor. Tenho presente em minha memória o primeiro centurião que assistiu, sobre o calvário, a morte de meu Salvador, e que proclamou a sua divindade na presença dos judeus, cuja cólera ainda não se havia abrandado». Essas foram suas últimas palavras. Protegido com o sinal da cruz marchou intrepidamente para o martírio, tendo sido decapitado.



Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Hebreus 11:17-23, 27-31

Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; E daí também em figura ele o recobrou. Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras. Pela fé Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou encostado à ponta do seu bordão. Pela fé José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem acerca de seus ossos. Pela fé Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei. Pela fé deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível. Pela fé celebrou a páscoa e a aspersão do sangue, para que o destruidor dos primogênitos lhes não tocasse. Pela fé passaram o Mar Vermelho, como por terra seca; o que intentando os egípcios, se afogaram. Pela fé caíram os muros de Jericó, sendo rodeados durante sete dias. Pela fé Raabe, a meretriz, não pereceu com os incrédulos, acolhendo em paz os espias.

Marcos 12:13-17

13 Enviaram-lhe então alguns dos fariseus e dos herodianos, para que o apanhassem em alguma palavra. 14 Aproximando-se, pois, disseram-lhe: Mestre, sabemos que és verdadeiro, e de ninguém se te dá; porque não olhas à aparência dos homens, mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus; é lícito dar tributo a César, ou não? Daremos, ou não daremos? 15 Mas Jesus, percebendo a hipocrisia deles, respondeu-lhes: Por que me experimentais? trazei-me um denário para que eu o veja. 16 E eles lho trouxeram. Perguntou-lhes Jesus: De quem é esta imagem e inscrição? Responderam-lhe: De César. 17 Disse-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus. E admiravam-se dele.



† † †

REFLEXÃO

“O que Deus te pede? Sua imagem”

Buscas a imagem de Deus? Você a tem em si mesmo; o artífice não pode fazer a imagem de Deus, mas Deus pode fazer uma imagem de si mesmo. Não fez outro distinto de ti mesmo, mas que te fez a ti a sua imagem. Adorando, pois, a imagem de homem que o artífice fez, profana a imagem de Deus, que Deus imprimiu em ti mesmo. Portanto, quando te chama para que voltes, quer devolver-te aquela imagem que tu, esfregando-a em certo modo com a ambição terrena, perdeste e obscureceste.

Daqui procede, irmãos, que Deus busque a sua imagem em nós. Isto foi o que recordou àqueles judeus que lhe apresentaram uma moeda. Quando lhe disseram: Senhor, é lícito pagar tributo a César?, sua primeira intenção era lhe tentar; se dizia “é lícito”, seria acusado de querer que Israel vivesse sob maldição, ao querer que estivesse submetido a tributo, que estivesse sob o jugo de outro rei e pagasse impostos; se, porém, dizia “não é lícito pagar tributo”, lhe acusariam de ordenar algo contra o César e de ser o causante de que não pagassem os impostos devidos enquanto povo submetido.

Conheceu que lhe tentavam; conheceu, por assim dizer, a verdade para a falsidade e com poucas palavras deixou exposta a mentira procedente da boca dos mentirosos. Não emitiu a sentença contra eles por sua boca, mas deixou que eles mesmos a emitissem contra si, segundo o que está escrito: Por tuas palavras serás declarado justo e por elas declarado inocente. Por que me tentais, hipócritas? Ele lhes disse.

Mostrai-me a moeda. Mostraram-na para ele. De quem, disse, é a imagem e a inscrição? Responderam: De César. E ele: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Como César busca a sua imagem em sua moeda, assim Deus busca a sua em tua alma. Dai a César, disse, o que é de César. O que César te pede? Sua imagem. O que Deus te pede? Sua imagem. Porém, a do César está na moeda, a de Deus está em ti. Se alguma vez perdes uma moeda, choras porque perdeste a imagem do César; e não choras quando adoras um ídolo sabendo que fazes uma injúria à imagem de Deus que reside em ti?

Agostinho, bispo de Hypona (séc. V)





“Entregar a Deus a sua imagem intacta em nós”

Façamos o homem a nossa imagem e semelhança. O pintor desta imagem é o Filho de Deus. E por tratar-se de pintor tão grandioso e perito, sua imagem pode se tornar feia pela negligência, mas não apagada pela malícia. Pois a imagem de Deus permanece sempre em ti, mesmo quando tu mesmo sobreponhas à imagem do homem terreno. Esta imagem do homem terreno, que Deus não esboçou em ti, tu mesmo te vais pintando através das variadas escalas de tipos de malícia, como uma combinação de diversas cores.

Por isso temos de suplicar àquele que diz pela boca do profeta: Dissipei tuas rebeliões como névoa; os teus pecados como nuvem. E quando tiver apagado em ti todas estas cores procedentes das fraudes da malícia, então resplandecerá em ti a imagem criada por Deus. Já percebes como as Sagradas Escrituras comparam formas e figuras mediante as quais a alma aprenda a conhecer-se e a purificar-se a si mesma.

Queres contemplar ainda esta imagem a partir de outra perspectiva? Existem cartas que Deus escreve e cartas que nós escrevemos. As cartas do pecado nós as escrevemos. Escuta como se expressa o apóstolo: Cancelou – disse – o documento que nos condenava com suas cláusulas e era contra nós; aboliu-o definitivamente, cravando-o na cruz. Isto que o apóstolo chama documento, foi a caução de nossos pecados. Porque cada um de nós é devedor daquilo em que delinque e escreve a carta de seus pecados. Pois, no juízo de Deus – cuja abertura descreve Daniel –, diz que os livros se abriram: sem dúvida aqueles livros que contêm os pecados dos homens.

Estes livros nós os escrevemos com as culpas que cometemos. Disto concluímos que as nossas cartas são escritas pelo pecado; as de Deus pela justiça. Assim, de fato, o afirma o apóstolo: Vós sois uma carta, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações. Tens, pois, a carta de Deus em ti, e a carta do Espírito Santo. Mas se pecas, tu mesmo assinas o documento do pecado.

Porém, observa como ao aproximar-te somente uma vez da cruz de Cristo e da graça do batismo, teu documento foi cravado na cruz e apagado na fonte batismal. Não voltes a escrever novamente o que foi apagado, nem restaures o que foi abolido; conserva em ti unicamente a carta de Deus; que permaneça em ti a Escritura do Espírito Santo.

Orígenes (séc. III)

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