sexta-feira, 9 de setembro de 2022

13ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

09 de Setembro de 2022 (CC) / 27 de Agosto (CE)
São Pímen (450 dC); São Fanúrio, Mártir
Jejum (Pão, frutas e vegetais)
Tom 3



O Monge Pímen, o Grande, nasceu por volta do ano 340 no Egito. Com seus dois irmãos, Anubias e Paisias, ele foi para um dos mosteiros egípcios, e os três aceitaram a tonsura monástica. Os irmãos eram ascetas tão rígidos que, quando sua mãe foi ao mosteiro para ver seus filhos, eles não saíam de suas celas para vê-la. A mãe ficou ali por muito tempo e chorou. Então o Monge Pímen disse-lhe sem abrir a porta da cela: "Se você suportar a separação temporal de nós agora, então na vida futura nos verá, visto que esperamos em Deus, o Amante da Humanidade!" A mãe sentiu-se humilhada e voltou para casa. 
A fama sobre os feitos e virtudes do Monge Pimen espalhou-se por todo o país. Uma vez, o governador do distrito quis vê-lo. O Monge Pimen, evitando a fama, raciocinou assim: "Se dignitários começarem a vir a mim com respeito, então também muitas pessoas começarão a vir a mim e perturbar minha quietude, e eu serei privado da graça da humildade, que tenho encontrado somente com a ajuda de Deus ”. E então ele transmitiu uma recusa ao mensageiro. 
Para muitos dos monges, o Monge Pimen era um guia espiritual e instrutor. E eles escreveram suas respostas para servir à edificação de outros além de si mesmos. Entre tantos outros ensinamentos, o Santo disse: 
“Para um homem é necessário observar três regras básicas: temer a Deus, orar com frequência e fazer o bem às pessoas”. "A maldade, por sua vez, nunca elimina a maldade. Se alguém te faz mal, faça-lhe o bem, e o teu bem vencerá o mal".
Uma vez veio ao santo um monge de longe, para obter sua orientação. Ele começou a falar sobre assuntos sublimes e difíceis de entender. O santo se afastou dele e ficou em silêncio. Para o monge perplexo, eles explicaram que o santo não gostava de falar sobre assuntos elevados. Então o monge começou a perguntar-lhe sobre a luta contra as paixões da alma. O santo voltou-se para ele com uma face alegre: "Aqui agora tu falaste bem, e eu devo responder", - e por um longo tempo deu instruções sobre como se deve lutar contra as paixões e vencê-las.
O Monge Pímen morreu aos 110 anos, por volta do ano 450. Logo após sua morte, foi reconhecido como um santo agradável a Deus e recebeu o título de "o Grande" - como um sinal de sua grande humildade, modéstia, retidão e renúncia de si mesmo no serviço a Deus. 
Comemoração de São Fanúrio.
A biografia do glorioso Santo e Grande Mártir Fanúrio é relativamente recente. Nada pode ser dito sobre a sua origem, seus pais, o período em que viveu, onde pregou a palavra de Deus e, por último, em que reinado, ou sob que Imperador ele testemunhou sua fé, entregando-se ao martírio. Nenhum testemunho de sua vida foi conservado, escrito ou oral, e nada saberíamos sobre sua existência, seu nome, não fosse este acontecimento: 
Quando a linda ilha de Rodes (Grécia) foi conquistada pelos turcos, um de seus governadores quis reconstruir as muralhas da cidade destruídas pela guerra. Para isso, algumas cabanas em ruínas que se encontravam do lado de fora das muralhas precisavam ser demolidas. Assim, quando aconteceu a demolição e a área em torno foi escavada, descobriu-se soterrada entre os escombros uma linda igreja que tinha apenas uma de suas laterais destruída. Nas ruínas desta igreja, esquecida até então, foram encontrados muitos ícones de santos, todos já muito estragados pelo tempo, a ponto de não ser possível distinguir nem as letras nem as figuras humanas que representavam. Entretanto, entre todas estas imagens destruídas, uma estava ainda em tão bom estado de conservação que parecia ter sido pintada naquele dia em que havia sido descoberta no interior da igreja soterrada. Esta maravilhosa imagem que não havia sofrido os efeitos corrosivos do tempo e das condições em que se encontrava sob o solo, era a imagem de São Fanúrio. 
As Doze Representações da Imagem   
Logo que foi descoberta aquela igreja, um muito respeitado bispo da região chamado Nilo, homem fervoroso na fé e de vida muita santa, foi até o local e, com facilidade, leu as inscrições sobre aquele ícone: «São Fanúrio». Esta imagem estava rodeada por doze outras pequenas imagens que revelavam diferentes circunstâncias da vida do santo. No centro, estava Fanúrio ainda jovem, vestido com uniforme militar. Em sua mão esquerda tinha uma cruz e na direita uma vela acesa. As doze pequenas imagens em torno da imagem principal do santo mostravam as seguintes situações de sua vida, destacando as torturas e suplícios sofridos por causa de sua fé em Cristo e seu martírio final:  
A primeira mostrava o santo diante de um juiz que o interrogava. Fanúrio é mostrado entre os guardas, em pé diante do juiz, e parece fazer sua apologia com coragem, defendendo sua fé cristã.  
A segunda representa o santo entre os soldados que o conduzem para as torturas, sendo atingido com pedras na boca e cabeça. 
A terceira mostra o santo já caído por terra e os soldados que o golpeiam com pedaços de pau.  
Na quarta cena, uma tortura ainda mais terrível: o santo se encontra desnudo na cela do cárcere enquanto seus torturadores rasgam seu corpo com instrumentos de ferro. Pela postura, São Fanúrio parece suportar com serenidade este terrível tormento. Tem suas mãos cruzadas, o olhar dirigido ao céu e, com semblante de devoção, parece rezar ao Senhor no qual depositou suas esperanças.  
A quinta imagem o mostra sozinho, trancado na cela e rezando com devoção a Deus, suplicando força para suportar as torturas a que logo seria submetido pelos brutais e impiedosos carrascos.  
Na sexta representação aparece novamente diante do tirano fazendo corajosamente sua apologia e, apesar das novas ameaças de torturas ainda piores, ele se recusa a negar a sua fé em Cristo. 
Na sétima imagem ele aparece novamente na prisão em outra cela fechada e seus torturadores queimam seu corpo com tochas acesas. 
A oitava imagem mostra o santo sofrendo uma tortura ainda mais terrível. Os carrascos, duros de coração, impiedosos e enfurecidos por sua persistente negação a oferecer culto aos seus ídolos, o colocam numa prensa e trituram seus ossos enquanto ele, tranquilo diante deste terrível tormento, sofre todas as dores com paciência e coragem, e seu lindo rosto mostra que foi derramado sobre ele uma alegria divina, porque o Senhor o fez digno de ser um dos seletos testemunhos da fé cristã.  
Na figura nona ele aparece jogado numa grande fossa entre animais selvagens para que o devorem enquanto, acima, seus carrascos o espreitam. Os animais, porém, não lhe fazem nenhum mal, ao contrário, com aspecto de mansidão o rodeiam enquanto o santo, com as mãos cruzadas sobre o peito, reza agradecido a Deus por ter livrado de mais este tormento.  
A décima imagem mostra um novo, mas não menos terrível, tormento. O santo está posto no chão com uma pesada laje de mármore posta sobre seu peito que lhe fratura o tórax impedindo a respiração.  
A figura décima – primeira mostra o santo diante dos ídolos dos infiéis. Segura nas mãos brasas acesas e está sendo vigiado por seus carrascos armados. No ar, acima do altar dos ídolos, sobrevoa um demônio com aspecto de dragão alado, que parece chorar e flagelar-se pelos exorcismos do santo.  
Finalmente, a décima segunda e última imagem mostra São Fanúrio em pé, dentro de um grande forno sobre troncos em chamas e, enquanto as chamas e a fumaça o envolvem, ora serenamente com as mãos elevadas para o céu, dirigindo ao Senhor os seus últimos pensamentos neste seu martírio final.
Um Milagre do Ícone Do Santo  
Observando as doze cenas tão descritivas da vida de São Fanúrio neste ícone, o piedoso bispo Nilo compreendeu imediatamente que São Fanúrio tinha sido um dos mártires mais importantes da fé cristã. Logo enviou pessoas de sua confiança ao Governador do lugar para pedir-lhe que cedesse aquele lugar para que aquela igreja pudesse ser reconstruída. Mas ele se recusou a conceder esse favor. Sem perder tempo, o piedoso bispo foi pessoalmente à capital e lá conseguiu a autorização. Voltou logo a Rodes e reconstruiu a igreja de São Fanúrio, fora da muralha da cidade, no mesmo local onde havia sido feita a descoberta. Esta nova igreja, que ainda existe atualmente, tornou-se um lugar de muitos milagres e uma multidão acorria de toda a parte para adorar a Deus e honrar a memória de São Fanúrio.
Oração Antes de Ler as Escrituras


Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

2 Coríntios 11:5-21

5 Ora, julgo que em nada tenho sido inferior aos mais excelentes apóstolos. 6 Pois ainda que seja rude na palavra, não o sou contudo na ciência; antes, por todos os modos, isto vos temos demonstrado em tudo. 7 Pequei porventura, humilhando-me a mim mesmo, para que vós fôsseis exaltados, porque de graça vos anunciei o evangelho de Deus? 8 Outras igrejas despojei, recebendo delas salário, para vos servir; 9 e quando estava presente convosco, e tinha necessidade, a ninguém fui pesado; porque os irmãos, quando vieram da Macedônia, supriram a minha necessidade; e em tudo me guardei, e ainda me guardarei, de vos ser pesado. 10 Como a verdade de Cristo está em mim, não me será tirada glória nas regiões da Acaia. 11 Por que? Será porque não vos amo? Deus o sabe. 12 Ora, o que faço e ainda farei, é para cortar ocasião aos que buscam ocasião; a fim de que, naquilo em que se gloriam, sejam achados assim como nós. 13 Pois os tais são falsos apóstolos, obreiros fraudulentos, disfarçando-se em apóstolos de Cristo. 14 E não é de admirar, porquanto o próprio Satanás se disfarça em anjo de luz. 15 Não é muito, pois, que também os seus ministros se disfarcem em ministros da justiça; o fim dos quais será conforme as suas obras. 16 Outra vez digo: ninguém me julgue insensato; mas se assim pensais, recebei-me como insensato mesmo, para que eu também me glorie um pouco. 17 O que digo, não o digo segundo o Senhor, mas como por insensatez, nesta confiança de gloriar-me. 18 Desde que muitos se gloriam segundo a carne, eu também me gloriarei. 19 Porque, sendo vós sensatos, de boa mente tolerais os insensatos. 20 Pois se alguém vos escraviza, se alguém vos devora, se alguém vos defrauda, se alguém se ensoberbece, se alguém vos fere no rosto, vós o suportais. 21 Falo com vergonha, como se nós fôssemos fracos; mas naquilo em que alguém se faz ousado, com insensatez falo, também eu sou ousado.

Marcos 4:1-9

1 Outra vez começou a ensinar à beira do mar. E reuniu-se a ele tão grande multidão que ele entrou num barco e sentou-se nele, sobre o mar; e todo o povo estava em terra junto do mar. 2 Então lhes ensinava muitas coisas por parábolas, e lhes dizia no seu ensino: 3 Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear; 4 e aconteceu que, quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5 Outra caiu no solo pedregoso, onde não havia muita terra: e logo nasceu, porque não tinha terra profunda; 6 mas, saindo o sol, queimou-se; e, porque não tinha raiz, secou-se. 7 E outra caiu entre espinhos; e cresceram os espinhos, e a sufocaram; e não deu fruto. 8 Mas outras caíram em boa terra e, vingando e crescendo, davam fruto; e um grão produzia trinta, outro sessenta, e outro cem. 9 E disse-lhes: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.  

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COMENTÁRIO

Não devemos contemplar miragens e muito menos abrigar fantasias em nossos corações. A palavra semeada por Cristo não frutifica em todos os corações humanos, ao contrário, segundo o ensino da Parábola do Semeador, apenas ¼ vingou e ¾ se perderam. No entanto, Sua Palavra a todos chama e a todos procura fecundar. A razão pela qual o fruto nasce ou se perde é uma só: a capacidade de morrer para si.

A semente que é comida pelos pássaros só pode por eles ser furtadas porque o agricultor não a plantou, sequer lançou mão delas. São os que ouvem a Palavra, mas estão muito atentos para as outras coisas; então vem o diabo e lhes roubas a semente.

A que frutifica sem raízes profundas e logo se murcham com o calor, são os que acolhem a Palavra na perspectiva de angariar bem-estar terreno - satisfação corporal e psicológica - e, quando estas lhes faltam, desanimam e morrem.

A sufocada pelos espinhos são aqueles que se ocupam além da medida com sua sobrevivência, que estão muito ocupados com coisas “concretas e práticas” para se preocuparem com abstrações e palavras filosóficas, não permitindo com esta atitude - que a semente cresça e frutifique – posto que não a regam e dela não cuidam.

Porém o solo frutífero é o que a acolhe e dela cuida, apesar de suas limitações (um grão produzindo trinta, o outro sessenta). Não são perfeitos, mas são frutíferos. Outros, zelam de tal maneira, que conseguem superar suas naturais limitações e produzem cem por um. Quem tem ouvidos, ouça.

Padre Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

Dá ouvidos, SENHOR, à minha oração e atende à voz das minhas súplicas. No dia da minha angústia clamo a ti, porquanto me respondes. Entre os deuses não há semelhante a ti, Senhor, nem há obras como as tuas. Todas as nações que fizeste virão e se prostrarão perante a tua face, Senhor, e glorificarão o teu nome. Porque tu és grande e fazes maravilhas; só tu és Deus. Ensina-me, SENHOR, o Teu caminho, e andarei na Tua verdade; une o meu coração ao temor do Teu Nome. Louvar-te-ei, Senhor Deus meu, com todo o meu coração, e glorificarei o Teu Nome para sempre. Pois grande é a Tua misericórdia para comigo; e livraste a minha alma do inferno mais profundo. Volta-te para mim, e tem misericórdia de mim; dá a Tua fortaleza ao Teu servo, e salva este Teu filho que as Tuas mãos plasmaram.

Salmo 85(86): 6-13,16

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