07 de Setembro de 2022 (CC) / 2 de Agosto (CE)
São Tito, Bispo de Creta (Apóstolo dos 70 – séc. I)
Retorno das Relíquias do Apóstolo Bartolomeu de Anastasiopolis para Lipari
Jejum (Azeite é permitido)
Tom 3
Tito, cujo nome é de origem latina, era grego e pagão (cf. Gl 2, 3). Ainda jovem se converteu ao cristianismo, foi batizado pelo Apóstolo São Paulo e se tornou companheiro e inestimável colaborador do apóstolo. Quando Paulo disse a Tito: «Isto deves ensinar, recomendar e reprovar com toda autoridade», fez surgir um outro grande evangelizador, que permaneceu trabalhando ao seu lado. Encarregado pelo apóstolo para executar importantes missões, foi uma vez a Jerusalém para entregar a importância duma coleta em favor dos cristãos pobres. «Meu companheiro e colaborador», como escreveu o apóstolo na segunda carta aos Corintos. Companheiro dos momentos importantes, como a famosa reunião do concílio de Jerusalém, que tratou da necessidade de renovação e diversificação dos ritos devido a evangelização no mundo pagão. Tito, porém, foi também um mediador persuasivo, e entusiasmou Paulo resolvendo uma grave crise entre ele e os Corintos. Enviado por São Paulo a Corinto com a tarefa de reconduzir aquela indócil comunidade à obediência, Tito restabeleceu a paz entre a Igreja de Corinto e o Apóstolo, que lhe escreveu nestes termos: «Deus, porém, que consola os humildes, consolou-nos com a chegada de Tito, e não só com a sua chegada, mas também com a consolação que ele tinha recebido de vós. Contou-nos ele o vosso vivo desejo, a vossa aflição, a vossa solicitude por mim… Foi por isso que ficamos consolados» (2 Cor 7, 6-7.13).
Entre os anos 64 e 65, tendo sido libertado da prisão romana o apóstolo Paulo foi com ele para a ilha de Creta, onde fundou uma comunidade cristã, que confiou a Tito. Mais tarde, visitou a Paulo em Nicópolis. Voltou novamente à Ilha de Creta, onde recebeu uma carta do próprio mestre, Paulo, que figura entre os livros sagrados. Depois, retornou à Roma para se avistar com o apóstolo que o mandou provavelmente evangelizar a Dalmácia, onde seu culto ainda hoje é intenso. Segundo a tradição mais antiga, Tito permaneceu como bispo de Creta até sua morte, que ocorreu em idade avançada, por causa natural e não por martírio, em Creta no ano 105 depois de Cristo. Ele teria conservado a virgindade até a morte. São Paulo o chama repetidamente «meu companheiro e colaborador», e na segunda carta aos Corintos, num momento de especial amargura, diz: «Deus me consolou com a chegada de Tito».
Traslado das Relíquias do Apóstolo Bartolomeu
A transferência das relíquias do apóstolo Bartolomeu se deu no final do século VI. Sua atividade apostólica e o seu martírio são lembrados pela Igreja em 11 de junho. O Apóstolo Bartolomeu padeceu por Cristo na região do Cáucaso (hoje Baku, capital do Azerbaijão), no ano 71, onde também suas santas relíquias estavam situadas. Muitos milagres ocorreram pelas relíquias do santo Apóstolos, e vários dos incrédulos foram convertidos a Cristo. As relíquias do Apóstolo Bartolomeu foram transferidas no tempo do Imperador Anastásios (491-518) para a cidade recém-construída de Anastasiópolis (ou Dareia), e lá permaneceram até o final do século VI.
Quando a cidade de Anastasiópolis foi capturada pelo Imperador persa, Khozroes, cristãos puseram as relíquias do apóstolo Bartolomeu em um baú e fugiram com ela para as margens do Mar Negro. Porém, foram perseguidos e alcançados por sacerdotes pagãos, os quais jogaram no mar o baú que continha as relíquias do Apóstolo Bartolomeu. Juntamente com o baú, outras 4 caixas foram lançadas ao mar com as relíquias dos Santos Mártires Papian, Luciano, Gregório e Akakios. Pelo poder de Deus os baús não afundaram e foram levados pela correnteza até as praias da Itália. O baú com as relíquias do Apóstolo Bartolomeu aportou na ilha de Lipari, e as caixas restantes se dispersaram por vários lugares da Itália: O que continha as relíquias do Mártir Papian, parou na Sicília; o do Mártir Luciano em Messina; o do Mártir Gregório na Calábria, e a do Mártir Akakios, em Asculusa. A chegada das relíquias do santo Apóstolo Bartolomeu fora revelada ao bispo da ilha de Lipari, Agathon, o qual foi com o clero às margens do mar, retirou o baú das águas, e solenemente o transferiu para a igreja.
As relíquias do Apóstolo Bartolomeu passaram a fluir mirra, curando várias doenças. Elas permaneceram na igreja da ilha de Lipari até meados do século IX, quando a ilha foi capturada pelos pagãos. Mercadores cristãos pegaram as relíquias do Apóstolo Bartolomeu e as transferiu para a cidade de Benevento, onde foram recebidas com grande veneração e colocadas na Igreja Matriz da cidade.
Oração Antes de Ler as EscriturasFaz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
2 Coríntios 9:12-10:7
12 Porque a ministração deste serviço não só supre as necessidades dos santos, mas também transborda em muitas ações de graças a Deus; 13 visto como, na prova desta ministração, eles glorificam a Deus pela submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade da vossa contribuição para eles, e para todos; 14 enquanto eles, pela oração por vós, demonstram o ardente afeto que vos têm, por causa da superabundante graça de Deus que há em vós. 15 Graças a Deus pelo seu dom inefável. 1 Ora eu mesmo, Paulo, vos rogo pela mansidão e benignidade de Cristo, eu que, na verdade, quando presente entre vós, sou humilde, mas quando ausente, ousado para convosco; 2 sim, eu vos rogo que, quando estiver presente, não me veja obrigado a usar, com confiança, da ousadia que espero ter para com alguns que nos julgam como se andássemos segundo a carne. 3 Porque, embora andando na carne, não militamos segundo a carne, 4 pois as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; 5 derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo; 6 e estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida a vossa obediência. 7 Olhais para as coisas segundo a aparência. Se alguém confia de si mesmo que é de Cristo, pense outra vez isto consigo, que, assim como ele é de Cristo, também nós o somos.
Marcos 3:20-27
20 Depois entrou numa casa. E afluiu outra vez a multidão, de tal modo que nem podiam comer. 21 Quando os seus ouviram isso, saíram para o prender; porque diziam: Ele está fora de si. 22 E os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: Ele está possesso de Belzebu; e: É pelo príncipe dos demônios que expulsa os demônios. 23 Então Jesus os chamou e lhes disse por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás? 24 Pois, se um reino se dividir contra si mesmo, tal reino não pode subsistir; 25 ou, se uma casa se dividir contra si mesma, tal casa não poderá subsistir; 26 e se Satanás se tem levantado contra si mesmo, e está dividido, tampouco pode ele subsistir; antes tem fim. 27 Pois ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens, se primeiro não amarrar o valente; e então lhe saqueará a casa.
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COMENTÁRIO
O Evangelho do Reino de Deus apesar de anunciar a paz provoca conflitos, pois seu conteúdo em muito excede a compreensão humana, e tudo que está para além da nossa compreensão, classificamos como “louco”, lhe damos a dimensão do absurdo. Este foi o olhar dos parentes e dos escribas para com Cristo. Dedicar-se de tal maneira para as pessoas como Cristo fazia, estava além do que os familiares de Cristo entendiam por doação, pois, em geral, para nós, a doação tem limites, ela não pode sacrificar necessidades pessoais: alimento, descanso... Os Escribas, acostumados a ver o místico pelos olhos da razão e da lógica predominante, diziam que era Belzebu, o maioral dos demônios que Lhe possuía. Podemos, assim, neste raciocínio, também perceber como os sentimentos direcionam o olhar. Embora os dois grupos – familiares e Escribas – estranhassem o comportamento de Jesus, cada um os classifica de acordo com os seus sentimentos: para os parentes, era um distúrbio psicológico, com um pouco de descanso ele se recuperaria; já para os Escribas – que o invejavam – Ele só poderia ser um endemoninhado, o que lhe descredenciaria definitivamente. Aos primeiros, Cristo nada objeta, pois a incompreensão num coração puro não perdura por muito tempo; todavia, a perversão sempre construirá esquemas de raciocínio que visam destruir, e não compreender, muito mais ainda quando são impulsionados por sentimentos inconfessáveis. E quando a estes senhores do saber lhes falta a força do argumento, geralmente apelam para o argumento da força, e foi por isto que tramaram a morte de Jesus.
A Igreja em sua missão, assim como seu Senhor, enfrenta e sempre enfrentará incompreensões e o conflito com os dominadores deste mundo, que necessariamente não são os que detêm o poder político, mas, inexoravelmente, os que idealizam os esquemas mentais que moldam a sociedade de nós. Estes se voltam contra nós, como enxame de abelhas para defender a colmeia; rugem como leão, procurando nos aterrorizar com suas presas, escancarando suas goelas para nos devorar. Todavia, não os devemos temer, pois, como diz são Paulo:
“As armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus, para demolição de fortalezas; derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo”.
Padre Mateus (Antonio Eça)
ORAÇÃO
A Ti, Senhor, elevo a minha alma. Em Ti confio, ó meu Deus. Não deixes que eu seja humilhado, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim! Nenhum dos que esperam em Ti ficará decepcionado; decepcionados ficarão aqueles que, sem motivo, agem traiçoeiramente. Mostra-me, Senhor, os teus caminhos, ensina-me as tuas veredas; guia-me com a tua verdade e ensina-me, pois tu és Deus, meu Salvador, e a minha esperança está em Ti o tempo todo. Lembra-te, Senhor, da tua compaixão e da tua misericórdia, que tens mostrado desde a antiguidade. Não te lembres dos pecados e transgressões da minha juventude; conforme a tua misericórdia, lembra-te de mim, pois tu, Senhor, és bom. Bom e justo é o Senhor; por isso mostra o caminho aos pecadores. Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho. Todos os caminhos do Senhor são amor e fidelidade para com os que cumprem os preceitos da sua aliança. Por amor do teu nome, Senhor, perdoa o meu pecado, que é tão grande! Quem é o homem que teme o Senhor? Ele o instruirá no caminho que deve seguir. Viverá em prosperidade, e os seus descendentes herdarão a terra. O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança. Os meus olhos estão sempre voltados para o Senhor, pois só ele tira os meus pés da armadilha. Volta-te para mim e tem misericórdia de mim, pois estou só e aflito. As angústias do meu coração se multiplicaram; liberta-me da minha aflição. Olha para a minha tribulação e o meu sofrimento, e perdoa todos os meus pecados. Vê como aumentaram os meus inimigos e com que fúria me odeiam! Guarda a minha vida e livra-me! Não me deixes decepcionado, pois eu me refugio em Ti. Que a integridade e a retidão me protejam, porque a minha esperança está em Ti. Ó Deus, liberta Israel de todas as suas aflições!
Salmo 24(25)
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