Ano Novo Eclesiástico
São Simeão, o Estilita (459 dC), e sua irmã Santa Marta (428 d.C)
São Simeão, o Estilita (459 dC), e sua irmã Santa Marta (428 d.C)
Jejum (Azeite é permitido)
Tom 4
O Primeiro Concílio Ecumênico (Nicéia, 325) decretou que o ano eclesial começasse em 1º. de setembro. Para os antigos hebreus, o mês de setembro era o início do ano civil (Êxodo 23:16), mês de realizar-se a colheita e de ofertar ações de graças a Deus. Foi na ocasião desta festa em que o Senhor Jesus entrou numa sinagoga em Nazaré (Lucas 4: 16-21), abriu o livro do Profeta Isaías e leu as palavras:
"O Espírito do Senhor repousa sobre Mim para pregar boas-novas aos humildes; enviou-me para reerguer o angustiado, proclamar a liberdade aos cativos, abrir a prisão aos aprisionados e proclamar um ano da graça do Senhor, o dia da vingança de nosso Deus e confortar todos os aflitos" (Isaías 61: 1-2).
O mês de setembro também é de suma importância para a história do Cristianismo, porque o Imperador Constantino, o Grande, derrotou Maxêncio, inimigo da fé cristã, em setembro. Após a vitória, Constantino conferiu liberdade de confissão à Fé Cristã em todo o Império Romano. Por muito tempo, o ano civil do mundo cristão seguia o ano eclesial com o início em 1º de setembro. Mais tarde, o ano civil foi modificado, transferindo seu começo para 1º de janeiro. Primeiramente, a mudança ocorreu na Europa Ocidental e, tempos mais tarde, na Rússia, sob Pedro, o Grande.
Em comemoração a este dia, a Santa Igreja reza:
"Ó Criador e Artífice de todas as coisas visíveis e invisíveis", abençoe esta coroação do ano, conceda estações frutíferas e chuvas do céu para os que estão na terra; abençoe nossas idas e vindas, dirija as obras das nossas mãos e concede-nos o perdão das ofensas; outorgue a paz às Tuas Igrejas, derrube as heresias, preserve invictas as nossas cidades; alegre os nossos Soberanos fiéis pelo Teu poder, dando-lhes vitórias contra os inimigos".
São Simeão, o EstilitaSimeão, de santa e famosa memória, deu origem ao costume de ficar em pé no topo de uma coluna, ocupando um lugar pequeno de apenas dois cúbitos de circunferência. Domnus, que era Bispo de Antioquia, ao visitar Simeão, ficou estupefato com a singularidade de sua posição e de seu modo de vida, ficando desejo em possuir em sua vida uma maior interação mística. Eles combinaram de se encontrarem para juntos celebrarem os Divinos Mistérios, e tendo consagrado os santos dons, ministraram um ao outro a comunhão vivificante.
Este homem, querendo viver na carne a natureza das hostes celestes, elevou-se acima das preocupações mundanas, e, sobrepujando a tendência da natureza humana para a decadência, dirigiu sua intenção para as coisas do alto; colocado entre a terra e os Céus, entrou em comunhão com Deus, e se uniu com os anjos na adoração a Ele. Da terra, oferecia suas intercessões por toda a humanidade, e dos Céus, se derramava sobre eles o favor Divino.
Um relato de seus milagres foi escrito por um daqueles que os testemunharam, e um registro eloquente por Teodoreto, Bispo de Chipre, apesar de ambos terem omitido um episódio particular, cuja lembrança é ainda viva nos habitantes do santo deserto, dos quais aprendi o que se segue:
"Quando Simeão, esse anjo sobre a terra, esse cidadão da Jerusalém Celeste ainda em carne, inventou esse estranho e até então desconhecido caminho, os habitantes do santo deserto enviaram uma pessoa até ele, levando com um pedido para que desse uma razão para hábito tão singular, a saber, o porquê, abandonando o caminho trilhado pelos santos, ele perseguia outro ignorado pela humanidade; e, mais ainda, para que ele descesse [do pilar] e percorresse o caminho dos Padres. Eles, ao mesmo tempo, deram ordens para que se ele manifestasse prontidão em descer, que ficasse livre para percorrer o caminho que escolhesse, já que sua obediência seria prova suficiente que perseverou guiado por Deus: mas que ele fosse retirado pela força caso manifestasse repúdio ou, se seduzido por sua própria vontade, recusasse ser guiado implicitamente pelo pedido.
Quando a pessoa delegada chegou e anunciou o pedido dos Padres, Simeão, seguindo a injunção, deu imediatamente um passo para a frente. Então o delegado o declarou livre par seguir seu próprio caminho, dizendo, 'seja corajoso e continue; o lugar que você escolheu é de Deus'.
Esta circunstância, que é omitida por aqueles que escreveram sobre ele, é, segundo penso, digna de ser lembrada. Em tão grande medida ele foi tomado pela graça divina, que, quando Teodósio proclamou uma lei de que as sinagogas que foram tomadas pelos cristãos fossem restauradas aos judeus de Antioquia, ele escreveu ao Imperador com censura tão veemente e livre, como se não se subordinasse a ninguém senão a seu soberano imediato, que Teodósio reviu sua ordem, e favoreceu aos cristãos em todos os aspectos, depondo, inclusive, o prefeito que havia sugerido a medida.
[...] Simeão prosseguiu nesse modo de vida por cinquenta e seis anos, nove dos quais ele passou no primeiro mosteiro, onde foi instruído no conhecimento divino, e quarenta e sete em Mandra[...].''Cf. Evagrius Scholasticus, História Eclesiástica
Livro I, Capítulo XIII: Simeão, o estilita.5
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
2 Coríntios 13:3-13
3 Visto que buscais uma prova de Cristo que fala em mim, o qual não é fraco para convosco, antes é poderoso entre vós. 4 Porque, ainda que foi crucificado por fraqueza, vive, contudo, pelo poder de Deus. Porque nós também somos fracos nele, mas viveremos com ele pelo poder de Deus em vós.5 Examinai-vos a vós mesmos, se permaneceis na fé; provai-vos a vós mesmos. Ou não sabeis quanto a vós mesmos, que Jesus Cristo está em vós? Se não é que já estais reprovados. 6 Mas espero que entendereis que nós não somos reprovados. 7 Ora, eu rogo a Deus que não façais mal algum, não para que sejamos achados aprovados, mas para que vós façais o bem, embora nós sejamos como reprovados. 8 Porque nada podemos contra a verdade, senão pela verdade. 9 Porque nos regozijamos de estar fracos, quando vós estais fortes; e o que desejamos é a vossa perfeição. 10 Portanto, escrevo estas coisas estando ausente, para que, estando presente, não use de rigor, segundo o poder que o Senhor me deu para edificação, e não para destruição. 11 Quanto ao mais, irmãos, regozijai-vos, sede perfeitos, sede consolados, sede de um mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz será convosco. 12 Saudai-vos uns aos outros com ósculo santo. 13 Todos os santos vos saúdam.
Marcos 4:35-41
35 Naquele dia, quando já era tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado. 36 E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia com ele também outros barcos. 37 E se levantou grande tempestade de vento, e as ondas batiam dentro do barco, de modo que já se enchia. 38 Ele, porém, estava na popa dormindo sobre a almofada; e despertaram-no, e lhe perguntaram: Mestre, não se te dá que pereçamos? 39 E ele, levantando-se, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E cessou o vento, e fez-se grande bonança. 40 Então lhes perguntou: Por que sois assim tímidos? Ainda não tendes fé? 41 Encheram-se de grande temor, e diziam uns aos outros: Quem, porventura, é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?
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COMENTÁRIO
«Meu filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no temor, e prepara a tua alma para a provação; humilha teu coração, espera com paciência, dá ouvidos e acolhe as palavras de sabedoria; não te perturbes no tempo da infelicidade, sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência, a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça. Aceita tudo o que te acontecer. Na dor, permanece firme; na humilhação, tem paciência. Pois é pelo fogo que se experimentam o ouro e a prata, e os homens agradáveis a Deus, pelo cadinho da humilhação. Põe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor dele até na velhice. Vós, que temeis o Senhor, esperai em sua misericórdia, não vos afasteis dele, para que não caiais; vós, que temeis o Senhor, tende confiança nele, a fim de que não se desvaneça vossa recompensa. Vós, que temeis o Senhor, esperai nele; sua misericórdia vos será fonte de alegria. Vós, que temeis o Senhor, amai-o, e vossos corações se encherão de luz. Considerai, meus filhos, as gerações humanas: sabei que nenhum daqueles que confiavam no Senhor foi confundido. Pois quem foi abandonado após ter perseverado em seus mandamentos? Quem é aquele cuja oração foi desprezada? Pois Deus é cheio de bondade e de misericórdia, ele perdoa os pecados no dia da aflição. Ele é o protetor de todos os que verdadeiramente o procuram.»
Jesus, Filho de Sirac,
Livro da Sabedoria de Jesus, Ben Sirac
(Eclesiástico) 2:1-13
ORAÇÃO
Esperei com paciência no SENHOR, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor. Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha, firmou os meus passos. E pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos o verão, e temerão, e confiarão no SENHOR. Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira. Muitas são, SENHOR meu Deus, as maravilhas que tens operado para conosco, e os teus pensamentos não se podem contar diante de ti; se eu os quisera anunciar, e deles falar, são mais do que se podem contar. Não retires de mim, SENHOR, as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua benignidade e a tua verdade. Porque males sem número me têm rodeado; as minhas iniquidades me prenderam de modo que não posso olhar para cima. São mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça; assim desfalece o meu coração. Digna-te, SENHOR, livrar-me: SENHOR, apressa-te em meu auxílio. Sejam à uma confundidos e envergonhados os que buscam a minha vida para destruí-la; tornem atrás e confundam-se os que me querem mal. Desolados sejam em pago da sua afronta os que me dizem: Ah! Ah! Folguem e alegrem-se em ti os que te buscam; digam constantemente os que amam a tua salvação: Magnificado seja o SENHOR. Mas eu sou pobre e necessitado; contudo o Senhor cuida de mim. Tu és o meu auxílio e o meu libertador; não te detenhas, ó meu Deus.
Salmo 39(40): 1-5,11-17
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