terça-feira, 15 de novembro de 2022

23ª Terça-feira Depois de Pentecostes

15 de Novembro de 2022 (CC) / 02 de Novembro (CE)
Ss. Mártires Aquidinos, Pegásius, Elpidóforus, Anempodiste e Afthonius 
e mais 700 persas, Companheiros de Martírio († c. 350)
Tom 5

  

Os santos Aquidinos, Pegásius, Elpidóforus, Anempodiste e Afthonius eram dignitários da corte do Imperador Persa Sapor II (310-381). Tendo aderido clandestinamente à fé cristã, foram denunciados pelos invejosos pagãos ao Imperador quando este empreendeu uma onda de perseguição contra os cristãos. Intimados a comparecerem diante do Imperador para julgamento, confessaram pública e destemidamente sua fé na Santíssima Trindade. O Imperador ordenou, portanto, que fossem cruelmente chicoteados, esperando que assim, renegassem sua fé. Por duas vezes os executores ficaram esgotados e tiveram de ser substituídos, enquanto que, da boca dos santos mártires não se ouvia sequer um gemido. O Imperador, impressionado com o que via, numa queda de pressão perdeu a consciência. Os que estavam presentes julgaram que tivesse morrido, mas os santos recorreram a Deus e o Imperador voltou a si. Recuperado, o Imperador Sapor acusou os santos de feitiçaria, dando ordem para que fossem conduzidos amarrados ao longo de uma fogueira, de modo que fossem sufocados pela fumaça. Os santos voltaram-se para Deus em orações, e o fogo foi milagrosamente extinto e as cordas que os amarrava foram soltas. 
Impressionado, o Imperador perguntou-lhes com aquilo fora possível, e os santos mártires lhes contaram sobre como Cristo operava milagres. Cego de ódio, o Imperador passou a blasfemar o Nome do Senhor. Os santos exclamaram, então: 
"Que a tua boca se cale"; ao que o Imperador ficou sem voz. Enlouquecido de raiva, tentou ainda, através de gestos, dar ordem para que os santos mártires fossem jogados na prisão, mas os que o cercavam não compreendiam o que lhes queria dizer. 
A raiva do Imperador tornava-se ainda maior até que, loucamente, arrancou e rasgou seu próprio manto, puxava seus próprios cabelos e espancava seu próprio rosto. Até que Aquidinos, compadecido, em Nome de Cristo o livrou da mudez. Mais uma vez, porém, o Imperador atribuiu tudo o que acontecia ao poder da feitiçaria, ordenando que os santos continuassem a ser torturados. 
Foram então postos sobre um grelha de ferro, acendendo por debaixo o fogo. Os santos começaram juntos a orar e, de repente, começou a cair uma chuva que apagou o fogo. Diante de mais este milagre realizado por meio das orações dos santos mártires, muitos dos que presenciavam creram em Cristo e confessaram sua fé. Os santos glorificavam a Deus e convidavam a que cressem que Deus enviou a água da chuva que caía sobre eles para que fossem batizados. Um dos carrascos, de nome Afthonius, pediu publicamente perdão aos santos mártires por lhes ter causado tanto sofrimento, e saiu corajosamente confessando sua fé em Cristo. Elpidoforus, um alto dignitário imperial e até mesmo a mãe do Imperador confessaram a fé no Único Deus verdadeiro. O Imperador percebeu que aumentava ainda mais o número dos que se convertiam à fé cristã com a tortura dos santos. Declarou então ao povo que as cabeças de Aquindinos, Pegásio, Elpidoforo, Anempodiste seriam cortadas, e que seus corpos não poderiam ser tomados pelos cristãos para sepultamento. 
Quando levaram os santos mártires para fora dos muros da cidade para a execução, uma grande multidão acompanhou, glorificando a Cristo. Por ordem do Imperador, os soldados executaram todos os cristãos (cerca de 7 mil) que acompanhavam o cortejo. Juntamente com os outros, também Elpidoforo foi morto. Aquidinos, Pegásius e Anempodiste, mãe do Imperador, foram queimados no dia seguinte. Os cristãos foram secretamente durante a noite ao local da execução e encontraram os corpos dos santos mártires ilesos da ação do fogo, e com reverência os sepultaram.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Tessalonicenses 1:6-10

E vós fostes feitos nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do Espírito Santo. De maneira que fostes exemplo para todos os fiéis na macedônia e Acaia. Porque por vós soou a palavra do Senhor, não somente na Macedônia e Acaia, mas também em todos os lugares a vossa fé para com Deus se espalhou, de tal maneira que já dela não temos necessidade de falar coisa alguma; porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco, e como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus vivo e verdadeiro, e esperar dos céus o seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber, Jesus, que nos livra da ira futura.


Lucas 11:34-41

A candeia do corpo são os olhos. Quando, pois, os teus olhos forem bons, todo o teu corpo será luminoso; mas, quando forem maus, o teu corpo será tenebroso. Vê, então, que a luz que há em ti não sejam trevas. Se, pois, todo o teu corpo estiver iluminado, sem ter parte alguma em trevas, será inteiramente luminoso, como quando a candeia te alumia com o seu resplendor. Acabando Jesus de falar, um fariseu o convidou para almoçar com ele; e havendo Jesus entrado, reclinou-se à mesa. O fariseu admirou-se, vendo que ele não se lavara antes de almoçar. Ao que o Senhor lhe disse: Ora vós, os fariseus, limpais o exterior do corpo e do prato; mas o vosso interior do copo e do prato; mas o vosso interior está cheio de rapina e maldade. Loucos! quem fez o exterior, não fez também o inferior? Dai, porém, de esmola o que está dentro do copo e do prato, e eis que todas as coisas vos serão limpas.

ENSINO DOS SANTOS PADRES


A luz do corpo é o olho, enquanto a luz da alma é a mente. Quando os olhos do corpo não estão danificados, vemos tudo ao nosso redor em nossa vida externa, e sabemos como e para onde ir e o que fazer. Assim também quando a mente está sã, vemos tudo em nossa vida interior, em nossa relação com Deus e nosso próximo, e em como devemos nos comportar.

A mente, o lado superior da alma, combina um sentimento da Divindade, as exigências da consciência e aspirações pelo que é melhor do que tudo que possuímos e conhecemos. Quando a mente está sã, o temor de Deus reina na alma, assim como a boa consciência e o desapego de qualquer coisa externa; mas quando é doentio – Deus é esquecido, a consciência manca em ambas as pernas, e a alma chafurda no que é visível e alcançável. Então é uma noite escura para essa pessoa - os conceitos estão confusos, as ações estão em desarmonia e o coração está apertado com a desesperança. As circunstâncias que ele encontra o empurram e ele é arrastado atrás delas como uma lasca de madeira na corrente de um rio. Ele não sabe o que foi feito até agora, o que ele é agora e como seu caminho terminará.

Por outro lado, aquele cuja mente é sã, temendo a Deus, conduz seus negócios com circunspecção, ouve apenas a lei de sua consciência, que dá uma harmonia uniforme a toda a sua vida, e ele não mergulha nas coisas dos sentidos, tomando asas através da esperança na felicidade futura. A partir disso, sua visão sobre todo o fluxo da vida com tudo o que ela toca é clara, e para ele tudo está cheio de luz, como quando o brilho de uma vela dá uma luz (cf. Lucas 11:36).

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