06 de Novembro de 2022 (CC) / 24 de Outubro (CE)
Santo Ícone da Mãe de Deus Júbilo dos Abatidos.
S. Megalomártir Aretas e seus 4299 companheiros de martírio († Séc. VI);
S. Sebastiana; S. Mártir Sinclética e suas 2 Filhas.
Tom 4
O milagroso Ícone da Mãe de Deus «Júbilo dos Abatidos» foi glorificado no ano de 1688.
Euphymia, irmã do Patriarca Joaquim (1674-1690), viveu em Moscou e sofria de uma doença incurável por um longo tempo. Certa manhã, durante um tempo de oração, ouviu uma voz dizer:«Euphymia! Vá para o Templo da Transfiguração de Meu Filho; lá você vai encontrar um ícone chamado 'Júbilo dos Abatidos'. Peça ao Padre para celebrar uma Molieben* com a bênção da água, e você vai receber a cura da doença».Euphymia fez o que lhe foi dirigido pela Santíssima Mãe de Deus, e ficou curada. Isso ocorreu em 24 de outubro de 1688.Outro milagre ocorreu na aldeia de Klochka, perto de São Petersburgo, não muito longe de uma fábrica de vidro, em 1888. Uma imagem da «Júbilo dos Abatidos» estava pendurada na capela da aldeia. O edifício foi atingido por um raio, quebrando a caixa de ofertas e carbonizando as paredes da capela. O ícone «Júbilo dos Abatidos» foi encontrado deitado de bruços no chão. Quando foi achada, a imagem estava fresca e clara, e as moedas da caixa de ofertas foram aderindo à sua superfície (veja este ícone com as moedas). Anteriormente, o ícone, que inicialmente tinha sido encontrado lavado em terra no Rio Neva, estava escuro e obscuro. Sua «Renovação» foi vista como um sinal do céu, e sua fama se espalhou. Este ícone é comemorado em 23 de julho.
* Molieben (também chamado de Moleben), é um serviço de intercessão ou de súplica, realizado em honra ao nosso Senhor ou Jesus Cristo, a Mãe de Deus, ou a um determinado santo ou mártir.Comemoração do Ícone «Mãe de Deus Júbilo dos Abatidos»Lucas 1:39-49, 56 MatinasFilipenses 2:5-11 EpístolaLucas 10:38-42; 11:27-28 EvangelhoLeitura do ÍconeO projeto deste ícone retrata a Theotókos como a mais bela flor do céu, em pé entre as flores do paraíso. Seu Filho é visível acima dela nas nuvens, o Rei do céu e da terra. Ao longo de ambos os lados do ícone, emoldurando a Mãe de Deus, estão os suplicantes, pedindo sua intercessão. Ela está com os braços abertos e com a cabeça em postura de escuta. A ternura e a bondade de uma mãe amorosa são evidentes em seu rosto. Ela está no paraíso e ainda entre nós.A teologia neste ícone retrata a Theotókos como sendo também a nossa mãe, que sente a nossa dor. É crença de todos os Cristãos Ortodoxos, que ela intercede por nós, trazendo a nossa dor na Presença do seu Filho. Ela está orando nossas orações com amor, trazendo nossas necessidades em relação única que parte de uma mãe com seus filhos.Ela é o nosso júbilo, porque nos ouve com amor. Sua intercessão incessante e seu amor ilimitado ajudam a curar nossas dores.O Megalomártir AretasAretas nasceu no século VI, de família nobre, na Etiópia. Quando se converteu ao Cristianismo, foi distinguido por sua dedicação e seus trabalho em favor dos pobres. A ele juntaram-se homens e mulheres, formando um grupo que ensinava a Palavra de Deus. Este grande trabalho que realizavam na Igreja de Etiópia incomodou os fanáticos e idólatras que logo reagiram prendendo Aretas e seus colaboradores. Aretas, com idade já avançada, foi pressionado de todas as formas para que abjurasse sua fé em Cristo, e o santo contestou, dizendo:«Ao longo de toda a minha vida eu cometi muitos pecados. Jesus Cristo, porém, com o seu sacrifício, me purificou e me libertou de todos ele, transformando-me, de homem perdido, num herdeiro da luz e da vida eterna. Agora, mesmo eu já estando velho, ele oferece-me ainda outra oportunidade: a de provar a minha fé, a força e o poder do Espírito Santo».Esta resposta enfureceu ainda mais seus acusadores que, então, executaram Aretas e seus companheiros por decapitação.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
MATINAS (10)
João 21:1-14
Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se assim: Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam. E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes. Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede cheia de peixes. Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes. Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor. Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lhes e, semelhantemente o peixe. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos.
LITURGIA
Tropárion da Ressurreição
As santas mulheres discípulas do Senhor, / recebendo do Anjo a boa-nova da Ressurreição / correram orgulhosas / dizer aos Apóstolos: / “a morte está vencida, / pois Cristo nosso Deus ressuscitou, // concedendo ao mundo a Sua infinita misericórdia”.
Tropárion de São Mateus, Tom 3 (Santo Patrono)
Com zelo seguiste a Cristo, o Mestre, / Que em Sua bondade apareceu aos homens na Terra, / E da alfândega te chamou para Apóstolo / e Pregador do Evangelho ao universo, /por isto honramos tua preciosa memória. / Ó divinamente eloquente, Mateus. /Roga ao Deus misericordioso // que nos conceda a remissão das transgressões e a salvação das nossas almas!
Tropárion do Ícone, Tom 4
Apressemo-nos, ó pecadores indignos, / E corramos para suplicar fervorosamente à Mãe de Deus. / Prostemo-nos clamando com arrependimento das profundezas de nossas almas: / Ajude-nos, ó Senhora que tens tido piedade de nós. / Apressa-te, pois estamos perecendo por causa de uma multidão de pecados. / Não despeça os teus servos com mãos vazias, // pois temos em ti a nossa única esperança.
Kondákion da Ressurreição
Meu Salvador e Libertador, / como Deus Tu libertaste de suas amarras aqueles nascidos na terra, /e partiste em pedaços os portões do Inferno, / e ressuscitaste ao terceiro dia // como Mestre.
Kondákion de São Mateus, Tom 4 (Santo Patrono)
Deixando os laços da alfândega para adquirir o jugo da Justiça, / tu te revelaste um sábio comerciante, rico da sabedoria do Alto. / Proclamaste a Palavra da Verdade, /e pela narrativa da hora do Juízo // despertaste as almas indolentes.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo ...
Kontakion do Ícone, Tom 6
Nós não temos nenhum outro tipo de ajuda, não temos outra esperança, / Além de ti, ó senhora soberana. / Venha em nosso socorro, pois esperamos em ti, / e em ti nos gloriamos. / E não seremos confundidos, // porque nós somos teus servos.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Hino à Virgem
Ó admirável Protetora dos Cristãos e nossa Medianeira ante o Criador, / não desprezes as súplicas de nós, pecadores, / mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe Bondosa que és, / pois, te invocamos com fé. / Roga por nós junto de Deus, / tu que defendes sempre àqueles que te veneram.
Prokímenon
R. Ó, Senhor, quão harmoniosas são as Tuas obras!
Feitas, todas, com sabedoria. (Sl. 103:24)
V. Bendiz ó minha alma ao Senhor,
Senhor meu Deus, Tu És infinitamente grande! (Sl. 103:1)
Gálatas 2:16-20
Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela lei, estou morto para a lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.
Aleluia
Aleluia, aleluia, aleluia! (3x)
Cinge a Tua espada, com majestade e esplendor,
cavalga vitorioso, pela causa da verdade e da justiça.
Amaste a justiça e detestaste a iniquidade,
por isso Deus Te ungiu com o óleo da alegria.
Lucas 16:19-31
Ora, havia um homem rico, e vestia-se de púrpura e de linho finíssimo, e vivia todos os dias regalada e esplendidamente. Havia também um certo mendigo, chamado Lázaro, que jazia cheio de chagas à porta daquele; E desejava alimentar-se com as migalhas que caíam da mesa do rico; e os próprios cães vinham lamber-lhe as chagas. E aconteceu que o mendigo morreu, e foi levado pelos anjos para o seio de Abraão; e morreu também o rico, e foi sepultado. E no inferno, ergueu os olhos, estando em tormentos, e viu ao longe Abraão, e Lázaro no seu seio. E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama. Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá. E disse ele: Rogo-te, pois, ó pai, que o mandes à casa de meu pai, Pois tenho cinco irmãos; para que lhes dê testemunho, a fim de que não venham também para este lugar de tormento. Disse-lhe Abraão: Têm Moisés e os profetas; ouçam-nos. E disse ele: Não, pai Abraão; mas, se algum dentre os mortos fosse ter com eles, arrepender-se-iam. Porém, Abraão lhe disse: Se não ouvem a Moisés e aos profetas, tampouco acreditarão, ainda que algum dos mortos ressuscite.
† † †
HOMILIAS
“Deus Aceita os Dons Para o Seu Templo,
Lhe Agradam, No Entanto, Muito Mais As Oferendas Que Se Dão Aos Pobres”
Desejas honrar o corpo de Cristo? Não o desprezes, pois, quando o contemples nu nos pobres, nem o honres aqui, no templo, com lenços de seda, se ao sair o abandonas em seu frio e nudez. Porque o mesmo que disse: Isto é o meu corpo, e com sua palavra trouxe à realidade o que dizia, afirmou também: Tive fome e não me destes de comer, e mais adiante: Sempre que o deixastes de fazer a um destes pequeninos, a mim o deixastes de fazer. O templo não necessita de vestes e lenços, mas pureza de alma; os pobres, porém, necessitam que com muita dedicação nos preocupemos com eles.
Reflitamos, portanto, e honremos a Cristo com aquela mesma honra com que ele deseja ser honrado; pois, quando se quer honrar a alguém, devemos pensar na honra que lhe agrada, e não no que nos satisfaz. Também Pedro quis honrar ao Senhor quando não permitiu deixar-se lavar os pés, mas o que ele queria impedir não era a honra que o Senhor desejava, mas sim o contrário. Assim, tu deves prestar ao Senhor a honra que ele mesmo te indicou, distribuindo tuas riquezas aos pobres. Pois Deus certamente não tem necessidade de taças de ouro, mas, ao contrário, deseja almas de ouro.
Não digo isto com intenção de proibir a entrega de dons preciosos para os templos, mas que, junto com estes dons e até mesmo acima deles, deve-se pensar na caridade para com os pobres. Porque, se Deus aceita os dons para o seu templo, lhe agradam, no entanto, muito mais as oferendas que se dão aos pobres. De fato, da oferenda feita ao templo somente tira proveito quem a fez; mas da esmola tira proveito tanto quem a faz como quem a recebe. O dom dado para o templo pode ser motivo de vanglória; a esmola, entretanto, somente é sinal de amor e caridade.
De que serviria adornar a mesa de Cristo com taças de ouro se o próprio Cristo morre de fome? Dá primeiro de comer ao faminto, e em seguida, com o que te sobrar, ornamentarás a mesa de Cristo. Queres fazer oferenda de taças de ouro e não és capaz de dar um copo de água? E de que serviria recobrir o altar com lenços bordados de ouro, quando negas ao próprio Senhor a veste necessária para cobrir a sua nudez? O que ganhas com isso? Diz-me se não: Se vês a um faminto com necessidade do alimento indispensável e, sem preocupar-te com a sua fome, o levas para contemplar uma mesa adornada com baixela de ouro, te agradecerá por isso? Não se indignará ainda mais contigo? Ou, se, vendo-o vestido de farrapos e morto de frio, sem lembrar-te de sua nudez, levantas em sua honra monumentos de ouro, afirmando que com estes presentes o está honrando, ele não pensará que queres zombar de sua indigência com a mais sarcástica de tuas ironias?
Pensa, portanto, que é isto o que fazes com Cristo, quando o contemplas errante, peregrino e sem teto e, sem recebê-lo, te dedicas a adornar o pavimento, as paredes e as colunas do templo. Prende lâmpadas com correntes de prata, e te negas a visitá-lo quando ele está acorrentado na prisão. Com isto que estou dizendo não pretendo proibir o uso de tais adornos, mas afirmo que é absolutamente necessário fazer um sem descuidar do outro; mais: exorto-vos a que sintais a maior preocupação pelo irmão necessitado do que pela decoração do templo. Realmente ninguém estará condenado por omitir este segundo; mas os castigos do inferno, o fogo inextinguível e a companhia dos demônios estão destinados para aqueles que descuidem do primeiro. Portanto, ao decorar o templo, procurai não desprezar o irmão necessitado, porque este templo é muito mais precioso que aquele outro.
São João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla (séc. V)
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“O Rico Epulão E O Pobre Lázaro”
Havia um homem rico que se vestia de púrpura. E visto que se faz menção do nome, parece tratar-se mais de uma história que de uma parábola. Com toda intenção o Senhor nos apresentou aqui a um rico que desfrutou dos prazeres deste mundo, e que agora, no inferno, sofre o tormento de uma fome que não se saciará jamais; e, não sem motivo apresenta, como associados aos seus sofrimentos, aos seus cinco irmãos, a saber, os cinco sentidos do corpo, unidos por uma espécie de irmandade natural, os quais estavam abrasando no fogo de uma infinidade de prazeres abomináveis; e, pelo contrário, colocou a Lázaro no seio de Abraão, como em um porto tranquilo e em um abrigo de santidade, para ensinar-nos que não devemos deixar-nos levar pelos prazeres presentes nem, permanecendo nos vícios ou vencidos pelo tédio, determinar uma fuga da ascese.
Trata-se, portanto, desse Lázaro que é pobre neste mundo, porém rico diante de Deus, ou daquele outro homem que, segundo o apóstolo, é pobre de palavra, mas rico de fé – na verdade, nem toda pobreza é santa, nem toda riqueza repreensível, mas do mesmo modo que a luxúria contamina as riquezas, assim a santidade recomenda a pobreza –, ou do homem apostólico que conserva íntegra sua fé, que não busca a beleza nas palavras, nem a reserva de argumentos, nem tampouco as luxuosas vestes da frase, posto que este tal já recebeu a sua apropriada recompensa quando lutou contra os hereges maniqueus: Marcião, Sabélio, Ário, Fotino..., reprimindo os desejos da carne que, como foi dito, serve de incentivo aos cinco sentidos, a saber, desse que recebeu a recompensa que lhe foi prometida, quando lhe foi entregue, em pagamento, riquezas superabundantes e um soldo perpétuo.
E não é que creiamos que seja errado sustentar que esta passagem se refere à crença de que Lázaro recolhe da mesa dos ricos, esse Lázaro cujas úlceras, segundo o texto, davam repulsa ao rico epulão, que entre banquetes luxuosos e convites cheios de perfumes não podia suportar o mau odor dessas chagas que os cachorros lambiam àquele que sentia fastio até do odor do ar e da própria natureza; e de fato não existe dúvida que a arrogância e o orgulho dos ricos têm sinais próprios para manifestar-se. E de tal maneira estes se esquecem que são homens, que, como se estivessem acima da natureza humana, encontram nas misérias dos pobres um incentivo para as suas paixões, riem-se do necessitado, insultam ao mendigo e saqueiam a esses mesmos dos quais deviam se compadecer.
O que quiser pode aderir, como um novo Lázaro, aos dois pontos de vista.
Santo Ambrósio, Bispo de Milão (Séc. IV)
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