quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

33ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

05 de Março de 2025 (CC) / 22 de Fevereiro (CE)
São Timóteo de Symboleia, na Bitínia (795); Estácio, Arcebispo de Antioquia (337);
George Bispo de Amastris, no Mar Negro (805); 
João Escolástico, Patriarca de Constantinopla (577); 
Zacarias, Patriarca de Jerusalém (633); Santo Ícone da Mãe de Deus Kozelenskaya.
Jejum (Peixe é permitido)
Tom 7



São Timóteo de Symbola, era de ascendência italiana. Tornou-se monge ainda jovem e procurou o ascetismo em um mosteiro chamado "Symbola", na Ásia Menor, perto do Monte Olimpo. Naquela época Teoctisto era o arquimandrita do mosteiro. São Timóteo foi discípulo de Teoctisto e também de São Platão do Mosteiro de Studion (5 de abril). Atingindo um alto grau de perfeição espiritual, recebeu de Deus o dom de curar os doentes e expulsar os espíritos imundos. Passou muitos anos como eremita, vagando pelo deserto, montanhas e florestas, de dia e de noite, oferecendo orações ao Senhor Deus. Faleceu bem idoso, no ano de 795.  
Comemoração de São George, Bispo de Amastris 
No início do século IX, habitava em chromma, próximo a Amastris, às margens do Mar negro,  o casal Teodósio e Mageta. Casados já há muito tempo, ainda não havia sido agraciados com filhos. Rezavam a pedindo a Deus para que lhes enviasse um. Deus escutou as orações do casal e, quando nasceu um menino, puseram-lhe o nome de George. Aos três anos de idade, o menino caiu em uma fogueira e ficando entre a vida e a morte. Mesmo salvo, as queimaduras lhe deixaram cicatrizes nas mãos e num dos pés. George era de uma bondade extraordinária, o que surpreendia a todos. Completou seus estudos eclesiais e, em sua ordenação sacerdotal muitas pessoas que o viram crescer ou que o conheciam sua fama estiveram presentes. O jovem sacerdote sentiu-se chamado a viver de forma mais despreendida das coisas do mundo e foi para o deserto no Monte Sirik, onde  encontrou um ancião anacoreta que lhe iniciou na vida eremitica. Juntos permaneceram até a morte de seu pai espiritual que havia lhe pedido que, após sua morte, para que não ficasse sozinho, fosse morar no monastério de Bonissa. George,  ainda que desconhecido, foi aceito pelos monges que o tratavam como um velho amigo. No entanto, o povo de Amastris não havia ainda se esquecido de George. 
Quando o bispo local faleceu, George foi eleito para sucedê-lo, e o povo foi ao monastério onde vivia para lhe comunicar sobre sua eleição. Como George se negasse a aceitar o cargo, a comitiva o convenceu a ir a Constantinopla para ser apresentado ao Patriarca Tarásios. O Patriarca recordou-se de George  pois alguns anos antes, em Constantinopla, havia participado de alguns ofícios, cantando no coro. Era costume do Patriarca dar aos cantores, após o oficio, uma pequena espórtula, e George negou-se a recebê-la, o que impressionou muito o Patriarca Tarásios. O Patriarca mostrou-se decidido a consagrar George bispo, ainda que o imperador tivesse um outro candidato para ocupar o trono em Amastris. Por ter sido eleito pelo povo, o Patriarca resolveu então proceder uma nova eleição entre os dois candidatos. George novamente foi eleito e foi consagrado pelo Patriarca e recebido pelo povo com grande alegria. O novo bispo foi um pai para o seu povo, e sua prudência não superou sua piedade. Naquela época, a região era freqüentemente atacada pelos sarracenos.  Sabendo disso que isso era iminente, o bispo avisou aos camponeses para que se refugiassem dentro das muralhas da cidade. Não acreditando no perigo, negavam-se a sair de suas casas. O bispo George, então, foi de casa em casa para convencer os moradores a irem para dentro  dos muros da cidade. Os camponeses obedeceram seu bispo e os inimigos, ao chegar, decidiram retirar-se ao ver que a cidade estava preparada para expulsá-los. 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

1 Pedro 4:1-11

1 Ora pois, já que Cristo padeceu na carne, armai-vos também vós deste mesmo pensamento; porque aquele que padeceu na carne já cessou do pecado; 2 para que, no tempo que ainda vos resta na carne não continueis a viver para as concupiscências dos homens, mas para a vontade de Deus. 3 Porque é bastante que no tempo passado tenhais cumprido a vontade dos gentios, andando em dissoluções, concupiscências, borrachices, glutonarias, bebedices e abomináveis idolatrias. 4 E acham estranho não correrdes com eles no mesmo desenfreamento de dissolução, blasfemando de vós; 5 os quais hão de dar conta ao que está preparado para julgar os vivos e os mortos. 6 Pois é por isto que foi pregado o evangelho até aos mortos, para que, na verdade, fossem julgados segundo os homens na carne, mas vivessem segundo Deus em espírito. 7 Mas já está próximo o fim de todas as coisas; portanto sede sóbrios e vigiai em oração; 8 tendo antes de tudo ardente amor uns para com os outros, porque o amor cobre uma multidão de pecados; 9 sendo hospitaleiros uns para com os outros, sem murmuração; 10 servindo uns aos outros conforme o dom que cada um recebeu, como bons despenseiros da multiforme graça de Deus. 11 Se alguém fala, fale como entregando oráculos de Deus; se alguém ministra, ministre segundo a força que Deus concede; para que em tudo Deus seja glorificado por meio de Jesus Cristo, a quem pertencem a glória e o domínio para todo o sempre. Amém. 

Marcos 12:28-37

28 Aproximou-se dele um dos escribas que os ouvira discutir e, percebendo que lhes havia respondido bem, perguntou-lhe: Qual é o primeiro de todos os mandamentos? 29 Respondeu Jesus: O primeiro é: Ouve, Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor. 30 Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento e de todas as tuas forças. 31 E o segundo é este: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que esses. 32 Ao que lhe disse o escriba: Muito bem, Mestre; com verdade disseste que ele é um, e fora dele não há outro; 33 e que amá-lo de todo o coração, de todo o entendimento e de todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, é mais do que todos os holocaustos e sacrifícios. 34 E Jesus, vendo que havia respondido sabiamente, disse-lhe: Não estás longe do reino de Deus. E ninguém ousava mais interrogá-lo. 35 Por sua vez, Jesus, enquanto ensinava no templo, perguntou: Como é que os escribas dizem que o Cristo é filho de Davi? 36 O próprio Davi falou, movido pelo Espírito Santo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés. 37 Davi mesmo lhe chama Senhor; como é ele seu filho? E a grande multidão o ouvia com prazer.

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O ENSINO DOS SANTOS PADRES


“Dois preceitos de uma mesma caridade”

Tenhamos presente que... a caridade se fundamenta em dois preceitos, a saber: no amor de Deus e do próximo... Devemos observar que, ao tratar sobre o amor que devemos ter ao próximo, põe-se regra e medida, visto que se diz: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo; mas tratando-se do amor que se deve professar a Deus não se assinala limite algum, posto “que nos diz: Amarás ao Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com toda a tua mente e com todas as tuas forças.

Com todo. Pois somente aquele que ama de verdade a Deus não se lembra de si mesmo... Por esta mesma razão se ordenou no Êxodo que se tingissem duas vezes de cor de escarlate as cortinas que se destinavam ao tabernáculo. Vós sois, irmãos, as cortinas do tabernáculo, que em razão da fé ocultais em vossos corações os mistérios celestiais. Porém as cortinas do tabernáculo deveriam ser tingidas duas vezes de cor escarlate...

Portanto, para que vossa caridade esteja duas vezes tingida, é preciso que esteja abrasada pelo amor de Deus e pelo do próximo, e de tal forma que não abandone a contemplação de Deus pela compaixão do próximo, ou por ocupar-se excessivamente na contemplação de Deus descuide a compaixão que deve ao próximo. Assim, todo homem que vive entre os homens busque aquele a quem ama, de modo que não abandone aquele com quem caminha, e preste-lhe auxílio de tal maneira, que, de modo algum, separe-se daquele a quem se conduz.

O amor que se deve ao próximo se subdivide em dois preceitos, pois lemos na Escritura: O que não queres para ti, não faça a ninguém. E o próprio Jesus Cristo disse: O que quiseres que os outros vos façam, fazei-o vós a eles. Portanto, se fazemos com o nosso próximo o que queremos que façam a nós, e evitamos fazer aos demais o que não queremos que nos façam, conservaremos incólumes os direitos da caridade.

Mas ninguém, pelo mero fato de amar o seu próximo, pense que já tem a caridade, mas primeiro examine a força de seu amor. Pois se alguém ama aos outros, mas não os ama por Deus, não tem a caridade, mesmo que pense o contrário. Existe a caridade verdadeira quando se ama ao amigo em Deus e ao inimigo por Deus. Ama por Deus aos seus próximos aquele que os ama, se sabe amar aos que não lhe amam. Pois a caridade costuma-se provar somente por ser contrária ao ódio. Por isso diz o Senhor: Amai aos vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam. Assim, pois, ama com segurança aquele que ama por Deus e aquele de quem sabe que não é amado.

São Gregório, o Grande, Papa de Roma (séc. VII) 
  
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