
20 de Fevereiro de 2025 (CC) - 07 de Fevereiro (CE)
São Partênio, filho de um bom homem chamado Cristódulo, era originário de Melitópolis. Pouco conhecedor das letras humanas, era, em compensação, versadíssimo nas Escrituras Santas. Condoído com a sorte dos pobres, ainda jovem se fez pescador. Toda a tarde, religiosamente, era visto pela cidade a vender o produto do trabalho diário, cujo apurado, totalmente, distribuía à pobreza.
Deus principiou a operar milagres por intermédio daquela santa alma, quando Partênio completou dezoito anos. Livrando do espírito impuro muitos possuídos pelo demônio, Partênio foi chamado pelo bispo de Melitópolis e feito sacerdote. Ordenado padre, ficou encarregado de visitar as ovelhas do rebanho do bom bispo. Foi numa dessas visitas que, encontrando-se com um cão raivoso, o matou tão somente, fazendo o sinal da cruz, diante do animal que lhe saltava ao pescoço, selvagemente. O bispo de Cízica, Áscolo, fê-lo bispo de Lâmpsaco, lugar em que a população era quase totalmente pagã. Pelas orações e instruções, principalmente pelos milagres ali operados, o santo converteu a cidade inteira.
Um dia, determinando usar uma grande pedra que pertencera a um dos templos dos idólatras de Lâmpsaco, ordenou a transportassem para a igreja que fervorosamente levantava na cidade. Entre os homens que se incumbiram da remoção da enorme peça estava um operário chamado Eutiquiano. Esse Eutiquiano, posta a pedra no carro, foi, em dado momento, escorregando, por-se debaixo das rodas. Amassado, morreu na hora. Quando Partênio soube do sucedido, ficou emocionadíssimo, e, atribuindo-o a uma investida do demônio, correu ao local do acidente, encontrando o homem morto. Ajoelhando-se-lhe ao lado, ergeu os olhos para o céu e dirigiu, a chorar, uma fervente prece ao Senhor. Terminada a oração, Eutiquiano voltou à vida. Sentado, olhava para um e para outro, sem saber o que lhe havia sucedido.
Conta-se também de São Partênio que, em Hecléia, metrópole da Trácia, ao visitar o bispo Hipatiano, encontrou-o gravemente doente. No mesmo instante, por revelação divina, descobriu a causa do mal do prelado: a avareza.
«Tua doença, disse a Hipatiano, não te vem do corpo, mas da alma».
«Da alma»? Pergunta o prelado debilmente. «Mas, como»?
«Sim», confirmou Partênio. «É a avareza que te corrói, pouco a pouco. E, se quiseres recuperar a saúde toda ela, restituiu a Deus todos os bens dos pobres, que conservas».
O bispo, chamado o ecônomo, deu-lhe ordens para distribuir à pobreza tudo o que ferrenhamente guardava.
«Não, tornou o Santo. Tu mesmo é que deverás fazê-lo».
«Mas», tornou o doente prelado, sinto-me sem forças. «Como deixarei este leito, tão fraco estou»?
«Não te sentirás fraco amanhã», sentenciou São Partênio, convictamente. «Manda que, amanhã de manhã, toda a pobreza se reúna na igreja de Santa Glicéria e vai cumprir o dever».
Hipatiano, no dia seguinte, fez-se transportar para a igreja. E, à medida que se livrava dos bens que conservava, ia recuperando, milagrosamente, as forças que o haviam abandonado. Três dias depois, estava toda a saúde de outrora. Quando São Partênio morreu, aquele bispo, em companhia doutros prelados, prestou-lhes os últimos deveres.
Comemoração de São Lucas
São Lucas nasceu no verão do ano 896. Seus pais, Estevão e Efrosina, eram naturais de Egina, mudando-se logo depois para Foquita, na Tessália. Lucas era o terceiro de sete irmãos. Foi um menino piedoso e obediente e, desde muito cedo, recebeu o encargo de cuidar das ovelhas e cultivar o campo. Ainda criança, deixava de comer para alimentar os famintos e, algumas vezes, chegou a tirar suas próprias roupas para vestir os mendigos. Em época de semear os campos, espalhava boa parte das sementes nas terras dos pobres. Era notório que Deus abençoava a colheita de seu pai com a abundância.
Depois da morte de Estevão, seu pai, Lucas deixou seu trabalho nos campos e, por algum tempo, dedicou-se à contemplação. Sentia-se chamado à vida religiosa e, numa certa ocasião, partiu de Tessália em busca de um monastério onde pudesse viver. No entanto, foi capturado por soldados que o confundiram com um escravo fugitivo. Tendo sido interrogado, disse que era um servo de Cristo e que havia empreendido aquela viagem por devoção. Mas os soldados não deram crédito às suas palavras e o levaram para a prisão, tratando-o com muita crueldade.
Passado algum tempo, descobriram sua verdadeira identidade e o puseram em liberdade. Ao retornar para a sua casa, porém, foi recebido com escárnios e chacotas por sua fracassada fuga. Mesmo que conservasse sua decisão de consagrar-se a Deus, seus parentes não queriam deixá-lo ir. Uns monges que estavam à caminho da Terra Santa, vindos de Roma, tendo recebido hospitalidade de Eufrosina, conseguiram convencê-la a deixar seu filho acompanhá-los até Atenas. Lucas entrou então para um monastério, mas não permitiram que permanecesse muito tempo. Certo dia, o superior lhe chamou, dando-lhe a entender que sua mãe lhe havia aparecido numa visão e que precisava muito dele, recomendando-lhe então que fosse ao seu encontro. Assim, pois, Lucas voltou para casa e foi recebido com surpresa e alegria.
Passados 4 meses, Eufrosina se convenceu de que seu filho era verdadeiramente vocacionado à vida religiosa, e já não se opôs a que seguisse seu caminho. Lucas então construiu uma eremitério perto de Corinto onde passou a viver. Tinha apenas 18 anos de idade, e já levava uma vida de incrível austeridade; passava noites inteiras em oração privando-se quase por completo do sono. Mesmo assim, mostrava-se alegre e caridoso, ainda que, frequentemente, precisasse enfrentar com muita força as tentações. Foi abundantemente agraciado por Deus, e por suas orações de intercessão operavam-se verdadeiros milagres, tanto antes como depois de sua morte. Foi um dos primeiros santos de quem se conta que foi visto se elevando do chão enquanto orava. A cela de São Lucas foi transformada num oratório depois de sua morte, e a chamaram “Soteno o Sterion" (lugar de curas).
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
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São Teófano, o Recluso |
Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (I João 5: 4) -a fé cristã. Vencer o mundo: o que isso significa? Não é exterminar todos aqueles que amam o mundo, ou para aniquilar e destruir tudo que é amado pelo mundo. Ao contrário, significa que enquanto vivendo em meio aqueles que amam o mundo e se movendo em meio a costumes amados no mundo, viver e ser alheio a tudo e a todos. Assim que você rejeitou o mundo e a tudo que é mundano, com esta atitude vence o mundo. Mas, quem é que te ensina a rejeitar o mundo e quem te dá a força para isso? Nossa Fé [Ortodoxa] nos fortalece. Ele revela e destrói as ilusões do mundo e inspira o desejo de libertar-se de suas redes. Então, quando alguém resolve quebrar estas correntes, se arrepende e se aproxima dos Mistérios Restauradores - o batismo ou a confissão - e a fé lhe permite sentir misticamente a doçura de uma vida oposta à do mundo, uma doçura com a qual todos os prazeres do mundo não podem, de forma alguma, entrar em comparação. Como resultado, surge um ódio por tudo que de mundano habita no coração, o que na verdade é a superação do mundo. E é nesta ação mística, como resultado do ódio a tudo que do mundo é gerado, que se é concedido o poder de permanecer firmes nesta aversão e alienação do mundo; e esta é uma vitória decisiva e duradoura.
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