sábado, 13 de dezembro de 2025

27º Sábado Depois de Pentecostes

13 de Dezembro de 2025 (CC) / 30 de Novembro (CE)
Santo Apóstolo Santo André, o Primeiro a Ser Chamado (Séc. I)
Jejum da Natividade (Azeite é permitido)
Tom 1


André era irmão do Apóstolo Pedro. Eram ambos filhos de Jonas e pescadores no mar de Tiberíades. Naturais de Betesda, uma cidadezinha situada às margens do Lago de Genezaré (Mar de Tiberíades). «André» é um nome grego, e lhe foi dado porque este era um costume  entre os hebreus. Ficou conhecido por «Protóklitos», (primeiro chamado) pois foi o primeiro a ser chamado pelo SENHOR para formar o grupo dos 12 apóstolos. Iniciou suas viagens apostólicas logo após o Pentecostes, pregando no Mar Negro, depois na Frigia, na Misia e na Bytinia. Posteriormente voltou ao Mar Negro escapando da morte. Seguiu depois para Esquitia (Sul da Rússia) seguindo para Tracia.  Em Argirúpolis, (atualmente, um dos bairros de Constantinopla) fundou uma Igreja e ordenou como primeiro bispo de Bizâncio um dos 70 discípulos, chamado Estaquis. Foi em seguida para Tessalia e, por último, para Acaia. Em Patras, foi preso e condenado a crucifixão numa cruz em forma de X. Seu corpo foi sepultado com muita veneração e honra. 
No ano 357, por ordem do imperador Constâncio, suas relíquias foram trasladadas para Constantinopla e depositadas na Igreja dos Santos Apóstolos. Mais tarde, por obra dos Cruzados, suas relíquias passaram por diferentes lugares. Um fragmento delas foi levado para a Escócia e, desde então, é considerado como o santo Patrono daquele país. A letra X de cor branca, na bandeira da Escócia, e que também está presente na bandeira do Reino Unido, representa a cruz de Santo André. Desde o ano 1964, seu precioso crânio se encontra  guardado na cidade grega de Patras, no interior da majestosa Igreja Catedral de Santo André.
Comemoração do Santo Apóstolo André 
Tropárion de Santo Apóstolo André, o Primeiro Chamado, no 4º Tom
Como tu és o primeiro chamado dos apóstolos / e irmão do preeminente, / rogai ao Mestre de tudo, ó André, / que Ele conceda paz ao mundo // e grande misericórdia às nossas almas.

Kontakion, no 2º Tom
Ao divinamente eloqüente e homônimo da masculinidade, / o eminente seguidor da Igreja, / o parente de Pedro, louvemos, / pois como antigamente era chamado, agora ele nos chama: // Vinde, encontramos o Único Desejado! 
Leituras Comemorativas
Mateus 4:18-23 Matinas
1 Coríntios 4:9-16
João 1:35-51 


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Gálatas 5:22-6:2 

Mas o fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. Irmãos, se algum homem chegar a ser surpreendido nalguma ofensa, vós, que sois espirituais, encaminhai o tal com espírito de mansidão; olhando por ti mesmo, para que não sejas também tentado. Levai as cargas uns dos outros, e assim cumprireis a lei de Cristo.

Lucas 12:32-40 

Fragmento 67 -
O Senhor disse: “Não temais, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o Reino. Vendei o que tendes, e dai esmolas. Fazei para vós bolsas que não se envelheçam; tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão e a traça não rói. Porque, onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração. Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas as vossas lâmpadas. E sede vós semelhantes aos homens que esperam o seu senhor, quando houver de voltar das bodas, para que, quando vier, e bater, logo possam abrir-lhe. Bem-aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos digo que se cingirá, e os fará assentar à mesa e, chegando-se, os servirá. E, se vier na segunda vigília, e se vier na terceira vigília, e os achar assim, bem-aventurados são os tais servos. Sabei, porém, isto, que se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa. Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do Homem à hora que não imaginais”.

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ENSINO DOS SANTOS PADRES


Eis aqui mais uma vez um desses grandes mandamentos do Senhor, que arranca aos discípulos do Verbo da nuvem opaca que os envolvia, e os leva ao céu com um grande impulso. Ele nos exorta a vencer o sono, a buscar a vida do alto, a ter nosso espírito acordado constantemente, a tirar de nossos olhos o entorpecimento das coisas enganadoras e mentirosas. Falo desse entorpecimento e desse sono, que fixam aos homens no erro, e lhes tecem imagens de sonhos: honras, riquezas, poder, grandezas, prazeres, êxito, vantagens, notoriedade, objetivos ruins que perseguem aturdidamente uma raiva e teimosice ridículas. Esses pretendidos bens, tão fugitivos como o tempo, não têm mais que fachada de realidade, e a própria ilusão se desmorona rapidamente: parece que nascem para nada mais que morrer, como as ondas que as águas levantam; inchadas por uma rajada de vento erguem por um instante a crista que o ar tinha levantado; depois voltam a cair com ele, e então o olhar não vê nada mais que o tranquilo espelho do mar.

Para aniquilar tais sonhos, o Senhor nos pede para superar este pesado sono. Assim já não deixaremos escapar a firmeza das realidades perseguindo freneticamente o nada. O Senhor nos compromete a velar nestes termos: Tenham a cintura cingida e as lâmpadas acesas. A luz que ilumina o nosso olhar lança de nossos olhos o sono; o cinto que aperta os nossos rins mantém os nossos corpos alertas, expressa um esforço que não tolera nenhuma preguiça. Que claro é o sentido desta imagem! Cingir os rins da temperança é viver à luz de uma consciência pura; a lâmpada da sinceridade ilumina a vida, faz resplandecer a verdade, tem a alma em vigilância, a torna impermeável a ilusão, estranha a futilidade de todas essas pobres fantasias. Vivemos segundo as exigências do Verbo? Então entraremos numa vida semelhante à dos anjos... 

São eles, na verdade, que esperam o Senhor no regresso das núpcias e que se sentam às portas do céu com os olhos bem abertos, a fim de que o rei da glória possa aí passar de novo, quando voltar das núpcias e regressar à beatitude que está acima dos céus. Saindo de lá como um esposo sai da câmara nupcial, de acordo com o texto do saltério, ele uniu a si, como uma virgem, pela regeneração sacramental, a nossa natureza que se tinha prostituído com os ídolos, restituindo-lhe a sua incorruptibilidade virginal.

Tendo já acabado as núpcias, uma vez que a Igreja foi desposada pelo Verbo... e introduzida na câmara dos mistérios, os anjos esperavam o regresso do rei da glória à beatitude que é própria da sua natureza. É por isso que o texto diz que a nossa vida deve ser semelhante à dos anjos, para que, tal como eles, vivamos longe do vício e da ilusão, para estarmos prontos para acolher a parusia do Senhor e, vigiando também nós as portas das nossas moradas, estejamos prontos a obedecer quando ele voltar e bater à porta.

São Gregório de Nissa (séc. IV)

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Digna-te Acender Tu Mesmo Nossas Lâmpadas

Quão venturosos são os servos a quem o Senhor, ao chegar, os encontre vigiando! Feliz aquela vigília na qual se espera ao próprio Deus e Criador do universo, que supera tudo e tudo preenche. Oxalá se dignasse o Senhor despertar-me do sono de minha indolência, a mim que, mesmo sendo desprezível, sou seu servo! Oxalá me inflamasse no desejo de seu amor incomensurável e me incendiasse com o fogo de sua divina caridade! Resplandecente com ela, brilharia mais que os astros, e todo o meu interior arderia continuamente com este fogo divino! 

Oxalá meus méritos fossem tão abundantes que minha lâmpada ardesse sem cessar durante a noite, no templo de meu Senhor e iluminasse a todos que entram na casa de meu Deus! Concede-me, Senhor, suplico-te em nome de Jesus Cristo, teu Filho e meu Deus, um amor que nunca diminua, para que com ele minha lâmpada sempre brilhe e não se apague nunca, e suas chamas sejam para mim fogo ardente e para os demais luz brilhante. 

Senhor Jesus Cristo, dulcíssimo Salvador nosso, digna-te acender tu mesmo nossas lâmpadas, para que brilhem sem cessar em teu templo e de ti, que és a luz perene, elas recebam a luz perfeita com a qual se ilumine a nossa obscuridade, e se afastem de nós as trevas do mundo. 

Peço-te, meu Jesus, que acendas tão intensamente a minha lâmpada com teu esplendor que, à luz de uma claridade tão intensa, possa contemplar o santo dos santos que está no interior daquele grande templo, no qual tu, pontífice eterno dos bens eternos, penetraste; que ali, Senhor, eu te contemple continuamente e possa assim desejar-te, amar-te e querer-te somente a ti, para que a minha lâmpada, em tua presença, esteja sempre flamejante e ardente. 

Peço-te, Salvador amantíssimo, que te manifestes a nós, que chamamos a tua porta, para que, conhecendo-te, amemos somente a ti e unicamente a ti; que tu seja nosso único desejo, que dia e noite meditemos somente em ti, e em ti unicamente pensemos. Alumia em nós um imenso amor para contigo, que corresponde à caridade com a qual Deus deve ser amado e querido; que esta nossa dileção para ti invada todo o nosso interior e nos penetre totalmente, inunde todos os nossos sentimentos a tal ponto, que já não possamos amar nada fora de ti, o único eterno. Assim, por muitas que sejam as águas da terra e do firmamento, nunca chegarão a extinguir em nós a caridade, segundo aquilo que diz a Escritura: As águas torrenciais não poderão apagar o amor. 

Que isto chegue a realizar-se, ao menos parcialmente, por teu dom, Senhor Jesus Cristo, a quem pertence à glória pelos séculos dos séculos. Amém.” 

São Columbano (séc. VII)

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