sexta-feira, 12 de dezembro de 2025

27ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

12 de Dezembro de 2025 (CC) / 29 de Novembro (CE)
S. Paramon e seus 370 companheiros de Martírio († c.250); 
Santos Mártires Dionísio de Corinto e Filomenos († c. 272)
Jejum da Natividade (Pão, frutas e legumes)
Tom 1



O Santo Mártir Paranomos foi martirizado juntamente com mais 370 cristãos no século II, época do Imperador Décio que já havia assassinado muitos cristãos. 
Próximo do Rio Tigre existia um lugar para banhos públicos. Neste lugar, havia um chefe militar, idólatra fanático de nome Aquilino, o qual após oferecer sacrifiícios aos seus ídolos no templo, ordenou a Paranomos e a mais 370 cristãos que haviam sido feitos seus prisioneiros, que também eles oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos. Foram, porém, unânimes em negar a atendender tal pedido e, enquanto os idólatras rendiam sacrifiícios aos seus ídolos, os cristãos entoavam salmos, recordando as palavras da Escritura Sagrada que diz: 
«Falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo» (Ef 5,19-20). 
Aquilino, irritando-se pela atitude dos cristãos, ordenou que todos fossem mortos. E os soldados, armados prontamente com suas lanças, atacaram e mataram a todos. Assim, estes destemidos cristãos entregaram suas almas aos braços do Criador.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
2 Timóteo 1:1-2, 8-18 

Fragmento 290A - Paulo, Apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, segundo a promessa da vida que está em Cristo Jesus, a Timóteo, meu amado filho: Graça, misericórdia, e paz da parte de Deus Pai, e da de Cristo Jesus, Senhor nosso. Não te envergonhes do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro de Cristo; antes participa das aflições do Evangelho segundo o poder de Deus, que nos salvou, e chamou com uma santa vocação; não segundo as nossas obras, mas segundo o Seu próprio propósito e graça que nos foi dada em Cristo Jesus antes dos tempos dos séculos; e que é manifesta agora pela aparição de nosso Salvador Jesus Cristo, o Qual aboliu a morte, e trouxe à luz a vida e a incorrupção pelo Evangelho; para o que fui constituído pregador, e apóstolo, e doutor dos gentios. Por cuja causa padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em Quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia. Conserva o modelo das sãs palavras que de mim tens ouvido, na fé e no amor que há em Cristo Jesus. Guarda o bom depósito pelo Espírito Santo que habita em nós. Bem sabes isto, que os que estão na Ásia todos se apartaram de mim; entre os quais estavam Figelo e Hermógenes. O Senhor conceda misericórdia à casa de Onesíforo, porque muitas vezes me reconfortou, e não se envergonhou das minhas cadeias. Antes, vindo ele a Roma, com muito cuidado me procurou e me achou. O Senhor lhe conceda que naquele dia ache misericórdia diante do Senhor. E, quanto me ajudou em Éfeso, melhor o sabes tu.

Lucas 20:19-26 

Fragmento 101 - Naquela hora, os escribas e os principais sacerdotes pretenderam por as mãos em Jesus, mas eles temeram o povo, pois entenderam que Ele havia contado essa parábola contra eles. E, enviaram espiões, que se fingissem justos, para O observar, a fim de Lhe apanharem nalguma palavra, para que O entregassem à autoridade competente, e esta, ao governante. E perguntaram-Lhe, dizendo: Mestre, nós sabemos que Tu falas e ensinas retamente, e que não fazes acepção de pessoas, mas ensinas, em verdade, o caminho de Deus. Podemos pagar imposto a César ou não? Mas Ele, percebendo sua astúcia, disse-lhes: Por que me testais? Mostrai-me um denário. De quem é a imagem e a inscrição? E eles disseram: De César. E Ele lhes disse: Portanto, dai a César o que é de César, mas a Deus o que é de Deus. E eles não puderam tomá-Lo em Suas palavras diante do povo; e, surpresos com Sua resposta, se calaram.

ENSINO DOS SANTOS PADRES


“O que Deus te pede? Sua imagem”

Buscas a imagem de Deus? Você a tem em si mesmo; o artífice não pode fazer a imagem de Deus, mas Deus pode fazer uma imagem de si mesmo. Não fez outro distinto de ti mesmo, mas que te fez a ti a sua imagem. Adorando, pois, a imagem de homem que o artífice fez, profana a imagem de Deus, que Deus imprimiu em ti mesmo. Portanto, quando te chama para que voltes, quer devolver-te aquela imagem que tu, esfregando-a em certo modo com a ambição terrena, perdeste e obscureceste.

Daqui procede, irmãos, que Deus busque a sua imagem em nós. Isto foi o que recordou àqueles judeus que lhe apresentaram uma moeda. Quando lhe disseram: Senhor, é lícito pagar tributo a César?, sua primeira intenção era lhe tentar; se dizia “é lícito”, seria acusado de querer que Israel vivesse sob maldição, ao querer que estivesse submetido a tributo, que estivesse sob o jugo de outro rei e pagasse impostos; se, porém, dizia “não é lícito pagar tributo”, lhe acusariam de ordenar algo contra o César e de ser o causante de que não pagassem os impostos devidos enquanto povo submetido.

Conheceu que lhe tentavam; conheceu, por assim dizer, a verdade para a falsidade e com poucas palavras deixou exposta a mentira procedente da boca dos mentirosos. Não emitiu a sentença contra eles por sua boca, mas deixou que eles mesmos a emitissem contra si, segundo o que está escrito: Por tuas palavras serás declarado justo e por elas declarado inocente. Por que me tentais, hipócritas? Ele lhes disse.

Mostrai-me a moeda. Mostraram-na para ele. De quem, disse, é a imagem e a inscrição? Responderam: De César. E ele: Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Como César busca a sua imagem em sua moeda, assim Deus busca a sua em tua alma. Dai a César, disse, o que é de César. O que César te pede? Sua imagem. O que Deus te pede? Sua imagem. Porém, a do César está na moeda, a de Deus está em ti. Se alguma vez perdes uma moeda, choras porque perdeste a imagem do César; e não choras quando adoras um ídolo sabendo que fazes uma injúria à imagem de Deus que reside em ti?

Agostinho, bispo de Hypona (séc. V)



“Entregar a Deus a sua imagem intacta em nós”

Façamos o homem a nossa imagem e semelhança. O pintor desta imagem é o Filho de Deus. E por tratar-se de pintor tão grandioso e perito, sua imagem pode se tornar feia pela negligência, mas não apagada pela malícia. Pois a imagem de Deus permanece sempre em ti, mesmo quando tu mesmo sobreponhas à imagem do homem terreno. Esta imagem do homem terreno, que Deus não esboçou em ti, tu mesmo te vais pintando através das variadas escalas de tipos de malícia, como uma combinação de diversas cores.

Por isso temos de suplicar àquele que diz pela boca do profeta: Dissipei tuas rebeliões como névoa; os teus pecados como nuvem. E quando tiver apagado em ti todas estas cores procedentes das fraudes da malícia, então resplandecerá em ti a imagem criada por Deus. Já percebes como as Sagradas Escrituras comparam formas e figuras mediante as quais a alma aprenda a conhecer-se e a purificar-se a si mesma.

Queres contemplar ainda esta imagem a partir de outra perspectiva? Existem cartas que Deus escreve e cartas que nós escrevemos. As cartas do pecado nós as escrevemos. Escuta como se expressa o apóstolo: Cancelou – disse – o documento que nos condenava com suas cláusulas e era contra nós; aboliu-o definitivamente, cravando-o na cruz. Isto que o apóstolo chama documento, foi a caução de nossos pecados. Porque cada um de nós é devedor daquilo em que delinque e escreve a carta de seus pecados. Pois, no juízo de Deus – cuja abertura descreve Daniel –, diz que os livros se abriram: sem dúvida aqueles livros que contêm os pecados dos homens.

Estes livros nós os escrevemos com as culpas que cometemos. Disto concluímos que as nossas cartas são escritas pelo pecado; as de Deus pela justiça. Assim, de fato, o afirma o apóstolo: Vós sois uma carta, escrita não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo; não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, em vossos corações. Tens, pois, a carta de Deus em ti, e a carta do Espírito Santo. Mas se pecas, tu mesmo assinas o documento do pecado.

Porém, observa como ao aproximar-te somente uma vez da cruz de Cristo e da graça do batismo, teu documento foi cravado na cruz e apagado na fonte batismal. Não voltes a escrever novamente o que foi apagado, nem restaures o que foi abolido; conserva em ti unicamente a carta de Deus; que permaneça em ti a Escritura do Espírito Santo.

Orígenes (séc. III)

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