S. Dionísio
Areopagita, hieromártir († c.90).
Filipenses
2:17-23
17 Contudo, ainda que eu seja derramado
como libação sobre o sacrifício e serviço da vossa fé, folgo e me regozijo com
todos vós; 18 e pela mesma razão folgai vós também e regozijai-vos
comigo. 19 Ora, espero no Senhor Jesus enviar-vos em breve
Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo as vossas
notícias. 20 Porque nenhum outro tenho de igual sentimento, que
sinceramente cuide do vosso bem-estar. 21 Pois todos buscam o que
é seu, e não o que é de Cristo Jesus. 22 Mas sabeis que provas deu
ele de si; que, como filho ao pai, serviu comigo a favor do evangelho.
23 A este, pois, espero enviar logo que eu tenha visto como há de ser o
meu caso;
Lucas 6:37-45
37 Não julgueis, e não sereis julgados;
não condeneis, e não sereis condenados; perdoai, e sereis perdoados.
38 Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e
transbordando vos deitarão no regaço; porque com a mesma medida com que medis,
vos medirão a vós. 39 E propôs-lhes também uma parábola: Pode
porventura um cego guiar outro cego? não cairão ambos no barranco?
40 Não é o discípulo mais do que o seu mestre; mas todo o que for bem instruído
será como o seu mestre. 41 Por que vês o argueiro no olho de teu
irmão, e não reparas na trave que está no teu próprio olho? 42 Ou
como podes dizer a teu irmão: Irmão, deixa-me tirar o argueiro que está no teu
olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita! tira primeiro a
trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro que está no olho de
teu irmão. 43 Porque não há árvore boa que dê mau fruto nem
tampouco árvore má que dê bom fruto. 44 Porque cada árvore se
conhece pelo seu próprio fruto; pois dos espinheiros não se colhem figos, nem
dos abrolhos se vindimam uvas. 45 O homem bom, do bom tesouro do
seu coração tira o bem; e o homem mau, do seu mau tesouro tira o mal; pois do
que há em abundância no coração, disso fala a boca.
O Hieromártir
Santo Dionísio, o Areopagita
Dionísio é
numerado entre os Setenta Apóstolos Menores. Este homem maravilhoso foi o
herdeiro de uma ilustre família pagã, em Atenas. Tendo concluído a escola de
filosofia em Atenas, foi ao Egito para estudar.
Enquanto
estava lá, o Senhor Jesus Cristo morreu na cruz, o sol escurecera, e houve
trevas no Egito por três horas. Então Dionísio gritou:
“Ou Deus o Criador do mundo está sofrendo, ou este
mundo está chegando ao fim.''
Voltando a
Atenas, Dionísio se casara com uma mulher chamada Damaris e teve filhos com
ela. Dionísio se tornara um membro da mais alta corte entre os gregos, o
Areópago e, posteriormente, seria conhecido como “o Areopagita”.' Quando o
apóstolo Paulo pregou o Evangelho, em Atenas, Dionísio foi batizado com toda a
sua casa. Paulo o consagrou bispo de Atenas.
Dionísio
viajou com Paulo por um longo tempo e conheceu todos os outros apóstolos de
Cristo. Ele viajou a Jerusalém especialmente para ver a Santíssima Theotokos, e
descreveu seu encontro com ela em uma de suas obras escritas. Ele estava
presente no enterro da Santa e Puríssima Mãe do Senhor.
Quando seu
professor, São Paulo, sofreu o martírio, Dionísio também desejava uma morte
para ele, e foi para a Gália, com Rusticus, seu presbítero e o diácono
Eleutério, para pregar o Evangelho entre os bárbaros. Muito sofreu, mas também
conseguiu muito. Por seus trabalhos inúmeros pagãos se converteram à fé cristã.
Dionísio construiu
uma pequena igreja em Paris, onde ele
celebrava os serviços divinos Quando Dionísio estava com 90 anos de idade, ele,
Rústico e Eleutério foram presos e torturados por Cristo e, depois, os três
foram decapitados. A cabeça decepada de São Dionísio, rolou uma longa
distância, e foi parar aos pés de Catula, um cristão, que honrosamente a enterrou
com seu corpo.
Dionísio padeceu
durante o reinado de Domiciano, no ano de 96. Ele escreveu várias obras
famosas: escreveu sobre os nomes divinos de Deus, sobre as hierarquias celestes
e Eclesiásticas, em “Teologia Mística”, e também sobre a Santíssima Mãe de
Deus.
Comemoração do Hieromártir Santo Dionísio, o Areopagita.
O Hieromártir
Dionísio, o Areopagita, bispo de Atenas São Dionísio, viveu originalmente na
cidade de Atenas, onde também fora criado e nela também fora instruído na educação
grega clássica. Depois ele vai ao Egito, onde estudou astronomia na cidade de
Heliópolis. Foi em Heliópolis, junto com seu amigo Apollophonos, que Dionísio testemunhara
o eclipse solar que ocorreu no momento da morte do Senhor Jesus Cristo por
crucificação.
"Ou o Criador de todo o mundo agora sofre, ou
este mundo visível está chegando ao fim", dissera Dionísio.
Após o seu
regresso do Egito para Atenas, foi escolhido para compor o Conselho do Areópago
(alta corte ateniense).
Quando o
santo apóstolo Paulo pregou no Areópago, na Colina de Ares (Atos 17:16-34),
Dionísio aceitou sua proclamação salvífica e tornou-se um cristão. Por três
anos, São Dionísio permaneceu como companheiro do Apóstolo São Paulo na
pregação da Palavra de Deus. Mais tarde, o apóstolo Paulo o escolheu para ser
bispo da cidade de Atenas. E no ano 57 dC, São Dionísio presenciou o repouso da
Santíssima Theotokos.
Durante a
vida da Mãe de Deus, São Dionísio tinham viajado de Atenas a Jerusalém, para
encontrá-la. A experiência dessa visita é por ele narrada em uma carta que
escreveu ao seu mestre, o apóstolo Paulo:
"Eu testemunho em Deus, que, além do próprio
Deus mesmo, não há nada mais cheio do poder divino e graça. Ninguém pode
compreender plenamente o que eu vi. Confesso diante de Deus: Quando fui por João,
(O qual resplandecia entre os Apóstolos, como o sol no céu), levado a estar
perante o rosto da Virgem Santíssima, eu experimentei uma sensação
indescritível. Perante mim brilhara uma espécie de esplendor divino,
transfixando o meu espírito. Percebi a fragrância de aromas indescritíveis e
foi preenchido com tal prazer que o meu corpo se tornou muito fraco, e meu
espírito não podia suportar estes sinais e marcas de majestade eterna e poder
celestial. A graça que dela provinha compungiu profundamente meu coração e sacudiu
intensamente o meu espírito. Se ela (a Virgem) não tivesse instruído o meu
pensamento, eu teria cometido o erro de pensar ser ela o próprio Deus. É
impossível se obter maior felicidade do que esta que eu tive."
Após a morte
do Apóstolo Paulo, São Dionísio quis dar continuidade ao trabalho do Apóstolo
e, portanto, saiu pregando no Ocidente, acompanhado pelo Presbítero Rusticus e o
Diácono Eleutério. Eles converteram muitos para Cristo em Roma, e em seguida,
na Alemanha, e depois na Espanha.
Na Gália,
durante uma perseguição contra os cristãos por parte das autoridades pagãs, os
três confessores foram presos e jogados na prisão. À noite São Dionísio celebrou
a Divina Liturgia com os anjos do Senhor. Na parte da manhã os mártires foram
decapitados. De acordo com uma antiga tradição, São Dionísio pegou sua cabeça, e
a transportou até a igreja e lá caíra morto. Uma mulher piedosa, chamada
Catulla, enterrou as relíquias do santo.
Os escritos
de São Dionísio, o Areopagita, possuem sumo significado na Igreja Ortodoxa.
Quatro livros de sua autoria sobreviveram até os dias de hoje:
“Sobre a Hierarquia
Celeste”, Sobre a hierarquia Eclesiástica”, “Acerca dos Nomes de Deus” e “Teologia
Mística”. Além deste, existem 10 cartas escritas para várias pessoas.
O livro sobre
as Hierarquias Celestes foi escrito, na verdade, em um dos países da Europa
Ocidental, onde São Dionísio estava pregando. Nele, ele fala da doutrina cristã
sobre o mundo angelical. A Hierarquia Angélica(ou Celestial) compreende nove
níveis, na seguinte ordem:
1. Serafins,
2.
Querubins,
3.
Tronos,
4.
Dominações
5.
Potências
6.
Autoridades
7.
Principados
8.
Arcanjos
e,
9. Anjos
A data
estabelecida para celebrar a Sinaxe (conjunto) dos Poderes Incorpóreos
Celestiais é 8 de novembro.
O objetivo do
estabelecimento de uma Divina Hierarquia Angélica é o de possibilitar o acesso
para a vida divina (piedade) por meio da iluminação, purificação e perfeição.
Os graus mais elevados da Hierarquia Divina são os Seres portadores da luz e da
vida divina, e os quais as comunicam para os escalões inferiores. E não são
apenas os sensíveis, as hostes angelicais corpóreas participam das hierárquicas
e espirituais luzes descendentes, mas também a raça humana, recriada e
santificada na Igreja de Cristo.
O livro de
São Dionísio sobre as hierarquias eclesiásticas é uma continuação do seu livro
sobre as hierarquias celestes. A Igreja de Cristo, assim como os níveis
angelicais, têm seu serviço universal firmado sobre o fundamento dos princípios
sacerdotais estabelecidos por Deus.
No mundo
terreno, para os filhos da Igreja, a graça divina se resume indescritivelmente
nos santos mistérios da Igreja, que são de natureza espiritual, embora
perceptível aos sentidos em forma. Poucos, mesmo entre os santos ascetas, foram
capazes de contemplar com seus olhos terrenos a visão de fogo dos Santos
Mistérios de Deus. Mas fora dos Santos Mistérios (sacramentos) da Igreja, fora
do Batismo e da Eucaristia, a Luz que gera a graça salvífica de Deus não é
encontrada, nem o Seu Divino conhecimento e nem a theosis (deificação).
O livro sobre
os Nomes de Deus expõe no caminho do conhecimento divino através de uma
progressão dos Nomes Divinos.
No livro “Teologia Mística”, São Dionísio também
estabelece o ensino sobre o conhecimento divino. A teologia da Igreja Ortodoxa
é totalmente baseada na experiência do conhecimento divino. Para se conhecer a
Deus é necessário estar próximo, íntimo, a Ele, para que se chegue para ele em
alguma medida, de modo a atingir união com Deus e deificação (theosis). Esta
condição se viabiliza somente através da oração. Não é porque a oração em si
nos aproxima do Deus incompreensível, mas sim que a oração verdadeira purifica
o coração, e isto nos aproxima de Deus.
Os escritos
de São Dionísio, o Areopagita são de extraordinária importância para a teologia
da Igreja Ortodoxa, e também, mais tarde, para a teologia ocidental da Idade
Média. Por quase quatro séculos, até o início do século VI, as obras deste
santo Pai da Igreja foram preservados em um manuscrito de tradição obscura,
principalmente por teólogos da Igreja de Alexandria. Os conceitos destas obras
foram conhecidos e utilizados por Clemente de Alexandria, Orígenes, Dionísio, o
Grande - figuras proeminentes da escola catequética em Alexandria - e também
por São Gregório, o Teólogo. São Dionísio de Alexandria escreveu a São
Gregório, o Teólogo, um comentário sobre a "Areopagitum".
As obras de São Dionísio, o Areopagita recebeu o reconhecimento geral da Igreja
durante os séculos sexto ao sétimo.
Particularmente
relevantes são os comentários escritos por São Máximo, o Confessor (21 de
janeiro)[1].
Na Igreja
Russa os ensinamentos de São Dionísio, o Areopagita sobre os princípios
espirituais e deificação foram primeiramente conhecidos através dos escritos de
São João de Damasco (4 de dezembro). A primeira tradução eslava do "Areopagitum" foi feita no
Monte Athos por volta do ano 1371, por um monge chamado Isaías. Cópias do mesmo
foram amplamente distribuídas na Rússia. Muitos delas foram preservadas até os
dias atuais, em coleções de manuscritos históricos, entre os quais está um
manuscrito em pergaminho, "Obras de
São Dionísio, o Areopagita", pertencente a São Cipriano, Metropolita
de Kiev e Toda Rus (16 de setembro), em sua própria caligrafia.
De acordo com
uma tradição, ele foi morto em Lutetia (antigo nome de Paris, França), no ano
96 durante a perseguição deflagrada pelo imperador romano Domiciano (81-96).
Hoje a maioria dos estudiosos e teólogos acreditam que São Dionísio, o
Areopagita não morreu na Gália, e que São Dionísio (ou Denys) de Paris é um
santo diferente com o mesmo nome.
São Demétrio
de Rostov diz que o Hieromártir Dionísio foi decapitado em Atenas, e que muitos
milagres foram operados em seu túmulo.
Tropário - Tom
4
Aprendeste a
bondade e a preservar a continência em todas as coisas; tu te vestiste da boa
consciência, como convém a um padre. Do Bom Depósito retiraste mistérios
inefáveis, guardaste a fé, e completaste a tua carreira assemelhado a Cristo. Ó,
Dionísio, bispo e mártir de Cristo, roga a Deus que salve as nossas almas.
Kondakion -
Tom 8
Como
discípulo do apóstolo arrebatado ao terceiro céu, entraste espiritualmente no
portão do céu, ó, Dionísio. Tu foste enriquecido com a compreensão dos
mistérios inefáveis e iluminastes os que estavam sentados na escuridão da
ignorância. Portanto, nós clamamos: Alegrai-te, ó Pai universal!
[1] Embora muitos estudiosos sugeram que a "Areopagitum"
foi realmente escrito por uma figura anônima do século sexto que empregou o
dispositivo muito comum na antiguidade de tomar piedosamente emprestado um nome
ilustre, preferimos ficar com a Tradição, uma vez que também não se pode provar
a existência deste personagem ilustre que se esconde atrás do nome de Dionísio.
No entanto, mesmo que tal opinião seja verdadeira, isso em nada diminui o
profundo significado teológico das obras.
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