domingo, 28 de outubro de 2012

4º Domingo de São Lucas



21º Domingo Depois de Pentecostes
28 de Outubro de 2012 (CC) / 15 de Outubro (CE)
S. Luciano, hieromártir († 312).



MATINAS (X)

João 21:1-14

     1 Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se deste modo:    2 Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos.    3 Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe: Nós também vamos contigo. Saíram e entraram no barco; e naquela noite nada apanharam.    4 Mas ao romper da manhã, Jesus se apresentou na praia; todavia os discípulos não sabiam que era ele.    5 Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, não tendes nada que comer? Responderam-lhe: Não.    6 Disse-lhes ele: Lançai a rede à direita do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam puxar por causa da grande quantidade de peixes.    7 Então aquele discípulo a quem Jesus amava disse a Pedro: Senhor. Quando, pois, Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica, porque estava despido, e lançou-se ao mar;    8 mas os outros discípulos vieram no barquinho, puxando a rede com os peixes, porque não estavam distantes da terra senão cerca de duzentos côvados.    9 Ora, ao saltarem em terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima delas, e pão.    10 Disse-lhes Jesus: Trazei alguns dos peixes que agora apanhastes.    11 Entrou Simão Pedro no barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes; e, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede.    12 Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor.    13 Chegou Jesus, tomou o pão e deu-lho, e semelhantemente o peixe.    14 Foi esta a terceira vez que Jesus se manifestou aos seus discípulos, depois de ter ressurgido dentre os mortos.   


LITURGIA

Gálatas 2:16-20

     16 sabendo, contudo, que o homem não é justificado por obras da lei, mas sim, pela fé em Cristo Jesus, temos também crido em Cristo Jesus para sermos justificados pela fé em Cristo, e não por obras da lei; pois por obras da lei nenhuma carne será justificada.    17 Mas se, procurando ser justificados em Cristo, fomos nós mesmos também achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De modo nenhum.    18 Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor.    19 Pois eu pela lei morri para a lei, a fim de viver para Deus.    20 Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim.   

Lucas 8:5-15

     5 Saiu o semeador a semear a sua semente. E quando semeava, uma parte da semente caiu à beira do caminho; e foi pisada, e as aves do céu a comeram.    6 Outra caiu sobre pedra; e, nascida, secou-se porque não havia umidade.    7 E outra caiu no meio dos espinhos; e crescendo com ela os espinhos, sufocaram-na.    8 Mas outra caiu em boa terra; e, nascida, produziu fruto, cem por um. Dizendo ele estas coisas, clamava: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.    9 Perguntaram-lhe então seus discípulos o que significava essa parábola.    10 Respondeu ele: A vós é dado conhecer os mistérios do reino de Deus; mas aos outros se fala por parábolas; para que vendo, não vejam, e ouvindo, não entendam.    11 É, pois, esta a parábola: A semente é a palavra de Deus.    12 Os que estão à beira do caminho são os que ouvem; mas logo vem o Diabo e tira-lhe do coração a palavra, para que não suceda que, crendo, sejam salvos.    13 Os que estão sobre a pedra são os que, ouvindo a palavra, a recebem com alegria; mas estes não têm raiz, apenas creem por algum tempo, mas na hora da provação se desviam.    14 A parte que caiu entre os espinhos são os que ouviram e, indo seu caminho, são sufocados pelos cuidados, riquezas, e deleites desta vida e não dão fruto com perfeição.    15 Mas a que caiu em boa terra são os que, ouvindo a palavra com coração reto e bom, a retêm e dão fruto com perseverança.


COMENTÁRIO

Se a semente seca, não é devido ao calor. Jesus não disse que a semente secou por causa do calor, mas sim pela «falta de raiz». Se a Palavra é asfixiada, não será por causa dos espinhos, mas de quem os deixou crescer em liberdade. Se quiseres, podes impedir que cresçam, podes fazer bom uso da riqueza. É por isso que o Salvador não fala «do mundo», mas dos «cuidados do mundo», não fala «da riqueza», mas da «sedução da riqueza». Por conseguinte, não acusemos as coisas em si mesmas, mas a corrupção da nossa consciência. [...]

Não é o agricultor, como vês, não é a semente, é a terra onde ela é recebida que explica tudo, ou seja, as disposições do nosso coração. Também aí a bondade de Deus para com o homem é imensa, dado que, longe de exigir a mesma medida de virtude, acolhe os primeiros, não repudia os segundos e dá lugar aos terceiros. [...]

É necessário, pois, começar por ouvir atentamente a Palavra, depois guardá-la fielmente na memória, em seguida encher-se de coragem, depois desprezar a riqueza e livrar-se do amor aos bens do mundo. Se Jesus coloca em primeiro lugar a Palavra, antes de todas as outras condições, é porque é a condição fundamental. «E como hão de acreditar Naquele de Quem não ouviram falar?”. (Rom, 10, 14). Também nós, se não dermos atenção ao que nos é dito, não conheceremos os deveres a cumprir. Só depois vem a coragem e o desprezo pelos bens deste mundo. Para pôr a render estas lições, fortifiquemo-nos de todas as maneiras: estejamos atentos à Palavra, façamos crescer profundamente as nossas raízes e desembaracemo-nos de todas as preocupações do mundo.


O SEMEADOR SEMEIA SEM CONTAR

Hoje não persuadi o meu ouvinte, mas talvez o persuada amanhã, ou talvez dentro de três ou quatro dias. Às vezes, o pescador que em vão lançou as redes durante todo o dia apanha à noite, quando se vai embora, o peixe que não conseguiu pescar durante o dia. O lavrador não deixa de cultivar a terra mesmo que não obtenha grandes colheitas durante vários anos; por fim, é frequente um só ano reparar, e com abundância, todas as perdas anteriores. […]

Deus não nos pede que tenhamos sucesso, mas que trabalhemos; ora, o nosso trabalho não será menos recompensado por não termos sido escutados. […] Cristo sabia perfeitamente que Judas não se converteria; e, contudo, tentou convertê-lo até ao fim, censurando-lhe o seu pecado em termos comoventes: “Amigo, a que vieste?” (Mt 26, 50). Ora, se Cristo, que é o modelo dos pastores, trabalhou até ao fim pela conversão de um homem desesperado, quanto devemos fazer nós por aqueles por quem nos foi ordenado que esperemos sempre!

São João Crisóstomo,
Patriarca de Constantinopla.
Homilia pronunciada ao voltar do exílio


ORAÇÃO

Quando o SENHOR trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham. Então a nossa boca se encheu de riso e a nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o SENHOR a estes. Grandes coisas fez o SENHOR por nós, pelas quais estamos alegres. Traze-nos outra vez, ó SENHOR, do cativeiro, como as correntes das águas no sul. Os que semeiam em lágrimas segarão com alegria. Aquele que leva a preciosa semente, andando e chorando, voltará, sem dúvida, com alegria, trazendo consigo os seus molhos.
Salmo 125(126)





O Venerável Mártir Luciano, presbítero de Antioquia 
Luciano nasceu de pais nobres na cidade síria de Samósata. Em sua juventude, adquiriu uma formação muito ampla, tanto secular como espiritual. Era um homem distinto na aprendizagem, bem como na austeridade de sua vida ascética. tendo distribuído seus bens aos pobres, Luciano se sustentava através da compilação de trabalhos instrutivos e, portanto, alimentando-se pelo trabalho de suas mãos. Ele prestou um grande serviço à Igreja fazendo correção dos textos em hebraico da Sagrada Escritura (que os hereges, de acordo com seu próprio ensino falso, haviam distorcido). Por causa de sua aprendizagem e espiritualidade, foi ordenado presbítero em Antioquia. Durante a perseguição de Maximiano, quando St. Anthimus de Nicomédia e São Pedro de Alexandria foram torturados, Luciano estava na lista dos que o imperador queria matar. Então, ele fugiu da cidade e se escondeu, mas um sacerdote invejoso, o herético Pancrácio, o delatou. A perseguição fora horrível e nem mesmo as crianças foram poupadas. Luciano foi levado para Nicomédia perante o imperador. Ao longo do caminho, sua palavra converteu os quarenta soldados que lhe escoltavam, e por isto, todos foram martirizados. Após interrogatório espancamento, Luciano foi lançado na prisão e não tinha direito a alimentação. Luciano recebeu a Sagrada Comunhão na prisão, na Festa da Teofania, e no dia seguinte entregou sua alma a Deus. 
Tropário - Modo 3 
Radiante no Espírito, ensinaste o conhecimento da verdadeira fé. Sendo instrutor de mártires, ó Luciano, foste glorificado em teu labor. Intercede junto a Cristo, nosso Deus, para que nos conceda sua grande misericórdia! 
Troparion - Tom 4 
Teu santo mártir Luciano, ó Senhor, através do sofrimento recebeu de Ti, ó nosso Deus, uma coroa incorruptível. Por Ti fortalecido, venceu seus adversários, e quebrou a ousadia impotente dos demônios. Por sua intercessão, salva, ó Cristo, as nossas almas! 
Kondakion - Modo 2 
Nós te honramos com hinos de glória, ó Luciano, estrela radiante. Tu te reluziste por teu desapego das coisas deste mundo; Ao desprezares as coisas deste mundo, tu te fortaleceste para a batalha. Incessantemente ore por todos nós.

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