quinta-feira, 6 de agosto de 2015

10ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

06 de Agosto de 2015 (CC) / 24 de Julho (CE)
S. Megalomártir Cristina († 300);
Ss. Boris e Gleb, batizados como Romano e Davi († 1015); Atenagoras
Modo 8




Santa Cristina era filha do administrador da cidade de Tir em Livanon. Seus pais eram pagãos, mas pela providência de Deus deram-lhe nome, que predizia sua vocação tornar-se cristã. Não havia entre as jovens igual a ela em beleza. Desejando conservá-la virgem, seu pai construiu uma residência especial, colocou nela os ídolos e mandou-a servi-los. Morando reclusa, Cristina freqüentemente mirava o céu cheio de estrelas e semelhantemente à grande mártir Barbara, chegou à conclusão que deveria existir um único Criador. Deus fez com que ela conhecesse os cristãos, que lhe contaram sobre a fé cristã e ela se converteu a Cristo. Depois disso, Santa Cristina com indignação destruiu os ídolos em sua casa, pelo que, por ordem de seu pai, ela foi submetida a várias torturas. Ela foi submetida ao espancamento, seu corpo foi retalhado com ferro afiado, queimado pelo fogo, jogavam-na na cova cheia de víboras etc… Enfim, foi morta espetada pelas lanças e espadas dos guerreiros. Assim esta santa mártir sofreu no ano 300. Sua memória é venerada principalmente no Oriente. 
Os Santos Bóris e Gleb (Romano e Davi)Os grão-duques Boris e Gleb eram filhos do semelhante aos apóstolos grão-duque Vladimir e princesa Anna de Bizâncio. Desde a infância eles se destacavam pela sua religiosidade. Dos anais, sabe-se que o grão-duque Bóris gostava muitos dos cânticos da igreja. Santo grão-duque Vladimir sentia muita ternura pelos dois, devido a sua abnegação à Santa Fé e pela seu amor fraterno muito carinhoso de um pelo outro. 
Ainda durante sua vida o grão-duque Boris recebeu a administração do ducado de Rostov, e Glieb, o de Murmansk. Ambos aplicaram grandes esforços na divulgação da fé cristã em seus ducados em meio de rudes pagãos. São Gleb é considerado o iluminador da região de Murmansk-Riazan, onde desde os tempos antiquíssimos e até hoje, conserva-se sua memória, como primeiro pregador do cristianismo e o protetor do país. 
Em 1015, após a morte de São Vladimir o grão-ducado foi tomado pelo Sviatopolk que foi apelidado de Furioso. Temendo a adversidade dos santos irmãos, ele resolveu matá-los. São Bóris estava naquele tempo com seu exército junto do rio Alta. O exército oferecia-lhe a ir contra Kiev e tomar o poder do grão-ducado, mas São Bóris não quis destruir os laços sagrados das relações de parentesco e indignado recusou a oferta. Entretanto Sviatopolk informando o São Bóris sobre a morte do pai, traiçoeiramente oferecia-lhe manter relações de bem-querença, prometendo-lhe aumentar sua propriedade, enviando-lhe juntamente os assassinos. Na noite de 24 de julho, os assassinos chegaram à tenda de Bóris e escutando o canto dos salmos vindo de dentro, resolveram esperar quando Bóris adormecesse. Assim que o Santo grão-duque se deitou na cama, os assassinos invadiram a tenda e cravaram o corpo do santo com as lanças assim como o de seu criado Jorge, que era húngaro e tentava proteger o seu amo com o próprio corpo. O mártir, ainda respirando, foi envolto com o pano da tenda e levado a Sviatopolk, que ao saber que São Bóris ainda estava vivo, mandou dois variagues traspassar com a espada seu coração. O corpo do santo grão-duque secretamente foi trazido para Vishgorod e aí sepultado na igreja de São Basílio. 
Após o assassinato de São Bóris, Sviatopolk mandou atrás de São Gleb, que estava na ocasião próximo de Smolensk, para trazê-lo à presença do pai supostamente adoentado gravemente. O jovem grão-duque já avisado sobre a maldade de Sviatopolk com lágrimas rezava pela alma do pai e irmão quando os assassinos chegaram a ele, mandados por Sviatopolk. Goracer que encabeçava os assassinos mandou o seu próprio cozinheiro, que era descendente de turcos, esfaquear o grão-duque. Isto ocorreu 5 de setembro de 1015. 
Em 1019 após a ocupação do Kiev por Iaroslav Vladimirovich (filho de Vladimir), graças à preocupação deste grão-duque, o corpo de São Gleb foi encontrado, trazido para Vishgorod e sepultado junto do corpo de São Bóris. Logo no túmulo dos grão-duques começaram a acontecer milagres. Quando a igreja de São Basílio se queimou, os restos mortais dos grão-duques foram transladados para recém-construída igreja em sua homenagem em Vishgorod. Durante a abertura dos caixões dos grão-duques, o mitropolita João com os sacerdotes viram o milagre: os corpos dos santos apareceram brancos como a neve, os seus rostos reluziam com a luz celestial, tanto que o mitropolita e todo povo se espantavam, sentindo um aroma especial. 
Em 1240 durante a ocupação de Kiev, pelo Batii, os restos mortais dos Santos Boris e Gleb desapareceram. A memória de ambos os grão-duques mártires se honra na Rússia desde os tempos antigos, o que se testemunha, entre outras coisas pelos numerosos mosteiros e igrejas em sua homenagem, que permaneceram até hoje, em vários cantos da Rússia. 
O povo russo via nos santos grão-duques mártires, os seus protetores que rezavam por ele. Os anais estão cheios de narrativas sobre as curas milagrosas que aconteceram ao pé dos restos mortais dos santos e sobre as vitórias que celebravam com sua ajuda (por exemplo: do Riurik Rostislavich sobre o Konchak; do santo Alexandre de Neva sobre os alemães).


***


Tropário da Ressurreição
Tu desceste do alto dos Céus, ó Deus misericordioso,
e aceitaste estar sepultado durante três dias,
a fim de nos libertares de nossas paixões.
Glória a Ti, Senhor, nossa vida e nossa Ressurreição!

Tropário de Santa Cristina
Pombinha luminosa, assim foste chamada, ó pura Cristina,
e tendo as asas douradas, assim, subiste aos céus.
Por isto ao comemoramos tua gloriosa festa,
com fé reverenciamos os teus restos mortais no túmulo,
de onde flui abundantemente abundante para todos
as divinas curas para as almas e os corpos.

Tropário de São Bóris e São Gleb
Os verdadeiros mártires
e obedientes à verdade do evangelho de Cristo
os bem-aventurado Bóris e o bondoso Gleb,
não resistiram ao inimigo que deles era irmão;
o qual matando seus corpos, não pode tocar as suas almas.
Então, que chore o raivoso amante do poder,
enquanto vós vos alegrais junto dos anjos,
perante a Santíssima Trindade. 
Ó Bóris e Gleb, orai pelos governantes dos vossos patrícios,
para que sejam agradáveis a Deus,
e que os filhos da Rússia se salvem.

Kondákion da Ressurreição
Ressuscitando do túmulo, Tu acordaste os mortos
e levantaste Adão, 
e Eva dançou de alegria na Tua Ressurreição,
e os confins da terra eclodiram em festejos triunfais 
na Tua Ressurreição dentre os mortos
ó Tu Que És misericordiosíssimo.

Prokimenon

Fazei votos, e pagai-os
ao Senhor vosso Deus. (Sl. 75:11)

Conhecido É Deus em Judá, 
grande É o Seu Nome em Israel. (Sl. 75:1)

2 Coríntios 1:1-7

1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acáia: 2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo. 3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação, 4 que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus. 5 Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação. 6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos; 7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação. 

ALELUIA 

Aleluia, aleluia, aleluia!
Vinde, regozijemo-nos no Senhor,

cantemos as glórias de Deus, nosso Salvador!

Aleluia, aleluia, aleluia!
Apresentamo-nos diante d'Ele com louvor, 

e celebremo-lo com salmos! 


Aleluia, aleluia, aleluia!

Mateus 21:43-46

43 Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos. 44 E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó. 45 Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo essas parábolas, entenderam que era deles que Jesus falava. 46 E procuravam prendê-lo, mas temeram o povo, porquanto este o tinha por profeta.



COMENTÁRIO 

“Ai da Alma Na Qual Não Habita Cristo!”

Assim como Deus em outro tempo, irritado contra os judeus, entregou Jerusalém à afronta de seus inimigos e seus adversários os submeteram, de maneira que já não restaram nela nem festas nem sacrifícios; assim também agora, encolerizado contra a alma que viola os seus mandatos, a entrega em poder dos mesmos inimigos que a seduziram até torná-la feia.

E da mesma forma que uma casa, se não habita nela seu dono, se cobre de trevas, de ignomínia e de afronta, e fica toda cheia de sujeira e imundície; assim também a alma, privada de seu Senhor e da presença alegre de seus anjos, fica repleta das trevas do pecado, da fealdade das paixões e de todo tipo de desonra.

Ai do caminho pelo qual ninguém passa, e no qual não se ouve nenhuma voz humana, porque se torna asilo de animais! Ai da alma pela qual o Senhor não caminha, nem afugenta dela com a sua voz as bestas espirituais da maldade! Ai da casa na qual não habita o seu dono! Ai da terra privada de colono que a cultive! Ai do barco privado de piloto, porque, acometido pelas ondas e tempestades do mar, acaba por naufragar! Ai da alma que não traz em si o verdadeiro piloto, Cristo, porque, colocada em um cruel mar de trevas, sacudida pelas ondas de suas paixões e atacada pelos espíritos malignos como por uma tempestade de inverno, acabará naufragando!

Ai da alma privada do cultivo dedicado de Cristo, que é aquele que lhe faz produzir os bons frutos do Espírito, porque, encontrando-se abandonada, cheia de espinhos e de abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada, cheia de espinhos e de abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada e cheia dos maus odores de suas paixões, torna-se hospedagem de todos os vícios!

Assim como o colono, quando se dispõe a cultivar a terra, necessita dos instrumentos e vestes apropriados, assim também Cristo, o rei celestial e verdadeiro agricultor, ao visitar a humanidade desolada pelo pecado, tendo-se revestido de um corpo humano e levando a cruz como instrumento, cultivou a alma abandonada, arrancou dela os espinhos e abrolhos dos maus espíritos, extraiu a cizânia do pecado e lançou ao fogo toda a erva má; e, tendo-a assim trabalhado incansavelmente com o madeiro da cruz, plantou nela o belíssimo horto do Espírito: horto que produz para Deus, seu Senhor, um fruto agradável e suavíssimo.

São Macário, o Grande (séc. IV)


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