01 de Março de 2019 (CC) - 16 de Fevereiro (CE)
Mártires Panfílio, Presbítero; Valens, Diácono; Paulo, Seleucus, Porphyrius, Juliano, Theodulus, Elias, Jeremias, Isaías, Samuel e Daniel, de Caesarea, Palestina (307-309).
Mártires Panfílio, Presbítero; Valens, Diácono; Paulo, Seleucus, Porphyrius, Juliano, Theodulus, Elias, Jeremias, Isaías, Samuel e Daniel, de Caesarea, Palestina (307-309).
Modo 6
Em 309, época dos imperadores Valério Maximiano e Máximo, a perseguição aos cristãos, cujo início deu-se na época de Diocleciano, prosseguia. Cinco egípcios foram visitar os cristãos que, por professarem sua fé foram condenados a trabalhos forçados nas minas da Celícia. Ao regressarem os guardas os detiveram às portas da cidade de Cesárea da Palestina. Os cinco confessaram que eram cristãos e revelaram o motivo de sua viagem.
No dia seguinte, compareceram diante do Governador Firmiliano, juntamente com Panfílio. O juiz, segundo o costume, ordenou que os cinco egípcios fossem torturados antes de serem julgados. Depois de muito sofrerem, foram interrogados pelo Governador sobre seus nomes e nacionalidades. Um deles respondeu que se chamava Elias e que seus companheiros se chamavam Jeremias, Isaias e Daniel. Como Firmiliano insistiu em saber sobre sua nacionalidade, Elias respondeu que era cidadão de Jerusalém, referindo-se a Jerusalém Celeste, verdadeira Pátria de todos os cristãos. O governador então ordenou que torturassem Elias. E logo foi açoitado com as mãos atadas às costas e os pés amarrados a um tronco. Depois, o Governador mandou que os cinco fossem decapitados. E a ordem foi executada imediatamente.
Porfírio, jovem servo de Panfílio, prometeu que o corpo de seu senhor e de seus companheiros não ficariam sem sepultura. Firmiliano, quando soube da intenção de Porfírio, mandou que o prendessem. Por ter confessado que também era cristão e negado a oferecer sacrifícios aos deuses dos pagãos, o juiz mandou que Porfírio fosse cruelmente açoitado, a ponto de seus ossos e entranhas ficarem expostos. Porfírio sofreu calado, sem exalar um suspiro. Em seguida, o Governador mandou que acendessem um fogueira em forma de circulo e que o colocassem no centro. Lá permaneceu por muito tempo, sofrendo a ação das chamas enquanto entoava louvores a Deus e invocava o Nome de Jesus, até que a morte pôs fim a seu lento e glorioso martírio.
Um outro cristão chamado Seleuco, assistia ao martírio de seu companheiro e elogiava sua fé. Os soldados o denunciaram para o Governador, que ordenou sua decapitação
Tropárion do Mártir Panfílio e Companheiros de Martírio Modo 6Em seus sofrimentos, ó Senhor, Teus mártires receberam de Ti coroas imperecíveis, / ó, nosso Deus; / pois, tomados de Teu poder, rechaçaram os tiranos / e esmagaram a débil audácia dos demônios. / / Por suas súplicas, salva as nossas almas.
Kondákion Modo 4Regozijando-se na sabedoria manifestada pelo céu, / quando tormentos terríveis se deparavam diante deles, / os valentes atletas conversavam entre si, / não poupando suas carnes. / Assim, eles herdaram a glória eterna, // sempre orando por nós que louvamos os seus combates.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
2 João 1:1-13
1 O ancião à senhora eleita, e a seus filhos, aos quais eu amo em verdade, e não somente eu, mas também todos os que conhecem a verdade, 2 por causa da verdade que permanece em nós, e para sempre estará conosco: 3 Graça, misericórdia, paz, da parte de Deus Pai e da parte de Jesus Cristo, o Filho do Pai, serão conosco em verdade e amor. 4 Muito me alegro por ter achado alguns de teus filhos andando na verdade, assim como recebemos mandamento do Pai. 5 E agora, senhora, rogo-te, não como te escrevendo um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros. 6 E o amor é este: que andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o princípio ouvistes, para que nele andeis. 7 Porque já muitos enganadores saíram pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio em carne. Tal é o enganador e o anticristo. 8 Olhai por vós mesmos, para que não percais o fruto do nosso trabalho, antes recebeis plena recompensa. 9 Todo aquele que vai além do ensino de Cristo e não permanece nele, não tem a Deus; quem permanece neste ensino, esse tem tanto ao Pai como ao Filho. 10 Se alguém vem ter convosco, e não traz este ensino, não o recebais em casa, nem tampouco o saudeis. 11 Porque quem o saúda participa de suas más obras. 12 Embora tenha eu muitas coisas para vos escrever, não o quis fazer com papel e tinta; mas espero visitar-vos e falar face a face, para que o nosso gozo seja completo. 13 Saúdam-te os filhos de tua irmã, a eleita.
Marcos 15:22-25, 33-41
22 Levaram-no, pois, ao lugar do Gólgota, que quer dizer, lugar da Caveira. 23 E ofereciam-lhe vinho misturado com mirra; mas ele não o tomou. 24 Então o crucificaram, e repartiram entre si as vestes dele, lançando sortes sobre elas para ver o que cada um levaria. 25 E era a hora terceira quando o crucificaram. 33 E, chegada a hora sexta, houve trevas sobre a terra, até a hora nona. 34 E, à hora nona, bradou Jesus em alta voz: Eloí, Eloí, lamá, sabactani? que, traduzido, é: Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste? 35 Alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Eis que chama por Elias. 36 Correu um deles, ensopou uma esponja em vinagre e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber, dizendo: Deixai, vejamos se Elias virá tirá-lo. 37 Mas Jesus, dando um grande brado, expirou. 38 Então o véu do santuário se rasgou em dois, de alto a baixo. 39 Ora, o centurião, que estava defronte dele, vendo-o assim expirar, disse: Verdadeiramente este homem era filho de Deus. 40 Também ali estavam algumas mulheres olhando de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago o Menor e de José, e Salomé; 41 as quais o seguiam e o serviam quando ele estava na Galiléia; e muitas outras que tinham subido com ele a Jerusalém.
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ENSINO DOS SANTOS PADRES
“Suas cicatrizes nos curaram”
Nos conta São João que Jesus tinha dito: Destruí este templo e em três dias o erguerei. Mas ele – observa o evangelista – falava do templo do seu corpo. E se é verdade que o Pai fez tudo por sua Palavra, por seu Filho, não é menos evidente que a ressurreição de sua carne a consumou por seu próprio Filho. Portanto, por meio dele o ressuscita e por meio dele lhe dá a vida. Enquanto homem é ressuscitado segundo a carne, e enquanto homem recebe a vida, quem agiu como um homem qualquer.
Mas ele é ainda quem, em sua qualidade de Deus, levanta o seu próprio templo e comunica a vida a sua própria carne. Enquanto por um lado nos diz: Por eles me consagro para que também eles se consagrem na verdade. E quando diz: Deus meu, Deus meu, por que me abandonastes?, fala como nosso representante, já que assumiu a condição de escravo, fazendo-se semelhante aos homens. E assim, encontrado com aspecto humano, se humilhou fazendo-se obediente até a morte, e morte de cruz. E como disse Isaías: Ele suportou nossos sofrimentos e padeceu nossas dores.
Sendo assim, não foi vexado de dores por sua causa, mas pela nossa; nem foi abandonado por Deus, mas nós; e por nós, os abandonados, ele veio ao mundo. E quando diz: Por isso, Deus o exaltou acima de tudo e lhe deu o nome que está acima de todo nome, fala do templo de seu corpo.
Realmente, não é o Altíssimo quem é exaltado, mas a carne do Altíssimo; e é para a carne do altíssimo que se concedeu o “nome que está acima de todo nome”. E quando disse: o Espírito ainda não tinha sido dado, porque Jesus não havia sido glorificado, fala da carne de Cristo que ainda não estava glorificada. Pois não é o Senhor da glória que é glorificado, mas a carne do Senhor da glória; esta recebeu a glória junto com ele quando subiu ao céu. Por isso, o espírito de adoção ainda não fora dado aos homens, porque as primícias que o Verbo tinha assumido da natureza humana ainda não haviam subido ao céu.
Portanto, quando a Escritura utiliza expressões tais como: “o Filho recebeu”, ou “o Filho foi glorificado”, referem-se a sua humanidade, não a sua divindade. Assim, enquanto alguns textos dizem: Aquele que não poupou ao seu próprio Filho, mas que o entregou à morte por nós, outros afirmam: Como Cristo amou a sua Igreja e se entregou por ela.
Deus, que é imortal, não veio para salvar-se a si mesmo, mas para libertar-nos, a nós que estávamos mortos; nem padeceu por si mesmo, mas por nós, e de tal forma ele assumiu nossa miséria e nossa pobreza, que foi com a finalidade de enriquecer-nos com a sua riqueza. Pois sua paixão é nossa alegria; sua sepultura, nossa ressurreição; e seu batismo, nossa santificação. De fato, ele afirma: Por eles me consagro, para que também eles se consagrem na verdade. E seus sofrimentos são nossa salvação, porque suas chagas nos curaram. O castigo suportado por ele é a nossa paz, já que nosso salutar “castigo recaiu sobre ele, isto é, foi castigado para merecermos a paz.
E quando na cruz exclama: Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito, encomenda ao Pai, nele mesmo, a todos os homens que nele são vivificados. Somos realmente seus membros, e ainda que sejam muitos os membros, formamos um só corpo, que é a Igreja. É o que diz São Paulo escrevendo aos gálatas: Porque todos vós sois um só em Cristo Jesus. Desta forma, nele, nos encomenda a todos.”
Santo Atanásio, Patriarca de Alexandria, (séc. IV)
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