sexta-feira, 16 de outubro de 2020

19ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

16 de Outubro de 2020 (CC) / 03 de Outubro (CE)
Santo Hieromártir Dionisio, o Areopagita, Bispo de Atenas
e com ele os mártires Rústicus e Eleuthérius;
São João Kosebita, Bispo de Cesarea
Tom 1

O Hieromártir Dionísio (Denis), Bispo de Atenas, o Presbítero Rústicus e o Diácono Eleutherius foram mortos em Lutetium (antigo nome de Paris) na Gália (atual França, onde São Dionísio é homenageado como o santo padroeiro da França, sob o nome francês "Dênis" ou "Denys". Isto ocorreu no ano 96 (outra fonte sugere o ano 110), durante o tempo da perseguição sob o Imperador romano Domiciano (81-96). 
São Dionísio viveu inicialmente na cidade de Atenas. Ele foi criado lá e recebeu uma fina educação do grego clássico. Depois, Dionísio partiu para o Egito, onde estudou astronomia na cidade de Heliópolis. Juntamente com seu amigo Apollophonos, testemunhou o eclipse solar ocorrido durante a crucificação do Senhor Jesus Cristo. Naquele momento, Dioníso disse: 
«Ou o Criador de todo o mundo está padecendo agora, ou nosso mundo visível está chegando ao fim.»
Após o seu regresso a Atenas, foi escolhido para ser um membro do Conselho do Areópago (alta corte ateniense). «Areo-pagus» significa, literalmente, «Monte de Marte», localizado na  Atenas antiga.
Quando o Santo Apóstolo Paulo pregou aos atenienses no Areópago (Atos 17: 16-34), Dionísio aceitou seu anúncio salvífico e tornou-se um cristão. Dionísio e sua esposa Damaris foram um dos poucos conversos de São Paulo em Atenas. É muito significativo e altamente simbólico que os gregos pagãos tenham situado no Areópago o «altar ao Deus Desconhecido», o Deus do Qual, na verdade, São Paulo pregou o conhecimento. A subsequente «via negativa» ou «apofatismo"» de São Dionísio é, especialmente, uma importante contribuição tanto para a teologia como para a filosofia. 
Ao longo de três anos São Dionísio permaneceu como um companheiro do Apóstolo São Paulo na pregação da Palavra de Deus. Mais tarde, o Apóstolo Paulo o estabeleceu como bispo da cidade de Atenas. E no ano 57, São Dionísio estava presente na dormição da Santíssima Mãe de Deus. 
Já durante o tempo de vida da Mãe de Deus, São Dionísio tinha especialmente viajado de Atenas para Jerusalém, a fim de conhecê-la. Ele escreveu para seu mestre, o Apóstolo Paulo, dizendo:  
"Eu testemunho por Deus, que nada, além do próprio Deus, tinha me preenchido com tamanha medida de poder e graça divina. Ninguém dentre a humanidade pode compreender plenamente o que eu vi. Confesso diante de Deus, que quando eu fui ter com João (o qual estando entre os Apóstolos, resplandeceu como o sol no céu), fui levado a estar ante o semblante da Santíssima Virgem, e experimentei uma sensação indescritível: Diante de mim resplandeceu uma espécie de brilho Divino, que me deixou o espírito paralisado. Percebi a presença de aromas de fragrâncias inefáveis; e tanto prazer dava respirá-los, que já não sentia mais o meu próprio corpo, e, então, desfaleci, pois, não pude suportar tamanhos sinais e sensações da bem-aventurança eterna e do poder celestial. A graça que Dela vinha, comprimia o meu coração e o meu espírito, que se eu não tivesse em mente a tua instrução, eu a teria confundido com o próprio Deus. É impossível permanecer em pé diante de tamanha bem-aventurança, tal qual esta que eu contemplei". 
Após a morte do Apóstolo Paulo, querendo dar continuidade ao trabalho do Apóstolo, São Dionísio partiu para pregar em terras ocidentais, acompanhado do Presbítero Rústicus e do Diácono Eleutérius. Eles converteram muitas pessoas para Cristo em Roma, na Alemanha, e depois na Espanha. Estando na Gália, durante o tempo de uma perseguição deflagrada contra os cristãos pelas autoridades pagãs, todas os três confessores foram presos e lançados na prisão. À noite São Dionísio celebrou a Divina Liturgia, co-servido pelos anjos de Deus. No outro dia, pela manhã, os mártires foram decapitados. De acordo com uma antiga tradição, São Dionísio tomou a sua cabeça, caminhou com ela até à igreja e somente ao chegar lá, caiu morto. Uma mulher piedosa, chamada Catulla, enterrou os restos mortais do santo. 



Oração Antes de Ler as Escrituras

Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 


Filipenses 1:27:2-4

Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho. E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isto de Deus. Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele, Tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim. Portanto, se há algum conforto em Cristo, se alguma consolação de amor, se alguma comunhão no Espírito, se alguns entranháveis afetos e compaixões, Completai o meu gozo, para que sintais o mesmo, tendo o mesmo amor, o mesmo ânimo, sentindo uma mesma coisa. Nada façais por contenda ou por vanglória, mas por humildade; cada um considere os outros superiores a si mesmo. Não atente cada um para o que é propriamente seu, mas cada qual também para o que é dos outros.

Lucas 6:17-23

E, descendo com eles, parou num lugar plano, e também um grande número de seus discípulos, e grande multidão de povo de toda a Judéia, e de Jerusalém, e da costa marítima de Tiro e de Sidom; os quais tinham vindo para o ouvir, e serem curados das suas enfermidades, Como também os atormentados dos espíritos imundos; e eram curados. E toda a multidão procurava tocar-lhe, porque saía dele virtude, e curava a todos. E, levantando ele os olhos para os seus discípulos, dizia: Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o reino de Deus. Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir. Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem e quando vos separarem, e vos injuriarem, e rejeitarem o vosso nome como mau, por causa do Filho do homem. Folgai nesse dia, exultai; porque eis que é grande o vosso galardão no céu, pois assim faziam os seus pais aos profetas.

† † †


“Ao justo Sua Paciência o Leva Para a Glória”

Após falar sobre a pobreza, que tanta felicidade proporciona, o Senhor seguiu dizendo: Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados. Queridíssimos irmãos, o pranto ao qual está vinculado um consolo eterno é distinto da aflição deste mundo. Os lamentos que se escutam neste mundo não tornam ninguém feliz. É muito distinta a razão de ser dos gemidos dos santos, a causa que produz lágrimas felizes.

A santa tristeza lamenta o pecado, o alheio e o próprio. E a amargura não é motivada pela maneira de agir da justiça divina, mas pela maldade humana. E, neste sentido, deve-se lamentar mais a atitude do que age mal, do que a situação daquele que tem que sofrer por causa do malvado, porque ao injusto sua malícia termina no castigo; porém, ao justo sua paciência o leva para a glória.

Segue o Senhor: Bem-aventurados os sofredores, porque eles herdarão a terra. Promete-se a posse da terra aos sofredores e aos mansos, aos humildes e simples, e aos que estão “dispostos a tolerar todo o tipo de injustiças. Não se deve olhar esta herança como desprezível e desfragmentada, como se estivesse separada da pátria celestial; do contrário, não se compreende quem poderia entrar no Reino dos Céus.

Porque a terra prometida aos sofredores, em cuja posse os mansos entrarão, é a carne dos santos. Esta carne viveu em humilhação, por isso mereceu uma ressurreição que a transforma e a reveste de imortalidade gloriosa, sem temer nada que possa contrariar ao espírito, sabendo que sempre estarão de comum acordo. Porque, nesse caso, o homem exterior será a possessão pacífica e inamissível do homem interior.

E, assim, os sofredores herdarão em paz perpétua e sem prejuízo algum a terra prometida, quando este corruptível se revista de incorrupção, e este mortal se revista de imortalidade.

“São Leão, o Grande, Patriarca de Roma (séc. V)

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