segunda-feira, 26 de outubro de 2020

21ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

26 de Outubro de 2020 (CC) / 13 de Outubro (CE)
Ss. Carpos, bispo; Pápilos, diácono; Agatonica e Agatodoros, mártires († c.250); 
Benjamin de Pechersk; Santíssimo Ícone da Mãe de Deus de Viera
Tom 3



Os santos mártires Carpos, bispo de Phiatirea, Pápilos, diácono, Agatodoros e Agatonica, sua irmã, sofreram o martírio por amor a Cristo durante o tempo de perseguição aos cristãos, Sob o imperador Décio, no século III. O governador do distrito onde os santos viveram tomou conhecimento de que Carpos e Pápilos não celebravam as festas pagãs. Deus então ordens para prender os transgressores, não sem antes tentar persuadi-los da veracidade do culto pagão romano. Os santos contestaram que não lhes era apropriado prestar adoração a falsas divindades. O juiz, então, ordenou que fossem acorrentados e conduzidos através da cidade. Em seguida, foram amarrados a cavalos e arrastados até a cidade vizinha de Sardes. Agatodoros e Agatonica seguiram voluntariamente Carpos e Pápilos. Em Sardes, os perseguidores sufocaram Agatonica até a morte e Carpos, Pápilos e Agatodoros foram decapitados. São Pápilos, que durante a vida era conhecido por seu dom de curar os doentes, – após sua morte por martírio, certamente intercede a Deus para que conceda a cura aos que a ele recorrem com fé.


Oração Antes de Ler as Escrituras  
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Filipenses 4:10-23

10. Fiquei imensamente contente, no Senhor, porque, finalmente, vi reflorescer o vosso interesse por mim. É verdade que sempre pensáveis nisso, mas vos faltava oportunidade de mostrá-lo. 11. Não é minha penúria que me faz falar. Aprendi a contentar-me com o que tenho. 12. Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas as vicissitudes: a ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade. 13. Tudo posso naquele que me fortalece. 14. Contudo, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação. 15. Vós que sois de Filipos, bem sabeis como, no início do meu ministério evangélico, quando parti da Macedônia, nenhuma comunidade abriu comigo contas de deve-haver, senão vós somente. 16. Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário. 17. Não é o donativo em si que eu procuro, e sim os lucros que vão aumentando a vosso crédito. 18. Recebi tudo, e em abundância. Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado. 19. Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo. 20. A Deus, nosso Pai, seja a glória, por toda a eternidade! Amém. 21. Saudai em Jesus Cristo todos os santos. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. 22. Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César. 23. A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito!

Lucas 7:36-50

36Tendo sido convidado por um dos fariseus para jantar, Jesus foi à casa dele e reclinou-se, como era o costume, junto à mesa. 37Assim que tomou conhecimento que Jesus estava reunido à mesa, na casa do fariseu, certa mulher daquela cidade, uma pecadora, trouxe um frasco de alabastro cheio de perfume. 38E, posicionando-se atrás de Jesus, prostrou-se a seus pés e começou a chorar. Suas lágrimas molharam os pés de Jesus, mas ela, em seguida os enxugou com os próprios cabelos, beijou-os e os ungiu com o perfume. 39Diante de tal cena, o fariseu que o havia convidado falou consigo mesmo: “Se este homem fora de fato profeta, bem saberia quem nele está tocando e que espécie de mulher ela é: uma pecadora!” 40Então, voltou-se Jesus para o fariseu e lhe propôs: “Simão, tenho algo para dizer-te”. Ao que ele aquiesceu: “Sim, Mestre, dize-me”. 41“Dois homens deviam a certo credor. Um lhe devia quinhentos denários e o outro, cinquenta. 42Nenhum dos dois tinha com que pagar, por isso o credor decidiu perdoar a dívida de ambos. Qual deles o amará mais?” 43Replicou-lhe Simão: “Imagino que aquele a quem foi perdoada a dívida maior”. Ao que Jesus o congratulou: “Julgaste acertadamente!” 44Então, virou-se em direção à mulher e declarou a Simão: “Vês esta mulher? Entrei em tua casa, e não me trouxeste água para lavar os pés, como é o costume. Esta, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com os próprios cabelos. 45Da mesma maneira, tu não me saudaste com um beijo na face, como é tradicional; ela, todavia, desde que cheguei não cessa de me beijar os pés. 46E mais, tu não me ungiste a cabeça com óleo, como era de se esperar, mas esta mulher, com puro bálsamo, ungiu os meus pés. 47Por tudo isso, te asseguro: o grande amor por ela demonstrado prova que seus muitos pecados já foram todos perdoados. Mas onde há necessidade de pouco perdão, pouco amor é revelado. 48Em seguida, Jesus afirmou à mulher: “Perdoados estão todos os teus pecados!” 49Então, os demais convidados começaram a comentar: “Quem é este que pode até perdoar pecados?” 50E Jesus revela à mulher: “A tua fé te salvou; vai-te em permanente paz”.

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COMENTÁRIO


Anfilóquio, Bispo de Icônio (séc. IV) 

Um fariseu rogava a Jesus que fosse comer com ele. Jesus, entrando na casa do fariseu, recostou-se à mesa. Ó graça inenarrável! Ó inefável bondade! Ele é médico e cura todas as enfermidades, para ser útil a todos: bons e maus, ingratos e agradecidos. Por isso, convidado agora por um fariseu, entra naquela casa que até aquele momento estava repleta de males. Onde quer que morasse um fariseu, ali existia um antro de maldade, uma cova de pecadores, o aposento da arrogância. Mas mesmo que a casa daquele fariseu reunisse todas estas condições, o Senhor não se desfez de aceitar o convite. E com razão.  Prontamente aceita o convite do fariseu, e o faz com delicadeza, sem reprovar-lhe sua conduta: em primeiro lugar, porque queria santificar os convidados, e também o anfitrião, a sua família e o próprio esplendor dos manjares. Em segundo lugar, aceita o convite do fariseu porque sabia que ampararia a uma meretriz e destacaria seu abrasador e ardente anelo de conversão, para que ela, deplorando seus pecados diante dos letrados e dos fariseus, lhe concedesse oportunidade de ensinar-lhes como se deve aplacar a Deus com lágrimas pelos pecados cometidos. 

E uma mulher da cidade, uma pecadora, diz, colocando-se detrás, junto aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe seus pés com suas lágrimas. Louvemos, pois, a esta mulher que alcançou o aplauso de todo o mundo. Ela tocou aqueles pés imaculados, compartindo com João o corpo de Cristo. Na verdade, aquele se apoiou sobre o seu peito, de onde extraiu a doutrina divina; esta, porém, se abraçou naqueles pés que por nós percorriam os caminhos da vida. 

De sua parte, Cristo – que não se pronuncia sobre o pecado, mas louva a penitência; que não castiga o passado, mas sonda o porvir –, omitindo as maldades passadas, honra a mulher, elogia sua conversão, justifica suas lágrimas e premia seu bom propósito; porém, o fariseu, ao ver o milagre fica desorientado e, trabalhado pela inveja, nega-se a admitir a conversão daquela mulher: ainda mais, solta-se em injúrias contra aquela que assim honrava ao Senhor, lança o descrédito contra a dignidade daquele que era honrado, censurando-o de ignorante: Se este fosse profeta, saberia quem é esta mulher que o está tocando. 

Jesus, tomando a palavra, dirige-se ao fariseu embrenhado em tal tipo de murmurações: Simão, tenho algo a dizer-te. Ó graça inefável! Ó inenarrável bondade! Deus e homem dialogam: Cristo apresenta um problema e estabelece uma norma de bondade, para vencer a maldade do fariseu. Ele respondeu: Fala, mestre! Um credor tinha dois devedores. Observa a sabedoria de Deus: nem sequer nomeia a mulher, para que o fariseu não falseie intencionalmente a resposta. Um, diz ele, lhe devia quinhentos denários e o outro cinquenta. Como não tinham com que pagar, ele perdoou aos dois. Perdoou aos que não tinham, não aos que não queriam: uma coisa é não ter e outra muito distinta não querer. Um exemplo: Deus não nos pede outra coisa além da conversão; por isso quer que estejamos sempre alegres e apressemo-nos em acorrer à penitência. Contudo, se tendo vontade de converter-nos, a multidão de nossos pecados revela o impróprio de nosso arrependimento, não porque não queremos, mas porque não podemos, então nos perdoa a dívida. Como não tinham com que pagar, perdoou aos dois. 

Qual dos dois o amará mais? Simão contestou: Suponho que aquele a quem ele perdoou mais. Jesus lhe “disse: Julgaste corretamente. E voltando-se para a mulher, disse a Simão: Vês a esta mulher pecadora, à qual tu rejeitas e à qual eu acolho? Desde que entrou, não deixou de beijar-me os pés. Por isso te digo: seus muitos pecados estão perdoados. Porque tu, ao receber-me como convidado, não me honraste com o ósculo, não me perfumaste com unguento; esta, porém, que alcançou o esquecimento de seus numerosos pecados, honrou-me até com suas lágrimas. 

Portanto, todos os que aqui estão presentes, imitai o que ouvistes e concorrei no pranto desta meretriz. Lavai vosso corpo não com água, mas com lágrimas; não vistais o manto de seda, mas a incontaminada túnica da continência, para que consigais idêntica glória, dando graças ao Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. A ele a glória, a honra e a adoração, com o Pai e o Espírito Santo agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.”

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