quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

30ª Quarta-feira Depois de Pentecostes

PÓS-FESTA DA NATIVIDADE
12 de Janeiro de 2022 (CC) 30 de Dezembro de 2021 (CE)
Ss. Anísia de Tessalônica, mon. e mártir (início do séc. IV); 
S. Macarius, Metropolita de Moscow (1563).
Filareto, Discípulo dos 70 Timón e Hieromártir Zoticos, o Educador dos Órfãos
Tom 4



Santa Anísia nasceu na cidade de Tessalônica, na Grécia, nos fins do século III. Seus pais eram pessoas bondosas, de muita fortuna e muito devotos. Educaram sua filha na fé cristã. Anísia tornou-se órfã muito cedo, e herdeira de muitos escravos, terras e jóias. 
Naquele tempo, persistiam ainda as perseguições aos cristãos. Havia um mandato do imperador Maximiano (284-305) determinando que os cristãos que não abjurassem sua fé e não oferecessem sacrifícios aos ídolos pagãos deveriam ser martirizados. Assim, qualquer pessoa poderia matar impunemente um cristão.  
Sabendo que era difícil os ricos entrarem no Reino dos Céus, Anísia libertou seus escravos, vendeu suas propriedades e ajudou os necessitados: viúvas, órfãos, mendigos e presos. Não os ajudava comente com dinheiro, como também cuidava dos doentes e consolava os aflitos. Quando terminaram todos os seus recursos, Santa Anísia começou a viver em extrema pobreza, trabalhando para suprir suas necessidades, e continuava visitando os presos e consolando os aflitos.  
Certa vez quando ia para uma reunião religiosa, viu muitas pessoas tentando entrar em um templo pagão para festejar sua divindade, mas prosseguiu seu caminho. Porém, um guerreiro que estava na multidão a fixou e a abordou, perguntando-lhe quem era e para onde ia. Santa Anísia respondeu «Sou uma serva de Cristo e vou à minha igreja». Então o guerreiro a agarrou brutalmente e tentou levá-la ao templo pagão para que participasse do culto aos seus ídolos. Quando o guerreiro estava fazendo sua oferenda, Santa Anísia se libertou de suas mãos dizendo: «Que o Senhor Jesus Cristo te proíba». Ao escutar o nome de Cristo, a quem odiava, o guerreiro a golpeou com uma espada. Santa Anísia caiu por terra coberta de sangue. Assim, a jovem Anísia entregou sua pura alma nas mãos de Cristo. Os cristãos sepultaram seu corpo próximo ao portal de entrada da cidade de Tessalônica. 
Comemoração de São Macarius, Metropolita de Moscou
Nasceu em Moscou em 1492. Quando seu pai morreu, sua mãe tornou-se freira e ele monge, recebendo o nome monástico de Macário. Tornou-se um iconógrafo de raro talento. Em 1523 foi ordenado sacerdote e feito Abade do Mosteiro de Luchski; três anos depois, foi consagrado Arcebispo de Novgorod e Pskov, sede que estava vaga há muitos anos. Como Arcebispo, enviou missionários aos povos nativos do extremo norte da Rússia e, dentro de sua própria diocese, lutou contra o paganismo ainda comum entre o povo. Regularizou a vida nos mosteiros de sua diocese, que haviam caído em auto-indulgência.
 
Em 1542 foi eleito Metropolita de Moscou e chefe da Igreja Russa. Cinco anos depois, ele coroou o primeiro czar da Rússia, Ivan Vassilievich. Em 1551 convocou o Concílio dos Cem Capítulos, que condenou várias heresias prevalentes na época, estabeleceu princípios de conduta e educação cristã e estabeleceu regras para iconografia e arte da Igreja. Ao longo de seu tempo como Hierarca, ele continuou a escrever ícones e, em 1553, iniciou a produção dos primeiros livros a serem impressos em russo. Quando o canato de Kazan caiu, ele imediatamente enviou missionários para converter os tártaros.

Quando o czar, que venerava São Macário, lhe pediu um livro espiritual, ficou surpreso e descontente ao receber uma cópia do serviço fúnebre; mas o santo lhe disse que quem lesse este livro com atenção e aplicasse suas palavras nunca pecaria. 
São Macário descansou em paz em Moscou em 1563, e sua veneração popular começou imediatamente. Em 1988 ele foi oficialmente glorificado pela Igreja da Rússia.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Hebreus 10:1-18

Irmãos, a lei a sombra dos bens futuros, e não a imagem exata das coisas, nunca, pelos mesmos sacrifícios que continuamente se oferecem cada ano, pode aperfeiçoar os que a eles se chegam. Doutra maneira, teriam deixado de se oferecer, porque, purificados uma vez os ministrantes, nunca mais teriam consciência de pecado. Nesses sacrifícios, porém, cada ano se faz comemoração dos pecados, porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados. Por isso, entrando no mundo, diz: 

"Sacrifício e oferta não quiseste, Mas corpo me preparaste; holocaustos e oblações pelo pecado não te agradaram." Então disse: 

“Eis aqui venho (no princípio do livro está escrito de mim), para fazer, ó Deus, a tua vontade.”

Como acima diz: "Sacrifício e oferta, e holocaustos e oblações pelo pecado não quiseste, nem te agradaram" (os quais se oferecem segundo a lei).

Então disse: “Eis aqui venho, para fazer, ó Deus, a tua vontade.” Tira o primeiro, para estabelecer o segundo.

Na qual vontade temos sido santificados pela oblação do corpo de Jesus Cristo, feita uma vez. E assim todo o sacerdote aparece cada dia, ministrando e oferecendo muitas vezes os mesmos sacrifícios, que nunca podem tirar os pecados; mas este, havendo oferecido para sempre um único sacrifício pelos pecados, está assentado à destra de Deus, daqui em diante esperando até que os seus inimigos sejam postos por escabelo de seus pés. Porque com uma só oblação aperfeiçoou para sempre os que são santificados. E também o Espírito Santo disto nos testifica, porque depois de haver dito:

“Esta é a aliança que farei com eles Depois daqueles dias, diz o Senhor: Porei as minhas leis em seus corações, e as escreverei em seus entendimentos;” acrescenta:

“E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades.”

Ora, onde há remissão destes, não há mais oblação pelo pecado.

Marcos 11:23-26

O Senhor disse aos Seus discípulos: Em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar; e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, assim lhe será feito. Por isso vos digo que tudo o que pedirdes em oração, crede que o recebereis, e tê-lo-eis. Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que também vosso Pai que está no céu, vos perdoe as vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está no céu, não vos perdoará as vossas ofensas.

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COMENTÁRIO

A narrativa de São Marcos visa transmitir o ensino de Cristo sobre o poder da fé, mediada por um coração puro e justo. Os verdadeiros milagres não têm por finalidade o exibicionismo, alimentar a vaidade e orgulho daquele que ora, fazendo-o parecer santo e poderoso aos olhos dos homens. Para lançar os montes no mar, é preciso antes fazer naufragar a fortaleza do ego no mar da justiça e da misericórdia. O demônio tem levantado muitos falsos profetas - que operam abundantemente sinais e prodígios da mentira - com o intuito de fazer tropeçar os homens (mas ainda não vimos nenhum deles transportar sequer uma duna, quanto mais uma montanha).

A oração de um coração justo para consigo (posto que reconhece seus pecados) e para com o próximo (pois transmite para o semelhante a mesma misericórdia com que Deus lhe trata), eleva aquele que ora à plena comunhão com Deus, o Qual jamais recusará suas petições.

Os santos dão testemunho desta realidade e demonstraram tal dimensão justa da alma. Abraão não levou em conta a avareza de Ló, provendo-lhe socorro quando dele precisara em sua escravidão. José não guardou ressentimento dos seus irmãos assassinos e mercadores. Moisés não levou em consideração a afronta dos seus contemporâneos, preferindo ser anátema com eles do que se salvar sem eles. Paulo também demonstra essa mesma predisposição. Estêvão, o primeiro mártir da Igreja, suplica a Deus o perdão para seus algozes e João se recusa usar o seu poder apostólico para destruir os que se lhe opõem.

Onde, portanto, reside a fonte da oração inoperante? São Tiago responde: está em uma alma dobre, inconstante em todos os seus caminhos (Tiago 1:7,8).

Temos, pois, a nos rodear uma tão grande nuvem de testemunhas que nos atestam do poder de Deus operando em suas almas justas (Heb. 11).

Pe. Mateus (Antonio Eça)

ORAÇÃO

SENHOR, o meu coração não é soberbo e nem altivos os meus olhos; não me exercito em grandes matérias, nem em coisas muito elevadas  para mim. Certamente que me tenho portado e sossegado como uma criança desmamada de sua mãe; a minha alma está como uma criança desmamada. Senhor, quem há que possa discernir os seus pecados? Perdoa a minha ignorância. Também da soberba guarda o teu servo, para que ela não domine sobre mim. Então serei sincero, e ficarei limpo de grande transgressão. Sejam agradáveis as palavras da minha boca e a meditação do meu coração perante a tua face, SENHOR, Rocha minha e Redentor meu!

Salmo 130:1,2; 18:12-14 (131;1,2; 19:12-14)

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