sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

31ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

21 de Janeiro de 2022 (CC) - 08 de Janeiro (CE)
S. Jorge, o Cozebita († c. 613)
Tom 5


São Jorge nasceu em um povoado de Chipre; seus pais eram cristãos e tinha um irmão maior chamado Heracleo. Quando seus pais ainda eram vivos, dirigiu-se a Terra Santa para uma peregrinação e lá mesmo entrou no  monastério de Calamonos onde, mais tarde, foi ordenado monge. Em seguida reencontrou-se com sua família permanecendo com ela até que seus pais morressem.  
Já órfão, seu tio, que tinha uma filha, o adotou. Seu tio pretendia casar sua filha com o sobrinho. Contudo, como Jorge não queria contrair matrimônio, foi para casa de outro tio que era abade  em um monastério. Sentindo-se pressionado pelo seu tio a casar-se com sua filha, Jorge decidiu ir com seu irmão Heracleo ao monastério de Calomonos. Sendo ainda muito jovem foi aconselhado a procurar o monastério da Santíssima Mãe de Deus, onde passou o resto de sua vida seguindo rigorosamente as regras monásticas. A fama de suas virtudes se espalhou por toda a região e seu trabalho espiritual iluminou  a muitos. Finalmente, São Jorge, o Cozebita, entregou seu espírito a Deus em paz.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

 Tiago 2:1-13

Irmãos, tende fé em Jesus Cristo, nosso Senhor da glória, sem fazer discriminações de pessoas. Porque, se no vosso ajuntamento entrar algum homem com anel de ouro no dedo, com trajes preciosos, e entrar também algum pobre com sórdido traje, E atentardes para o que traz o traje precioso, e lhe disserdes: Assenta-te tu aqui num lugar de honra, e disserdes ao pobre: Tu, fica aí em pé, ou assenta-te abaixo do meu estrado, porventura não fizestes distinção entre vós mesmos, e não vos fizestes juízes de maus pensamentos? Ouvi, meus amados irmãos: Porventura não escolheu Deus aos pobres deste mundo para serem ricos na fé, e herdeiros do reino que prometeu aos que o amam? Mas vós desonrastes o pobre. Porventura não vos oprimem os ricos, e não vos arrastam aos tribunais? Porventura não blasfemam eles o bom nome que sobre vós foi invocado? Todavia, se cumprirdes, conforme a Escritura, a lei real: Amarás a teu próximo como a ti mesmo, bem fazeis. Mas, se fazeis acepção de pessoas, cometeis pecado, e sois questionados pela lei como transgressores. Porque qualquer que guardar toda a lei, e tropeçar em um só ponto, tornou-se culpado de todos. Porque aquele que disse: Não cometerás adultério, também disse: Não matarás. Se tu pois não cometeres adultério, mas matares, estás feito transgressor da lei. Assim falai, e assim procedei, como devendo ser julgados pela lei da liberdade. Porque o juízo será sem misericórdia sobre aquele que não fez misericórdia; e a misericórdia triunfa do juízo.

Marcos 13:1-8

No momento em que Jesus estava saindo do templo, um de seus discípulos lhe disse: Mestre, olha que pedras e que edifícios! E Jesus disse-lhe: Vês estes grandes edifícios? Não haverá pedra sobre pedra aqui. E quando Ele estava sentado no Monte das Oliveiras em frente ao templo, Pedro, Tiago, João e André perguntaram-Lhe separadamente: Dize-nos quando isso será, e que sinal haverá quando tudo isso deve ser feito? E Jesus começou a dizer-lhes: Vede, que ninguém vos engane. Muitos virão em meu nome, dizendo: "Sou eu", e muitos serão enganados. Quando ouvirdes falar de guerras e rumores de guerra, não fiqueis horrorizados, isso deve acontecer, mas ainda não é o fim. Pois nação se levantará contra nação e reino contra reino; haverá terremotos em alguns lugares e fome. Este é o início das dores do parto.

ENSINOS DOS PADRES



Vem o nosso Deus, e não se calará. Cristo, o Senhor, Deus nosso e Filho de Deus, em sua primeira vinda se apresentou de forma velada, porém em sua segunda vinda aparecerá publicamente. Quando se apresentou de forma velada, somente se deu a conhecer aos seus servos; quando aparecer publicamente, se dará a conhecer aos bons e aos maus. Apresentando-se veladamente, veio para ser julgado; quando aparecer publicamente, virá para julgar. Por fim, quando foi julgado guardou o silêncio, e deste silêncio havia predito o profeta: Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha ante o tosquiador, emudeceu e não abriu a boca.

Porém, vem o nosso Deus e não se calará. Guardou silêncio quando era julgado, porém não guardará quando venha para julgar. Na realidade, nem mesmo agora ele guarda silêncio se houver quem o escute; porém se disse: Então ele não se calará, quando reconheçam a sua voz, inclusive os que agora a desprezam. Atualmente, quando os mandamentos de Deus são recitados, há aqueles que se põem a rir. E como, por enquanto, o que Deus prometeu não é visível, nem é comprovável o cumprimento de suas ameaças, faz-se burla de seus preceitos. Por enquanto, até mesmo os maus desfrutam do que o mundo chama de felicidade; enquanto que a nomeada infelicidade deste mundo, a sofrem até mesmo os bons.

Os homens que acreditam nas realidades presentes, porém não nas futuras, observam que os bens e os males da vida presente são vividos indistintamente por bons e maus. Anseiam-se pelas riquezas, e veem que entre os ricos há homens maldosos e homens de bem. E se sentem pânico ante a pobreza e as misérias deste mundo, observam igualmente que nestas misérias se debatem não somente os bons, mas também os maus. E dizem para si mesmos que Deus não se ocupa nem governa as coisas humanas, mas as têm abandonado completamente à má sorte no profundo abismo deste mundo, e não se preocupa em absoluto conosco. E passam então a desdenhar dos mandamentos, pois não veem manifestação alguma do juízo.

Porém, também agora cada um deve refletir que, quando Deus quer, observa e condena sem demora, e, quando quer, usa de paciência. E por que age assim? Porque se no presente ele nunca exercesse seu poder judicial, se chegaria à conclusão de que Deus não existe; e se julgar tudo agora, não reservaria nada para o juízo final. A razão de diferir muitas coisas até o juízo final, e de julgar outras em seguida, é para que aqueles aos quais seja concedida uma trégua, temam e se convertam. Pois Deus não tem prazer em condenar, mas em salvar; por isso usa de paciência com os maus, para convertê-los em bons. Diz o apóstolo, que Deus revela sua reprovação de toda a impiedade, e pagará a cada um conforme as suas obras. E ao pejorativo o admoesta, o corrige e lhe diz: Como desprezas o tesouro de sua bondade, tolerância e paciência? Porque Deus é bom contigo, porque é tolerante, porque te concede a mercê de sua paciência, porque te concede tempo e não te retira do teu ambiente, desprezas e faz pouco do juízo de Deus, ignorando que essa mesma bondade tem por finalidade te levar à conversão. Com a dureza do teu coração impenitente estás armazenando para ti os castigos para o dia do castigo, quando então se revelará o justo juízo de Deus pagando a cada um conforme as suas obras.

Bem-aventurado Agostinho, Bispo de Hypona

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical

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