domingo, 2 de janeiro de 2022

Domingo Anterior à Natividade de Nosso Deus e Salvador Jesus Cristo

PRÉ-FESTA DA NATIVIDADE
02 de Janeiro de 2022 (CC) 20 de Dezembro de 2021 (CE)
30º Sábado Depois de Pentecostes
Santo Inácio, o Teóforo, bispo de Antioquia, hieromártir († 107);
Repouso dos Justos João de Kronstadt (1908); 
Intercessão de Inácio, o Arquimandrita das Cavernas de Kiev (1435); 
Santo Antônio, arcebispo de Voronezh (1846);  
São Philogonius, bispo de Antioquia (323); 

São Daniel II, arcebispo de Sérvia (1338); 
Novo Mártir João da ilha de Thasos (1652) (grego);
Santo Ícone da Mãe de Deus Socorro dos Afadigados
Jejum da Natividade (Azeite é permitido)
Tom 3



Discípulo dos Apóstolos, Pai dos bispos, vigoroso guerreiro na vanguarda dos vitoriosos mártires, Santo Inácio foi três vezes coroado e brilha reluzente no firmamento dos amigos de Deus. O significado de seu nome é “fogo” (ignis em latim). O amor por Cristo ardeu tão fortemente depois de seu Batismo que foi codinominado “Cristóforos” (portador de Cristo). Codinome que, sem vanglória, não titubeou  em aplicar a si mesmo, já que todos os cristãos, após o batismo, se tornam “portadores de Cristo” e revestidos do Espírito Santo. 
Inácio conheceu os apóstolos em sua juventude e, juntamente com Policarpo, foi iniciado nos mais profundos mistérios da fé por São João, o Apóstolo e Evangelista. Mais tarde, foi Inácio quem sucedeu Evdus, como segundo bispo de Antioquia, capital da Síria, e a maior cidade do Oriente, cuja sede episcopal foi fundada pelo apóstolo Pedro. Durante as perseguições aos cristãos, no governo de Domiciano (81-96), Santo Inácio alentou muitos cristãos confessos a  suportar suas tormentosas tribulações, na esperança de ganhar a vida eterna; consolou os prisioneiros, compartilhou desejo de  unir-se a Cristo para sempre, em sua morte. Porém, Santo Inácio, bispo temerário, não fora aprisionado nesse tempo, a tal ponto  de se sentir desiludido pelo fato de as perseguições terem acabado sem que Deus o tivesse chamado a confessar sua fé como verdadeiro discípulo de Cristo. Nos anos de paz que se seguiram, Santo Inácio ocupou-se em organizar a Igreja, mostrando que a graça que veio sobre os apóstolos no dia de Pentecostes, continuava no ministério episcopal, ainda que os doze primeiros já tivessem sido chamados para a eternidade. Exortou que todas as Igrejas permaneçam na unidade e que seus membros amem o bispo de sua Igreja que é a imagem terrena do único e verdadeiro Bispo e Sumo Sacerdote, Jesus Cristo.  
Unidos pela fé no Salvador Crucificado e Ressuscitado, unidos em um mesmo coração que brota do amor e esperança comum, os fiéis devem reunir-se freqüentemente, especialmente no dia do Senhor, para celebrar em assembléia a Eucaristia com o seu bispo, sacerdotes e diáconos. Assim, todos repartem o mesmo pão que é o remédio contra a morte que dá a imortalidade, a vida eterna em Cristo. Disse ele:  
«Onde está o bispo, aí está o Cristo; onde está o bispo aí está a Igreja, a segurança da vida eterna e a promessa da comunhão com Deus».  
Na época das perseguições em Antioquia, no governo de Trajano (98-117), Santo Inácio se apresentou voluntariamente diante dele e confessou sua fé em um só Deus, criador e filântropo, em Jesus Cristo, seu Filho Unigênito. Com desprezo, Trajano lhe perguntou:  
«Eras discípulo do Crucificado, na época de Pôncio Pilatos?»  
Santo Inácio respondeu:  
«Sim, sou discípulo daquele que apagou meus pecados na Cruz, que derrotou o demônio e seus símbolos sob seus pés.»  
O Imperador ainda perguntou:  
«Por que te chamas portador de Deus?»  
Respondeu-lhe:  
«Porque trago Cristo vivente dentro de mim».  
Trajano então ordenou:  
«Que seja então o portador do Crucificado nas prisões de Roma, e que lá sejas jogado aos leões para diversão do povo».  
Como São Paulo e muitos outros mártires, o servo de Deus Inácio se encheu de alegria e fervorosamente beijou as pesadas correntes que carregava, chamando-as de «minhas preciosas pérolas espirituais».  
Durante o longo caminho até Roma, soube que os fiéis daquela cidade pretendiam evitar seu martírio. Enviou então uma mensagem, rogando-lhes que se contivessem, e que não interviessem, pois, «suplico ser um discípulo… Meu desejo terreno foi crucificado; não há mais fogo em mim por amar as coisas materiais. Porém há em mim uma água vivente que murmura e diz em meu interior ‘venha ao Pai’». 
Nele o amor de Cristo operou tão fortemente que, inspirado, disse com palavras de fogo:  
«Perdoem-me irmãos, não me peçam para viver, não desejem que eu não morra. Permitam-me que eu seja um imitador da Paixão de meu Deus. Deixem-me ser alimento para as feras, pois assim me será possível encontrar-me com meu Deus. Sou trigo de Deus, e devo ser triturado pelos dentes das feras, convertendo-me em puro pão do Senhor, à semelhança de Cristo, verdadeiro Pão Eucarístico que se oferece a Si mesmo na perfeita Liturgia». 
Este era o desejo de Santo Inácio. Quando o momento de sua prova final chegou, Santo Inácio entrou na arena como se adentrasse no Santo Altar para oficiar a liturgia na presença do fiéis. Assim, bispo e discípulo do Sumo Sacerdote de nossa Salvação, Jesus Cristo, sacerdote e vítima ao mesmo tempo, ofereceu-se a si mesmo complacentemente aos ferozes leões que se jogaram sobre ele e o devoraram lentamente, sem nada deixar, exceto os ossos maiores, como havia desejado. Estas preciosas relíquia foram devotamente reunidas pelos fiéis e levadas solenemente de volta a Antioquia. Os cristãos, venerando aquelas relíquias ao longo do caminho, seguiam rumo ao seu rebanho como se seguissem o seu pastor. 
Hebreus 4:14-5:6 Hieromartir Inácio
Marcos 9:33-41 Hieromartir Inácio 
Comemoração de São João de Kronstadt
São João de Kronstadt era um sacerdote casado, que vivia com sua esposa na virgindade. Através do seu incansável trabalho em seu ministério sacerdotal e amor para com os pobres e pecadores, a ele foi concedido por nosso Senhor grandes dons de clarividência e de milagres, a um tal grau que, nos últimos anos de sua vida de milagres de curas, tanto de corpo e de alma — foram realizados inúmeras vezes, cada dia, através de suas orações, muitas vezes para pessoas que tão somente a ele escreveram pedindo sua ajuda. 
Durante sua vida era conhecido em toda a Rússia, bem como no mundo ocidental. João nos deixou seu diário "Minha Vida em Cristo" como um tesouro espiritual para os cristãos de todas as idades. Simples na linguagem, ele expõe os mistérios mais profundos de nossa fé com aquela sabedoria que é dada apenas a um coração purificado pela graça do Espírito Santo. 
Prevendo como um verdadeiro profeta a Revolução de 1917, ele repreendeu sem parar a crescente apostasia entre o povo*; e previu que o próprio nome da Rússia seria mudado. À medida que a escuridão da incredulidade crescia, e tornava-se mais espessa, João resplandeceu como um farol de piedade inigualável, confortando os fiéis através dos muitos milagres que ele operou e do amor paternal e simplicidade com que a todos recebia. São João repousou em paz em 1908." (Grande Horologion)
* São João de Kronstadt foi um grande crítico de Liev Tolstói, apontando sua negação a diversos dogmas do Cristianismo Ortodoxo e acusando‐o de satirizar a Bíblia e a Igreja e de corromper a juventude russa, preparando o país para uma catástrofe política. Em seu diário, referiu‐se ao filósofo como "herege dos hereges", orando por sua morte e a de seus seguidores na Igreja Ortodoxa Russa, nomeadamente o Metropolita Antônio de São Petersburgo e o Protopresbítero Ioann Yanyshev, reitor da Catedral da Anunciação. 
Fonte: Wikipedia

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

MATINAS (VI)

Lucas 24:36-53

E falando eles destas coisas, o mesmo Jesus se apresentou no meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados, pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados, e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados, disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe parte de um peixe assado, e um favo de mel; O que ele tomou, e comeu diante deles. E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. E levou-os fora, até betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou. E aconteceu que, abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu. E, adorando-o eles, tornaram com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a Deus. Amém.

LITURGIA

Tone 2:  Great are the achievements of faith! / In the fountain of flame, as in refreshing water, / the Three Holy Children rejoiced.  / And the prophet Daniel proved a shepherd of lions as of sheep.  // By their prayers, O Christ God, save our souls.

Tone 4:  Make ready, O Bethlehem, / Eden hath been opened unto all. / Prepare, O Ephratha, / for the Tree of life hath blossomed in the cave from the Virgin. / For her womb proved to be a spiritual paradise wherefrom there came the Divine Plant, / whereof eating we shall live and not die like Adam. // Christ is born to raise the image that fell of old.

Tone 4:  O wonderworker, who livest in Christ / forever, take pity in thy love upon people in misfortunes; / hearken unto thy children who with faith call upon thee, / expecting compassionate aid from thee, // O John of Kronstadt, our beloved pastor.

Tone 1:  Rejoice, O Bethlehem! / Ephratha, make ready! / for behold, the Ewe hasteneth to give birth / unto the Great Shepherd Whom she carrieth in her womb. / And seeing Him, the God-bearing Fathers rejoice, // and with the shepherds praise the Virgin who giveth milk.

Glory… Tone 4:  O father John, namesake of grace, / who wast chosen by God from childhood, / who in thy youth miraculously received from Him the gift of learning, / and in a dream wast most gloriously called to be a priest: // Entreat Christ God, that we may all be with thee in the kingdom of heaven.

Both now… Tone 3:  Today the Virgin cometh to the cave to give birth ineffably / to the Word Who was before the ages.  / Dance, O earth, at the message!  / Give glory with the angels and shepherds / unto Him Who was willing to be gazed upon as a young child // and is pre-eternal God.

Reader: The Prokimenon in the 4th Tone: Blessed art Thou, O Lord, the God of our fathers, and praised and glorified is Thy name unto the ages.

Choir:  Blessed art Thou, O Lord, the God of our fathers, and praised and glorified is Thy name unto the ages.

Reader:  For righteous art Thou in all which Thou hast done for us.

Choir: Blessed art Thou, O Lord, the God of our fathers, and praised and glorified is Thy name unto the ages.

Reader:  In the 7th Tone:  The righteous man shall be glad in the Lord, and shall hope in Him.

Choir:  The righteous man shall be glad in the Lord, and shall hope in Him.

Tom 2: Grandes são as conquistas da fé! / Na fonte de chamas, como na água refrescante, / os Três Santos Filhos se alegraram. / E o profeta Daniel provou ser um pastor de leões como de ovelhas. // Por suas orações, ó Cristo Deus, salve nossas almas.

Tom 4: Prepare-se, ó Belém, / O Éden foi aberto a todos. / Prepare-se, ó Efrata, / pois a Árvore da vida floresceu na caverna da Virgem. / Pois seu ventre provou ser um paraíso espiritual de onde veio a Planta Divina, / da qual comeremos viveremos e não morreremos como Adão. // Cristo nasceu para ressuscitar a imagem que outrora caiu.

Tom 4: Ó fazendeiro de maravilhas, que vive em Cristo / para sempre, tenha piedade em seu amor pelas pessoas em infortúnios; / ouve teus filhos que com fé te invocam, / esperando ajuda compassiva de ti, // ó João de Kronstadt, nosso amado pastor.

Tom 1: Alegra-te, ó Belém! / Ephratha, prepare-se! / pois eis que a ovelha se apressa a dar à luz / ao Grande Pastor que ela carrega em seu ventre. / E ao vê-lo, alegram-se os pais portadores de Deus, // e com os pastores louvam a Virgem que dá leite.

Glória… Tom 4: Ó pai João, homônimo da graça, / que foi escolhido por Deus desde a infância, / que em sua juventude milagrosamente recebeu Dele o dom da aprendizagem, / e em um sonho foi gloriosamente chamado para ser sacerdote: // Rogai a Cristo Deus, para que possamos estar todos convosco no reino dos céus.

Ambos agora ... Tom 3: Hoje a Virgem vem à caverna para dar à luz inefavelmente / ao Verbo que existia antes dos séculos. / Dance, ó terra, com a mensagem! / Dê glória com os anjos e pastores / Àquele que estava disposto a ser contemplado como uma criança // e é o Deus pré-eterno.

Leitor: O Prokimenon no 4º Tom: Bendito és Tu, ó Senhor, o Deus de nossos pais, e louvado e glorificado é o Teu nome para sempre.

Coro: Bendito és Tu, ó Senhor, o Deus de nossos pais, e louvado e glorificado é o Teu nome para sempre.

Leitor: Pois justo és Tu em tudo o que fizeste por nós.

Coro: Bendito és Tu, ó Senhor, o Deus de nossos pais, e louvado e glorificado é o Teu nome para sempre.

Leitor: No 7º Tom: O justo se alegrará no Senhor e esperará Nele.

Coro: O justo se alegra no Senhor e espera Nele.
Hebreus 11:9-10;17-23;32-40

Pela fé habitou na terra da promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó, herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus. Pela fé ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado; sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em Isaque será chamada a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até dentre os mortos o ressuscitar; E daí também em figura ele o recobrou. Pela fé Isaque abençoou Jacó e Esaú, no tocante às coisas futuras. Pela fé Jacó, próximo da morte, abençoou cada um dos filhos de José, e adorou encostado à ponta do seu bordão. Pela fé José, próximo da morte, fez menção da saída dos filhos de Israel, e deu ordem acerca de seus ossos. Pela fé Moisés, já nascido, foi escondido três meses por seus pais, porque viram que era um menino formoso; e não temeram o mandamento do rei. E que mais direi? Faltar-me-ia o tempo contando de Gideão, e de Baraque, e de Sansão, e de Jefté, e de Davi, e de Samuel e dos profetas, Os quais pela fé venceram reinos, praticaram a justiça, alcançaram promessas, fecharam as bocas dos leões, Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos. As mulheres receberam pela ressurreição os seus mortos; uns foram torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor ressurreição; E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (Dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas e cavernas da terra. E todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, Provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados. 

Mateus 1:1-25

Livro da geração de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão. Abraão gerou a Isaque; e Isaque gerou a Jacó; e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos; E Judá gerou, de Tamar, a Perez e a Zerá; e Perez gerou a Esrom; e Esrom gerou a Arão; E Arão gerou a Aminadabe; e Aminadabe gerou a Naassom; e Naassom gerou a Salmom; E Salmom gerou, de Raabe, a Boaz; e Boaz gerou de Rute a Obede; e Obede gerou a Jessé; E Jessé gerou ao rei Davi; e o rei Davi gerou a Salomão da que foi mulher de Urias. E Salomão gerou a Roboão; e Roboão gerou a Abias; e Abias gerou a Asa; E Asa gerou a Josafá; e Josafá gerou a Jorão; e Jorão gerou a Uzias; E Uzias gerou a Jotão; e Jotão gerou a Acaz; e Acaz gerou a Ezequias; E Ezequias gerou a Manassés; e Manassés gerou a Amom; e Amom gerou a Josias; E Josias gerou a Jeconias e a seus irmãos na deportação para babilônia. E, depois da deportação para a babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel gerou a Zorobabel; E Zorobabel gerou a Abiúde; e Abiúde gerou a Eliaquim; e Eliaquim gerou a Azor; E Azor gerou a Sadoque; e Sadoque gerou a Aquim; e Aquim gerou a Eliúde; E Eliúde gerou a Eleazar; e Eleazar gerou a Matã; e Matã gerou a Jacó; E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu JESUS, que se chama o Cristo. De sorte que todas as gerações, desde Abraão até Davi, são catorze gerações; e desde Davi até a deportação para a babilônia, catorze gerações; e desde a deportação para a babilônia até Cristo, catorze gerações. Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo. Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente. E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo; E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados. Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz; Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco. E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher; E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.

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ENSINO DOS SANTOS PADRES DA IGREJA



Em poucas palavras, porém cheias de realismo, o evangelista São Mateus descreve o nascimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, pelo qual o Filho de Deus, eterno antes do tempo, apareceu no tempo como Filho do homem. Conduzindo o evangelista à sucessão genealógica, partindo de Abraão até chegar a José, o esposo de Maria, e enumerar – conforme o modo costumeiro de narrar às gerações humanas – a totalidade seja dos genitores como dos gerados, e dispondo-se a falar do nascimento de Cristo ressaltou a enorme diferença que existe entre ele e os demais nascimentos: os outros nascimentos ocorrem através da união normal do homem e da mulher, enquanto que ele, por ser o Filho de Deus, veio ao mundo através de uma Virgem. E era conveniente sob todos os aspectos que Deus, ao decidir tornar-se homem para salvar os homens, não nascesse senão de uma virgem, pois era impensável que uma virgem não gerasse a nenhum outro, senão a um que, sendo Deus, ela o gerasse como Filho.

Eis que, disse o profeta, a Virgem conceberá, e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel (que significa “Deus conosco”). O nome que o profeta dá ao Salvador, “Deus conosco”, indica a dupla natureza de sua única pessoa. Na verdade, aquele que é Deus nascido do Pai antes de todos os séculos, é o mesmo que, na plenitude dos tempos, tornou-se, no seio materno, no Emanuel, isto é, em “Deus conosco”, porque se dignou assumir a fragilidade de nossa natureza na unidade de sua pessoa, quando a Palavra se fez carne e habitou entre nós, isto é, quando de modo admirável começou a ser o que nós somos, sem deixar de ser o que era, assumindo de tal forma nossa natureza que não ficasse obrigado a deixar de ser o que ele era.

Maria deu à luz, pois, a seu filho primogênito, isto é, ao filho de sua própria carne. Deu à luz aquele que, antes da criação, nasceu Deus de Deus, e na humanidade, na qual foi criado, superava superabundantemente a toda criatura. E ele lhe pôs, diz, o nome de Jesus. Jesus é o nome do filho que nasceu da Virgem; nome que significa – conforme a explicação angélica – que ele salvaria o seu povo dos seus pecados. E aquele que salva dos pecados salvará da mesma forma das corruptelas da alma e do corpo, que são sequela do pecado.

A palavra “Cristo” designa a dignidade sacerdotal ou régia. Na lei, tanto os sacerdotes como os reis eram chamados “cristos” pela crisma, isto é, pela unção com o óleo sagrado: Eram um sinal de alguém que, ao manifestar-se no mundo como verdadeiro Rei e Pontífice, foi ungido com o óleo de júbilo entre todos os seus companheiros.

Devido a esta unção ou crisma, é chamado Cristo; aos que participam desta unção, ou seja, desta graça espiritual, são chamados de “cristãos”. Que ele, por ser nosso Salvador, nos salve de nossos pecados; enquanto Pontífice nos reconcilie com Deus Pai; na sua qualidade de Rei, digne-se conceder-nos o reino eterno de seu Pai, Jesus nosso Senhor, que com o Pai e o Espírito Santo vive e reina e é Deus, por todos os séculos dos séculos. Amém.

São Beda, o Venerável (Séc. VIII)
 
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