sábado, 22 de janeiro de 2022

31º Sábado Depois de Pentecostes



22 de Janeiro de 2022 (CC) 09 de Janeiro (CE)
São Polieutkos (259); São Pedro, Bispo de Sebaste (395)
Tom 5


São Polieuktos foi o primeiro mártir na cidade armênia de Melitene. Ele era um soldado sob o Imperador Decius (249-251), e mais tarde padeceu por Cristo sob o Imperador Valeriano (253-259). O santo era também amigo de Nearchos, um companheiro de farda e cristão firme, mas, Polyeutos, conquanto levasse uma vida virtuosa, permanecia um pagão.

Quando a perseguição contra os cristãos começou, Nearchos disse a Polyeuktos: 
"Amigo, logo estaremos separados de ti, porque eles me levarão a torturar, e tu terás que renunciar à amizade comigo". 
Polieuktos respondeu-lhe que, num sonho, tinha visto a Cristo, que lhe tirou o manto e o vestiu de outro traje brilhante. "A partir daquele momento", disse ele, "estou preparado para servir ao Senhor Jesus Cristo".

Tomado de um ardente zelo em seu espírito, Santo Polyeuktos saiu para a praça da cidade, rasgou o edito imperial pendurado sobre o dever de adorar ídolos, e tomou os ídolos das mãos dos sacerdotes pagãos e os destroçou, impedindo a procissão idólatra.

São Pedro, bispo de Sebaste
 
Pedro e seus Irmãos
São Pedro pertencia a uma antiga e ilustre família. O nome de seus antepassados ficou no esquecimento, enquanto que a memória deste santo que seus pais deram à Igreja foi imortalizada nos anais da fé. Três membros desta família foram santos e bispos: São Basílio, São Gregório de Nissa e São Pedro de Sebaste. Sua irmã mais velha, Santa Macrina, foi mãe espiritual de muitos santos e grandes doutores. Seus pais, São Basílio, o Velho, e Santa Emélia foram desterrados por causa da fé no tempo do imperador Valério Maximiano, e fugiram ao deserto do Ponto. A avó de nosso santo foi a célebre Santa Macrina a quem São Gregório instruiu na fé. Pedro era o mais jovem dos dez filhos e perdeu seu pai antes ainda de começar a dar os primeiros passos. Assim, sua irmã, Macrina, teve de encarregar-se de sua educação. Macrina ocupou-se de instruí-lo, sobretudo, na religião. Os estudos profanos interessavam muito pouco a quem tinha os olhos fixos no céu. Pedro, que aspirava a vida monástica, nenhuma restrição viu nela. Sua mãe havia fundado dois monastérios, um masculino e outro feminino. O primeiro tinha confiado a direção ao seu filho Basílio e o segundo à Macrina. Pedro ingressou no monastério que era dirigido por seu irmão e que estava situado às margens do rio Íris. Quando São Basílio se viu obrigado a deixar seu cargo, no ano 362, nomeou Pedro como seu sucessor, quem desempenhou por muitos anos o ofício de superior, com grande prudência e virtude. 
Quando eclodiu a fome nas províncias do Ponto e da Capadócia, Pedro mostrou a sua grande caridade. A prudência humana o teria aconselhado a não exagerar nas esmolas aos pobres, antes de ter garantido o sustento aos seus monges. Pedro havia aprendido em outra escola a caridade cristã e dispunha com liberalidade do que possuía o monastério para ajudar os necessitados que vinham diariamente durante a carestia bater no monastério. Ao ser nomeado bispo de Cesárea, na Capadócia, São Basílio ordenou Pedro sacerdote. Basílio morreu em 1° de Janeiro e 379, e Macrina em novembro daquele mesmo ano. Eustásio, bispo de Sebaste na Armênia, que tinha sido ariano e perseguido São Basílio, parece ter morrido logo depois, já que Pedro foi nomeado bispo desta diocese em 380, para erradicar a heresia ariana. O demônio tinha se apoderado tão profundamente dessa região, quer o céu precisava de um santo para arrojá-lo fora.

São Pedro é contado entre os eclesiásticos, graças a uma carta incluída nos livros de São Gregório de Nissa contra Eunomius, pela qual demonstra que, se bem que São Pedro havia se dedicado exclusivamente aos estudos eclesiásticos, a sua leitura e seu talento natural em eloqüência não eram inferiores aos do seu irmão Basílio, nem as do seu colega, São Gregório Nazianzeno. Em 381 Pedro participou do Concílio Ecumênico de Constantinopla. Não apenas seu irmão, São Gregório de Nissa, mas Teodoreto e toda a antiguidade testemunham a sua santidade, prudência e zelo. Sua morte ocorreu por volta do ano 391, durante o verão. São Gregório de Nissa faz notar que Sebaste lhe honrou com uma solene celebração (provavelmente no ano seguinte ao de sua morte), juntamente com alguns outros mártires da mesma cidade.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Colossenses 1:3-6

Irmãos, graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós, porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus, e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade.

Lucas 18:2-8

O Senhor falou esta parábola: Havia numa cidade um certo juiz, que nem a Deus temia, nem respeitava o homem. Havia também, naquela mesma cidade, uma certa viúva, que ia ter com ele, dizendo: Faze-me justiça contra o meu adversário. E por algum tempo não quis atendê-la; mas depois disse consigo: Ainda que não temo a Deus, nem respeito os homens, todavia, como esta viúva me molesta, hei de fazer-lhe justiça, para que enfim não volte, e me importune muito. E disse o Senhor: Ouvi o que diz o injusto juiz. E Deus não fará justiça aos seus escolhidos, que clamam a ele de dia e de noite, ainda que lhes pareça tardio? Digo-vos que depressa lhes fará justiça. Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?

ENSINO DOS SANTOS PADRES


“Imitemos a Paciência do Senhor e Pai”

Esta virtude (a paciência) nós a temos em comum com Deus. Dele teve princípio, dele procede a sua excelência e dignidade. A grandeza desta virtude procede de Deus como de seu autor, e o que Deus ama o homem também deve amá-lo. A divina majestade recomenda o bem que ama. Se tememos a Deus por Senhor e Pai, imitemos a paciência ao mesmo tempo do Senhor e Pai; porque é muito justo que os servos sejam obedientes e que os filhos não se desencaminhem de seus pais.

Qual e quão grande será a paciência de Deus que, suportando com infinita tolerância os templos profanos, os ídolos terrenos e os santuários sacrílegos erigidos por homens como um ultraje a sua majestade e a sua honra, e continua fazendo erguer-se o sol sobre bons e maus, e quando a chuva encharca a terra ninguém fica excluído de seus benefícios, mas envia indistintamente as chuvas igualmente sobre os justos e os injustos.

E mesmo quando é provocado por frequentes, ou melhor, contínuas ofensas, refreia a sua indignação e espera pacientemente o dia da retribuição estabelecido de uma vez para sempre; e podendo vingar-se, prefere proteger-se longo tempo na paciência, aguentando benignamente e protelando, na eventualidade de que a malícia, largamente prolongada, acabe finalmente mudando, e o homem, depois de ter sido joguete do erro e do crime, embora tarde, converta-se ao Senhor, escutando a exortação do Senhor que diz: não quer a morte do pecador, mas que se converta e viva, e clamando pela boca de outro profeta: Voltai ao Senhor vosso Deus, porque ele é misericordioso e piedoso, benigno e compassivo, e suspende a sentença dada contra as iniquidades.

São Paulo ao recordá-lo exorta: desprezas as riquezas da sua bondade, tolerância e longanimidade, desconhecendo que a bondade de Deus te convida ao arrependimento? Mas pela tua obstinação e coração impenitente vais acumulando ira contra ti, para o dia da cólera e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo as suas obras. Chama justo o juízo de Deus, porque vem tarde; porque retarda por muito tempo, porque a paciência de Deus dá oportunidade ao homem de entrar no caminho de sua salvação.

O Senhor nunca chega a castigar o pecador, até que a penitência já não possa ser de seu proveito. E para que melhor possamos compreender que a paciência é coisa de Deus e que todos os sofredores, pacientes e mansos imitam a Deus Pai, o Senhor, quando no seu Evangelho nos deu salutares preceitos e quando instruía aos seus discípulos com suas divinas exortações, disse: 

"Tende ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos, fazei o bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos maltratam e perseguem. Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos. Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos? Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito."

São Cipriano, Bispo de Cartago (Séc. 3)

Fonte: Lecionário Patrístico Dominical

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