14 de Maio de 2024 (CC) / 01 de Maio (CE)
Radonitsa, ou Dia do Júbilo; Comemoração dos Mortos
Santo Profeta Jeremias († 583 a.C.);
Pafnutios, o Milagroso;
Macário, Metropolita de Kiev; Asaf, Bispo de Gales;
Maria de Fruna, Mártir; Tamara, rainha da Geórgia; Nikiforos, de Kios;
Synaxis dos 3 Santos Monges de Athos, Eutímio, Ignácio e Acácio;
Santo Ícone Milagroso da Mãe de Deus, Alegria Inesperada, 2ª Comemoração.
Tom 1
"Cristo ressuscitou dos mortos,
Pisoteando a morte com Sua morte,
E outorgando a vida
Aos que jaziam nos sepulcros!"
São Jeremias, um dos grandes profetas de Deus, viveu no século VI antes de Cristo. Por causa de seus extensos e muitos escritos ganhou o codinome de "Grande". Vivia em uma aldeia a poucos quilômetros de Jerusalém, e era filho de Helkias, da tribo de Levi, da cidade de Anatólia nas terras de Benjamin.
Distinguia-se de todos, já em sua juventude. Certo dia, Deus mudou os planos de futuro sobre sua vida. Ele tentou resistir, a princípio, argumentando sua pouca idade e seu problema de gagueira. Deus, porém, disse:
"Não digas que és demasiadamente jovem ou que tens certa debilidade, porque Eu irei contigo e te prestarei auxílio".
Em tempos difíceis para pregar, durante muitos reinados, profetizou a destruição de Jerusalém. Por causa dessa profecia foi insultado, apedrejado e, por fim, foi expulso da cidade. O único reinado onde encontrou proteção, auxilio e ajuda para restabelecer a fé do povo eleito, os israelitas, no Deus Único, foi na época do rei Josias. Apesar de sua pouca idade, não se constrangia em dizer a verdade a quem quer que fosse, nem media suas consequências. Muitos o resistiam, mas Jeremias, sabendo que a força de Deus estava consigo, expressava-se livremente e com firmeza. Muitos reis o encarceraram, o flagelaram, ameaçavam-no de morte constantemente e queimavam seus escritos. Deus não abandona ninguém que tenha fé e um dia lhe disse:
"Sê forte como um diamante e não te acovardes. Se deixares te levar pelo medo Eu Me afastarei de ti".
Estas palavras o impulsionaram ainda mais a seguir pregando até seus últimos dias. Este grande profeta escreveu o livro das Profecias, que se divide em 51 capítulos, e o livro das Lamentações contendo 5 capítulos. São Jeremias é contato entre os maiores profetas da Bíblia.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
LITURGIA
Atos 4:1-10
João 3:16-21
Fragmento 10 - Enquanto os Apóstolos falavam ao povo, sobrevieram-lhes os sacerdotes, o capitão do templo e os saduceus, doendo-se muito de que eles ensinassem o povo, e anunciassem em Jesus a ressurreição dentre os mortos, deitaram mão neles, e os encerraram na prisão até o dia seguinte; pois era já tarde. Muitos, porém, dos que ouviram a palavra, creram, e se elevou o número dos homens a quase cinco mil. No dia seguinte, reuniram-se em Jerusalém as autoridades, os anciãos, os escribas, e Anás, o sumo sacerdote, e Caifás, João, Alexandre, e todos quantos eram da linhagem do sumo sacerdote. E, pondo-os no meio deles, perguntaram: Com que poder ou em nome de quem fizestes vós isto? Então Pedro, cheio do Espírito Santo, lhes disse: Autoridades do povo e vós, anciãos, se nós hoje somos inquiridos acerca do benefício feito a um enfermo, e do modo como foi curado, seja conhecido de vós todos, e de todo o povo de Israel, que em nome de Jesus Cristo, o nazareno, aquele a quem vós crucificastes e a quem Deus ressuscitou dentre os mortos, nesse nome está este aqui, são diante de vós.
Fragmento 10 - Disse o Senhor: Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus. E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, e não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.
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O QUE É UMA RADONITSA
Neste dia, terça-feira da semana de São Tomé, segundo a ordem instituída pelos nossos Santos Padres, trazemos à memória, na alegria Pascal, todos aqueles que morreram desde o início dos tempos na fé e na esperança de ressurreição e vida eterna.
Tendo celebrado anteriormente a radiante festa da gloriosa Ressurreição de Cristo, os fiéis hoje comemoram os mortos com a piedosa intenção de partilhar a grande alegria desta festa Pascal com aqueles que partiram desta vida na esperança da sua própria ressurreição. Esta é a mesma bendita alegria com que os mortos ouviram nosso Senhor anunciar Sua vitória sobre a morte quando Ele desceu ao Hades, conduzindo assim pela mão as almas justas da Antiga Aliança ao Paraíso. Esta é a mesma repentina alegria que as Santas Mulheres Portadoras de Mirra experimentaram ao descobrir o túmulo vazio e as vestes funerárias intactas. Além disso, esta é a mesma alegria luminosa que os Santos Apóstolos encontraram no Cenáculo, onde Cristo apareceu, embora as portas estivessem fechadas. Em suma, esta festa é uma alegria semelhante, para celebrar a luminosa Ressurreição com os nossos antepassados Ortodoxos que adormeceram.
Há evidências da comemoração dos mortos no dia hoje nos escritos dos Padres da Igreja.
Santo Ambrósio de Milão (340 – 397) diz em um de seus sermões:
“É verdadeiramente digno e justo, irmãos, que depois da celebração da Páscoa, que celebremos os Santos Mártires, compartilhando nossa alegria por eles como participantes dos sofrimentos do Senhor, para anunciar a glória da ressurreição do Senhor”.
Embora estas palavras de Santo Ambrósio se refiram aos mártires, podem ser uma indicação do nosso costume de comemorar os falecidos depois da Páscoa, na segunda ou terça-feira da Semana de São Tomé, porque o início das comemorações solenes na fé dos que morreram é estabelecido no Igreja da Nova Aliança como um costume piedoso em memória dos mártires, tanto dos mártires mortos na Antiga Aliança, como, também, os demais mortos.
São João Crisóstomo menciona a comemoração dos mortos realizada na terça-feira da semana de São Tomé em sua “Homilia Sobre o Cemitério e a Cruz”:
Hoje, os fiéis falecidos são lembrados nas Divinas Liturgias, a ‘koliva’ é preparada e abençoada nas igrejas em memória daqueles que adormeceram, e as sepulturas Ortodoxas nos cemitérios são abençoadas pelos sacerdotes e visitadas pelos Fiéis. Esmolas diárias são dadas aos pobres. Além disso, deve-se notar que devido à grande alegria espiritual que esta comemoração jubilosa traz, ela é chamada na língua eslava, 'Radonitsa', ou "Dia de Alegria".
Os Koliva:
Kollyva (grego: Κολλυβα), é uma oferta de trigo cozido que é abençoado liturgicamente. em conexão com os Serviços Comemorativos na Igreja em benefício dos falecidos. Os Kollyva simbolizam a ressurreição dos mortos no dia da Segunda Vinda do Senhor. São Paulo disse: "O que tu semeias não ganha vida se não morrer" (1 Coríntios 15:36); e o Senhor diz: "Se um grão de trigo não cair na terra e morrer, ele permanece só; mas se morre, dá muito fruto” (João 12:24).
Assim, assim como o trigo é enterrado no solo e se desintegra sem realmente morrer, mas é mais tarde regenerado em uma nova planta que produz muito mais frutos do que ele mesmo, assim o corpo do cristão será ressuscitado da própria matéria corruptível da qual agora é feito; no entanto, ressuscitará não na sua anterior substância carnal, mas numa essência incorruptível que “revestirá o corpo mortal com uma veste imortal”, nas palavras de São Paulo (1 Coríntios 15:53).
Os Kollyva, então, simbolizam a esperança apostólicamente enraizada na ressurreição dos mortos como a única eventualidade que dá sentido, e alcança a perfeição almejada por parte do indivíduo que leva sua vida para ser uma vida significativa divinamente ordenada para sempre.
O Arcebispo Gabriel da Filadélfia, do século 16, escreveu que os Kollyva são símbolos da ressurreição geral, e os vários ingredientes adicionados ao trigo significam muitas virtudes diferentes.
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