quinta-feira, 23 de maio de 2024

3ª Quinta-feira da Páscoa


23 de Maio de 2024 (CC) / 10 de Maio (CE)
Apóstolo Simão, o Zelote (1º; Séc.);
São Simão, bispo de Vladimir e Suzdal (Kiev Cavernas) (1226);  Mártires Philadelphus, Cipriano, Alfeu, Onésimo, Erasmus, e outras 14 pessoas, na Sicília (†251). 
Mártir Hesychius de Antioquia (†4 Séc.); 
Venerável Isidora o Tolo de Tabenna (Egito - 365); 
Abençoado Thais (Taisia) do Egito (5º Séc.); 
Beato Simão de Yurievits e Zharki, Louco de Cristo (1584); 
Ícone da Mãe de Deus "Kiev-Bratsk" (1654); 
Venerável Laurence, do monge, do Egito (6º Séc.); 
Venerável Dionisius de Radonezh (14-15 Séc;); 
Tradução de relíquias (1670) do Mártir Basílio de Mangazea (Sibéria) (1602); 
São Sinésio de Irkutsk, amigo de São Sofrônio (1787); 
São Conleth, o eremita, e o bispo de Kildare (520) (Celta E Britânico).
Tom 2




"Cristo ressuscitou dos mortos, 
Pisoteando a morte com Sua morte, 
E outorgando a vida 
Aos que jaziam nos sepulcros!"

São Simão era natural de Caná da Galileia, conhecido pessoalmente do Senhor e de sua puríssima Mãe, porque o povoado de Caná não estava muito distante de Nazaré. Quando Simão celebrou o seu casamento, convidou para a festa o Senhor, a sua imaculada Mãe e os seus discípulos. Como havia terminado o vinho para os convidados, o Senhor transformou água em vinho (Jo 2:1-11). Impressionado por este milagre, o noivo passou a crer no Senhor Jesus Cristo como o verdadeiro Deus e, abandonando a celebração de suas bodas e a sua própria casa, O seguiu com fervor. Desde então recebeu o nome de o “Zelote” ou o “Zeloso”, pois, tamanho fervor e entusiasmo que, pelo amor a Cristo, deixou sua própria noiva desposando, em sua alma, o Noivo Celestial. É por isso que Simão foi considerado entre o grupo de discípulos de Cristo e dos Doze Apóstolos. 
No dia de Pentecostes, quando o Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos sob a forma de línguas de fogo, eles receberam o dom da palavra que lhes capacitou a pregar o Evangelho a todas as nações. Recebendo o Espírito Santo junto aos demais, Simão saiu a pregar em diversos lugares, passando pelo Egito, Mauritânia, Líbia, Numidia, Cirenia e Abjásia. Neste último, uma região localizada na costa nordeste do Mar Negro, ele iluminou com a fé em Cristo numerosos pagãos. Também esteve na Bretanha, onde converteu à luz do Evangelho muitos descrentes, tendo sido depois crucificado por idólatras. Esta é uma das mais antigas tradições, cuja principal autoridade é São Doroteo, Bispo Gaza (300 dC). São Nicéforo, Patriarca de Constantinopla, um respeitado historiador (758-829), também confirma a presença do Apóstolo em Bretanha. Outras tradições afirmam que o Apóstolo esteve na Pérsia, com São Judas, com quem foi martirizado. Outros ainda atestam que o zelote São Simão foi sepultado na cidade de Nicósia, perto de Zhiguencia. Os lugarejos indicam que este local está a uns 13 km de Sujumi, não muito distante da costa do Mar Negro. Mais tarde, uma igreja foi construída no local da morte do santo e a sua estrutura foi recuperada em 1875, graças ao fervor de um dos grandes duques da Rússia. 
O Santo Apóstolo Simão, o Zelote, é comemorado em 10 de maio, não devendo ser confundido com São Simão Pedro, que também era um dos Doze Apóstolos, tão pouco com Simeão, parente consanguíneo do Senhor (Mt 13:55) que pertenceu ao grupo dos Setenta Apóstolos, segundo bispo de Jerusalém, sucessor do apóstolo Tiago. São Simão, o Zelote, é celebrado ainda em 30 de junho, juntamente com os demais Apóstolos (Sinaxe dos Santos Apóstolos). 

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

Atos 8:26-39

26 Mas um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai em direção do sul pelo caminho que desce de Jerusalém a Gaza, o qual está deserto. 27 E levantou-se e foi; e eis que um etíope, eunuco, mordomo- mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros e tinha ido a Jerusalém para adorar, 28 regressava e, sentado no seu carro, lia o profeta Isaías. 29 Disse o Espírito a Filipe: Chega-te e ajunta-te a esse carro. 30 E correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes, porventura, o que estás lendo? 31 Ele respondeu: Pois como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se sentasse. 32 Ora, a passagem da Escritura que estava lendo era esta: Foi levado como a ovelha ao matadouro, e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, assim ele não abre a sua boca. 33 Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. 34 Respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro? 35 Então Filipe tomou a palavra e, começando por esta escritura, anunciou-lhe a Jesus. 36 E indo eles caminhando, chegaram a um lugar onde havia água, e disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que eu seja batizado? 37 [E disse Felipe: é lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus.] 38 mandou parar o carro, e desceram ambos à água, tanto Filipe como o eunuco, e Filipe o batizou. 39 Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não o viu mais o eunuco, que jubiloso seguia o seu caminho.

João 6:40-44

40 Porquanto esta é a vontade de meu Pai: Que todo aquele que vê o Filho e crê nele, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia. 41 Murmuravam, pois, dele os judeus, porque dissera: Eu sou o pão que desceu do céu; 42 e perguntavam: Não é Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz agora: Desci do céu? 43 Respondeu-lhes Jesus: Não murmureis entre vós. 44 Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o trouxer; e eu o ressuscitarei no último dia.

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COMENTÁRIO

“Nosso Senhor Jesus Cristo Nos Alimenta Para a Vida Eterna”

Penso que o maná é sombra e tipo da doutrina e dos dons de Cristo, que procedem do alto e nada possuem de terreno; pelo contrário, antes estão em aberta oposição com esta carnal execração, e que na realidade são pasto não somente dos homens, mas também dos anjos. De fato, o Filho nos manifestou ao Pai em si mesmo, e por meio dele fomos instruídos na razão de ser da santa e consubstancial Trindade, e até nos introduziu no nobre caminho de todas as virtudes.

Na verdade, o reto e verdadeiro conhecimento destas realidades é alimento do espírito. Contudo, Cristo repartiu em abundância a doutrina à plena luz e de dia. Também o maná foi dado aos antepassados ao raiar do dia e à plena luz. Realmente em nós, os crentes, o dia já tem despontado, como está escrito, e o luzeiro nasceu em todos os corações, e saiu o sol de justiça, a saber, Cristo, o doador do maná inteligível. E que aquele maná sensível foi algo assim como uma figura, e este, em vez disso, o maná verdadeiro, Cristo mesmo assegura-nos com todas as garantias, quando diz aos judeus: Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram.

Ele, pelo contrário, é o pão que desce do céu, para que o homem dele coma e não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Aquele que comer deste pão, viverá eternamente; e o pão que eu darei é a minha carne para a vida do mundo. Nosso Senhor Jesus Cristo nos alimenta para a vida eterna tanto com os seus preceitos que estimulam a piedade como mediante seus místicos dons. Ele é, portanto, realmente em pessoa aquele maná divino e vivificante.

Aquele que dele comer não experimentará a futura corrupção e escapará da morte; mas não aqueles que comeram o maná sensível, pois o “tipo” não era portador de salvação, mas era unicamente figura da verdade. Deus, fazendo cair o maná do céu em forma de chuva, ordena que cada um recolha o que possa comer, e se quer, pode recolher também para aqueles que vivam na mesma tenda. Que cada um – diz – recolha o que possa comer e para todas as pessoas que vivam em cada tenda. Que ninguém guarde para amanhã. Devemos estar bem penetrados da doutrina divina e evangélica.

Portanto, Cristo distribui a graça igualmente para pequenos e grandes, e a todos alimenta igualmente para a vida; quer reunir os demais com os mais fracos, e que os fortes se sacrifiquem por seus irmãos até assumir sobre si os trabalhos deles, e fazer-lhes partícipes da graça celestial. Isto é o que – a meu juízo – ele disse aos próprios santos apóstolos: De graça recebestes, de graça dai. Portanto, aqueles que recolheram para si maná abundante, apressaram-se a reparti-lo entre os que viviam sob as mesmas tendas, isto é, na Igreja. Os discípulos realmente exortavam a todos e os estimulavam a coisas mais dignas; comunicavam a todos em abundância a graça que de Cristo alcançaram.

São Cirilo de Alexandria (séc. V)

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