sexta-feira, 8 de novembro de 2024

20ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

08 de Novembro de 2024 (CC) / 26 de Outubro (CE)
S. Demétrio de Salônica, Megalomártir, († 306 dC);
Milagroso e Odorífero de Mirra, São Miroblito.
Tom 2


Este glorioso e milagroso santo nasceu na cidade de Salônica (Norte da Grécia), de pais devotos e de descendência nobre. Era filho único de pais estéreis que recorreram a Deus pedindo que um filho lhes fosse dado e, portanto, era especialmente amado e educado. Seu pai era comandante militar em Salônica, e depois de sua morte, o imperador o promoveu ao mesmo posto em substituição ao pai. Ao fazê-lo, o Imperador Maximiano, um adversário de Cristo, recomendou especialmente a Demétrio perseguir e exterminar os cristãos de Salônica. Demétrio, não só desobedeceu ao imperador, mas também confessava e pregava abertamente na cidade o Cristo, Senhor. Tomando conhecimento disso, o Imperador se enfureceu com Demétrio e, numa certa ocasião, ao retornar de uma guerra contra os samaritanos, foi para Salónica especificamente para investigar o assunto. Ordenou então que Demétrio fosse chamado à sua presença, interrogando-o acerca de sua fé. Também diante do imperador Demétrio proclamou corajosamente sua fé, afirmando-se, portanto, como cristão, e, ainda mais, condenando a idolatria. Enfurecido, o imperador o condenou à prisão. Sabendo o que lhe esperava, Demétrio, entregou seus bens ao seu fiel servo Lupus para que distribuísse aos pobres. Depois foi conduzido à prisão, feliz, pois considerava o sofrer por Cristo como o lote de sua herança. Na prisão, um anjo do Senhor lhe apareceu e disse: «A paz esteja contigo, que sofres por amor a Cristo! Sê valente e forte!»
Depois de vários dias, o Imperador enviou soldados à prisão para que matassem Demétrio. Na prisão, os soldados imperiais encontraram Demétrio em oração, e o atravessaram com lanças. Os cristãos recolheram secretamente o seu corpo e o sepultaram. De seu túmulo passou a fluir mirra que trouxe a cura a muitos enfermos que recorriam ao lugar. Uma pequena igreja logo foi construída sobre suas relíquias. Leôncio, um nobre de Ilíria, padecendo de um mal incurável, foi plenamente restabelecido após recorrer em oração às relíquias de São Demétrio. Em gratidão, construiu uma igreja maior para substituir à anterior. O santo lhe apareceu em duas ocasiões. Quando o imperador Justiniano quis transferir as relíquias do santo, de Salônica para Constantinopla, uma faísca de fogo saiu do interior da sepultura e ouviu-se uma voz que dizia: «Deixe-as aqui e não as toques!» Assim, pois, as relíquias de São Demétrio foram mantidas sempre em Salônica. São Demétrio apareceu e salvou aquela cidade muitas vezes e de muitas calamidades, e os milagres são incontáveis.
Leituras Comemorativas 
Mateus 10:16-22 (Matinas)
2 Timóteo 2:1-10
João 15:17-16:2 

Oração Antes de Ler as Escrituras

Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Filipenses 3:8-19

Fragmento 245 - Irmãos,  na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como escória, para que possa ganhar a Cristo, e seja achado n’Ele, não tendo a minha justiça que vem da Lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a saber, a justiça que vem de Deus pela fé; para conhecê-Lo, e à virtude da Sua ressurreição, e à comunicação de Suas aflições, sendo feito conforme à Sua morte; para ver se de alguma maneira posso chegar à ressurreição dentre os mortos. Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vos revelará. Mas, naquilo a que já chegamos, andemos segundo a mesma regra, e sintamos o mesmo. Sede também meus imitadores, irmãos, e tende cuidado, segundo o exemplo que tendes em nós, pelos que assim andam. Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e cuja glória é para confusão deles, que só pensam nas coisas terrenas.

Lucas 11:23-26

Fragmento 58 - 
Disse o Senhor: Quem não é Comigo é contra Mim; e quem Comigo não ajunta, espalha. Quando o espírito imundo tem saído do homem, anda por lugares secos, buscando repouso; e, não o achando, diz: Tornarei para minha casa, de onde saí. E, chegando, acha-a varrida e adornada. Então vai, e leva consigo outros sete espíritos piores do que ele e, entrando, habitam ali; e o último estado desse homem é pior do que o primeiro.

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ENSINO DOS SANTOS PADRES


“Cristo Instrui A Igreja”

Principalmente nós que somos bispos e presidimos na Igreja, devemos manter e defender com firmeza esta unidade, em prova da indissolúvel unidade do mesmo episcopado. Ninguém engane com mentiras aos irmãos. Ninguém altere a pureza da fé com uma infiel prevaricação. O episcopado é único, e dele possui por inteiro cada bispo a sua porção.

Também a Igreja é una, a qual com prodigiosa fecundidade se propaga e se estende em muitos, assim como são muitos os raios de sol, porém única a luz. São muitos os ramos da árvore, mas um só tronco, uma só raiz; muitos os córregos que se espalham aqui e ali a partir de uma única fonte; mas em meio de tantas correntezas, um o manancial, e a veia mãe. A unidade da luz não comporta que se separe um raio do centro solar; quebra um galho da árvore, já não brotará; corta a comunicação entre a fonte e o arroio, e ele seca imediatamente.

Desta forma, a Igreja iluminada pela luz do Senhor esparge seus raios por todo o mundo; porém, uma mesma é a luz que por todas as partes se difunde, e não admite divisão. Ela desdobra os ramos por toda a terra, com grande fecundidade; estende-se ao longo dos rios, com toda liberalidade, e, no entanto é uma na cabeça, uma pela origem, uma só mãe imensamente fecunda. Nascemos todos de seu ventre, somos nutridos com o seu leite e animados com o seu espírito.

A Esposa de Cristo não pode ser adúltera, ela é incorruptível e casta. Conhece só uma casa, observa, com delicado pudor, a inviolabilidade de um só leito. É ela que nos guarda para Deus e destina os filhos que tem gerado a um reino imortal.

Não chegará a receber as promessas da Igreja quem dela se aparta e se junta com uma adúltera. Não chegará a receber a recompensa de Jesus Cristo o que abandona a Igreja de Jesus Cristo. É um estranho, um profano, um inimigo. Já não pode ter a Deus por Pai quem não reconhece a Igreja por mãe.

Se foi possível alguém se salvar fora da arca de Noé, então também se salvará quem estiver fora da Igreja. O Senhor nos alerta e diz: Quem não está comigo está contra mim, quem comigo não recolhe, dissipa. O que rompe a paz e a união de Jesus Cristo, está contra Jesus Cristo; quem recolhe fora da Igreja de Jesus Cristo, dispersa a Igreja do próprio Jesus Cristo.

O Senhor disse assim: Eu e o Pai somos um; e do Pai, do Filho e do Espírito Santo está escrito: Estes três são um. Como poderá alguém pensar que esta unidade da Igreja, estabelecida pelo próprio fundamento da unidade divina, e tão conforme com os mistérios celestiais, pode ser rompida e sacrificada ao arbítrio de partidos?

Quem não observa esta unidade também não observa a lei de Deus; não observa a fé do Pai e do Filho, nem conserva sua vida, nem sua salvação.”

São Cipriano, Bispo de Cartago (Séc. III)

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