domingo, 17 de novembro de 2024

21º Domingo Depois de Pentecoste

17 de Novembro de 2024 (CC) / 04 de Novembro (CE)
Ss. Joanício, o Grande mártir, mon. de Olimpo (†846);
Mártires Nicandio, bispo de Myra e Hérmio Presbítero.
Tom 4


São Joanício, que viveu desregradamente em seu tempo de juventude, alcançou, mais tarde, pela penitência, tal grau de santidade, que foi chamado "o Grande", sendo venerado como um dos mais ilustres monges de sua época. Era natural de Bitínia e, desde muito pequeno, ocupava-se do ofício de pastor. Aos dezenove anos entrou para a guarda militar de Constantino Copronymus. Deixando-se levar pela tendência da época, o futuro santo chegou a dar seu apoio aos perseguidores das imagens sagradas (iconoclastas), mas foi afastado do erro e de sua vida dissoluta e reconduzido à luz da verdade por um santo monge, passando a viver uma vida verdadeiramente exemplar durante seis anos. Com a idade de quarenta anos ele deixou o exército e se retirou para o Monte Olimpo, na Bitínia. Ali foi instruído nos rudimentos da vida monástica, aprendeu a ler, a orar, memorizou o Saltério, exercitando-se na disciplina própria do seu novo estado. O santo chamava este processo de «maturação do coração».Mais tarde, retirou-se para a vida eremítica e chegou a ficar famoso por seus dons de profecia e milagres, bem como por sua prudência na direção das almas.  

Numa certa ocasião, por suas orações devolveu a liberdade a um grupo de homens que haviam se tornado prisioneiro dos búlgaros. Outro prodígio a ele atribuído foi a expulsão de um espírito maligno que atormentava São Daniel de Tasión. São Joanício ingressou mais tarde no monastério de Eraste, localizado próximo a Brusa, onde defendeu zelosamente a Ortodoxia contra o Imperador Leão V e outros iconoclastas. Aí permaneceu em estreita relação com os conhecidos santos Teodoro, o Estudita, e Metódio de Constantinopla. Este último, aconselhado por São Joanício, acalmou alguns de seus discípulos que, tomados por um excessivo zelo, exigiam que fossem invalidadas as ordens conferidas por bispos iconoclastas. Joanício disse a Metódio: 
"São nossos irmãos que caíram no erro. Trate-os como tais enquanto persistem em suas falhas, porém, devolva-lhes suas antigas dignidades tão logo se arrependam, a não ser que se trate, claramente, de hereges ou perseguidores da fé".  

São Joanício enfrentou com grande coragem o Imperador Teófilo que, além de proibir as sagradas imagens, havia decretado que os santos não fossem venerados como tais. Joanício profetizou a restauração da presença das imagens nas igrejas, o que se cumpriu no reinado de Teodora, viúva do Imperador, ela que jamais havia traído a Ortodoxia. Um dos discípulos que Joanício teve em sua velhice foi Santo Eutímio, de Tessalônica. 

Depois de muitos anos desfrutando de elevada reputação como o mais distinto asceta e profeta de seu tempo, retirou-se a um eremitério onde morreu aos noventa e dois anos de idade, tendo testemunhado por duas vezes o triunfo da Ortodoxia sobre a heresia iconoclasta que ele mesmo havia aderido em sua juventude, e à qual se opôs vigorosamente depois.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
MATINAS (10)

João 21:1-14

Depois disto manifestou-se Jesus outra vez aos discípulos junto do mar de Tiberíades; e manifestou-se assim: Estavam juntos Simão Pedro, e Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galileia, os filhos de Zebedeu, e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Dizem-lhe eles: Também nós vamos contigo. Foram, e subiram logo para o barco, e naquela noite nada apanharam. E, sendo já manhã, Jesus se apresentou na praia, mas os discípulos não conheceram que era Jesus. Disse-lhes, pois, Jesus: Filhos, tendes alguma coisa de comer? Responderam-lhe: Não. E ele lhes disse: Lançai a rede para o lado direito do barco, e achareis. Lançaram-na, pois, e já não a podiam tirar, pela multidão dos peixes. Então aquele discípulo, a quem Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor. E, quando Simão Pedro ouviu que era o Senhor, cingiu-se com a túnica (porque estava nu) e lançou-se ao mar. E os outros discípulos foram com o barco (porque não estavam distantes da terra senão quase duzentos côvados), levando a rede cheia de peixes. Logo que desceram para terra, viram ali brasas, e um peixe posto em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei dos peixes que agora apanhastes. Simão Pedro subiu e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes e, sendo tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. E nenhum dos discípulos ousava perguntar-lhe: Quem és tu? sabendo que era o Senhor. Chegou, pois, Jesus, e tomou o pão, e deu-lhes e, semelhantemente o peixe. E já era a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado dentre os mortos.

LITURGIA 

Tropárion da Ressurreição
As santas mulheres discípulas do Senhor, / recebendo do Anjo a boa-nova da Ressurreição / correram orgulhosas / dizer aos Apóstolos: / “a morte está vencida, / pois Cristo nosso Deus ressuscitou, // concedendo ao mundo a Sua infinita misericórdia”.

Tropárion de São Mateus, Tom 3 (Santo Patrono)
Com zelo seguiste a Cristo, o Mestre, / Que em Sua bondade apareceu aos homens na Terra, / E da alfândega te chamou para Apóstolo / e Pregador do Evangelho ao universo, /por isto honramos tua preciosa memória. / Ó divinamente eloquente, Mateus. /Roga ao Deus misericordioso // que nos conceda a remissão das transgressões e a salvação das nossas almas!

Tropárion de São Joanício, Tom 8
Com o fluxo de tuas lágrimas irrigaste o deserto árido, / e com suspiros das profundezas de tua alma centuplicaste os seus frutos. / E qual farol iluminaste o mundo com o resplendor dos teus milagres. // Ó Joanicio, nosso pai, roga a Cristo Deus, que salve as nossas almas!

Tropárion de São Nicandio, Tom 4
Em seus sofrimentos, ó Senhor, / Teu mártir Nicandio recebeu de Ti, nosso Deus, uma coroa imperecível; / pois, possuidor de Teu poder, / ele desprezou seus algozes e esmagou a débil audácia dos demônios. // Por suas súplicas salva as nossas almas.
 
Kondákion da Ressurreição
Meu Salvador e Libertador, / como Deus Tu libertaste de suas amarras aqueles nascidos na terra, /e partiste em pedaços os portões do Inferno, / e ressuscitaste ao terceiro dia // como Mestre.

Kondákion de São Mateus, Tom 4 (Santo Patrono)
Deixando os laços da alfândega para adquirir o jugo da Justiça, / tu te revelaste um sábio comerciante, rico da sabedoria do Alto. / Proclamaste a Palavra da Verdade, /e pela narrativa da hora do Juízo // despertaste as almas indolentes.

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo ...

Tom 8: Apareceste como radiantíssima estrela, / que ilumina o mundo e trazendo luz para aqueles na escuridão das paixões. / E te revelaste um prodigalíssimo médico. / E como tu recebeste a graça de sanar, / conceda cura àqueles que te pedem, para que possamos cantar: // Rejubila-te, ó Pai Joanício!

Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Hino à Virgem
Ó admirável Protetora dos Cristãos e nossa Medianeira ante o Criador, / não desprezes as súplicas de nós, pecadores, / mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe Bondosa que és, / pois, te invocamos com fé. / Roga por nós junto de Deus, / tu que defendes sempre àqueles que te veneram.

Prokímenon

R. Ó, Senhor, quão harmoniosas são as Tuas obras!
Feitas, todas, com sabedoria. (Sl. 103:24)

V. Bendiz ó minha alma ao Senhor, 
Senhor meu Deus, Tu És infinitamente grande! (Sl. 103:1)

No 7º Tom:

Pesarosa é aos olhos do Senhor é a morte de Seus santos.

Gálatas 2:16-20

Fragmento 203 - Irmãos, sabedores de que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da Lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que procuramos ser justificados em Cristo, nós mesmos também somos achados pecadores, é porventura Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma. Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo-me a mim mesmo transgressor. Porque eu, pela Lei, estou morto para a Lei, para viver para Deus. Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a pela fé no Filho de Deus, o Qual me amou, e Se entregou a Si mesmo por mim.

Gálatas 5:22-6:2

Fragmento 213 - Irmãos, o fruto do Espírito é: Amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra estas coisas não há lei; e os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos em Espírito, andemos também em Espírito. Não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros. 

Aleluia, 4º Tom

Aleluia, aleluia, aleluia!

Cinge a Tua espada, com majestade e esplendor,
cavalga vitorioso, pela causa da verdade e da justiça. 

Aleluia, aleluia, aleluia!

Amaste a justiça e detestaste a iniquidade,
por isso Deus Te ungiu com o óleo da alegria.

No 6º Tom,

Aleluia, aleluia, aleluia!

Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor; 
Em Seus mandamentos ele grandemente se alegrará.

Lucas 8:41-56

Fragmento 39 - 
Naquela época, eis que chegou um homem de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; e, prostrando-se aos pés de Jesus, rogava-Lhe que entrasse em sua casa; Porque tinha uma filha única, quase de doze anos, que estava à morte. E indo Ele, apertava-O a multidão. E uma mulher, que tinha um fluxo de sangue, havia doze anos, e gastara com os médicos todos os seus haveres, e por nenhum pudera ser curada; chegando por detrás d’Ele, tocou na orla do Seu vestido, e logo estancou o fluxo do seu sangue. E disse Jesus: Quem é que Me tocou? E, negando todos, disse Pedro e os que estavam com ele: Mestre, a multidão Te aperta e Te oprime, e dizes: Quem é que Me tocou? E disse Jesus: Alguém Me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude. Então, vendo a mulher que não podia ocultar-se, aproximou-se tremendo e, prostrando-se ante Ele, declarou-Lhe diante de todo o povo a causa porque Lhe havia tocado, e como logo sarara. E Ele lhe disse: Tem bom ânimo, filha, a tua fé te salvou; vai em paz. Estando Ele ainda falando, chegou um dos príncipes da sinagoga, dizendo: A tua filha já está morta, não incomodes o Mestre. Jesus, porém, ouvindo-o, respondeu-lhe, dizendo: Não temas; crê somente, e será salva. E, entrando em casa, a ninguém deixou entrar, senão a Pedro, e a Tiago, e a João, e ao pai e a mãe da menina. E todos choravam, e a pranteavam; e Ele disse: Não choreis; não está morta, mas dorme. E riam-se d’Ele, sabendo que estava morta. Mas Ele, pondo-os todos fora, e pegando-Lhe na mão, clamou, dizendo: Levanta-te, menina. E o seu espírito voltou, e ela logo se levantou; e Jesus mandou que lhe dessem de comer. E seus pais ficaram maravilhados; e Ele lhes mandou que a ninguém dissessem o que havia sucedido.

Mateus 4:25-5:12

Fragmento 10A - Naquela época, seguiam a Jesus grandes multidões da Galileia, de Decápolis, de Jerusalém, da Judéia, e dalém do Jordão. Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos, e ele se pôs a ensiná-los, dizendo: 

Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o Reino dos Céus. 
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados. 
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra. 
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos. 
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia. 
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus. 
Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus. 
Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus. 
Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguiram e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos Profetas que foram antes de vós. 

Versos da Comunhão

Louvai ao Senhor desde os céus, 
Louvai-O nas alturas! 
A memória do justo será eterna; 
Ele não temerá más notícias. 

Aleluia, Aleluia, Aleluia!

HOMILIA

A Lei estigmatizava a mulher na qual houvesse fluxo de sangue desordenado, classificando-a como “imunda” (Lv. 15:25) e condenava também à imundície todo objeto que fosse tocado por ela: a cama onde dormia, a cadeira onde se sentava, etc; mas, não somente os objetos, também qualquer pessoa que os tocasse se tornaria imunda (Lv. 15:26) Assim, uma mulher que padecia de um mal hemorrágico sofria quase que o mesmo ostracismo dos leprosos: a diferença entre um e outro é que a hemorrágica podia disfarçar temporariamente o seu mal.

A mulher se aproveitou da multidão para se acobertar e tocar em Cristo sem que Este pudesse notar. Mas Jesus a surpreende: “Quem me tocou?”, pergunta o Mestre, distinguindo o seu toque do aperto que sofria da multidão. Ele distinguiu o toque porque sentira do Seu corpo sair poder. Quando aquilo que era “imundo” tocara O que É Santo, o Santo não se tornara imundo – como prescrevia a Lei – antes, o Santo purificou o que é imundo. No entanto, muitos corpos pecadores tocavam e até comprimiam o Corpo Santo, mas nenhum desses atraiu para si a Virtude do Santo. Só o desta mulher – que pela Lei era mais indigna do que os demais – alcançou tal graça. O que tinha este toque de distinto dos demais?

Se o corpo do Santo comunicara virtude à mulher imunda, é porque o toque da imunda comunicava ao Santo a fé que habitava no corpo imundo. E a fé é o único instrumento que atrai a Graça (Ef. 2:9). Esta fé que se apresenta quando todos os pilares da existência desmoronam. A mulher gastara todo seu dinheiro com o seu tratamento, sem obter resultado; sua dignidade e honra estavam dilaceradas pelo estigma social que a doença provocara. O tempo da enfermidade (12 anos) lhe torturara o suficiente para destruir todas as certezas ilusórias da sua vida. Algo no seu íntimo a fazia intuir que Aquele homem da Galileia era Depositário da graça que ela necessitava.

Mas Ele era um Rabi, um Homem Santo, que certamente a condenaria, visto que esta era a sentença da Lei. Por isto a estratégia de se dissimular por entre a multidão.

Sua estratégia dera certo. Ela estava curada. Uma alegria lhe toma o ser. Mas, parece que sua alegria teria duração curta. O Rabi interrompe sua caminhada e pergunta: “Quem me tocou?” Olhando em seguida para ela.

Pronto, agora fora descoberta. Seria humilhada e condenada. A cena do Éden parece se repetir. Eva tem que sair detrás da árvore e se apresentar nua perante o Seu Criador e Juiz. O que iria surpreender a mulher é que no roteiro do drama do Éden, o ato agora em cena, não era mais o da sentença de Eva, mas o da promessa: pois Quem aparece no palco do mundo é O Descendente nascido da semente da mulher que iria pisar a cabeça da serpente (e por esta ser ferido).

Podemos aqui fazer um aparte para que reflitamos na Graça que habitou na Mãe de Deus. Quando o Verbo foi Gerado em seu ventre para receber dela a sua carne, Ele teve seu Ser tocado pelos genes impuros de Eva que habitavam na Virgem, e assim como a mulher hemorrágica não pudera contaminar o Santo, antes recebendo dele a purificação da sua doença, assim também a Santa Virgem teve todo seu corpo purificado por Aquele que tudo plenifica.

Desprovida de seus disfarces, tiradas as máscaras do anonimato, desfeita a estratégia da dissimulação, a mulher se apresenta perante o Santo de Deus. Ela está prostrada perante o Santo e direciona o olhar do medo para o chão, porém os seus ouvidos não demoram a ouvir palavras de ternura:

“Filha, a tua fé te salvou; vai-te em paz, e fica livre desse teu mal”.

Pe. Mateus (Antonio Eça)


ORAÇÃO

Jesus dulcíssimo, glória dos apóstolos; meu Jesus, alegria dos mártires; Senhor onipotente, Jesus, meu Salvador, Jesus belíssimo, salva-me a mim que recorro a Ti. Salvador Jesus, tem piedade de mim, pela intercessão daquela que te trouxe ao mundo, e de todos, ó Jesus, os teus santos, e de todos os profetas; meu Salvador Jesus, torna-me também digno das delícias do paraíso, ó Jesus amigo dos homens.

Jesus dulcíssimo, orgulho dos monges; Jesus longânime, alimento e beleza dos ascetas, Jesus, salva-me; Jesus meu Salvador, Jesus meu boníssimo, arranca-me da mão do dragão, Salvador Jesus, e livra-me de seus laços, Salvador Jesus; e libertando-me do abismo, ó meu Salvador Jesus, faze-me sentar à tua direita com as outras ovelhas.

Senhor, Cristo Deus, que com a tua paixão curaste as minhas paixões e com as tuas feridas medicaste as minhas chagas, dá-me a mim, mísero pecador, lágrimas de compunção. Perfuma o meu corpo com a fragrância do teu corpo vivificante e oferece a doce bebida do teu precioso sangue para refazer-me da amargura com que o inimigo deu de beber à minha alma.

Ergue a Ti a minha mente atraída pelas baixezas terrenas e levanta-me do abismo da perdição. Ofusquei a minha mente com afeições terrenas e não consigo erguer os olhos para Ti; nem aquecer com lágrimas o meu amor por Ti.

Mas tu, Mestre, meu Senhor Jesus Cristo, tesouro de todos os bens, concede-me contrição perfeita e ardente desejo de lançar-me à tua procura. Dá-me a tua graça e renova em mim as feições da tua imagem. Eu te abandonei, não me pagues com o abandono. Vem em busca de mim, reconduze-me ao teu redil, e faze-me nutrir-me da relva dos divinos mistérios.

Pela intercessão da tua puríssima Mãe e de todos os teus santos. Amém.

Cânon A Jesus Dulcíssimo,
Teostericto, Monge - (séc. IX)

† † †

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