11 de Novembro de 2024 (CC) / 29 de Outubro (CE)S.
Anastásia, a romana, monja e mártir († séc. IV?);
Venerável Abramius (360 dC) e Sua Sobrinha, Monge Maria (365 dC)
Tom 3
Nasceu em Roma, de pais nobres, e ficando órfã aos três anos de idade foi levada a um mosteiro de mulheres, próximo a Roma, onde a abadessa era uma monja de nome Sofia, uma mulher de vida espiritual de elevado nível.
Aos dezessete anos a jovem Anastásia, de beleza incomum, já era conhecida pelos cristãos de toda a vizinhança como uma grande asceta, causando admiração aos pagãos. Probo, administrador pagão da cidade, impressionado com sua beleza, enviou soldados com ordem de trazê-la à sua presença. A boa abadessa Sofia instruiu Anastásia sobre como perseverar na fé e resistir ao engano adulador e à tortura, ao que a jovem lhe disse:
"Meu coração está preparado para sofrer por Cristo. Minha alma está pronta para o encontro com meu amado Senhor".
Comparecendo diante do Governador, Anastásia proclamou abertamente sua fé em Cristo, e quando ele tentou dissuadi-la - antes com promessas, depois com ameaças - a santa virgem lhe disse:
"Estou pronta a oferecer minha vida por meu Senhor, não apenas uma vez, mas mil vezes, se assim me fosse possível".
Quando a despiram à força para humilhá-la, Anastásia disse ao juiz:
«Açoitem-me, firam-me, e batam-me; só assim, meu corpo desnudo será coberto por feridas e minha vergonha será coberta de sangue."
Assim foi e, por duas vezes, sentindo sede, Anastásia pediu água. Cirilo, um cristão que estava por perto, atendeu seu pedido e lhe trouxe água, pelo que foi abençoado com o martírio, decapitado pelos pagãos.
O peito e a língua da santa foram cortados, e um anjo do Senhor apareceu-lhe e a mantinha de pé. Fora da cidade, Anastásia foi finalmente decapitada pela espada. A bem-aventurada Sofia, encontrando mais tarde o seu corpo, providenciou-lhe uma digna sepultura. Anastásia recebeu assim a coroa do martírio sob o Imperador Décio (249-251 d. C.).
O Santo Monge Abramius, o Eremita e a Beata Maria, sua sobrinhaO monge Abramius, o Eremita, e a Beata Maria, sua sobrinha, viviam na aldeia de Chidan, perto da cidade de Edessa. Eles foram contemporâneos e conterrâneos do santo Monge Efrém, o sírio (Com. 28 de janeiro), o qual, posteriormente escreveu sobre suas vidas.
O monge Abramius começou sua difícil exploração da vida solitária no auge da juventude. Ele deixou sua casa paterna e estabeleceu-se em um lugar deserto, desolado, longe das atrações do mundo, e passou seus dias em orações incessantes. Após a morte de seus pais, o santo recusou sua herança e pediu a seus parentes para entregá-las aos pobres. Por sua vida ascética estrita, jejum e amor pela humanidade, Abramius atraiu para si muitos que buscavam a luz espiritual, a oração e a bênção.
Logo sua fé foi submetida a um teste sério: ele foi nomeado presbítero em uma das aldeias pagãs da Mesopotâmia. Por três anos, e sem poupar esforços, o monge trabalhou para alcançar a iluminação dos pagãos. Ele derrubou um templo pagão e construiu um templo de Deus. Sofrendo humildemente e mesmo abatendo os obstinados adoradores de ídolos, em oração ele implorou ao Senhor:
"Olha, Ó Mestre, o Teu servo, escuta a minha oração, fortalece-me e liberta os Teus servos das armadilhas diabólicas, e dá-lhes a conhecer Ti, o Único Deus Verdadeiro ".
O zeloso pastor recebeu a felicidade de ver a culminação de seus justos esforços: os pagãos passaram a acreditar em Jesus Cristo, o Filho de Deus, e o próprio monge os batizou. Tendo cumprido o seu dever sacerdotal, Abramius novamente retirou-se para o seu deserto, onde continuou a glorificar a Deus e a fazer a sua santa vontade.
O diabo, envergonhado pelos atos do monge, tentou aprisioná-lo com pensamentos orgulhosos. Uma vez, à meia-noite, quando Santo Abramius estava em oração em sua cela, de repente, brilhou uma luz e uma voz foi ouvida:
"Bendito és, ó abençoado, como nenhum outro na humanidade!" Confundindo as artimanhas do inimigo, o santo disse:
"Eu sou um homem pecador, mas confio na ajuda e graça do meu Deus e não o temo".
Outra vez o diabo apareceu diante do santo na forma de um jovem, acendeu uma vela e começou a cantar o salmo:
"Bem-aventurado o imaculado no caminho que anda na lei do Senhor".
Percebendo que isso também era uma tentação demoníaca, o ancião se benzeu e perguntou:
"Se tu sabes, quem são os abençoados imaculados, então por que os perturba?" O tentador respondeu:
"Eu os provoco para conquistá-los e afastá-los de toda boa ação". A isto, o santo respondeu:
"Tu tens vitória sobre aqueles que por suas próprias vontades se afastaram de Deus; mas, para com aqueles que amam a Deus, tu desvaneces como a fumaça ao vento".
Depois dessas palavras, o diabo desapareceu. E assim São Abramius derrotou o inimigo, fortalecido pela graça divina. Depois de cinquenta anos de vida ascética, ele expirou pacificamente no Senhor (†c. 360).
Santa Monja Maria, Sobrinha de Santo AbramiusA sobrinha de Santo Abramius, a Monja Maria, cresceu sendo edificada por seu tio. Mas, o inimigo da raça humana tentou desviá-la do verdadeiro caminho.
Aos vinte e sete anos de idade, Maria deixou sua cela, foi para outra cidade, onde começou a viver dissolutamente. Sabendo disso, o monge Abramius vestiu-se com trajes de soldado, para não ser reconhecido, e partiu para a cidade. Ele procurou sua sobrinha e a levou ao arrependimento. A Monja Maria voltou para sua cela e passou o resto de seus dias em oração e lágrimas de arrependimento. O Senhor concedeu-lhe o dom de curar os enfermos.
Ela morreu cinco anos depois do monge Abramius.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Filipenses 4:10-23
Fragmento em 248 - Irmãos, fiquei imensamente contente, no Senhor, porque, finalmente, vi reflorescer o vosso interesse por mim. É verdade que sempre pensáveis nisso, mas vos faltava oportunidade de mostrá-lo. Não é minha penúria que me faz falar. Aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas as variabilidades: A ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece. Contudo, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação. Vós que sois de Filipos, bem sabeis como, no início do meu ministério evangélico, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja participava de dar e receber, senão vós somente. Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário. Não é o donativo em si que eu procuro, e sim os lucros que vão aumentando a vosso crédito. Recebi tudo, e em abundância. Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: Foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado. Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a Sua glória, em Jesus Cristo. A Deus, nosso Pai, seja a glória, por toda a eternidade! Amém. Saudai em Jesus Cristo todos os santos. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César. A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito!
Fragmento em 248 - Irmãos, fiquei imensamente contente, no Senhor, porque, finalmente, vi reflorescer o vosso interesse por mim. É verdade que sempre pensáveis nisso, mas vos faltava oportunidade de mostrá-lo. Não é minha penúria que me faz falar. Aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas as variabilidades: A ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade. Tudo posso naquele que me fortalece. Contudo, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação. Vós que sois de Filipos, bem sabeis como, no início do meu ministério evangélico, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja participava de dar e receber, senão vós somente. Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário. Não é o donativo em si que eu procuro, e sim os lucros que vão aumentando a vosso crédito. Recebi tudo, e em abundância. Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: Foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado. Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a Sua glória, em Jesus Cristo. A Deus, nosso Pai, seja a glória, por toda a eternidade! Amém. Saudai em Jesus Cristo todos os santos. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. Todos os santos vos saúdam, especialmente os da casa de César. A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito!
Lucas 11:29-33
E, ajuntando-se a multidão, começou a dizer: Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas; porquanto, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do homem o será também para esta geração. A rainha do sul se levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará; pois até dos confins da terra veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é maior do que Salomão. Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Jonas. E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz.
E, ajuntando-se a multidão, começou a dizer: Maligna é esta geração; ela pede um sinal; e não lhe será dado outro sinal, senão o sinal do profeta Jonas; porquanto, assim como Jonas foi sinal para os ninivitas, assim o Filho do homem o será também para esta geração. A rainha do sul se levantará no juízo com os homens desta geração, e os condenará; pois até dos confins da terra veio ouvir a sabedoria de Salomão; e eis aqui está quem é maior do que Salomão. Os homens de Nínive se levantarão no juízo com esta geração, e a condenarão; pois se converteram com a pregação de Jonas; e eis aqui está quem é maior do que Jonas. E ninguém, acendendo uma candeia, a põe em oculto, nem debaixo do alqueire, mas no velador, para que os que entram vejam a luz.
ENSINO DOS SANTOS PADRES
“A Luz Que Ilumina A Todo Homem”
A lâmpada colocada sobre o candeeiro, da qual fala a Escritura, é Nosso Senhor Jesus Cristo, luz verdadeira do Pai, que vindo a este mundo ilumina a todo homem. Ao assumir a nossa carne o Senhor se transformou em lâmpada, e por isto é chamado “luz”, ou seja, Sabedoria e Palavra do Pai e de sua mesma natureza. Como tal é proclamado na Igreja pela fé e pela piedade dos fiéis.
Glorificado e manifestado diante das nações por sua vida santa e pela observância dos mandamentos, ilumina a todos os que estão na casa – ou seja, neste mundo –, assim como o afirma em certo lugar esta mesma Palavra de Deus: Não se acende uma lâmpada para colocar debaixo de uma vasilha, mas para colocá-la no candeeiro, para que ilumine a todos da casa. Claramente denomina-se a si mesmo “lâmpada”, porém, sendo Deus por natureza, quis tornar-se homem por uma condescendência de seu amor.
Segundo meu parecer, também o grande Davi se refere a isto quando, falando do Senhor, diz: A tua palavra é lâmpada para os meus passos e luz em meu caminho. Com razão, portanto, a Escritura chama “lâmpada” ao nosso Deus e Salvador, visto que ele nos liberta das trevas da ignorância e do mal.
Na realidade, ele, assim como uma lâmpada ao dissipar a obscuridade de nossa ignorância e as trevas de nosso pecado, veio a ser como um caminho de salvação para todos os homens: com a força que comunica e com o conhecimento que concede, o Senhor conduz para o Pai aqueles que com ele querem avançar pelo caminho da justiça e seguir a senda dos preceitos divinos. E quanto ao candeeiro, deve-se dizer que significa a santa Igreja, a qual, com a sua pregação, faz que a palavra luminosa de Deus brilhe e ilumine aos homens do mundo inteiro, como se fossem os moradores da casa, e sejam levados deste modo ao conhecimento de Deus com o esplendor da verdade.
A Palavra de Deus não pode, de modo algum, ficar oculta debaixo de uma vasilha; ao contrário, deve ser colocada no mais alto da Igreja, como o melhor dos seus ornamentos. Se a palavra ficasse dissimulada sob a letra da lei, como debaixo de uma vasilha, deixaria de iluminar aos homens com a sua luz eterna. Escondida sob a vasilha, a palavra já não seria fonte de contemplação espiritual para aqueles que desejam livrar-se da sedução dos sentidos, que, com o seu engano, nos inclinam para captar somente as coisas efêmeras e materiais; posta, porém, sobre o candeeiro da Igreja, ou seja, interpretada pelo culto em espírito e verdade, a Palavra de Deus ilumina a todos os homens.
Na verdade a letra, se não se interpreta segundo seu sentido espiritual, não tem mais valor que o sensível e está limitada ao que significam materialmente as suas palavras, sem que a alma chegue a compreender o sentido do que está escrito.
Não coloquemos, portanto, sob a vasilha, com nossos pensamentos racionais, a lâmpada acesa – a saber, a palavra que ilumina a inteligência –, para que não possam culpar-nos de ter colocado sob a materialidade da letra a força incompreensível da sabedoria; a coloquemos, antes, sobre o candeeiro – ou seja, sobre a interpretação que lhe dá a Igreja –, no mais elevado da genuína contemplação; assim iluminará a todos os homens com os fulgores da revelação divina.”
São Máximo Confessor (séc. VII)
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