quinta-feira, 13 de março de 2025

2ª Quinta-Feira da Grande Quaresma

13 de Março de 2025 (CC) / 28 de Fevereiro (CE)
São Basílio, Monge e Confessor; Veneráveis Santas Marina e Kira († 450?)
São Protério, Patriarca de Alexandria († 457)
29 de Fevereiro (CE)
Venerável João Cassiano, o Romano, Abade (435)
São Barsanufius de Nitria, no Egito (5º Séc.)
Jejum Quaresmal
Tom 4

  

O Monge Basílio, o Confessor, padeceu durante o reinado do Imperador iconoclasta Leo, o Isauriano (717-741). Quando a perseguição começou contra aqueles que veneravam os Ícones Sagrados, São Basílio, juntamente com seu colega, o Monge Prokopios (Com. 27 de fevereiro) foi submetido a torturas e trancado na prisão. Aqui ambos os mártires viveram debilitados por muito tempo, até a morte do ímpio Imperador. 
Quando os santos confessores Basílio e Prokopios foram libertados juntamente com outros veneradores dos Santos Ícones, eles continuaram com seus esforços monásticos, instruindo muitos na Fé Ortodoxa e na vida virtuosa. O Monge Basílio morreu pacificamente no ano 750. 
Comemoração das Santas Marina e Kyra 
As Monjas Marina e Kyra, eram irmãs de nascimento, e viveram durante o século IV na cidade de Beria (ou Beroea) na Ásia Menor. Seus pais eram ilustres e ricos, mas as irmãs ao atingirem a idade madura deixaram o lar e partiram da cidade. Tendo dividido um pequeno pedaço de terra, as virgens sagradas selaram a entrada de seu refúgio com pedras e argila, deixando apenas uma abertura estreita, através da qual a comida era passada para elas, e elas viviam sob o céu aberto. Em seus corpos, elas usavam pesadas correntes de ferro e pacientemente suportaram a fome: Durante o curso de três anos, elas aceitavam comida uma vez a cada 40 dias.
 
Seus antigos servos vieram até elas, querendo se juntar à sua vida ascética. Os santos as situaram em uma cabana separada não muito longe de seu recinto e as guiaram, exortando-as a atos de oração e jejum. A vida das santas ascetas Marina e Kyra era bem conhecida do Beato Teodorit, Bispo de Cyr: somente ele, por respeito à sua dignidade hierárquica, as santas virgens permitiram que entrassem em sua morada. O Beato Teodorit conversou com elas e as persuadiu a não se sobrecarregarem com o carregamento de correntes, que eram tão pesadas que Kyra, sendo fraca de corpo, sempre se curvava sob seu peso e não conseguia se endireitar. Assim, elas perseguiram o ascetismo ao longo de 40 anos. Elas perturbavam sua solidão apenas para fazer uma peregrinação a Jerusalém para rezar no Sepulcro do Senhor. Durante o tempo da viagem, elas nada comiam até rezarem nos Lugares Santos, e retornando, elas também não comiam. Elas repetiram tal façanha, quando viajaram para o túmulo da Primeira Mártir Igual aos Apóstolos Thekla em Isauria. As freiras Marina e Kyra morreram por volta do ano 450.

São Protério, Patriarca de Alexandria († 457) 
Dióscoro, um homem sem princípios, sucessor de São Cirilo no Patriarcado de Alexandria. Patrocinou a heresia de Eutíquio e propagou os seus erros. São Protério foi ordenado sacerdote por São Cirilo. Dióscoro, que conhecia a grande estima que o povo tinha por Protério, objetivando ganhar seu apoio, o nomeou arcipreste e lhe confiou o cuidado de sua  Igreja; mas, Protério se opôs a  Dióscoro, quando este começou a apoiar abertamente os hereges. 
O Concílio de Calcedônia condenou Dióscoro, que apoiava a heresia monofisita, e o depôs em 451. Protério foi eleito para sucedê-lo. A cidade de Alexandria, tomada de tumultos e muita violência, ficou dividida em dois partidos: o de Protério e o que pedia o retorno de Dióscoro. Timoteo Eluro e Pedro Mongo, dois sacerdotes que defendiam a facção cismática, causaram tanta confusão durante o governo de Protério, que o santo viveu este período em permanente ameaça, apesar da decisão do Concílio de Calcedônia e das ordens do Imperador. 
Com a morte de Dióscoro, Eluro conseguiu ser consagrado e eleito para a sede episcopal e seu partido o proclamou legítimo bispo de Alexandria. As tropas do Imperador retiraram Eluro da diocese. Isto provocou a irritação nos eutiquianos a ponto de São Protério ter de refugiar-se no batistério da Igreja de São Quirino para se livrar de suas ameaças. Mas os hereges não respeitaram este direito de asilo, r durante a Semana Santa do ano 457, entrando na igreja, o mataram com seus punhais. Não satisfeitos com isso, arrastaram seu corpo pelas ruas, esquartejaram e queimaram seus restos, espalhando depois suas cinzas. Os bispos da Trácia, em uma carta que escreveram pouco depois para o Imperador, declararam que consideravam Protério um mártir e que confiavam  em sua valiosa intercessão diante do Senhor. 
Comemoração de São João Cassiano
O Monge João Cassiano, o Romano, quanto ao local de nascimento e à língua em que escreveu – pertencia ao Ocidente, mas a pátria espiritual do santo sempre foi o Oriente Ortodoxo. João aceitou o monaquismo num mosteiro de Belém, situado num local não muito longe de onde o Salvador nasceu. Depois de uma estadia de dois anos no mosteiro, no ano 390 o monge com seu irmão espiritual Germano viajou ao longo de sete anos pelos mosteiros selvagens de Tebaida e Skete, valendo-se da experiência espiritual de inúmeros ascetas. Tendo regressado em 397 por um breve período a Belém, os irmãos espirituais viveram aceticamente durante três anos em completa solidão, mas depois partiram para Constantinopla, onde serviram a São João Crisóstomo. 
O Monge Cassiano foi ordenado à dignidade de presbítero em sua terra natal. Em Massilia (Marselha), na Gália (França), ele primeiro estabeleceu dois mosteiros cenobíticos (de vida comunitária), um masculino e um feminino, na ordem das regras monásticas do monaquismo oriental. A pedido do Bispo Castor de Aptia Julia (na Gallia Narbonensis), o Monge Cassiano nos anos 417-419 escreveu 12 livros intitulados "De Institutis Coenobiorum" ("Sobre as Diretrizes da Vida Cenobítica") dos monges palestinos e egípcios e incluindo 10 conversas com os padres do deserto, a fim de fornecer aos seus compatriotas exemplos de mosteiros de vida em comum (cenobíticos) e familiarizá-los com o espírito do ascetismo do Oriente Ortodoxo. No primeiro livro de “De Institutis Coenobiorum” a palestra trata da aparência externa do monástico; na segunda – relativa à ordem dos salmos e orações noturnas; na terceira – relativa à ordem das orações e salmos diurnos; na quarta – relativa à ordem de renúncia ao mundo; nos oito livros restantes – a respeito dos oito pecados principais. 
Nas conversas dos padres São Cassiano como guia dentro do ascetismo fala sobre o propósito da vida, sobre o discernimento espiritual, sobre os graus de renúncia ao mundo, sobre as paixões da carne e do espírito, sobre os oito pecados, sobre as dificuldades dos justos e sobre a oração. 
Nos anos seguintes, o Monge Cassiano descreveu outras quatorze (ou então vinte e quatro) "Conversas dos Padres" (as "Collationes Patrum"): Sobre a perfeição do amor, sobre a pureza, sobre a ajuda de Deus, sobre a compreensão da Escritura, sobre os dons de Deus, sobre a amizade, sobre o uso da linguagem, sobre os quatro níveis de monaquismo, sobre a vida solitária hermética e a vida cenobítica em comum, sobre o arrependimento, sobre o jejum, sobre as meditações noturnas, sobre a mortificação espiritual – este último com o título explicativo “Não quero, mas faço isso”. 
No ano 431, São João Cassiano escreveu sua última obra, o "Contra Nestório" ("De incarnationem Domini contra Nestorium" - literalmente "Sobre a Encarnação do Senhor, contra Nestório"). Nele ele reuniu contra a heresia as opiniões de censura de muitos professores orientais e ocidentais. Nas suas obras, o Monge Cassiano baseou-se na experiência espiritual dos ascetas, merecendo a admiração do Beato Agostinho (Comm. 15 de junho), que "a graça, muito menos que tudo, é defensável por palavras pomposas e contenções loquazes, por silogismos dialéticos e pela eloquência de um Cícero". Nas palavras do Monge João da Escada (Climaticus ou Lestvichnik; Comm. 30 de março), “o grande Cassiano discerne de forma elevada e excelente”. São João Cassiano, o Romano, repousou pacificamente no ano 435. 
Comemoração de São Barsanufius 
O Monge João, chamado Barsonophios, era natural da Palestina. Aos 18 anos aceitou o santo Batismo e logo também os votos monásticos. Por causa de sua vida ascética, o Monge João foi ordenado bispo da cidade de Damasco. Certa vez, no amor pela vida solitária, o Monge João deixou de ser bispo e retirou-se secretamente para Alexandria, autodenominando-se Barsonophios. Então ele partiu para o deserto de Nitreia, chegou a um mosteiro e implorou ao abade que o aceitasse no mosteiro, para servir aos mais velhos. Ele cumpria conscientemente essa obediência durante o dia e passava as noites em oração. 
Depois de um certo tempo, São Teodoro de Nitreia viu o monge e soube dele que era bispo. São João então se escondeu novamente e retirou-se para o Egito, onde trabalhou asceticamente até o fim de seus dias (V). 
O Santo Mártir Teoktirista (Theostyriktos), Hegumen do mosteiro Pelikiote, sofreu pela veneração de ícones sob o ímpio imperador Constantino Copronymos (741-775). Junto com ele, foram submetidos a torturas Santo Estêvão, o Novo (Comm. 28 de novembro) e outros monges piedosos. São Teoctirista foi queimado com alcatrão fervente. 
O santo mártir é conhecido como escritor espiritual e autor do cânone da Mãe de Deus “Sustenta em Muitos Infortúnios”.

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

HORA SEXTA
(Meio-dia 12h)

Isaías 6:1-12

E sucedeu, no ano em que o rei Uzias morreu, que eu vi o Senhor assentado num trono alto e exaltado, e a casa estava cheia da sua glória. Serafins o rodeavam. Cada um deles tinha seis asas: com duas cobriam o seu rosto, com duas os seus pés e com duas voavam. E clamavam uns para os outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos! Toda a terra está cheia da sua glória! Balançou o lintel à voz que proferiram, e a casa se encheu de fumaça. Então, eu disse: Ai de mim, porquanto senti-me ferido; pois sendo apenas um homem, e tendo lábios impuros, também habito no meio de um povo de impuros lábios; e vi, com os meus próprios olhos, o Rei, o Senhor dos Exércitos! E foi enviado para mim um dos serafins, o qual tinha na sua mão uma brasa que ele havia tirado do altar com uma tenaz. Ele tocou a minha boca, e disse: Eis que isto tocou os teus lábios, e irá remover as tuas iniquidades, e limpar os teus pecados. Então, ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem há de ir a este povo? E eu disse: Eis-me aqui, envia-me. E disse ele: Vai, e dize a este povo: Ouvireis, verdadeiramente, contudo não entendereis; e vereis, de fato, porém não percebereis. Porque o coração deste povo tornou-se endurecido. Os seus ouvidos estão surdos para ouvir e os seus olhos se fecharam, para que não vejam com os olhos, ouçam com os ouvidos e entendam com o coração, e se convertam, e eu os cure. Então, eu disse: Até quando, ó Senhor? E ele respondeu: Enquanto as cidades ficarem abandonadas, por motivo de não serem habitadas, e as casas, por não haverem nelas homens. E a terra ficará desolada. Depois disto, Deus irá remover os homens para longe, e os que forem deixados sobre a terra serão multiplicados.

VÉSPERAS

Gênesis 5:1-24

Esta é a genealogia dos homens, no dia em que Deus fez Adão. À imagem de Deus o fez; macho e fêmea ele os fez, e os abençoou, chamando o seu nome Adão, no dia em que os fez. Adão viveu duzentos e trinta anos e gerou um filho de acordo com a sua própria forma e com a sua própria imagem, chamando o seu nome Sete. Os dias de Adão, os quais ele viveu depois que gerou a Sete, foram setecentos anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias que Adão viveu foram novecentos e trinta anos. E morreu. Sete viveu duzentos e cinco anos e gerou a Enos. Viveu Sete, depois que gerou a Enos, setecentos e sete anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias de Sete foram novecentos e doze anos. E morreu. Enos viveu cento e noventa anos e gerou a Cainã. Viveu Enos, depois que gerou a Cainã, setecentos e quinze anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias de Enos foram novecentos e cinco anos. E morreu. Cainã viveu cento e setenta anos e gerou a Maalaleel. Viveu Cainã, depois que gerou a Maalaleel, setecentos e quarenta anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias de Cainã foram novecentos e dez anos. E morreu. Maalaleel viveu cento e sessenta e cinco anos e gerou a Jerede. Viveu Maalaleel, depois que gerou a Jerede, setecentos e trinta anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias de Maalaleel foram oitocentos e noventa e cinco anos. E morreu. Jerede viveu cento e sessenta e dois anos e gerou a Enoque. Viveu Jerede, depois que gerou a Enoque, oitocentos anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias de Jerede foram novecentos e sessenta e dois anos. E morreu. Enoque viveu cento e sessenta e cinco anos e gerou a Metusalém. Enoque foi agradável a Deus, depois que gerou a Metusalém, por duzentos anos; e gerou filhos e filhas. Todos os dias de Enoque foram trezentos e sessenta e cinco anos. Enoque foi muito agradável a Deus, e não foi mais encontrado, porquanto Deus o trasladara.

Provérbios 6:3-20

Meu filho, faze o que te ordeno, e livra-te; pois, em favor de teu amigo caíste no poder dos maus; não desanimes, mas anima também ao teu amigo por quem te fizestes fiador. Não dês sono aos teus olhos nem adormecimento às tuas pálpebras, a fim de que possas livrar-te, assim como a corça livra-se dos seus trabalhos, e como um pássaro livra-se do laço. Vai ter com a formiga, ó preguiçoso; observa e imita os seus caminhos, tornando-te mais sábio do que ela. Pois ainda que não tem lavoura nem alguém para obrigá-la, não tendo qualquer mestre, ela prepara o alimento para si mesma no verão, ajuntando abundante provisão na colheita. Ou vai ter com a abelha, a fim de ver quão diligente ela é, e como está envolvida em seu trabalho. Sua produção, reis e todos os homens utilizam para terem saúde, sendo ela desejada e respeitada por todos. Embora fraca em seu corpo, é distinguida por honrar a sabedoria. Até quando ficarás deitado, ó preguiçoso? quando irás despertar do teu sono? Pois dormes um pouco, e repousas mais um pouco, e adormeces profundamente por um certo tempo, e encruzas teus braços sobre o peito por mais um pouco de tempo. Deste modo, a pobreza virá sobre ti como um viajante maligno, e a tua necessidade como um mensageiro veloz. Todavia, se fores diligente a tua colheita chegará como uma fonte, e a pobreza fugirá de ti como um mau mensageiro. Um homem tolo e transgressor anda em caminhos que não são bons; dá ele piscadelas com os olhos, faz sinal com o seu pé e convida com os movimentos de seus dedos. Seu coração perverso inventa males; em todos os tempos um tal homem causa problemas para a cidade. Por este motivo, a sua destruição virá repentinamente, quebranto e ruína irrecuperável; pois ele se alegra em todas as coisas que Deus odeia, e é arruinado por causa da impureza da sua alma. Os olhos do altivo, a língua injusta, as mãos que derramam o sangue dos justos, um coração concebedor de maus pensamentos e os pés apressados para fazer o mal são odiosos para Deus. Uma testemunha injusta acende falsidades e provoca brigas entre irmãos. Filho meu, guarda as leis de teu pai e não rejeites as ordenanças de tua mãe,

† † †

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário