quinta-feira, 14 de agosto de 2014

10ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

14 de Agosto de 2014 (CC) / 01 de Agosto (CE)
Os Sete Macabeus, sua mãe Salomé e Eleazar, o Sacerdote


Todos eles padeceram para preservar a pureza da fé de Israel sob o rei Antíoco, chamado por alguns "Epiphanios", o "Iluminado" e por outros "Epimanis", ou seja, "um louco".

Por causa dos grandes pecados de Jerusalém e, especialmente, a disputa sobre a autoridade sacerdotal e crimes cometidos por ocasião desta luta, Deus permitiu que uma grande calamidade acontecesse na Cidade Santa. Depois disso, Antíoco queria por todos os meios impor aos judeus a idolatria dos helenos no lugar de sua fé no Único Deus Vivo, não medindo esforços para alcançar esse objetivo.

Antíoco contou com a ajuda de alguns altos sacerdotes traiçoeiros e outros anciãos de Jerusalém que resolveram colaborar. Em uma ocasião, o Rei Antíoco chegou a Jerusalém e ordenou que todos os judeus comessem a carne de suínos, o que é proibido pela Lei de Moisés. Comer carne de porco era um sinal evidente que o que dela se alimentava repudiava a fé de Israel. O Sumo Sacerdote Eleazar, que também fora um dos setenta e dois tradutores do Antigo Testamento para a língua grega (a Septuaginta), não se submeteu à ordem do rei. Por isso, Eleazar foi torturado e queimado vivo.

Retornando à Antioquia, Antíoco levou consigo os sete filhos de Salomé, chamados os Macabeus, e também a mãe deles. Os nomes dos sete irmãos Macabeus eram: Avim, Antonius, Eleazar, Gurius, Eusebon, Achim e Marcellus. Diante dos olhos de sua mãe, o ímpio rei torturava os seus filhos, um por um, rasgando a pele de seus rostos e, depois, lançando-os no fogo. Todos eles suportavam bravamente a tortura e morte sem renegar sua fé. Finalmente, quando a mãe viu seu último filho, o caçula de apenas três anos no fogo, ela mesma saltou para as chamas e foi consumida pelo fogo, entregando sua alma a Deus.

Todos estes dignamente padeceram por causa da fé no Único Deus Vivo, cerca de 180 anos antes de Cristo.




2 Coríntios 1:1-7

     1 Paulo, apóstolo de Cristo Jesus pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, à igreja de Deus que está em Corinto, com todos os santos que estão em toda a Acáia:    2 Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.    3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias e Deus de toda a consolação,    4 que nos consola em toda a nossa tribulação, para que também possamos consolar os que estiverem em alguma tribulação, pela consolação com que nós mesmos somos consolados por Deus.    5 Porque, como as aflições de Cristo transbordam para conosco, assim também por meio de Cristo transborda a nossa consolação.    6 Mas, se somos atribulados, é para vossa consolação e salvação; ou, se somos consolados, para vossa consolação é a qual se opera suportando com paciência as mesmas aflições que nós também padecemos;    7 e a nossa esperança acerca de vós é firme, sabendo que, como sois participantes das aflições, assim o sereis também da consolação.  

Mateus 21:43-46

     43 Portanto eu vos digo que vos será tirado o reino de Deus, e será dado a um povo que dê os seus frutos.    44 E quem cair sobre esta pedra será despedaçado; mas aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó.    45 Os principais sacerdotes e os fariseus, ouvindo essas parábolas, entenderam que era deles que Jesus falava.    46 E procuravam prendê-lo, mas temeram o povo, porquanto este o tinha por profeta.



COMENTÁRIO 

“Ai da Alma na Qual Não Habita Cristo!”

Assim como Deus em outro tempo, irritado contra os judeus, entregou Jerusalém à afronta de seus inimigos e seus adversários os submeteram, de maneira que já não restaram nela nem festas nem sacrifícios; assim também agora, encolerizado contra a alma que viola os seus mandatos, a entrega em poder dos mesmos inimigos que a seduziram até torná-la feia.

E da mesma forma que uma casa, se não habita nela seu dono, se cobre de trevas, de ignomínia e de afronta, e fica toda cheia de sujeira e imundície; assim também a alma, privada de seu Senhor e da presença alegre de seus anjos, fica repleta das trevas do pecado, da fealdade das paixões e de todo tipo de desonra.

Ai do caminho pelo qual ninguém passa, e no qual não se ouve nenhuma voz humana, porque se torna asilo de animais! Ai da alma pela qual o Senhor não caminha, nem afugenta dela com a sua voz as bestas espirituais da maldade! Ai da casa na qual não habita o seu dono! Ai da terra privada de colono que a cultive! Ai do barco privado de piloto, porque, acometido pelas ondas e tempestades do mar, acaba por naufragar! Ai da alma que não traz em si o verdadeiro piloto, Cristo, porque, colocada em um cruel mar de trevas, sacudida pelas ondas de suas paixões e atacada pelos espíritos malignos como por uma tempestade de inverno, acabará naufragando!

Ai da alma privada do cultivo dedicado de Cristo, que é aquele que lhe faz produzir os bons frutos do Espírito, porque, encontrando-se abandonada, cheia de espinhos e de abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada, cheia de espinhos e de abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada e cheia dos maus odores de suas paixões, torna-se hospedagem de todos os vícios!

Assim como o colono, quando se dispõe a cultivar a terra, necessita dos instrumentos e vestes apropriados, assim também Cristo, o rei celestial e verdadeiro agricultor, ao visitar a humanidade desolada pelo pecado, tendo-se revestido de um corpo humano e levando a cruz como instrumento, cultivou a alma abandonada, arrancou dela os espinhos e abrolhos dos maus espíritos, extraiu a cizânia do pecado e lançou ao fogo toda a erva má; e, tendo-a assim trabalhado incansavelmente com o madeiro da cruz, plantou nela o belíssimo horto do Espírito: horto que produz para Deus, seu Senhor, um fruto agradável e suavíssimo.


São Macário o Grande (séc. IV)




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