S. Cristina, megalomártir († c. 220); Ss. Boris e Gleb († 1015).
BÓRIS E GLEB, OS SANTOS GRÃO-DUQUES MÁRTIRES
Os grão-duques
Boris e Gleb eram filhos do semelhante aos apóstolos grão-duque Vladimir e
princesa Anna de Bizâncio. Desde a infância eles se destacavam pela sua
religiosidade. Dos anais, sabe-se que o grão-duque Bóris gostava muitos dos
cânticos da igreja. Santo grão-duque Vladimir sentia muita ternura pelos dois,
devido a sua abnegação à Santa Fé e pela seu amor fraterno muito carinhoso de
um pelo outro.
Ainda durante
sua vida o grão-duque Boris recebeu a administração do ducado de Rostov, e
Glieb, o de Murmansk. Ambos aplicaram grandes esforços na divulgação da fé
cristã em seus ducados em meio de rudes pagãos. São Gleb é considerado o
iluminador da região de Murmansk-Riazan, onde desde os tempos antiquíssimos e
até hoje, conserva-se sua memória, como primeiro pregador do cristianismo e o
protetor do país.
Em 1015, após
a morte de São Vladimir o grão-ducado foi tomado pelo Sviatopolk que foi
apelidado de Furioso. Temendo a adversidade dos santos irmãos, ele resolveu
matá-los. São Bóris estava naquele tempo com seu exército junto do rio Alta. O
exército oferecia-lhe a ir contra Kiev e tomar o poder do grão-ducado, mas São
Bóris não quis destruir os laços sagrados das relações de parentesco e
indignado recusou a oferta. Entretanto Sviatopolk informando o São Bóris sobre
a morte do pai, traiçoeiramente oferecia-lhe manter relações de bem-querença,
prometendo-lhe aumentar sua propriedade, enviando-lhe juntamente os assassinos.
Na noite de 24 de julho, os assassinos chegaram à tenda de Bóris e escutando o
canto dos salmos vindo de dentro, resolveram esperar quando Bóris adormecesse.
Assim que o Santo grão-duque se deitou na cama, os assassinos invadiram a tenda
e cravaram o corpo do santo com as lanças assim como o de seu criado Jorge, que
era húngaro e tentava proteger o seu amo com o próprio corpo. O mártir, ainda
respirando, foi envolto com o pano da tenda e levado a Sviatopolk, que ao saber
que São Bóris ainda estava vivo, mandou dois variagues traspassar com a espada
seu coração. O corpo do santo grão-duque secretamente foi trazido para
Vishgorod e aí sepultado na igreja de São Basílio.
Após o
assassinato de São Bóris, Sviatopolk mandou atrás de São Gleb, que estava na
ocasião próximo de Smolensk, para trazê-lo à presença do pai supostamente
adoentado gravemente. O jovem grão-duque já avisado sobre a maldade de
Sviatopolk com lágrimas rezava pela alma do pai e irmão quando os assassinos
chegaram a ele, mandados por Sviatopolk. Goracer que encabeçava os assassinos
mandou o seu próprio cozinheiro, que era descendente de turcos, esfaquear o
grão-duque. Isto ocorreu 5 de setembro de 1015.
Em 1019 após a
ocupação do Kiev por Iaroslav Vladimirovich (filho de Vladimir), graças à
preocupação deste grão-duque, o corpo de São Gleb foi encontrado, trazido para
Vishgorod e sepultado junto do corpo de São Bóris. Logo no túmulo dos
grão-duques começaram a acontecer milagres. Quando a igreja de São Basílio se
queimou, os restos mortais dos grão-duques foram transladados para
recém-construída igreja em sua homenagem em Vishgorod. Durante a abertura dos
caixões dos grão-duques, o metropolita João com os sacerdotes viram o milagre:
os corpos dos santos apareceram brancos como a neve, os seus rostos reluziam
com a luz celestial, tanto que o metropolita e todo povo se espantavam,
sentindo um aroma especial.
Em 1240
durante a ocupação de Kiev, pelo Batii, os restos mortais dos Santos Boris e
Gleb desapareceram. A memória de ambos os grão-duques mártires se honra na
Rússia desde os tempos antigos, o que se testemunha, entre outras coisas pelos
numerosos mosteiros e igrejas em sua homenagem, que permaneceram até hoje, em
vários cantos da Rússia.
O povo russo via nos santos grão-duques mártires, os seus protetores que rezavam por ele. Os anais estão cheios de narrativas sobre as curas milagrosas que aconteceram ao pé dos restos mortais dos santos e sobre as vitórias que celebravam com sua ajuda (por exemplo: do Riurik Rostislavich sobre o Konchak; do santo Alexandre de Neva sobre os alemães).
1 Coríntios 13:4-14:5
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não se vangloria, não se ensoberbece, 5 não se porta inconvenientemente, não busca os seus próprios interesses, não se irrita, não suspeita mal; 6 não se regozija com a injustiça, mas se regozija com a verdade; 7 tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8 O amor jamais acaba; mas havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; 9 porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; 10 mas, quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. 11 Quando eu era menino, pensava como menino; mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. 12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. 13 Agora, pois, permanecem a fé, a esperança, o amor, estes três; mas o maior destes é o amor. 1 Segui o amor; e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar. 2 Porque o que fala em língua não fala aos homens, mas a Deus; pois ninguém o entende; porque em espírito fala mistérios. 3 Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação. 4 O que fala em língua edifica-se a si mesmo, mas o que profetiza edifica a igreja. 5 Ora, quero que todos vós faleis em línguas, mas muito mais que profetizeis, pois quem profetiza é maior do que aquele que fala em línguas, a não ser que também intercede para que a igreja receba edificação.
Mateus 20:1-16
1 Porque o reino dos céus é semelhante a um homem, proprietário, que saiu de madrugada a contratar trabalhadores para a sua vinha. 2 Ajustou com os trabalhadores o salário de um denário por dia, e mandou-os para a sua vinha. 3 Cerca da hora terceira saiu, e viu que estavam outros, ociosos, na praça, 4 e disse-lhes: Ide também vós para a vinha, e dar-vos-ei o que for justo. E eles foram. 5 Outra vez saiu, cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. 6 Igualmente, cerca da hora undécima, saiu e achou outros que lá estavam, e perguntou-lhes: Por que estais aqui ociosos o dia todo? 7 Responderam-lhe eles: Porque ninguém nos contratou. Disse- lhes ele: Ide também vós para a vinha. 8 Ao anoitecer, disse o senhor da vinha ao seu mordomo: Chama os trabalhadores, e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até os primeiros. 9 Chegando, pois, os que tinham ido cerca da hora undécima, receberam um denário cada um. 10 Vindo, então, os primeiros, pensaram que haviam de receber mais; mas do mesmo modo receberam um denário cada um. 11 E ao recebê-lo, murmuravam contra o proprietário, dizendo: 12 Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualastes a nós, que suportamos a fadiga do dia inteiro e o forte calor. 13 Mas ele, respondendo, disse a um deles: Amigo, não te faço injustiça; não ajustaste comigo um denário? 14 Toma o que é teu, e vai-te; eu quero dar a este último tanto como a ti. 15 Não me é lícito fazer o que quero do que é meu? Ou é mau o teu olho porque eu sou bom? 16 Assim os últimos serão primeiros, e os primeiros serão últimos.
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COMENTÁRIOS
Estes homens queriam trabalhar, porém ninguém os contratou; eram trabalhadores, mas ociosos por falta de trabalho e de Senhor. Em seguida uma voz lhes contratou, uma palavra os colocou no caminho e, em seu zelo, não combinaram o preço de seu trabalho como fizeram os primeiros. O Senhor avaliou seu trabalho com prudência, e lhes pagou tanto como aos demais.
Nosso Senhor pronunciou esta parábola para que ninguém diga: Visto que não fui chamado quando era jovem, não posso ser recebido. Ensinou que, seja qual for o momento de sua conversão, todo homem é acolhido... Saiu ao amanhecer, ao meio da manhã, ao meio-dia, no meio da tarde, e ao final da tarde: com o que dá a entender desde o início de sua pregação, depois ao longo de sua vida até a cruz porque é à hora undécima que o ladrão entrou no paraíso. Para que ninguém reclame do ladrão, nosso Senhor afirma sua boa vontade; se lhe tivessem contratado antes, teria trabalhado: Ninguém nos contratou.
Aquilo que damos a Deus é muito pouco digno dele, e o que ele nos dá é muito superior a nós. Somos contratados para um trabalho proporcionado às nossas forças, porém nos propõe um salário muito acima do que o nosso trabalho merece... Trata-se da mesma forma aos primeiros e aos últimos; receberam um denário cada um com a imagem do Rei. Tudo isto significa o Pãoda vida que é o mesmo para todos; é único o remédio de vida para aqueles que o comem.
No trabalho da vinha não se pode reprovar ao Senhor sua bondade, e nada tem a se dizer de sua retidão. Segundo sua retidão dava como achava justo, e, segundo sua bondade, mostra a sua misericórdia como quer. É para dar-nos este ensinamento que nosso Senhor disse esta parábola, e a resumiu com estas palavras: Eu não tenho liberdade para fazer o que quiser em meus assuntos?
Santo Efrém, (séc. IV) Diatessaron 15,15-17
O DENÁRIO É A VIDA ETERNA
Acabais de escutar a parábola evangélica dos trabalhadores da vinha, que encaixa perfeitamente com a presente estação. Pois agora nos encontramos na época da vindima material. E digo “material”, porque existe uma vindima “espiritual”, na qual Deus se alegra com os frutos de sua vinha. O Reino dos Céus se assemelha a um proprietário que saiu para contratar trabalhadores para a sua vinha.
o que significa esse gesto de pagar a diária começando pelos últimos? Não lemos em outra passagem do Evangelho que todos receberão simultaneamente a recompensa? De fato, lemos em outro texto do Evangelho que o rei dirá àqueles que estiverem a sua direita: Vinde, benditos de meu Pai; herdai o reino que está preparado para vós desde a criação do mundo. Portanto, se todos receberão o denário ao mesmo tempo, como entender o que aqui se diz sobre que primeiro receberão a diária os contratados ao entardecer, e, por último, os do amanhecer? Se consigo explicar-me de modo que consigais entendê-lo, louvado seja Deus. Pois a ele deveis agradecer pelo que vos concede pela minha mão: porque o que vos dou não o dou de minha colheita.
Se perguntas, por exemplo, quem dos dois trabalhadores recebeu o pagamento primeiro: o que o recebeu depois de uma hora de trabalho ou aquele que o recebeu depois de uma jornada laboral de doze horas, todos responderão que quem o recebeu ao final de somente uma hora, o recebeu antes daquele que o recebeu depois de doze horas. Assim, ainda que todos cobrassem ao mesmo tempo, contudo, como alguns receberam a diária ao final de uma hora e os outros depois de doze horas, diz-se que aqueles a receberam primeiro, posto que a receberam em breve espaço de tempo.
Os primeiros justos como Abel, Noé, que são os chamados na primeira hora, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Posteriormente, outros justos depois deles, tais como Abraão, Isaac, Jacó e seus contemporâneos, chamados ao meio da manhã, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Outros justos: Moisés, Aarão e aqueles que com eles foram chamados ao meio-dia, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Depois deles, os santos profetas, chamados como ao cair da tarde, receberão ao mesmo tempo que nós a felicidade da ressurreição. Ao final do mundo, todos os cristãos, como os chamados à hora undécima, receberão juntamente com eles a felicidade da ressurreição. Todos a receberão ao mesmo tempo, porém observai após quanto tempo os primeiros a receberão. Portanto, se os primeiros chamados recebem a felicidade depois de tanto tempo, ao passo que nós a recebemos depois de um breve intervalo, mesmo que todos a recebamos simultaneamente, parece como se nós a recebêssemos primeiro, porque nossa recompensa não se fará esperar.
No que se refere à retribuição, todos seremos iguais: os últimos como os primeiros, e os primeiros como os últimos, pois aquele denário é a vida eterna, e na vida eterna todos serão iguais. E apesar de que, conforme a diversidade de méritos, brilharão de forma diversa, no que se refere à vida eterna, ela será igual para todos. Não será mais longo para um e mais curto para outro o que em ambos os casos será sempiterno: o que não tem fim, não terá nem para ti nem para mim. Ali brilharão de forma diferente a castidade conjugal e a integridade virginal; um será o fruto das boas obras e a outra a coroa do martírio; porém, no que se refere a viver eternamente, nem este viverá mais que aquele, nem aquele mais do que este. Todos viverão uma vida sem fim, embora cada um com seu brilho e auréola peculiar. E aquele denário é a vida eterna.
Santo Agostinho (Séc. IV)
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