segunda-feira, 30 de março de 2015

6ª Segunda-feira da Grande Quaresma

6ª SEMANA DA GRANDE QUARESMA
6ª Segunda-feira da Grande Quaresma
30 de Março de 2015 (CC) - 17 de Março (CE)
Santo Alexis, homem de Deus († séc. IV ou V)
8º Modo 




No século IV viviam em Roma Eufêmio e Aglaya, um rico casal conhecido por sua compaixão e caridade. Alimentavam todos os dias os pobres, órfãos, viúvas e peregrinos. Quando havia poucas pessoas para alimentar, Eufêmio dizia com tristeza que era indigno de caminhar sobre a terra. Todos amavam Eufêmio e sua esposa, um casal que ainda não havia sido agraciado com filhos. Sofriam por isso, e rogavam a Deus que lhes concedesse um filho para que lhes alegrasse em sua velhice. Deus ouviu suas preces dando-lhes um filho a quem batizaram com o nome de Alexis. Seus pais tudo fizeram para lhe dar uma boa educação e para que crescesse bondoso e piedoso. E, tendo como guia seus devotos pais, desde muito cedo Alexis amava o Senhor, orava constantemente, jejuava e se vestia com modéstia. Chegando a maioridade, seus pais lhe encontraram uma noiva com quem se casou. Após o casamento, ainda nas núpcias, quando estavam sós, Alexis aproximou-se de sua esposa virgem, lhe deu um anel de ouro, um cinturão de muito valor, dizendo-lhe: «Guarda isto, e que Deus esteja entre nós até que sua bondade nos faça novos». Em seguida, deixou-a sós. Despiu suas ricas vestes nupciais, vestiu-se como um simples aldeão e se foi da casa de seus pais. Fez isto inspirado nas palavras de Cristo: «E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna» (Mt 19,29). Presume-se que tenha consentido se casar antes de sair da casa de seus pais, para assegurar a sua noiva um futuro melhor. 
Vagando por vários países, Alexis chegou finalmente à cidade de Edessa. Ali estava guardado o antigo ícone do Salvador, não feito por mãos humanas. Em Edessa, Alexis deu aos pobres suas últimas moedas e começou a viver como mendigo, próximo à Igreja da Santíssima Virgem, vivendo da generosidade dos que passavam por ali. Rezava dia e noite e comungava sempre aos domingos. Assim, viveu durante 17 anos na miséria, fazendo exercícios espirituais. 
Pouco a pouco, muitos habitantes de Edessa ficaram conhecendo e apreciavam a profunda espiritualidade do mendigo que vivia sentado à porta da igreja. Um dos servidores da igreja viu em sonho a Santíssima Virgem que lhe pediu que deixasse entrar na sua igreja um homem de Deus, pois as suas orações chegavam a Deus e, assim como repousa sobre a cabeça do o rei a coroa, sobre ele repousa o Espírito Santo. O servidor da igreja ficou confuso, pois não sabia quem era o tal «o homem de Deus». A visão, porém, se repetiu, e a Mãe de Deus indicou que era o mendigo que vivia sentado à porta da Igreja. 
Depois disso, o apreço e a admiração por Alexis aumentou, e era comum se referiam a ele como um exemplo. Então, para afastar-se das futilidades e da vangloria, ele se foi de Edessa. Chegou ao Mar Mediterrâneo e embarcou para algum outro país. Durante a travessia,  a embarcação foi surpreendida por uma grande tormenta e, depois de alguns dias, o maltratado barco chegou à Itália, próximo de Roma, onde anos atrás vivia Alexis. 
Em terra, dirigiu-se a casa de seus pais e, no caminho, encontrou seu pai que retornava da Igreja. Inclinando-se diante do pai, Alexis disse: «tem piedade deste mendigo e dá-me um lugar em tua casa, e o Senhor te abençoará e te concederá o Reino dos Céus; e se tens alguém de tua família viajando, Deus te devolverá». Aquelas palavras recordaram Eufêmio de que seu filho havia desaparecido, e caiu em lágrimas. Disse ao mendigo que lhe daria uma pequena casa em sua estância. 
Assim, Alexis começou a viver nas imediações da casa paterna sem ser reconhecido, pois tendo vivido tantos anos nas privações, tornou-se irreconhecível. Na pequena casa, Alexis continuava a viver da mesma forma como vivera em Edessa: orava constantemente a Deus, comungava a cada domingo, suportava a mendicância e se conformava com muito pouco. No entanto, era difícil ver em seu pai, mãe e esposa, a dor pela perda de seu filho e esposo. Assim se passaram mais 17 anos.
Quando Alexis pressentiu que chegava a hora de sua morte, escreveu sobre um papel sua vida, iniciando pelo dia em que se afastou da casa de seus pais. Ao terminar de escrever, esperava pela morte. 
No domingo seguinte, o bispo da cidade de Roma, Inocêncio, na presença do imperador Honório oficiava a Divina Liturgia. Havia muitos fiéis presentes. Durante a Liturgia, escutou-se uma voz que dizia: «Busquem o homem de Deus na casa de Eufêmio». O imperador perguntou a Eufêmio: «Por que não nos disseste que em tua casa vive um homem de Deus?». Eufêmio respondeu: «Não sei do que estão falando!» 
Então o imperador Honório e o Papa Inocêncio decidiram ir à casa de Eufêmio para conhecer quem era aquele homem de Deus. Quando chegaram à estância, souberam pelos criados que na pequena casa vivia um homem que rezava e jejuava. Entraram na pequena casa e viram um homem morto caído ao chão. Seu rosto resplandecia e de seu corpo exalava um aroma. 
O imperador viu o papel na mão de Alexis, tomou e começou a ler. Finalmente Eufêmio e todos os presentes souberam que aquele mendigo que há tanto tempo vivera ali era o seu filho perdido. Os pais sofreram muito por saber tão tardiamente que aquele era seu filho. Mas lhes consolava saber que ele tinha alcançado a santidade.

HORA SEXTA

Isaías 48:17-49:4

17 Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu Deus, que te ensina o que é útil, e te guia pelo caminho em que deves andar. 18 Ah! se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! então seria a tua paz como um rio, e a tua justiça como as ondas do mar; 19 também a tua descendência teria sido como a areia, e os que procedem das tuas entranhas como os seus grãos; o seu nome nunca seria cortado nem destruído de diante de mim. 20 Saí de Babilônia, fugi de entre os caldeus. E anunciai com voz de júbilo, fazei ouvir isto, e levai-o até o fim da terra; dizei: O Senhor remiu a seu servo Jacó; 21 e não tinham sede, quando os levava pelos desertos; fez-lhes correr água da rocha; fendeu a rocha, e as águas jorraram. 22 Não há paz para os ímpios, diz o Senhor. 1 Ouvi-me, ilhas, e escutai vós, povos de longe: O Senhor chamou-me desde o ventre, desde as entranhas de minha mãe fez menção do meu nome 2 e fez a minha boca qual espada aguda; na sombra da sua mão me escondeu; fez-me qual uma flecha polida, e me encobriu na sua aljava; 3 e me disse: Tu és meu servo; és Israel, por quem hei de ser glorificado. 4 Mas eu disse: Debalde tenho trabalhado, inútil e vãmente gastei as minhas forças; todavia o meu direito está perante o Senhor, e o meu galardão perante o meu Deus.


VÉSPERAS

Gênesis 27:1-41

1 E aconteceu, depois de Isaque envelhecer, que seus olhos estavam enfraquecidos, de modo que não podia ver; e ele chamou Esaú, seu filho mais velho, dizendo-lhe: "Meu filho." E ele respondeu: "Estou aqui." 2 E ele lhe disse: "Eis que eu estou velho e não sabemos o dia de minha morte. 3 Agora, então, toma as tuas armas, tanto a aljava como o arco, vai para a planície e caça alguma coisa para mim, 4 e prepara-me as carnes como eu as aprecio; e traze-as a mim para que eu possa comer e para que minha alma possa te abençoar, antes que morra." 

5 Rebeca ouviu Isaque falar com Esaú, seu filho; então Esaú foi para a planície conseguir caça para seu pai. 6 E Rebeca disse a Jacó, seu filho mais moço: "Eis que ouvi teu pai falar com Esaú, teu irmão, dizendo: 7 "Traze-me caça, e prepara-me as carnes, para que eu coma e te abençoe diante do Senhor, antes de morrer." 8 Agora, então, meu filho, ouve-me, para fazer como eu te ordeno. 9 Vai até o gado e me traz dali dois terneiros, tenros e bons, e eu prepararei as carnes para o teu pai, como ele gosta. 10 Então tu as levarás para o teu pai e ele comerá; para que teu pai te abençoe antes de morrer." 

11 Mas Jacó disse à sua mãe, Rebeca: "Esaú, meu irmão, é um homem peludo, e eu um homem liso. 12 Porventura meu pai não irá tocar-me? e eu irei ser diante dele como um mal-intencionado, trazendo sobre mim uma maldição e não uma bênção." 13 E sua mãe lhe respondeu: "Para mim seja esta maldição, meu filho; apenas escuta a minha voz, e vai e traze-os para mim." 

14 Então ele foi e os pegou e trouxe a sua mãe; e sua mãe preparou as carnes, como seu pai gostava delas. 15 E Rebeca, tendo tomado a melhor roupa de seu filho mais velho, Esaú, que estava com ela na casa, colocou-a em Jacó, seu filho mais novo. 16 Ela colocou em seus braços as peles dos terneiros, e também sobre as partes nuas do pescoço. 17 E pôs a carne e os pães que tinha preparado nas mãos de Jacó, seu filho. 

18 Ele os trouxe a seu pai, dizendo: "Pai." E ele respondeu: "Eis que eu estou aqui. Quem és, filho?" 19 Então Jacó disse a seu pai: "Eu, Esaú, teu primogênito. Tenho feito como tu me ordenaste; levanta-te, assenta-te e come da minha caça, para que a tua alma me abençoe." 20 Perguntou Isaque a seu filho: "O que é isto que encontraste tão rapidamente?" E ele respondeu: "O que o Senhor, teu Deus, apresentou diante de mim." 21 E disse Isaque a Jacó: "Aproxima-te de mim e eu te sentirei, meu filho, se és meu filho Esaú ou não." 22 Então Jacó aproximou-se de seu pai, Isaque, e ele o apalpou, e disse: "A voz é a voz de Jacó, mas as mãos são as mãos de Esaú." 23 Ele não o reconheceu, pois suas mãos eram como as mãos de seu irmão Esaú, peludas; e abençoou-o, 24 e perguntou-lhe: "Tu és meu filho Esaú?" e ele disse: "Eu sou." 25 Então ele disse: "Trazei, e comerei da caça de meu filho, para que minha alma te abençoe." E ele a trouxe para perto dele, e ele comeu; trouxe-lhe também vinho, e ele bebeu. 

26 E a Isaque, seu pai lhe disse: "Aproxima-te de mim e beija-me, meu filho." 27 Ele aproximou-se e beijou-o; e ele, sentindo o cheiro das suas vestes, o abençoou dizendo: "Eis que o cheiro do meu filho é como o cheiro de um campo abundante que o Senhor abençoou. 28 Que Deus te dê do orvalho do céu e da gordura da terra, e abundância de cereal e de vinho. 29 Que as nações te sirvam e os príncipes se encurvem a ti; sê tu o senhor de teu irmão, e os filhos de teu pai deverão fazer reverência a ti; maldito é aquele que te amaldiçoa, e abençoado é aquele que te abençoa." 

30 E sucedeu, depois de Isaque haver terminado de abençoar seu filho Jacó, veio mesmo a acontecer que apenas Jacó saíra da presença de Isaque, seu pai, chegou Esaú, seu irmão, da sua caçada. 31 Ele também tinha preparado as carnes e as trouxe a seu pai, e disse-lhe: "Meu pai, levanta-te e come da caça de teu filho; e que tua alma me abençoe." 32 Então Isaque, seu pai, perguntou-lhe: "Quem és tu?" E ele respondeu: "Eu sou o teu filho primogênito, Esaú." 33 Isaque ficou extremamente surpreso e disse: "Quem é então que tem já tem buscado caça para mim, e a trouxe para mim? Eu já tenho comido de tudo, antes de tua chegada; eu o tenho abençoado, e ele será bendito." 

34 Aconteceu que, quando Esaú ouviu as palavras de seu pai Isaque, clamou com grande e amargo clamor, e falou: "Abençoa, peço-te, também a mim, pai." 35 Mas ele lhe respondeu: "Teu irmão veio com sutileza e tomou a tua bênção." 36 Então ele disse: "Com razão o seu nome foi chamado Jacó, verdadeiramente! Pela segunda vez ele tem me suplantado; tomou o meu direito de primogenitura, e agora também levou a minha bênção." E disse Esaú a seu pai: "Porventura não ficou uma bênção para mim, pai?" 

37 Isaque respondeu, dizendo a Esaú: "Se eu o tenho feito teu senhor, e fiz todos os seus irmãos seus servos, e ainda fortaleci-o com o cereal e o vinho, o que farei então para ti, meu filho?" 38 Disse Esaú a seu pai: "Tens uma só bênção, pai? Abençoa, peço-te, também a mim, pai." E, ficando Isaque perturbado, Esaú chorou em voz alta e pranteou.

39 E Isaque, seu pai, falou-lhe: "Eis que tua morada será da gordura da terra e do orvalho do alto céu; 40 Viverás de tua espada e servirás a teu irmão. E haverá um tempo em que quebrarás e soltarás o seu jugo do teu pescoço." 

41 Esaú tinha raiva de Jacó por causa da bênção com que seu pai o tinha abençoado; e disse Esaú no seu espírito: "Que os dias de luto por meu pai cheguem logo, para que eu possa matar o meu irmão Jacó."

Provérbios 19:16-25

16 Quem guarda o mandamento guarda a sua alma; mas aquele que não faz caso dos seus caminhos morrerá. 17 O que se compadece do pobre empresta ao Senhor, que lhe retribuirá o seu benefício. 18 Corrige a teu filho enquanto há esperança; mas não te incites a destruí-lo. 19 Homem de grande ira tem de sofrer o castigo; porque se o livrares, terás de o fazer de novo. 20 Ouve o conselho, e recebe a correção, para que sejas sábio nos teus últimos dias. 21 Muitos são os planos no coração do homem; mas o desígnio do Senhor, esse prevalecerá. 22 O que faz um homem desejável é a sua benignidade; e o pobre é melhor do que o mentiroso. 23 O temor do Senhor encaminha para a vida; aquele que o tem ficará satisfeito, e mal nenhum o visitará. 24 O preguiçoso esconde a sua mão no prato, e nem ao menos quer levá-la de novo à boca. 25 Fere ao escarnecedor, e o simples aprenderá a prudência; repreende ao que tem entendimento, e ele crescerá na ciência.


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