quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

29ª Quinta-feira Depois de Pentecostes

13 de Dezembro de 2018 (CC) / 30 de Novembro (CE)
Santo Apóstolo Santo André, o Primeiro a Ser Chamado (Séc. I)
Jejum da Natividade
Modo 3


André era irmão do Apóstolo Pedro. Eram ambos filhos de Jonas e pescadores no mar de Tiberíades. Naturais de Betesda, uma cidadezinha situada às margens do Lago de Genezaré (Mar de Tiberíades). «André» é um nome grego, e lhe foi dado porque este era um costume  entre os hebreus. Ficou conhecido por «Protóklitos», (primeiro chamado) pois foi o primeiro a ser chamado pelo SENHOR para formar o grupo dos 12 apóstolos. Iniciou suas viagens apostólicas logo após o Pentecostes, pregando no Mar Negro, depois na Frigia, na Misia e na Bytinia. Posteriormente voltou ao Mar Negro escapando da morte. Seguiu depois para Esquitia (Sul da Rússia) seguindo para Tracia. 
Em Argirúpolis, (atualmente, um dos bairros de Constantinopla) fundou uma Igreja e ordenou como primeiro bispo de Bizâncio um dos 70 discípulos, chamado Estaquis. Foi em seguida para Tessalia e, por último, para Acaia. Em Patras, foi preso e condenado a crucifixão numa cruz em forma de X. Seu corpo foi sepultado com muita veneração e honra. 
No ano 357, por ordem do imperador Constâncio, suas relíquias foram trasladadas para Constantinopla e depositadas na Igreja dos Santos Apóstolos. Mais tarde, por obra dos Cruzados, suas relíquias passaram por diferentes lugares. Um fragmento delas foi levado para a Escócia e, desde então, é considerado como o santo Patrono daquele país. A letra X de cor branca, na bandeira da Escócia, e que também está presente na bandeira do Reino Unido, representa a cruz de Santo André. Desde o ano 1964, seu precioso crânio se encontra  guardado na cidade grega de Patras, no interior da majestosa Igreja Catedral de Santo André. 
Comemoração do Santo Apóstolo André 
Mateus 4:18-23 Matinas
1 Coríntios 4:9-16
João 1:35-51  
Oração Antes de Ler as Escrituras 
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

2 Timóteo 4:9-22 

Procura vir ter comigo depressa, porque Demas me desamparou, amando o presente século, e foi para Tessalônica, Crescente para Galácia, Tito para Dalmácia. Só Lucas está comigo. Toma Marcos, e traze-o contigo, porque me é muito útil para o ministério. Também enviei Tíquico a Éfeso. Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade, em casa de Carpo, e os livros, principalmente os pergaminhos. Alexandre, o latoeiro, causou-me muitos males; o Senhor lhe pague segundo as suas obras. Tu, guarda-te também dele, porque resistiu muito às nossas palavras. Ninguém me assistiu na minha primeira defesa, antes todos me desampararam. Que isto lhes não seja imputado. Mas o Senhor assistiu-me e fortaleceu-me, para que por mim fosse cumprida a pregação, e todos os gentios a ouvissem; e fiquei livre da boca do leão. E o Senhor me livrará de toda a má obra, e guardar-me-á para o seu reino celestial; a quem seja glória para todo o sempre. Amém. Saúda a Prisca e a Áqüila, e à casa de Onesíforo. Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto. Procura vir antes do inverno. Ežubulo, e Prudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam. O Senhor Jesus Cristo seja com o teu espírito. A graça seja convosco. Amém.

Lucas 20:9-18

E começou a dizer ao povo esta parábola: Certo homem plantou uma vinha, e arrendou-a a uns lavradores, e partiu para fora da terra por muito tempo; e no tempo próprio mandou um servo aos lavradores, para que lhe dessem dos frutos da vinha; mas os lavradores, espancando-o, mandaram-no vazio. E tornou ainda a mandar outro servo; mas eles, espancando também a este, e afrontando-o, mandaram-no vazio.mE tornou ainda a mandar um terceiro; mas eles, ferindo também a este, o expulsaram. E disse o senhor da vinha: Que farei? Mandarei o meu filho amado; talvez que, vendo, o respeitem. Mas, vendo-o os lavradores, arrazoaram entre si, dizendo: Este é o herdeiro; vinde, matemo-lo, para que a herança seja nossa. E, lançando-o fora da vinha, o mataram. Que lhes fará, pois, o senhor da vinha? Irá, e destruirá estes lavradores, e dará a outros a vinha. E, ouvindo eles isto, disseram: Não seja assim! Mas ele, olhando para eles, disse: Que é isto, pois, que está escrito? A pedra, que os edificadores reprovaram, Essa foi feita cabeça da esquina. Qualquer que cair sobre aquela pedra ficará em pedaços, e aquele sobre quem ela cair será feito em pó.

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COMENTÁRIOS


“Sobre o juízo pronunciado pelo Pai”


Queres conhecer o juízo do Pai e qual é a sentença ditada contra eles (os judeus)? Escuta o que o Salvador diz aos responsáveis judeus: Havia um proprietário que plantou uma vinha, a cercou, cavou nela um lagar, construiu a torre de guarda, a arrendou para alguns lavradores e viajou. E pouco depois acrescenta: enviou os seus criados para receberem os frutos que lhe cabiam, e todos foram maltratados. Então, quando finalmente enviou também ao seu próprio filho, conspiraram contra ele e disseram entre si: Este é o herdeiro: vinde, o matemos e fiquemos com a sua herança. E realmente o mataram.

Depois de ter-lhes proposto esta parábola, o Senhor toma novamente a palavra e lhes pergunta: Quando voltar o Senhor da vinha, que fará com aqueles lavradores? Responderam-lhe: Matará violentamente a esses malvados e arrendará a vinha para outros lavradores que lhe entreguem “os frutos ao seu tempo. Ao que Cristo lhes disse: Por isso eu vos digo: O Reino dos Céus vos será tirado e se dará a um povo que produza seus frutos. O que, por fim, aconteceu.


Realmente, as vinhas foram colocadas sob o cuidado de outros vinhateiros, lavradores peritos, isto é, os discípulos do Senhor. Sob sua custódia, as nuvens fizeram cair a chuva, mas com a ordem expressa de não regar doravante a vinha dos judeus. Graças a eles, Cristo pode vindimar não espinhos, mas uvas. E realmente aprendemos a dizer: O Senhor nos dará a chuva e nossa terra dará o seu fruto. 


Alguém também poderia sugerir esta outra explicação: Que o Pai tinha muito presente os trabalhos do Filho, e que por isso pronunciou um juízo justo. Observa novamente comigo a força das palavras e considera a economia divina, que o sapientíssimo Paulo nos explica por sua vez, dizendo: Sendo o Filho de divina condição idêntico ao Pai, não se prevaleceu de sua igualdade com Deus; ao contrário, despojou-se de sua divina condição, fazendo-se obediente ao Pai até a morte, e morte de cruz. Por isso Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome acima de todo nome, para que ao seu nome se dobre todo joelho.

Porque o Verbo era e é Deus; porém, depois de ser proclamado homem e sê-lo verdadeiramente, ascendeu a sua glória com seu próprio corpo. Foi, de fato, reconhecido como Deus, e não se cansou em vão, pois esta economia de salvação redundou em sua glória, já que não fez dele um ser extraordinário e estranho, mas o assinalou como Salvador e Redentor do mundo. Notório o que ocorreu: que o céu, a terra e até o abismo caíssem de joelhos diante dele. 

São Cirilo, Patriarca de Alexandria (Século IV)

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“Ai da alma na qual não habita Cristo!”

Assim como Deus em outro tempo, irritado contra os judeus, entregou Jerusalém à afronta de seus inimigos e seus adversários os submeteram, de maneira que já não restaram nela nem festas nem sacrifícios; assim também agora, encolerizado contra a alma que viola os seus mandatos, a entrega em poder dos mesmos inimigos que a seduziram até torná-la feia.

E da mesma forma que uma casa, se não habita nela seu dono, se cobre de trevas, de ignomínia e de afronta, e fica toda cheia de sujeira e imundície; assim também a alma, privada de seu Senhor e da presença alegre de seus anjos, fica repleta das trevas do pecado, da fealdade das paixões e de todo tipo de desonra.

Ai do caminho pelo qual ninguém passa, e no qual não se ouve nenhuma voz humana, porque se torna asilo de animais! Ai da alma pela qual o Senhor não caminha, nem afugenta dela com a sua voz as bestas espirituais da maldade! Ai da casa na qual não habita o seu dono! Ai da terra privada de colono que a cultive! Ai do barco privado de piloto, porque, acometido pelas ondas e tempestades do mar, acaba por naufragar! Ai da alma que não traz em si o verdadeiro piloto, Cristo, porque, colocada em um cruel mar de trevas, sacudida pelas ondas de suas paixões e atacada pelos espíritos malignos como por uma tempestade de inverno, acabará naufragando!

Ai da alma privada do cultivo dedicado de Cristo, que é aquele que lhe faz produzir os bons frutos do Espírito, porque, encontrando-se abandonada, cheia de espinhos e de “abrolhos, em vez de produzir fruto, acaba na fogueira! Ai da alma na qual não habita Cristo, seu Senhor, porque ao encontrar-se abandonada e cheia dos maus odores de suas paixões, torna-se hospedagem de todos os vícios!

Assim como o colono, quando se dispõe a cultivar a terra, necessita dos instrumentos e vestes apropriados, assim também Cristo, o rei celestial e verdadeiro agricultor, ao visitar a humanidade desolada pelo pecado, tendo-se revestido de um corpo humano e levando a cruz como instrumento, cultivou a alma abandonada, arrancou dela os espinhos e abrolhos dos maus espíritos, extraiu a cizânia do pecado e lançou ao fogo toda a erva má; e, tendo-a assim trabalhado incansavelmente com o madeiro da cruz, plantou nela o belíssimo horto do Espírito: horto que produz para Deus, seu Senhor, um fruto agradável e suavíssimo.

São Macário, o Grande (Séc. IV)

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