sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

30ª Sexta-feira Depois de Pentecostes

21 de Dezembro de 2018 (CC) 08 de Dezembro (CE)
Pré-festa da Concepção da Mãe de Deus (Doxologia)
Ss. Patápio de Tebas, o Justo Ermitão (séc. VII);
Apóstolos dos 70 Sóstenes, Sofrônio, Apolo, Cefas,
Tíquico, Epafrondites, Cesário e Onesíforo.

Jejum da Natividade  
Modo 4




São Patápio era natural do Egito. Desde a sua infância já manifestava um «espírito de amor e temperança» ( IITm 1,7) que foi se evidenciando na medida em que crescia. Depois de compartilhar toda a sua herança com os pobres, retirou-se para o deserto despreendendo-se de todas as coisas. Lá ocupava todo o seu tempo orando e estudando. A cada peregrino que cansado da viagem, passava por por sua casa, oferecia-lhe hospedagem e descanso para que, recuperando suas forças, pudesse prosseguir seu caminho. Nestas ocasiões aproveitava para aconselhar espiritualmente as almas em vista da salvação. 
Assim, a fama de São Patápio se espalhou rapidamente por muito longe, e muitos iam a sua procura para ouvir de sua boca os ensinamentos do Evangelho. Pouco tempo depois, São Patápio, querendo passar despercebido, mudou-se para Constantinopla. Encontrou em Blajernes um lugar muito tranquilo onde se estabeleceu. Mas não tardou muito, e sua fama de santidade e humildade fêz com que se tornasse conhecido também naquela região. Este grande monge ermitão entregou sua alma a Deus rezando a curando os doentes.


Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!

Hebreus 11:8, 11-16

8 Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, saindo para um lugar que havia de receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. 11 Pela fé, até a própria Sara recebeu a virtude de conceber um filho, mesmo fora da idade, porquanto teve por fiel aquele que lho havia prometido. 12 Pelo que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão, como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar. 13 Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. 14 Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria. 15 E se, na verdade, se lembrassem daquela donde haviam saído, teriam oportunidade de voltar. 16 Mas agora desejam uma pátria melhor, isto é, a celestial. Pelo que também Deus não se envergonha deles, de ser chamado seu Deus, porque já lhes preparou uma cidade. 

Lucas 21:37-22:8

37 Ora, de dia ensinava no templo, e à noite, saindo, pousava no monte chamado das Oliveiras. 38 E todo o povo ia ter com ele no templo, de manhã cedo, para o ouvir. 1 Aproximava-se a festa dos pães ázimos, que se chama a páscoa. 2 E os principais sacerdotes e os escribas andavam procurando um modo de o matar; pois temiam o povo. 3 Entrou então Satanás em Judas, que tinha por sobrenome Iscariotes, que era um dos doze; 4 e foi ele tratar com os principais sacerdotes e com os capitães de como lho entregaria. 5 Eles se alegraram com isso, e convieram em lhe dar dinheiro. 6 E ele concordou, e buscava ocasião para lho entregar sem alvoroço. 7 Ora, chegou o dia dos pães ázimos, em que se devia imolar a páscoa; 8 e Jesus enviou a Pedro e a João, dizendo: Ide, preparai-nos a páscoa, para que a comamos. 

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Testemunho Dos Santos Padres da Igreja

“O Pai deposita todas as coisas em suas mãos”

Era antes da Festa da Páscoa. Jesus sabia que tinha chegado a sua hora de passar deste mundo para o Pai. Este nome, “Páscoa”, significa “passagem” ou “trânsito”, e possui origem muito antiga, porque teve princípio no grande mistério que o Senhor realizou quando tirou o povo de Israel do Egito. Naquela ocasião o Senhor passou pelo Egito ferindo todos os primogênitos e libertando os filhos de Israel; e os filhos de Israel, ao passarem daquela noite da servidão para a liberdade, para a terra da promissão e à herança da paz, isto foi figura e mistério de que o Senhor nesta festa passaria deste mundo para o Pai celestial. Figurou também que, com o seu exemplo, todos os seus servos, os católicos, teriam de expulsar de si os desejos e o amor das coisas terrenas, e, abraçando as virtudes e a justiça das boas obras, procurariam subir a soberana herança que o Senhor lhes tem preparada no céu.

São João nos descreve admiravelmente a maneira que o Senhor passou deste mundo ao Pai no seu Evangelho: tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim. Quer dizer: tanto os amou, que com o seu amor findou a vida corporal, tendo de passar logo da morte à vida para subir ao Pai celestial; porque na verdade ninguém pode ter maior amor do que aquele que dá a sua vida pelos seus amigos. E assim, de forma muito justa, os dois passos foram consagrados com sangue: um, o da lei, e outro, o do Evangelho. O da lei, com o sangue do cordeiro pascal, e o do Evangelho, com o sangue do qual diz o sagrado apóstolo: Este Senhor, amados irmãos, foi sacrificado derramando seu sangue na árvore da cruz, e o cordeiro da lei era sacrificado derramando seu sangue em forma de cruz, espargindo-o sobre o umbral, e no alto da porta.

Estavam tomando a ceia. O diabo já tinha posto no coração de Judas, filho de Simão Iscariotes, o propósito de entregar Jesus. Jesus, sabendo que o Pai tinha colocado tudo em suas mãos e que de Deus tinha saído e para Deus voltava, levantou-se da mesa, tirou o manto, pegou a toalha e amarrou-a na cintura. Tendo que falar o sagrado evangelista da profundíssima humildade que o Senhor mostrou enquanto homem, primeiro conta a grandeza de sua divindade, e a eternidade de seu poder soberano; desta maneira nos mostra ser Deus e homem verdadeiro, e nos lembra aquele mandamento em que o Senhor nos ordena que cada um, quanto maior se percebe, tanto mais se humilhe em todas as coisas. Claro está que era verdadeiro homem aquele que pôde se relacionar e lavar os pés dos homens, o que pôde ser vendido por um homem, e pôde ser crucificado pelos homens. Este mesmo era verdadeiro Deus, pois o Pai deposita todas as coisas em suas mãos, e saiu de Deus, e volta para Deus.

O Senhor sabia muito bem que o diabo tinha posto no coração de Judas a intenção de traí-lo. Sabia bem que o Pai tinha colocado todas as coisas em suas mãos, e, entre estas coisas, entendia-se também aquele mesmo que o traía, e aqueles que o compravam, e a própria morte que havia de passar. Tudo estava em seu poder e debaixo do comando de sua majestade, e podia fazer de tudo isso o que quisesse, e com sua onipotência converter todo aquele mal em bem. Amados irmãos, ele sabia que saiu de Deus pela humildade da encarnação, e que havia de voltar a Deus pela vitória da ressurreição, não desamparando a Deus quando saiu dele para vir a nós, nem desamparando a nós quando voltou ao Pai. Tudo isso o sabia muito bem nosso Redentor, e, sabendo-o, teve por bem levantar-se da ceia, tirando as vestes, e lavar os pés de seus discípulos em testemunho de sua imensa piedade, e para o grande exemplo de nossa humildade.

São Beda, o Venerável (séc. VIII) 

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