segunda-feira, 26 de agosto de 2024

10ª Segunda-feira Depois de Pentecostes

CONCLUSÃO DA FESTA DA TRANSFIGURAÇÃO
26 de Agosto 2024 (CC) / 13 de Agosto (CE)
Trasladação das relíquias de S. Máximo, o Confessor (c.680);
S. Tikhon, Bispo Voronezh, o Prodigioso de Zadonsk e de Toda Russia (1783).
Jejum da Dormição (Pão, vegetais e frutas)
Tom 8

O Monge Máximo, o Confessor, nasceu em Constantinopla por volta do ano 580 e foi criado em uma família cristã piedosa. Em sua juventude, ele recebeu uma educação muito diversificada: estudou filosofia, gramática, retórica, foi culto nos autores da antiguidade e dominou com perfeição a dialética teológica. Quando São Máximo entrou para o serviço governamental, o alcance de seu aprendizado e sua conscienciosidade permitiram que ele se tornasse o primeiro secretário do Imperador Heráclio (611-641). Mas a vida na corte o aborreceu e ele se retirou para o mosteiro de Crisopoleia (na margem oposta do Bósforo - agora Skutari), onde aceitou a tonsura monástica. Pela humildade de sua sabedoria, ele logo conquistou o amor dos irmãos e foi eleito Higúmeno do mosteiro, mas mesmo nesta dignidade, em suas próprias palavras, ele "permaneceu um simples monge". Mas em 633, a pedido de um teólogo, o futuro Patriarca de Jerusalém, São Sofrônio (Com. 11 de março), o Monge Máximos deixou o mosteiro e partiu para Alexandria.

São Sofrônio era conhecido nesses tempos como um antagonista implacável contra a heresia monotelita. O Quarto Concílio Ecumênico (451) havia condenado a heresia monofisista, que confessou no Senhor Jesus Cristo apenas uma natureza (a natureza divina, mas não humana, de Cristo). Influenciados por essa tendência errônea de pensamento, os hereges monotelitas introduziram o conceito de que em Cristo havia apenas "uma vontade divina" ("thelema") e apenas "uma efetivação ou energia divina" ("energia"), - que buscava conduzir de volta por outro caminho para a heresia monofisista repudiada. O monotelismo encontrou numerosos adeptos na Armênia, Síria, Egito. A heresia, alimentada também por animosidades nacionalistas, tornou-se uma séria ameaça à unidade da Igreja no Oriente. A luta da Ortodoxia com as heresias foi particularmente complicada pelo fato de que no ano de 630 três dos tronos Patriarcais do Oriente Ortodoxo foram ocupados por Monotelitas: em Constantinopla - por Sérgio, em Antioquia - por Atanásio, e em Alexandria - por Ciro. O caminho do Monge Máximo de Constantinopla a Alexandria passou por Creta, onde de fato ele começou sua atividade de pregação. Ele entrou em confronto com um bispo, que aderiu às opiniões heréticas de Severo e Nestório. Em Alexandria e arredores, o monge passou cerca de 6 anos. Em 638, o imperador Heráclio, junto com o Patriarca Sérgio, tentou minimizar as discrepâncias na confissão de fé, e emitiu um edito: o chamado "Ecthesis" ("Ekthesis tes pisteos" - "Exposição de Fé), - que decretava que fosse definitivamente confessado o ensinamento sobre "uma vontade" ("mono-thelema") operativa sob as duas naturezas do Salvador. Ao defender a Ortodoxia contra esta "ectese", o Monge Máximo recorreu a pessoas de várias vocações e posições, e essas conversas tiveram sucesso. "Não apenas o clero e todos os bispos, mas também o povo, e todos os funcionários seculares sentiram dentro de si uma espécie de atração invisível por ele, - testemunha sua Vita.

No final de 638, o Patriarca Sérgio morreu, e em 641 - o Imperador Heráclio também morreu. O trono imperial passou a ser ocupado pelo cruel e rude Constante II (642-668), adepto declarado dos monotelitas. Os ataques dos hereges contra a Ortodoxia se intensificaram. O Monge Máximos foi para Cartago e pregou lá e em seus arredores por cerca de 5 anos. Quando o sucessor do Patriarca Sérgio, o Patriarca Pirro, lá chegou, abandonando Constantinopla por causa de intrigas da corte, e sendo por persuasão um monotelita, ocorreu entre ele e o Monge Máximo uma disputa aberta em junho de 645. O resultado disso foi que Pirro reconheceu publicamente seu erro e até queria escrever ao Papa Teodoro o repúdio de seu erro. O Monge Máximo, juntamente com Pirro, partiram para Roma, onde o Papa Teodoro aceitou o arrependimento do ex-patriarca e o restaurou à sua dignidade.

No ano de 647 o Monge Máximos voltou para a África. E lá, em um concílio de bispos, o monotelismo foi condenado como uma heresia. No ano de 648, no lugar da "Ectese", foi emitido um novo edital, encomendado por Constante e compilado pelo patriarca Paulo de Constantinopla, o "Typus" ("Tupos tes pisteos" - "Modelo da Fé"), o que de modo geral proibia quaisquer outras deliberações, seja sobre "uma vontade" ou sobre "duas vontades", no que se refere às reconhecidas "duas naturezas" do Senhor Jesus Cristo. O Monge Máximo então se voltou para o sucessor do Papa Romano Teodoro, o Papa Martinho I (649-654), com um pedido para examinar a questão do Monotelismo em uma consideração conciliar por toda a Igreja. Em outubro de 649 foi convocado o Concílio de Latrão, no qual estiveram presentes 150 bispos ocidentais e 37 representantes do Oriente Ortodoxo, entre os quais estava também o Monge Máximos, o Confessor. O Concílio condenou o monotelismo, e seus defensores - os patriarcas de Constantinopla Sérgio, Paulo e Pirro, foram condenados ao anátema.

Quando Constante II recebeu as determinações do Concílio, deu ordens para prender o Papa Martinho e o Monge Máximo. Essa intimação levou 5 anos para ser cumprida, no ano de 654. Eles acusaram o Monge Máximo de traição ao reino e o trancaram na prisão. Em 656, ele foi enviado para a Trácia e, mais tarde, novamente levado de volta a uma prisão de Constantinopla. O monge, junto com dois de seus alunos, foi submetido aos tormentos mais cruéis: cortaram a língua e cortaram a mão direita de todos eles. Em seguida, eles foram enviados para a Cólquida. Mas aqui o Senhor operou um milagre inexplicável: todos os três encontraram a habilidade de falar e escrever. O Monge Máximo realmente predisse seu próprio fim (+13 de agosto de 662). No Prólogo dos Santos Gregos (Calendário), 13 de agosto indica a Transferência das Relíquias de São Máximo para Constantinopla, mas possivelmente pode se aplicar à morte do santo. Ou então, o estabelecimento de sua memória em 21 de janeiro pode estar relacionado com isto - que 13 de agosto se celebra a conclusão da Festa da Transfiguração do Senhor. Sobre o túmulo do Monge Máximo brilhavam três luzes que apareciam milagrosamente e ocorriam muitas curas.

O Monge Máximos deixou para a Igreja um grande legado teológico. Suas obras exegéticas contêm explicações de narrativas difíceis dentro da Sagrada Escritura; também Comentário sobre a Oração do Senhor e sobre o Salmo 59; várias "scholia" ("marginalia" ou comentários de margem do texto) sobre os tratados do Sacerdote-Mártir Dionísio, o Areopagita (+96, Com. 3 de outubro) e São Gregório, o Teólogo (+389, Com. 25 de janeiro). Às obras exegéticas de São Máximo pertence igualmente a sua explicação dos serviços divinos, intitulada "Mystagogia" ("Introdução sobre o mistério").

Às obras dogmáticas do Monge Máximo pertencem: a Exposição sobre sua disputa com Pirro, e vários folhetos e cartas a várias pessoas. Neles estão contidas exposições do ensino ortodoxo da Essência Divina e sobre Pessoas-Hipostáticas da Santíssima Trindade, sobre a Encarnação de Deus e sobre a "theósis" ("deificação", "obozhenie") da natureza humana. 
“Nada na theósis é produto da natureza humana, - escreve o Monge Maximos em uma carta a seu amigo Thalássios, - visto que a natureza não pode compreender Deus. Só a misericórdia de Deus tem a capacidade de dotar theósis aos existentes. Na theósis o homem (imagem de Deus) torna-se semelhante a Deus, ele se alegra em toda a plenitude que lhe pertence por natureza, porque a graça do Espírito triunfa nele e porque Deus age nele” (Carta 22).

Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém! 

1 Coríntios 15:12-19

Fragmento 159 - Irmãos, se Cristo é pregado como Aquele que foi ressuscitado dentre os mortos, como dizem alguns entre vós que não há ressurreição de mortos? Mas se não há ressurreição de mortos, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, logo é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. E assim somos também considerados como falsas testemunhas de Deus, porque temos testificado que Ele ressuscitou a Cristo, ao Qual, porém, não ressuscitou, se, na verdade, os mortos não são ressuscitados. Porque, se os mortos não são ressuscitados, também Cristo não foi ressuscitado. E, se Cristo não foi ressuscitado, é vã a vossa fé, e ainda estais nos vossos pecados. Logo, também os que dormiram em Cristo estão perdidos. Se é só para esta vida que esperamos em Cristo, somos de todos os homens os mais dignos de lástima.

Mateus 21:18-22

Fragmento 84A - Naquela manhã, ao voltar à cidade, teve fome; e, avistando uma figueira à beira do caminho, dela Se aproximou, e não achou nela senão folhas somente; e disse-lhe: Nunca mais nasça fruto de ti. E a figueira secou imediatamente. Quando os discípulos viram isso, perguntaram admirados: Como é que imediatamente secou a figueira?  Jesus, porém, respondeu-lhes: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até, se a este monte disserdes: Ergue-te e lança-te no mar, isso será feito; e tudo o que pedirdes na oração, crendo, recebereis.

COMENTÁRIO

A figueira, um símbolo de prosperidade e paz, murcha, porque é infrutífera. Este é um ato profético dirigido para os judeus, uma vez que depois de três anos de pregação, ensino e cura de Cristo, tanto os líderes e as multidões eram destituídas de fruto espiritual. Ele amaldiçoa a árvore também para advertir àqueles em todas as gerações do que vai acontecer a qualquer um que não consegue ouvir a Sua mensagem.

Embora não esteja registrado que um apóstolo literalmente moveu uma montanha, os Padres são claros de que eles tinham essa autoridade se a necessidade surgisse (certos santos fizeram aparecer fendas nas montanhas). Além disso, nem tudo o que os apóstolos realizaram ficou documentado. Além do significado literal, esta promessa também é uma ilustração do poder da fé e da oração em todas as áreas da vida.

"Tudo o que pedimos, sem hesitação e crendo no poder de Deus, receberemos, desde peçamos benefícios espirituais que nos sejam úteis” (Theoph).

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