11 de Agosto de 2024 (CC) / 29 de Julho (CE)
Santos kalinicus e Teódota, mártires (início do séc. IV).
Tom 6
Kalinicus nasceu em Kalikía. Com particular eloquência e muito fervor ensinava o evangelho. Quando chegou para o Egito, fanáticos e idólatras se levantaram contra ele, o prenderam e conduziram-no ao Rei Sakérdona. Este, fingindo simpatia, manifestou pesar e, pretendendo enfraquecer a autoestima de Kalinicus, citou alguns casos em que valentes cristãos, após terem sido submetidos a cruéis torturas, acabaram por renegar sua fé. Kalinicus, dando-se conta da hipocrisia do monarca, disse-lhe sorrindo:
«Já não é necessário postergar, majestade, mas experimenta a força com a qual Cristo arma aqueles que n’Ele creem verdadeiramente. Prepara logo todos os teus instrumentos infernais de tortura: o fogo, as espadas, as rodas, as lâminas, os chicotes, e quaisquer outros que disponhas. Essas e as outras eu as desejo por amor a Cristo».
O monarca então o açoitou com violência. Cortou seu corpo com unhas metálicas e, estando já desfalecendo, prendeu-o com cordas atrás de num cavalo selvagem que saiu arrastando seu corpo por muitos quilômetros. Tal era o ódio do monarca que, antes mesmo que Kalinicus desse o seu último suspiro o atirou ainda ao fogo. Assim que Kalinicus recebeu com glória a coroa da vitória.
Oração Antes de Ler as Escrituras
Faz brilhar em nossos corações a Luz do Teu divino conhecimento, ó Senhor e Amigo do homem; e abre os olhos da nossa inteligência para que possamos compreender a mensagem do Teu Santo Evangelho. Inspira-nos o temor aos Teus Santos mandamentos, a fim de que, vencendo em nós os desejos do corpo, vivamos segundo o espírito, orientando todos os nossos atos segundo a Tua vontade; pois Tu És a Luz das nossas almas e dos nossos corpos, ó Cristo nosso Deus e nós Te glorificamos a Ti e ao Teu Pai Eterno e ao Espírito Santo, Bom e Vivificante, eternamente, agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
MATINAS (VII)
Fragmento 63 – Naqueles dias, no primeiro dia da semana, Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis; todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no sepulcro, e viu no chão os lençóis, e que o lenço, que tinha estado sobre a sua cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu. Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa.
LITURGIA
Tropárion da Ressurreição
Vendo os poderes angélicos diante do Teu venerável túmulo, / os guardas ficaram como mortos / e Maria, de pé, junto do sepulcro, / pediu o Teu puríssimo Corpo. / Despojaste o Inferno, sem ser por ele atingido, / e foste ao encontro da Virgem, dando-lhe a vida. / Ó Senhor, ressuscitado dentre os mortos, // glória a Ti!.
Tropárion de São Mateus, Tom 3 (Santo Patrono)
Com zelo seguiste a Cristo Mestre, / que em Sua bondade apareceu aos homens na Terra, / E da alfândega te chamou para Apóstolo / e Pregador do Evangelho ao universo, /por isto honramos tua preciosa memória. / Ó divinamente eloquente, Mateus. /Roga ao Deus misericordioso // que nos conceda a remissão das transgressões e a salvação das nossas almas!
Tropárion de São Kalinicus, Tom 4
Em seus sofrimentos, ó Senhor, / Teu mártir Kalinicus recebeu uma coroa imperecível de Ti, nosso Deus; / pois, possuído de Teu poder, / ele anulou os algozes e esmagou a débil audácia dos demônios. // Por suas súplicas, ó Senhor, salve as nossas almas.
Kondákion da Ressurreição
Ressuscitando todos os mortos do vale das trevas / com Sua mão vivificante, / Cristo nosso Deus concedeu a Ressurreição à Raça Humana. / Pois Ele É o Salvador de todos, / a Ressurreição e a vida // e o Deus de todos.
Kondákion de São Mateus, Tom 4 (Santo Patrono)
Deixando os laços da alfândega para adquirir o jugo da Justiça, / tu te revelaste um sábio comerciante, rico da sabedoria do Alto. / Proclamaste a Palavra da Verdade, /e pela narrativa da hora do Juízo // despertaste as almas indolentes.
Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo ...
Tom 2: As belas coisas do céu, ó Kalinicus / devidamente, agora, tu as possuis por herança; / pois, grandemente inflamado com o amor de Cristo, / tu corajosamente enfrentaste o fogo com elas. / Agora diante de Deus, // não cesse de orar por todos nós.
Agora e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Hino à Virgem
Ó Admirável Protetora dos Cristãos e nossa Medianeira ante o Criador / não desprezes as súplicas de nenhum de nós pecadores; / mas, apressa-te a auxiliar-nos como Mãe bondosa que és, / pois, te invocamos com fé. / Roga por nós junto de Deus, // tu que defendes sempre àqueles que te veneram.
Prokímenon
R. Salva, Senhor, o Teu povo,
E abençoa a Tua herança. (Sl. 27:9)
V. A Ti, Senhor, ergo a minha voz, meu Deus,
Tu que És o meu Rochedo, escuta a minha súplica! (Sl. 27:1)
Fragmento 116 - Irmãos, nós, que somos fortes, devemos suportar as fraquezas dos fracos, e não agradar a nós mesmos. Portanto cada um de nós agrade ao seu próximo, visando o que é bom para edificação. Porque também Cristo não se agradou a si mesmo, mas como está escrito:
“Sobre Mim caíram as injúrias dos que Te injuriavam”.
Porquanto, tudo que dantes foi escrito, para nosso ensino foi escrito, para que, pela constância e pela consolação provenientes das Escrituras, tenhamos esperança. Ora, o Deus de constância e de consolação vos dê o mesmo sentimento uns para com os outros, segundo Cristo Jesus. Para que unânimes, e a uma boca, glorifiqueis ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Portanto recebei-vos uns aos outros, como também Cristo nos recebeu, para glória de Deus.
Aleluia, aleluia, aleluia! (3x)
Quem habita ao abrigo do Altíssimo
E vive à sombra do Senhor Onipotente. (Sl 90:1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção,
Sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 90:2)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Mateus 9:27-35
Fragmento 33 - Naquela hora, partindo Jesus dali, seguiram-No dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi. E, tendo Ele entrado em casa, os cegos se aproximaram d’Ele; e Jesus perguntou-lhes: Credes que eu posso fazer isto? Responderam-lhe eles: Sim, Senhor. Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram. Jesus ordenou-lhes terminantemente, dizendo: Vede que ninguém o saiba. Eles, porém, saíram, e divulgaram a Sua fama por toda aquela terra. Enquanto esses se retiravam, eis que Lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios. E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades.
E vive à sombra do Senhor Onipotente. (Sl 90:1)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Diz ao Senhor: sois meu refúgio e proteção,
Sois o meu Deus no qual confio inteiramente. (Sl 90:2)
Aleluia, aleluia, aleluia!
Mateus 9:27-35
Fragmento 33 - Naquela hora, partindo Jesus dali, seguiram-No dois cegos, que clamavam, dizendo: Tem compaixão de nós, Filho de Davi. E, tendo Ele entrado em casa, os cegos se aproximaram d’Ele; e Jesus perguntou-lhes: Credes que eu posso fazer isto? Responderam-lhe eles: Sim, Senhor. Então lhes tocou os olhos, dizendo: Seja-vos feito segundo a vossa fé. E os olhos se lhes abriram. Jesus ordenou-lhes terminantemente, dizendo: Vede que ninguém o saiba. Eles, porém, saíram, e divulgaram a Sua fama por toda aquela terra. Enquanto esses se retiravam, eis que Lhe trouxeram um homem mudo e endemoninhado. E, expulso o demônio, falou o mudo e as multidões se admiraram, dizendo: Nunca tal se viu em Israel. Os fariseus, porém, diziam: É pelo príncipe dos demônios que ele expulsa os demônios. E percorria Jesus todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando toda sorte de doenças e enfermidades.
Versos da Comunhão
Louvai ao Senhor desde os céus,
louvai-O nas alturas!
Aleluia, Aleluia, Aleluia!
† † †
COMENTÁRIO
Mateus é o único Evangelista que narra este milagre como sendo dois cegos curados e não um, conforme as narrativas de Marcos e Lucas.
Deixarei de lado as considerações que trabalham as razões desta divergência textual, pois isto exige muitos arrazoados, o que tornaria este comentário longo e enfadonho para muitos. Detenhamo-nos em considerar as dimensões místicas desta peculiaridade de Mateus.
Conforme o ensino dos Santos Pais da Igreja, a alma humana possui duas dimensões: a racional (lógica) e a intuitiva (mística). Pela primeira o homem entende e domina as coisas visíveis e sensíveis; pela segunda o homem adentra o mundo invisível e se eleva para Deus. São os dois olhos da alma, os quais ficaram cegos pelo pecado.
Por isto a ciência e a sabedoria deste mundo estão entenebrecidas, e tornam-se ridículos perante Deus os seres humanos que se gloriam de seus entendimentos, e com isto sentem-se mais elevados e nobres que os demais. São cegos que enxergam vultos e deduzem que a realidade é tal qual suas visões turvas. Quando alguém se converte ao Senhor o véu dos seus olhos lhes é paulatinamente retirado, passando a enxergar a glória de Deus manifestada em Sua criação visível e invisível (2 Cor. 3:16-18).
Para livrar os sábios segundo a carne do seu torpor, Deus confere primeiramente a restauração da visão aos que por esses são tidos como desprezíveis e inferiores. E é esta graça que se manifesta aos dois homens cegos que jaziam nas proximidades de Jericó. São cegos dos olhos, mas não da alma, pois embora não enxergassem a forma física de Jesus, enxergavam sua identidade, e à esta Identidade que se dirigem clamando a plenos pulmões: «Senhor, Filho de Davi, tem compaixão de nós!»
Aquilo que os olhos «sadios» dos Escribas e Doutores da Lei (sábios segundo este mundo), não puderam enxergar, dois «insignificantes» cegos o puderam. Então, Cristo em Seu amor e compaixão pelos homens, fez com que a luz presente nas almas daqueles homens se estendesse aos seus olhos debilitados, curando totalmente suas cegueiras.
A cura dos dois cegos simboliza o poder de Cristo para sanar as almas dos homens em todas as suas dimensões: a racional e a intuitiva, fazendo com que as duas, fragmentadas pelo pecado, voltem a se unirem, elevando o homem à glória que lhe foi preparada.
Padre Mateus (Antonio Eça)
ORAÇÃO
Tendo os olhos espirituais cegos, eu me aproximo de Ti, ó Cristo, e com arrependimento clamo: Tem piedade de mim, Tu que iluminas com luz resplandecente aos que estão nas trevas.
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